domingo, 26 de dezembro de 2021

Honda Forza 350 à prova

Um motociclista é uma pessoa que conduz um motociclo. Motociclista ufano aproveita todas as oportunidades que encontra para andar de moto. Não se trata de fundamentalismo de qualquer espécie e sim de orgulho e comprometimento. Numa palavra: paixão. De uma coisa podem sempre ter a certeza: este O ESCAPE MAIS ROUCO até pode nem ser perfeito. Todavia é realizado por motociclistas. Apaixonados. Sem dúvida.

Foto: Gonçalo Fabião

Assim, foi muito fácil inventar uma desculpa para fugir ao quentinho do enlatado ou à sossegada monotonia do comboio, quando recentemente a Kawasaki Portugal me convidou para conhecer a nova Z650RS (link) em Coimbra. Como motociclista que sou, tratei logo de criar algo em torno da ida a Coimbra que me mantivesse activo e sorridente. Já que fugia à zona de conforto porque não levar comigo a passear uma moto também ela em fuga da sua zona de conforto. 

Foto: Gonçalo Fabião

ON THE ROAD AGAIN
Esta era então a oportunidade ideal par conhecer melhor a renovada Honda Forza 350. Em Junho de 2019 tinha tido ocasião de provar o modelo anterior que me satisfez sem contudo deslumbrar (link). Para 2021 – a moto de 2022 está a chegar sendo as novidades apenas em pequenos detalhes e cores - o aumento de 50 cm³ de cilindrada fez então evoluir a Forza 300 para Forza 350. 

Foto: Gonçalo Fabião

O novo motor eSP+ passa a oferecer um aumento de potência (30 cv) e continua a entregar um binário (31,5 Nm) muito forte logo desde muito baixa rotação, o que permite obter acelerações que chegam a surpreender. As actualizações em termos de estilo e de aerodinâmica incluem ainda 40 mm adicionais de ajuste no muito simpático, prático e útil para-brisas eléctrico. 

Foto: Gonçalo Fabião

Tendo de estar em Coimbra ao início da noite, optei por levar a Forza 350 até lá quase sempre pelas estradas nacionais do nosso Oeste, variando o ritmo entre o calmo passeio e a desportividade possível quando falamos de uma scooter de “terço de litro”. 

Foto: Gonçalo Fabião

Já no dia seguinte, de regresso feito quase todo de noite, decidi adicionar às Nacionais um bom bocado de auto-estrada. Nos demais dias a utilização diária ofereceu-me muito circuito urbano e suburbano. Fiquei assim com uma ideia absolutamente clara do que vale esta proposta da Honda em todos os terrenos elegíveis. 

EFICÁCIA E ECONOMIA 
Primeira nota muito positiva, a grande capacidade de carga debaixo do assento garantiu- me desde logo a tranquilidade necessária para levar comigo a bagagem necessária para um dia e uma noite fora de casa, evitando malas e sobretudo as sempre desaconselhadas mochilas às costas. Outro aspecto importante que rapidamente se revelou, é a excelente protecção aerodinâmica mesmo a velocidades abusadas. O desafio do conforto também acabou por ser vencido, tendo chegado a Coimbra com longa jornada sem qualquer cansaço para além do normal. 

Foto: Gonçalo Fabião

O regresso no dia seguinte realizado em condições desafiantes (chuva, frio e noite), fez-me enrolar o punho rumo a Lisboa em ritmo vivo e surpreendentemente bem iluminado pelo conjunto óptico. Neste último pedaço da viagem o cansaço fez-se notar mais por responsabilidade das baixas temperaturas, que levam sempre o motociclista a contrair mais do que deve a sua postura corporal, do que propriamente pelo ser em si da Forza 350. Feitas as contas: menos de quatro litros de combustível consumido por cem quilómetros de surpreendente eficácia. 

Foto: Gonçalo Fabião

A Honda defende ser esta uma scooter construída para impressionar. O ESCAPE abusou e furtou esta Forza ao rame-rame citadino para aferir, por um lado, do seu real valor e, por outro, se faz sentido e tem valor uma deslocação, digamos, média, de pouco mais de quatrocentos quilómetros em dois dias seguidos. 

