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terça-feira, 13 de agosto de 2024

Um olhar pelo Mercado

Já há muito, muito tempo que não fazemos aqui uma analise, ainda que sucinta, ao que se passa no mercado de motos novas em Portugal. Tenho-o feito a titulo pessoal, todavia, hoje sinto que devo partilhar convosco aquilo que os números indicam. É importante que todos estejamos atentos ao que se vende ou deixa de vender. Informação é poder. 

Foto Gonçalo Fabião

Vamos olhar apenas para as matriculas de motociclos novos acima dos 125cc. Ou seja, e sublinho, estes números oficiais excluem as denominadas scooters urbanas e afins. Para que fique ainda mais claro: os motociclos de até 125cc estão fora desta analise. 

A grande, enorme mesmo, nota de destaque vai para o crescimento absolutamente explosivo das marcas da vaga chinesa. Surpresa? Não para nós e para os mais atentos. Estes já antecipavam que boa fatia do mercado iria rapidamente tocar à industria do gigante asiático. Assim, CFMOTO, Benelli, Voge e QJ Motor já dividem entre si perto de 1/5 do mercado. Provavelmente, isto será apenas o inicio... 

No entanto olhando em primeiro lugar para numero globais, vemos um crescimento de quase de dez por cento nas matriculas de motociclos novos acima dos 125cc nos primeiros sete meses deste ano, de janeiro até ao fim de julho. A Honda mantém a sua liderança histórica, todavia não está, este ano, a acompanhar este crescimento e diminui em cerca de 10% as sua vendas. Ainda assim Honda arrebata só ela mais de ¼ do mercado. Yamaha mantem o segundo posto e BMW o terceiro, ambas com crescimento ligeiramente abaixo do mercado no geral. 


De parabéns está a CFMOTO. Já ocupa o quarto posto à geral e aos dias de hoje já matriculou seguramente mais de mil motos este ano. Explode mais de 140%, este ano e ultrapassa mesmo a Benelli que ainda assim cresce uns incríveis 70%. 

Em P6 temos a histórica Kawasaki, também ela com crescimento assinalável de quase 25% face a 2023. As marcas Multimoto brilham alto, sem duvida. Logo a seguir segue outra chinesa, a Voge do gigante Loncin, outra das campeãs do crescimento a vender mais 130% do que em 2023. 

O oitavo posto vai para a KTM que desaponta e não acompanha o crescimento – surpresa zero. A histórica Suzuki também surpreende pela positiva ao vender quase mais 30% que no ano anterior. A fechar o top dez outra histórica, a Triumph cresce bem e isso é noticia

Decidimos ainda fazer mais algumas referências. A campeã do crescimento é mesmo a QJ Motor, ocupa P11 e quase triplica as matriculas novas face a 2023. A Ducati fecha o nosso Top e está em linha com o ano anterior. 

Nota final para duas históricas. Harley Davidson em queda e apenas com um misero ponto de penetração de mercado. Resultado ainda mais deprimente para a Moto Guzzi, também ela em queda e a representar uma migalha de 0,5% do mercado nacional. 

As conclusões são mais que obvias e reforçam a tendência dos últimos anos. A ideia de moto paixão está em profunda crise. Apenas a BMW resiste com a Triumph – surpresa? – a dar um “gás de sua graça”. 

O Senhor Mercado procura hoje soluções de mobilidade. Honda e Yamaha são as que melhor se adaptaram ao novo paradigma. E as marcas chinesas vieram mesmo para se impor. Já dividem vinte por cento do mercado. A duvida é: até onde os chineses vão conseguir chegar?

quinta-feira, 23 de março de 2023

Vai começar

Quem como nós está ansioso pelo início da temporada 2023 do Mundial de Velocidade, cruzou-se, ontem, com este texto de Miguel Assunção numa conhecida rede social. São palavras boas demais para se esfumarem num ápice de uma qualquer grelha de partida. Pedi autorização ao Miguel e ele acedeu. Com a devida vénia, elevamos assim o seu texto à categoria de post neste ESCAPE. 


Foi talvez a pré época mais longa que vivi, muitas expectativas, mudanças, sonhos renovados e pelo menos 15 candidatos à vitória no campeonato, mas vamos por partes... Ducati, a clara favorita aos títulos, tem o melhor pacote técnico, o campeão e bons pilotos, sobretudo Pecco e Martin, Bastianini tenho dúvidas, não me parece que se vá confirmar, Zarco é piloto de testes, Bezechi é bom, Marini consistente, Diggia será o último ano de Ducati e Alex quer provar qualquer coisa, mas tem de deixar de falar da Honda e do irmão... 

Honda, tenham atenção, isto é a HRC, tem o MM, o excelente Mir, não estão tão longe como parece nos testes, MM vai aparecer e com ele Mir, são animais de corrida, e talvez o Rins na LCR com menos pressão, também é muito bom ao Domingo, só o Taka parece à deriva neste momento... 

