quarta-feira, 22 de abril de 2015

Os dias da Motojornal

Algures em 1991 não era fácil comprar uma Motojornal. Não era fácil porque rapidamente esgotava. Ou se encomendava nos dias anteriores ou ficávamos sem ela. Garotos como éramos, nem dormíamos na véspera da saída semanal da revista. Ao fim do dia, regra geral, a revista estava devorada. Certos textos eram lidos e comentados com os amigos durante dias. O Tó-Manel era o nosso super-herói mototurista-revolucionário; quando fossemos grandes queríamos andar tanto como o Alan Cathcart e saber tanto de mecânica como o Pedrinho Martins. 

Dava para um mês de textos neste blogue, tantos os sonhos e aventuras vividas na simples leitura de uma revisa. Lá chegaremos, ou não… 

Abril de 2015 [semana passada]. Em três pontos de venda em redor do local de trabalho, no centro da capital da República, voltei a não conseguir comprar a Motojornal. Não porque estivesse esgotada. Então por que raio? “Não mandaram”, “deixei de pedir porque não se vendia”, “já não mandam há alguns meses e eu também não tenho pedido”, disseram-me. 

Neste post não há heróis. Também eu deixei há muito de comprar regulamente a revista dos nossos sonhos de adolescente. O Tó-Manel afinal é um gajo como nós e nunca conseguiremos andar como o “velhinho” Alan Cathcart ainda hoje anda; e, na verdade, já não queremos saber tanto de mecânica como o Pedrinho Martins. 

A Motojornal é uma instituição do motociclismo português. Sem o múltiplo papel que teve o motociclismo português seria, por certo, bem diferente. Todos sabemos que o tempo não está fácil para a comunicação social escrita em suporte físico mas…, para poder vender há uma condição fundamental: é preciso estar disponível. Bem pode haver procura…, faltando a oferta nunca haverá mercado. Vejam lá isso, rapazes…

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