quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Tertúlia do ESCAPE número 16

“Stop the press” que é como quem diz: para tudo! A Tertúlia do ESCAPE voltou. O Rad Raven desafiou-me e, assim, o SocialRidR em parceria com o Travelers Event têm o prazer de trazer as Tertúlias do "Escape Mais Rouco" de volta à vida. É já este Sábado, dia 2 de Setembro, pelas 18h., no palco principal em Avis, que vos convidamos para uma surpreendente conversa com o António Miguel Rosado, um motociclista à moda antiga. Para além de ficarmos a conhecer melhor o Miguel, o foco da nossa conversa será a icónica e apaixonante icónica Estrada Pan Americana. 


Neste primeiro parágrafo ficaram a conhecer o essencial. Todavia deixem me cá aproveitar a ocasião para responder a algumas questões. Desde logo do que falamos quando falamos em “Tertúlia do Escape”? Como tudo começou e porque começamos? Onde ficamos? Sabem…, uma das mega vantagens da internet é ter memoria. Assim, voltamos aqui (link) para esclarecer que Tertúlia é na sua essência, uma reunião de amigos, familiares ou simplesmente frequentadores de um local, que se juntam de forma mais ou menos regular, para discutir vários temas e assuntos. Nas Tertúlias do Escape pretende-se discutir motos, motociclismo e viagens. 

A “Tertúlia do Escape” nasceu a 20 de Setembro de 2017, faz agora seis anitos, está uma crescida. Nasceu na Rod’aventura (link) quando era casa do nosso querido amigo Paulo Moniz de quem sentimos saudade diariamente. Entre outros, são membros fundadores “deste clube”, para além de mim e do Paulo, o Jorge Silva e o Serginho. O Armando e o Albino – que fez o logo deste ESCAPE. O velho Roque, que já era velho motociclista quando eu era miúdo. O João Oliveira. Vejam o nosso sorriso. 


A “Tertúlia do Escape” cresceu. Recebemos marcas e os seus responsáveis (link). Recebemos o enorme Manuel Portugal (link). Fomos a Évora e enchemos a MOTODIANA em pleno inverno (link). Falamos também com o “culpado disto tudo” como carinhosamente lhe chamo (link). Fomos ao Porto, também (link). Por essa estrada fora recebemos o Rad Raven para aquela que nunca sonharíamos ser a última Tertúlia na casa do Paulo (link). Veio o covid. O falecimento do nosso Moniz. E enfim uma edição atípica como atípicos foram aqueles tempos de pandemia, em Góis (link). 

Na verdade a “Tertúlia do Escape” ficou tão famosa que sempre que alguns ouvem o nome Tertúlia automaticamente associam a ESCAPE MAIS ROUCO. Ora, conhecido o cartaz oficial do Travelers Event, foram alguns os telefonemas que recebi e mensagens que respondi. Questionavam-me se aquelas Tertúlias anunciadas eram todas do ESCAPE. Até aquela revista que apresenta capas tão horripilantes quanto incompreensíveis a que alguns chamam carinhosamente de Maria Motos, anuncia uma Tertúlia. E eu tive de explicar à malta que na verdade Tertúlia só há uma a “Tertúlia do Escape” e mais nenhuma. O resto é só preguiça de chamar outra coisa algo idêntico. Dou uma ajuda para o futuro pessoal: chat, conversa, talk, encontro, “tete à tete” ou até, quem sabe, “Olarilólé olarilólei bailar assim sabe tão bem”. Vamos sorrir. Obrigado!

Enfim. Esta vai ser com “toda a cagança e pujança” a décima sexta edição da “Tertúlia do Escape”. Sublinhamos: o Rad Raven desafiou-me e, assim, o SocialRidR em parceria com o Travelers Event têm o prazer de trazer as Tertúlias do "Escape Mais Rouco" de volta à vida. 