Yamaha, descobriu alguma coisa no último dia de testes, Quartararo faz a diferença, o motor é mais potente, não acho é que a Yamaha vá ter a consistência e evolução suficiente para serem campeões, mas vão aparecer com o Fábio, quanto a Morbidelli é um caso de estudo, simplesmente o que tenta não resulta, eu sei que está numa fábrica mas já devia ter saído, assim quando sair da Yamaha também sai do Motogp, com pena minha, gosto dele... 


KTM nunca irei dizer mal deles por dizer, tiveram o Miguel durante muitos anos e colocaram-no no Motogp, mas parece-me que mais uma vez, mexeram, mexeram e perderam-se de novo... A estabilidade técnica e diretiva é a base de uma equipa, não se pode mudar tanto de ano para ano e esperar milagres, eles acontecem, como aquela volta do Binder no último dia de testes, mas se analisarem os tempos, foram os piores de longe em tudo o resto, o que é preocupante para os pilotos... Binder é excelente, nós sabemos, mas até quando numa KTM? Pensei tal como ele que o pacote este ano seria melhor, muito melhor... Miller ainda tenta perceber como é que foi ali parar, ou pior, como vai fazer funcionar aquela mota... Pol regressa como o filho pródigo, o herói... Com zero vitórias na KTM, mas não parece, se ouvirmos o Pt... O melhor Rookie do ano e único, o Augusto, apenas foi aquecer o lugar para o Acosta... Eu só pergunto, quem vai sair 1o o Guidotti ou o Pit, aposto no Francesco... 

Aprilia, as nossas cores este ano, vamos a ver... O pacote da RS GP 23, parece já muito bom e perto da Ducati, Aleix parece bem e conhece aquela moto como ninguém e a equipa técnica e diretiva, muito estável e muito bem organizada a minha dúvida é o Maverick ,porque o Aleix vai lá estar, o Maverick não sei, ele é rápido, mas já leva ano e meio de Aprilia e ainda não ganhou, aliás acho que é isso que falta à Aprilia, começar a ganhar regularmente, o problema é que Maverick é mentalmente fraco e se as Aprilia satélite começarem a ficar na frente dele, irão começar a surgir os problemas na moto dele, e com isso poderá a Aprilia ter um problema em mãos... 

Deixei para o fim a RNF Aprilia e o Miguel... Antes disso temos a equipa, Razlan é um motivador, um congregador de homens, mas a chave da equipa é o Wilco, esse sim, antigo piloto, com muita experiência e que tem à sua volta gente muito boa, não são muitos mas serão os suficientes para levar a nau a bom porto, vejo até um ambiente similar ao segundo ano do Miguel da tech3, onde conseguiu excelentes resultados... Raul é um grande talento, lembro-me numa corrida ver o Miguel a discutir com o Miller o estilo do Raul, e que ele era rapidíssimo, pode ser um caso sério , vamos a ver... 

Quanto ao Miguel, está onde quer, parece-me tranquilo, tem de ver o que a equipa consegue fazer e dar-lhe sob pressão, que este ano vai ser muita dentro da garagem, ele próprio tem muito ainda por aprender e alterar naquela Aprilia, que já é excelente, mas vai ser melhor nas mãos dele... Mas é tempo de por os pés no chão, ele vem de 4 anos em cima de uma moto com uma filosofia completamente diferente, é a primeira vez que pilota com Ohlins e quadro de alumínio, não tem experiência ainda para melhor explorar tudo isso, tem um bom crew chief, que o pode ajudar bastante, um pódio nesta altura seria um milagre, mas até acredito que ele pode fazê-lo, mas temos de perceber que Maverick por exemplo, leva ano e meio de Aprilia e só agora é que diz que está perto de atingir o limite, creio que o plano é aprender, fazer boas corridas, ganhar algumas para chegar á equipa de fábrica e tentar o campeonato daqui por um ano ou dois, acredito que a equipa de fábrica vai ter de suar muito para bater a satélite e que se a Aprilia consiga apoiar como diz que o vai fazer, só tem a ganhar com isso... 

Gosto muito de o ver ganhar, mas gosto ainda mais de o ver tranquilo e com material que lhe permita lutar lá em cima, o resto ele sabe fazê-lo e virá por acréscimo... Força Miguel, Cryptodata RNF Motogp Team.

PS: Gosto muito das novas cores, fugiram do óbvio das cores garridas, para chamar a atenção numa equipa satélite, para uma decoração muito sóbria, equilibrada e diferente, parece-me que ao vivo e nas corridas ainda vai parecer melhora, mas é apenas a minha opinião

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Um café e a conta, por favor

Hoje temos fim de festa. E mudanças também. Foi assim que João Rebocho Pais (Jan Jan Pais) viu a jornada valenciana, a última do ano. Que bela cronica… 


Terminou, não haverá com estas cores, mais uma moeda, mais uma voltinha. Por muitas curvas que se deem, foi a KTM a escolher este ‘não futuro com Miguel’. Valência, 6 de Novembro, do ano da graça de dois mil e vinte e dois, pediram um café e a conta, por gentileza. O ‘Espresso’ foi-lhes servido, ao bom jeito do nosso Miguel, forte e encorpado, com o sabor inconfundível de uma laranja espremida até ao fim. Literalmente. As laranjas, como os cavalos, também se abatem.