NOTA ALTÍSSIMA 
Honestamente o balanço não podia ser mais positivo. Num tempo de gasolina caríssima faz todo o sentido encontrar um veículo eficaz e económico quando são necessárias deslocações mais longas do que o entediante casa-trabalho-casa. Uma moto de maior cilindrada não ofereceria muito mais diversão e conforto numa viagem assim (sublinho: viagem assim, para que fique claro). E o preço da deslocação em combustível seria certamente muito mais agravado. Não há muito mais a dizer: desafio amplamente superado e até com notas surpreendentes como foi o excelente comportamento da Forza em auto estrada a velocidades…, digamos.., pouco ortodoxas. 

Foto: Gonçalo Fabião

A Honda pede por esta muito simpática azulinha Mat Peral Pacific equipada com um completo e bonito painel de instrumentos e a cada vez mais útil Honda SMART key 6.050 €, um valor que nos parece mais do que correto para tanto quanto o que esta scooter tem para oferecer, como fica aqui neste ESCAPE claramente provado.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Chegou a nova família Triumph Tiger 1200

A Triumph Tiger 1200 chega a 2022 muito mais leve e ambiciosa. A marca não faz por menos e tem por objetivo entregar aos seus clientes todas as vantagens do melhor dos diferentes mundos do motociclismo. Nem mais. A nova Triumph Tiger 1200 assume-se frontalmente como a derradeira moto de aventura. 


Para tal, a marca britânica anuncia cinco novas motos a saber: Tiger 1200 GT, 1200 GT Pro e 1200 GT Explorer – todas elas de natureza mais estradista e turística com jante 19’’ na roda dianteira. A estas a Triumph junta a Tiger 1200 Rally Pro e 1200 Rally Explorer com jante 21’’ na roda dianteira. De sublinhar que ambas as versões Explorer apresentam um superdepósito de combustível de uns incríveis 30 (trinta) litros de capacidade. Leram bem… 


Recorrendo a um motor de três cilindros (150 CV, 130 Nm), agora dotado da nova cambota com configuração denominada “T-Plane” que aproxima a unidade motriz do funcionamento de um V2, a moto surge mais leve uns incríveis 25 (vinte e cinco) quilos face à geração anterior - 240 Kg. peso em ordem de marcha na versão GT o que corresponderá grosso modo a 215 Kg. a seco. Bem bom...


Novidade são também as suspensões Showa semi-ativas e o ABS de origem Continental (acionado em travões Brembo Stylema) com função de auxílio em curva. Para a substancial redução de peso contem ainda com um novo braço oscilante e um novo quadro cinco quilos mais leve que o anterior. Com intervalos de manutenção de 16.000 quilómetros, a nova família Tiger apresenta nas versões Explorer um “Blind Spot Radar” que incrementará substancialmente ao fundamental aspeto segurança. 


Notem que estas são apenas alguns dos destaques da nova família Triumph Tiger 1200 que estará disponível na próxima primavera com os seguintes valores: 

Tiger 1200 GT: desde 18.950 €; 
Tiger 1200 GT Pro: desde 21.500 €;
Tiger 1200 Rally Pro: desde 22.600 €;
Tiger 1200 GT Explorer: desde 23.100 €; 
Tiger 1200 Rally Explorer: desde 24.100 €.


segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Experiência Kawasaki Z650RS

As filhas do Mondego a morte escura 
Longo tempo chorando memoraram, 
E, por memória eterna, em fonte pura 
As lágrimas choradas transformaram; 
O nome lhe puseram, que inda dura, 
Dos amores de Inês que ali passaram. 
Vede que fresca fonte rega as flores, 
Que lágrimas são a água, e o nome amores. 

Os Lusíadas. Canto III, Estrofe 135 

Como todos sabemos, Os Lusíadas é uma obra de poesia épica de Luís Vaz de Camões, a primeira epopeia portuguesa publicada em versão impressa. Provavelmente iniciada em 1556 e concluída em 1571, foi publicada em Lisboa em 1572, três anos após o regresso do autor do Oriente. A obra é composta por dez Cantos, sendo que o tema e acção central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à volta da qual se vão ilustrando outros episódios da história de Portugal, sempre no sentido e valor de glorificar o povo português. 


Já no Canto III, após uma invocação do poeta a Calíope, Vasco da Gama começa por explicar a geografia da Europa e a situação de Portugal no continente europeu. Inicia então a narrativa da história de Portugal. De Luso a Viriato, passa para o rei D. Afonso VI de Leão e Castela, D. Teresa e o conde D. Henrique. Segue-se a luta de D. Afonso Henriques pela formação da nacionalidade. 