É já este Sábado, dia 2 de Setembro, pelas 18h., no palco principal em Avis, que vos convidamos para uma surpreendente conversa com o António Miguel Rosado, um motociclista à moda antiga. Para além de ficarmos a conhecer melhor o Miguel, o foco da nossa conversa será a icónica e apaixonante icónica Estrada Pan Americana.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Experiência Moto Morini Douro 2023

A lenda do arco-íris assume diferentes dimensões consoante o tempo, povos e lugares. Normalmente dizemos que lá no fim do arco-íris existe um pote cheio de moedas de ouro. Para nós, motociclistas, o fim do arco-íris, onde vamos encontrar fortuna e glória, costuma ficar em lugares distantes onde vamos em busca de estradas idílicas e momentos de condução inesquecíveis. Sucede, que por vezes nos esquecemos de procurar bem em locais próximos, não muito longe de casa. Esta é a micro história de um pequeno grupo de motociclistas que encontrou o seu pote de ouro. E afinal, o fim do arco-íris estava bem mais perto de casa do que imaginávamos. 


Rumo à fortuna, em tempo de canícula, saímos de Lisboa por volta da hora de almoço no conforto do ar condicionado de um comboio que podia ser mais rápido. Chegados à cidade do Porto, tínhamos logo ali à porta da estação, os veículos alados que nos iriam oferecer uma viagem tão simples quanto épica e quem sabe inesquecível. 

De forma sucinta, este ESCAPE já vos contou (aqui) a história da famosa Moto Morini. Na verdade a aventura da Moto Morini inicia-se em 1937 em Bolonha sendo que hoje, e desde Outubro de 2018, a empresa é uma subsidiária do Zhongneng Vehicle Group, normalmente conhecido como grupo ZNEN. De sublinhar que apesar do capital ser chinês a empresa mantém a sua operação onde sempre esteve: Itália. De sublinhar que a Moto Morini está neste momento a mais do que triplicar as vendas no mercado nacional, face igual período do ano anterior (Janeiro-Julho) – é pois provável que estejam a fazer as coisas bem feitas, como se exige a qualquer marca histórica. 

DOURO FAINA FLUVIAL 
Neste dia as motos à nossa disposição eram três Moto Morini X-Cape 650, todas elas ligeiramente diferentes entre si. Aqui no ESCAPE já conhecíamos o modelo (link). Para além destas tivemos ainda oportunidade de provar a despida Seiemmezzo nas suas duas versões, Seiemmezzo STR - de inspiração urbana e estradista - e Seiemmezzo SCR, uma naked com alma scrambler com pretensões inclusivas e polivalentes. Fichas técnicas? É aqui por favor (link). 

Rumo à fortuna que ainda não sabíamos que iríamos encontrar, a saída do Porto foi feita junto à margem esquerda do Douro, rio intenso que nos iria acompanhar nas horas seguintes pela sinuosa Nacional 108. Neste dia a N108 apresentou-se tão rápida quanto quente. Entre-Os-Rios recebeu-nos já em modo “40 graus à sombra”. Tempo para hidratar. E trocar a já conhecida X-Cape pela Seiemmezzo STR. Esta acompanhou me pela primeira incursão na agora famosa Nacional 222, já na margem esquerda do Douro, até Porto Antigo, onde o Rio Bestança encontra Douro. A STR foi uma das surpresas da jornada. Com base idêntica à trail, a moto foi muito bem trabalhada na electrónica e nas relações de caixa de velocidades. O resultado é uma medida cilindrada fácil de entender, rápida, eficaz e muito divertida.


Já com o sol a cair no horizonte, ainda tínhamos pela frente cerca de hora e meia de viagem até um segredo demasiadamente bem guardado chamado Quinta das Tecedeiras. Até lá, lambemos o troço da N222 que parte de Resende. Acenamos ao longe a Peso da Régua, deixamos um até amanhã ao Pinhão e rumamos às “portas do Éden”. 

A subida para Ervedosa do Douro já se fez com o sol a beijar o cume das montanhas eternas do Alto Douro Vinhateiro. O forte odor a vinha e os tons alaranjados do horizonte juntavam se às sensações que a agora Seiemmezzo SCR, a scrambler, me oferecia. A pele começou a arrepiar e os meus colegas de viagem sentiram, tal como eu, a energia mágica que ali dançava. 

E FEZ-SE MAGIA
Mesmo antes de iniciar a descida estreita e dramática para a Quinta das Tecedeiras que fica junto à margem esquerda do Douro, parámos para beijar o por do sol. E fez-se magia. Ainda há cerca de oito horas estávamos no monótono centro de Lisboa e agora estávamos ali, a encher os bolsos com as moedas de ouro que tínhamos encontrado no tal pote do “arco-íris” do dia. Ricos, eufóricos e inebriados, descemos que nem loucos a estrada torta como as serras. Dei graças aos deuses do motociclismo por ter escolhido para este troço a Seiemmezzo SCR com jante de raios e uma posição de condução correta oferecida por um guiador algo elevado que até permite a condução apeada

Já nas Tecedeiras a noite veio ao nosso encontro. Um ambiente familiar. Vinhos da terra. Comida honesta. Motociclismo falado. Dia épico? Sim, no mínimo brindamos a este dia provavelmente inesquecível. Por falar nisso e antes que me esqueça: obrigado a todos. E vamos ali tomar uma banhoca e dormir um bocadinho. 

VALE ENCANTADO 
No dia seguinte o sol no vale do Douro nasceu cedo, fresco e docemente doirado. Pequeno-almoço tomado subia agora o que ontem tínhamos descido. Rapidamente demos um abraço ao Pinhão. Voltei a optar pela trail, claramente apta para o terreno misto e sinuoso. Na Régua despedíamo-nos da agora reconhecida mundialmente 222, rumando a mais uma gema, um snack de Estrada Nacional 2. Um luxo aquela subida incrível para Santa Marta de Penaguião. 

Voltei aos comandos da Seiemmezzo STR e desta vez abusei. Deixei uns riscos profundos, em curvas para a esquerda, no asfalto da espinha dorsal rodoviária portuguesa. Este troço é absolutamente incrível. Há muitos anos que não o fazia para Norte, a subir, onde todos nós sentimos mais confiantes.

Todavia o banquete de curvas e asfalto estava longe de terminar. A Nacional 15 foi o destaque seguinte. Atravessar aqui a lindíssima Serra do Marão, é respirar o oxigénio produzido por aquele que é provavelmente o último pedaço de floresta pré histórica de Portugal continental. Este troço de N15 é verdadeiramente bíblico. Uma viagem no tempo. E decidi fazê-lo na SCR. Curva, gás, toque ligeiro no travão traseiro, curva, gás, uma, outra e outra vez. Já disse bíblico?

TRABALHO E PAIXÃO 
De alma e barriga cheia, num ápice sentimos que o nosso sonho realidade estava a prestes a findar, quando perto de Amarante entramos na auto-estrada, que tínhamos conseguido evitar até aqui. Aproveitei um abastecimento para voltar à X-Cape. Rapidamente me descobriram “a careca”, pois em moto despida é tudo muito bonito, todavia a via rápida pede protecção aerodinâmica. E assim fomos até Matosinhos. De sorriso nos lábios e rumo à francesinha que não pode faltar para qualquer alfacinha que visite a Invicta. 

Já nas instalações da Puretech - agora responsável pela importação e divulgação da histórica Moto Morini - ficamos a conhecer melhor os cantos a uma casa que se faz de trabalho e paixão. 