Como num contemporâneo e muito hollywoodesco filme de acção, a torrente de emoções continua, com o episódio lírico-trágico de Inês de Castro (estrofes 118 a 135) talvez o mais reconhecido d'Os Lusíadas. 


D. Inês e D. Pedro são os amantes trágicos por excelência. O seu amor é ilícito, proibido pelos diferentes poderes. O poeta que tinha escrito sonetos tão sombrios, de sofrimento amoroso, chama repetidamente este de “puro amor”, censurando fortemente o rei (Afonso IV), de quem tanto elogiara os feitos guerreiros, por esta triste mancha no seu reinado. A bem da estabilidade do Reino de Portugal, D. Afonso IV pretende casar o filho que, apaixonado por Inês, recusa. A solução é apenas uma: eliminá-la. 

A tragédia terá acontecido a 7 de Janeiro de 1355. O rei, aproveitando a ausência de D. Pedro, foi com diversos carrascos a Coimbra, ao Paço de Santa Clara – local onde o casal vivia depois de alguns anos no norte de Portugal - e executam Inês de Castro. 


Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas na Quinta das Lágrimas, onde algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o derramado sangue de Inês. Hoje, a Quinta das Lágrimas ocupa uma área de dezoito hectares, ao redor de um palácio do século XIX, requalificado como hotel de luxo. Nos seus jardins acumulam-se memórias desde o século XIV, tanto nos elementos construídos como nas árvores, nas lendas populares e na sua própria história. 


A Quinta, a Fonte dos Amores e a Fonte das Lágrimas são então célebres por terem sido cenário dos amores do príncipe D. Pedro (futuro Pedro I de Portugal) e da nobre galega, Rainha póstuma de Portugal, D. Inês de Castro, sendo ainda o documento mais antigo que refere a propriedade datado de 1326. 

ORGULHO KAWASAKI 
A Kawasaki Portugal, representada entre nós pelo Grupo Multimoto, não fez a coisa por menos. Foi este cenário de paixão ardente - a maior história de amor de Portugal - o escolhido (Hotel Quinta das Lágrimas) para a apresentação nacional de uma moto cujo primeiro contacto revelou uma natureza absolutamente romântica. Que maravilha… 


A novíssima Z650RS é uma clássica moderna que, por um lado, presta homenagem ao legado Z – nomeadamente à icónica Z1 dos anos 70 do século passado – por outro, visa ser uma moto com resposta positiva às necessidades das contemporâneas gerações de motociclistas. 

RETRO-EVOLUTION 
Este autêntico espírito retro-sport que inspirou a nova Z, surge plasmado num leve quadro em treliça que monta o conhecido bicilindrico (68 CV, 64 Nm) paralelo da marca japonesa. Facilidade de utilização foi uma ideia chave na construção desta moto. Assim, o peso total em ordem de marcha é reduzido (187 quilogramas) bem como a altura do banco ao solo (820mm). A herança Z é orgulhosamente sublinhada nas belíssimas jantes multi-raios (na versão especial de cor verde surgem pintadas num arrebatador tom dourado) e também em detalhes como o nome da marca no depósito em relevo e não em mero autocolante. Orgulhosamente Kawasaki! 


Foi tudo isto que podemos comprovar na apresentação estática do modelo após a nossa chegada ao Hotel Quinta das Lágrimas e de uma primeira bebida de boas vindas. O jantar foi servido ali mesmo com as motos por companhia e meus amigos…, o chambão de borrego marinado durante doze horas e levado ao forno em lentíssima cozedura por mais vinte e quatro horas (sim, 24, leram bem!) a apenas 66 graus, marcou o tempo e o espaço, ficando como uma absoluta referência desta apresentação nacional – romantismo até no prato… 

ROMANCE À CHUVA 
O dia seguinte amanheceu muito frio mas seco. Todavia rapidamente o nevoeiro desceu das serranias do centro de Portugal, e mais tarde a chuva instalou-se dificultando a tarefa na condução e captação de imagens. Ainda assim e muito bem a Kawasaki Portugal não cedeu à pressão e o programa foi cumprido. 