Esta foi a micro história de um pequeno grupo de motociclistas que encontrou o seu pote de ouro numa viagem rápida todavia intensa e até deslumbrante, onde a qualidade e desempenho das Moto Morini ficou claramente demonstrado. Afinal o fim do arco-íris estava mais perto de casa do que imaginávamos. Encontrá-lo exige, no entanto, trabalho e paixão, como encontramos na Puretech. O ESCAPE só pode agradecer. Obrigado a todos.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Que pneus montar numa Honda NT 1100 DCT?

Queridas seguidoras deste Escape Mais Rouco. Nunca vos esquecemos. Todavia hoje lembramo-nos de vós ainda com mais carinho. Porque “uma mulher elegantemente calçada nunca será uma mulher feia”, como terá dito Coco Chanel. 

A maioria das mulheres coleciona sapatos, perde-se por eles e é capaz de elevados investimentos. No entanto, o que levará as mulheres a ter esta relação tão particular com sapatos? A ciência pode oferecer algumas pistas. “Os compradores acreditam que os sapatos são uma compra útil – algo que pode ser utilizado várias vezes durante algum tempo. Como tal, o prazer que resulta da compra mantém-se durante mais tempo” disse um dia Martin Lindstrom, em entrevista à revista Cosmopolitan. O consultor de marketing de empresas como a McDonald’s, a Nestlé, a Microsoft ou a Walt Disney Company refere-se assim à sensação de bem-estar que percorre o ser humano quando tem descargas de dopamina, o neurotransmissor associado a funções cerebrais como o prazer ou a recompensa. As descargas podem ocorrer em vários momentos, e por vários estímulos diferentes – e as compras são um deles. Nomeadamente de sapatos. “Em algumas pessoas pode ser tão forte como satisfazer um vício”. 

Há quem diga que a compra de sapatos estimula o córtex pré-frontal, que controla o comportamento de colecionar objetos. Mulheres há que os colecionam. E outras que quando começam a trabalhar gastam parte do seu primeiro salário em sapatos, muitos sapatos. Outras há ainda que quanto mais velhas mais apaixonadas se sentem por sapatos, botas, botins, sandálias e afins. 

AMOR É UMA BOA BORRACHA 
Chega disto. Queridas seguidoras deste Escape Mais Rouco: estão a ver os pneus das nossas motos? São os nossos sapatos. A relação que temos com a borracha que pisa o chão é a mesma com que as nossas queridas têm com o vosso calçado preferido, a cena onde enfiam os vossos lindos pezinhos: amamos! Sim? 

Existem dois detalhes na questão pneus que não me canso de sublinhar. Primeiro, pneus são o único ponto de contacto da moto com terreno que pisamos, logo pouco importa se temos a moto mais preformante do mundo se não conseguimos colocar esse produto de forma correta e eficaz no solo. Segundo, os pneus são há largos anos o elemento tecnológico mais desenvolvido e evoluído dos nossos motociclos. 


Ao quinto pneu provado na Honda NT 1100 DCT, consigo enfim escolher o que desejo ter a agarrar-me eficazmente ao solo. A escolha recaiu nos Michelin Road 6. Porquê se nunca os provaste, perguntem me. Precisamente porque nunca os provei, também porque não estou suficientemente satisfeito com o que já provei (e já foram quatro pneus diferentes) e ainda porque tenho as melhores referências deste pneu. Estão montados. Serão provados a seu tempo. E aqui, no ESCAPE, surgirá o respetivo relato. 

CASO DE ESTUDO
Contudo quero aproveitar este texto para partilhar a experiência que tive até hoje com pneus na Honda NT. Aproveito para sublinhar que, em pouco mais de dois anos, já são cerca de vinte e cinco mil os quilómetros calcorreados em duas motos diferentes. 

A primeira Honda NT que conheci e tive à disposição por exemplo aqui (link) aqui (link) e aqui (link), estava equipada com uns Metzeler Roadtec que apreciei bastante. Aderência e conforto em múltiplas condições a permitir uma inclinação incrível. Sucede que que em Córdoba, Espanha, numa viagem pela Andaluzia já na primavera de 2022, o pneu traseiro faleceu furado, vitima de um pedaço de metal suficientemente grande e perfurante para romper sem dó nem piedade a borracha já algo gasta. 