Nas ruas da cidade de Coimbra e no asfalto sempre molhado da Lousã, a Kawasaki Z650RS assumiu-se como uma moto para todos, muito fácil de manobrar ainda parada, de posição de condução algo elevada todavia ergonómica e confortável. No que foi possível explorar tendo em conta as condições húmidas o motor revelou bastante vida desde cedo. 


As condições do asfalto pediam cautela. Ainda assim tais condições aprestaram a virtude de revelar que esta é uma moto que admite, pela sua leveza e agilidade, a correcção fácil do erro - aspecto que pode ser muito útil a “cristão novos” e motociclistas menos experientes. Levar o motor para outros regimes e a toda a moto para outras inclinações teria pois de ficar para uma futura Prova mais exigente que o este vosso ESCAPE espera realizar assim que possível. 


Foram poucas as horas como poucos e difíceis foram os quilómetros que fizemos. No entanto a Kawasaki Portugal tudo fez até ao detalhe para tornar esta experiência Z650RS inesquecível. E conseguiu, sem dúvida. Notem que a nova Z já se encontra em comercialização, solicitando a marca uma transferência bancária de 8.495 € (versão especial) ou 8.390 € (versão base) para que os motociclistas adiram à “Retrovolution”.

sábado, 4 de dezembro de 2021

Histórico: recuperado o protótipo da primeira moto Triumph

Na sequência do anúncio da celebração do 120o aniversário da mais icónica marca de motos britânica e da apresentação da moto número ‘Um Milhão’ da produção de Hinckley, a Triumph anuncia a descoberta histórica da primeira moto Triumph alguma vez construída. 


O protótipo de 1901 é um achado histórico incrível, uma moto descoberta e restaurada pelo maior coleccionador de motos Triumph clássicas, Dick Shepherd: nada mais, nada menos do que o protótipo de 1901 que vem reescrever as páginas da história da marca, acrescentando um novo capítulo, anterior ao lançamento comercial da primeira Triumph que aconteceu em 1902

O rumor existia há muito, baseado em notícias de jornais publicados naquela época que mencionavam o protótipo desenvolvido a partir de uma bicicleta Triumph, na qual foi montado o motor do construtor belga Minerva, cujo objectivo era provocar no público o desejo de ter uma moto Triumph.


Dick Shepherd, explica como aconteceu: “fui abordado pelo amigo de um coleccionador, que infelizmente faleceu recentemente, para avaliar uma Triumph antiga. Reparei que essa moto tinha detalhes que não conhecia de nenhuma das Triumph inicialmente produzidas. Juntamente com a moto, esse coleccionador tinha recebido uma carta da Triumph, datada de 1937, que autenticava a sua origem e detalhava algumas características. A moto apresentava um número de motor que é consistente com as referências apontadas em registos do construtor Minerva para uma primeira Triumph, em 1901. A partir desse momento, o significado histórico desta descoberta ficou absolutamente claro. Na qualidade de apaixonado de toda uma vida pela história e feitos desta incrível marca britânica, ter descoberto esta sobrevivente e tê-la restaurado para uma condição gloriosa semelhante à de quando foi apresentada pela primeira vez em 1901, é algo que me dá uma enorme satisfação”. 

Mostrada ao público pela primeira vez no Salão Motorcycle Live em 1901, este protótipo estará em exposição num evento especial dedicado à circunstância, no Triumph Factory Visitor Experience, em Hinckley, no próximo dia 14 de Dezembro, onde a moto será conduzida em público pela primeira vez em 100 anos. 


Em breve, a Triumph irá ainda inaugurar a exposição dedicada aos 120 anos da marca, no Triumph Factory Visitor Experience, onde este protótipo original de 1901 poderá ser visto juntamente com a recentemente revelada Tiger 900 Rally Pro ‘Um Milhão’, para além de outros modelos, que compõem a riqueza da história da marca. O Triumph Factory Visitor Experience está localizado na sede da Triumph, em Hinckley, e pode ser visitado de quarta-feira a domingo, entre as 10h00 e as 16h30. 


Notem que neste ESCAPE se cultivam valores como a transparência e honestidade. O que acabam agora de ler não é propriamente um post e sim um comunicado de imprensa, boletim de imprensa ou press release, como lhe quiserem chamar. Isto é, uma comunicação feito por um indivíduo ou organização visando divulgar uma notícia ou um acontecimento (ao qual fiz o corte e costura que achei mais conveniente).
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