Chamada a assistência em viagem, fui acolhido depois da famosa siesta Andaluza no concessionário Honda da cidade, El Motorista, onde fui tratado com a eficácia e simpatia que se impõem nestas contratempos. Havia pneu para montar e a escolha recaiu no Pilot Road 4 GT da Michelin. 

 Meses mais tarde e de partida para uma desafiante viagem de três semanas onde o destaque foi mais um daqueles tours épicos pelos Alpes, pedi a substituição do pneu dianteiro por um Road 5 da Michelin. Todavia, sensivelmente a meio da viagem, antes de uma incursão inesquecível pelos Dolomitas, fui surpreendido pelo que considero um anormalmente veloz desgaste do Pilot Road 4 GT montado no eixo traseiro. Pedi no concessionário de Bolzano que me fosse substituído o pneu. Não guardo boas memórias das horas que ali passei parar resolverem algo verdadeiramente simples – uma mera troca de pneumático. E só são de lá arredei roda com um Pirelli Angel GT 2. Juntamente com o Road 5 da Michelin no eixo dianteiro, o Pirelli revelou-se um bom pneu, apesar de caríssimo e da sua rápida degradação, revelando ser um composto algo mole, assim a pender para o mais desportivo. 

Finalmente em dezembro passado chegou enfim a minha “Orca”, Honda NT1100 DCT Pearl Glare White. E esta vinha equipada com uns Dunlop Sportmax GPR 300. E, honestamente, este não só é pneu que não posso recomendar como lamento que a Honda entregue a moto aos seus clientes com um pneu assim. 

Este Dunlop é desde logo um pneu que foi desenvolvido há cerca de dez anos. Apesar de ser um pneu da gama Sport Touring com carcaça radial é a própria marca que o define como ideal para utilização urbana diária e, só depois, também adequado para viagens de curta dimensão. Fundamentalmente, o pneu Dunlop Sportmax GPR-300 foi especialmente concebido para proporcionar um desempenho seguro no ambiente urbano. 

Ainda assim optei por manter o Sportmax e ver até onde ele me levava. Na incursão pela Córsega e Sardenha no passado mês de junho, o pneu, digamos, acordou para a vida depois de torcidado pelo asfalto abrasivo da estrada T40 entre Ajaccio e Bonifácio. Quando chegou à Sardenha senti o Dunlop no ponto e até fui surpreendido pela confiança que me ofereceu. Todavia este sentimento foi uma espécie de “melhoras da morte”. O pneu rapidamente se degradou. Ainda na Córsega tive de começar a gerir quilómetros e andamento pois queria que o pneu regresse à Portugal ainda com alguma qualidade. 

O Dunlop Sportmax GPR-300 revelou-se absolutamente inadequado para montar numa Honda NT 1100 DCT que quer verdadeiramente viajar e terá “entregue a borracha ao criador” por volta dos oito mil quilómetros de utilização. Na opinião deste ESCAPE, esta é claramente uma morte prematura. Um pneu inconcebível numa moto que se diz pronta para qualquer viagem. 

Enfim Michelin Road 6. Um pneu que a marca francesa comercializa desde o inico de 2022 tendo sido anunciado para equipar motos Roadster, Trail, Sport Turismo e Grande Turismo, com resultados melhorados no que toca a aderência em piso molhado, duração, conforto e comportamento. Todavia, já tenho uma questão. Deveria eu ter optado pela versão GT deste pneu? Para já é tempo de usar e abusar dos Michelin Road 6 para mais tarde vos contar tudinho.

domingo, 13 de agosto de 2023

Yamaha Tracer 7 à prova

Honestamente, fica sempre desafiante, escrever quanto o tema é Yamaha. Todavia, a marca apresenta este ano uma das motos, no papel, mais interessantes do ano. A Tracer 9 GT+ surge como a Sport Tourer mais sofisticada alguma vez fabricada pela empresa, vindo equipada com toda uma gama de tecnologia de topo que pretende inaugurar uma nova era de controlo que segundo a marca “elevará a experiência Sport Touring a um novo patamar”. É uma moto que interessa conhecer e dar a conhecer aso leitores deste ESCAPE, pois o blogue é feito para eles. 


Nesse sentido, tive de repetir aquele exercício desconfortável de contactar a Motor 7, concessionário oficial da marca em Lisboa. Desconfortável, porque apesar das pessoas da Motor 7 se pautarem pela educação e simpatia, elas estão lá para vender motos e não para fazer o trabalho que o importador se recusa a fazer: comunicar. Não sendo possível, para já, dispor da nova Tracer 9 GT+, a educação e simpatia da Motor 7 conduziu-me a esta Tracer 7 - fotografada pelo Gonçalo Fabião. E eu não recusei a oferta. Porque os fãs da marca merecem ver as suas motos neste blogue e porque também eu enriqueço um pouco mais sempre que tenho possibilidade de provar uma Yamaha - marca incontornável que um dia terá, certamente, gente com outra visão e elevação na liderança do seu destino em Portugal. 


Apesar de revista e actualizada para 2023 – instrumentos, condutividade e detalhes que potenciam o conforto - a Tracer 7 não é propriamente uma novidade. Como todos sabemos, a Tracer 7 encontrou como ponto de partida um dos modelos de mais bem sucedidos no nosso mercado, a incontornável e despida MT-07, reconhecida pelo seu brilhante motor, agilidade e facilidade de utilização. 


A linha da Yamaha Tracer 7 vai ao encontro das tendências actuais: personalidade e provocação. Não vos vamos maçar com fichas técnicas em forma de prosa, todavia se a quiserem conhecer em tabela aproveitamos para vos remeter para aqui (link). 


Importa sim sublinhar que os primeiros quilómetros com esta Tracer 7 revelam de imediato a sua natureza. Uma média cilindrada leve, com uma boa habitabilidade e posição de condução proeminente face a outros utilizadores da via publica. As primeiras boas sensações estendem-se ao comportamento, pois encontrámos uma moto de ciclística evoluída e equilibrada e com um motor que é uma absoluta delicia, fácil de usar em toda a gama de rotações e com um elevadíssimo “momentum” em qualquer mudança engrenada. 


É sempre muito bom, até no que diz respeito à segurança, saber que ao ser necessário rodar o punho vamos encontrar potência e binário disponíveis para incrementar de forma imediata a nossa posição na cidade ou na estrada. 


Não ficámos fãs da “rodinha” que nos permite comunicar com o painel de instrumentos e lamentamos também a ausência de alguma eletrónica – controlo de tração e cruise control, por exemplo, seriam muito bem-vindos. Por outro, aplaudimos a escolha dos Road 6 GT da Michelin para equipar de origem a Tracer 7 bem como a possibilidade de ajuste das suspensões em pré-carga e extensão em ambos os eixos. 


Honestamente, sublinhamos, fica sempre desafiante, escrever quanto o tema é Yamaha. No entanto fica muito fácil aplaudir esta moto. Agora compreendemos muito melhor o porquê do motor CP2 ter tantos amigos. É um motor incrível na sua generosidade. Generosa é também a forma com a Tracer 7 abraça a cidade e a estrada. Fácil, directa, simples e muito eficaz. O comportamento é mesmo aqui o grande trunfo


Agradecendo uma vez mais à Motor 7 a cedência, resta-nos escrever que esta Yamaha Tracer 7 Icon Performance reclamou quatro litros e meio do tal liquido doirado carregadinho de impostos de que tanto dependemos para a felicidade, solicitando a marca uma transferência bancária no valor de 9.350€ para que a levem convosco onde mais desejarem.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Suzuki GSX-8S à prova

Como vos tentei contar aqui (link), nas últimas semanas tivemos a sorte de conhecer a nova família oitocentos da Suzuki. Se cronologicamente a despida GSX-8S foi a primeira a se oferecer ao ESCAPE, foi sobre a V-Strom 8000DE que optei por vos escrever em primeiro lugar. 

Foto: Gonçalo Fabião

Na verdade, nem sempre é fácil relatar o que sentimos com uma moto. É o caso da Suzuki GSX-8S. Uns dias após a prova tive, todavia, uma breve conversa telefónica com alguém com responsabilidades na área da comunicação do motociclismo em Portugal. A conversa fez drift para o nacional de velocidade. E dai foi uma curva até chegar ao relato do paupérrimo panorama que se vive. 

Foto: Gonçalo Fabião

Relembrando outros tempos, recordamos a era dos Troféus com grelhas repletas. E esta GSX-8S veio à baila, juntamente com outras motos. E o melhor que podemos dizer sobre a 8S é isto mesmo: ora aqui está um belo exemplo de como rejuvenescer a Velocidade no nosso rectângulo. E se fosse possível um Troféu Suzuki GSX-8S? 

Foto: Gonçalo Fabião

Linha fresca, jovem e distinta, quadro novo, motor bicilíndrico paralelo de 776cc com desfasamento de cambota a 270º - 83 cv às 8500 rpm e 78 Nm às 6800 rpm – travagem com qualidade Nissin, suspensões KYB limitadas no acerto todavia eficazes e um preço altamente competitivo. Quick-shifter de série. Confortável e inclusiva na posição de condução. Leve, cerca de duzentos quilos de depósitos cheios. Fácil e acessível a todos. Tudo, e tudo para ser um sucesso. Vamos para a pista? 

Foto: Gonçalo Fabião

Infelizmente não iremos para a pista, no entanto ficamos com muita vontade. Não sendo caso único na oferta nipónica, a Suzuki GSX-8S distingue-se pelo atrevimento de se lançar com empenho às feras do mercado, num segmento que está verdadeiramente ao rubro. 

Foto: Gonçalo Fabião

Na opinião deste ESCAPE há aqui dois claros destaques. Um motor que confere dupla personalidade à moto. Acessível e suave na cidade, tipo cordeiro mansinho. Enérgico e vibrante na estrada retorcida, a uivar tipo lobo mau. Esta dupla natureza é sinonimo de ecletismo e isso é muito bom. 

Foto: Gonçalo Fabião

Este ecletismo leva-nos ao segundo destaque. A Suzuki GSX-8S vai agradar a um grande número de diferentes motociclistas. A 8S aproveita ao menino, à menina, ao café e ao Cabo da Roca. A quem só agora chega ou ao motociclista de sempre que deseja ver a sua garagem rejuvenescida. E se a quiserem levar a passear “para fora de pé” até isso é possível, disponibilizando a marca acessórios para uma viagem mais prolongada do que um mero fim-de-semana. 

Foto: Gonçalo Fabião

O bom pacote electrónico é completado por instrumentos eficazes, num novo TFT a cores de leitura objectiva. Nota também muito positiva para o diálogo entre o motociclista, a electrónica e o painel de instrumentos, tal como também já tínhamos provado na V-Strom 8000DE. 

Foto: Gonçalo Fabião

A GSX-8S numa cor, digamos, muito Suzuki, denominada de Pearl Cosmic Blue (QU1), reclamou pouco mais de quatro litros e meio de sumo doirado de dinossauro por cada cem quilómetros de condução fácil e ágil, solicitando a marca uma transferência bancária de 8.999€ para que a levem convosco rumo a um qualquer trecho de asfalto dos vossos sonhos.
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