De P14 a P5, com a nuance de manter viva a sua derradeira batalha, MO vs JM. Explico. Vimos algumas vezes neste ano, uma corrida a ser liderada por Jorge Martin, por norma com uma gestão de faca nos dentes, que lhe custou alguns amargos. De boca. A mesma boca que transportava a faca. Se desejei que Martin caísse? Não, seria incapaz. Aliás, sim, desejei-o, confesso, mas guardo-o em segredo, uma quedazita sem maleitas, nem é pecado pedir tão pouco. Não aconteceu, está bem, aceita-se, Oliveira termina o ano em P10, na prova rainha de todos os reinos da velocidade em motas. E segue sua vida. 

Entregou à KTM tudo tudinho o que sabia, mais o muito que por ali descobriu, Poncharal ficar-lhe á eternamente grato, outros nem tanto, perdoa-lhes senhor que não sabem o que fazem. 


Nem Pol, nem Zarco, chegaram sequer perto ao busílis da questão, Brad fê-lo duas vezes, numa delas com uma receita de improbabilidades tais que em cem anos ninguém a repetirá, terminando com ‘slicks’ na chuva e cortando a meta à velocidade com que se estaciona num parque de centro comercial, ah e tal, não sejas assim, injusto, invejoso, afinal ele venceu, deixa-te de coisas… não, nem sou aquilo, nem me deixo de nada. Miguel venceu por cinco vezes, em quatro anos de MotoGP, uns há que passam lustros e lustros e nada lustram. 

Passei a corrida a correr, por virtude de estar a acompanhar esta mudança de Miguel estando eu próprio em mudanças também, já viram a ironia? Logo eu, um gajo do mundo da bola, recém-aqui-chegado, e a conseguir uma simbiose destas, isto contado ninguém acredita. 


Rei posto, Quartararo passou o ceptro a um Bagnaia que soube ser o melhor no Exército Vermelho. Marc surpreendeu-me e de que maneira, ainda bem que nunca lhe tracei destinos, quer dizer, fi-lo mas em conversas com o cão, e o cão não fala, o espanhol parece escavar muito possível nova-mina de ouro, havia de ser eu a partir assim o bracinho que nem cem anos chegariam para regressar fosse onde fosse. O campeonato acaba com a vitória de uma Suzuki que para o ano não veremos. Como pouco ou nada vimos a Suzuki de Mir, campeão do mundo há um par de anos. 

Senhores e senhoras, este é um mundo de loucos, num tempo de loucos, e nele Miguel já saboreou dois Top 10 em três anos, tivesse eu sonhado em desejar semelhante cenário alguma vez e tomar-me ia por louco garganeiro, mas Miguel transformou um oásis, numa realidade em que nos viciámos, a adrenalina de torcer os dedos, quando ele voa como um Falcão. Amanhã mudam-se-lhe as cores do fato e da mota, assim mudaremos nós também, as forras dos sofás, as tshirts, as capas para os tabliers dos automóveis, vai tudo a eito a tingir na panela, afinal a partir de agora Siamo Tutti Aprilia. 

Chega, pois, um longo inverno, sem fins-de-semana entrecortados por FP’s, Q’s e dias de corrida…, mas bem vistas as coisas vem aí o Natal, depois mete-se o Ano Novo, logo, logo, o Carnaval e quando dermos por nós aí está Portimão, que é como quem diz a Mexilhoeira Grande, com o o seu lindíssimo AIA, a fazer a estreia mundial de uma ‘sprint race’ na MotoGP. 

E nós? Oliveirando e Apriliando. Cantando e rindo. Il futuro inizia adesso.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Que novas trará Valência?

Para já, aliás para domingo, trará o campeão. Bagnaia tem o pássaro nas luvas, tem pé e meio na garrafa de champanhe. Quartararo deve ter pedido a Lourdes e a Fátima, e respectivas Nossas (Deles) Senhoras. 


Eu cá por mim tenho um preferido nesta pendenga, são cá coisas, vêm desde o tempo em que via o Marini a colocar protector nas costas de Pecco, tentando evitar-lhe alguma insolação oliveirista. Mas isso sou eu, com aqueles tiques de ‘malta da bola’, com estes fígados de ‘cá calharás’. Mas depois acalmo e ponho-me cá a pensar, ora se o Pecco anda de Ducati, se aquilo por ali parece uma romaria delas em domingo de Cabo da Roca, ora porque carga de água não haveria a fábrica mãe de todas as batalhas aconselhar caldos de galinha aquando da aproximação ao seu menino mai lindo?

Acaso o nosso 88 estivesse em posição semelhante, veria eu com bons olhos algum ataque por parte de algum Manuel da mesma equipa, ele já sem chances de disputar o ceptro e coroas reais? Pois é. 


E tenho ainda de admitir que neste mundo muito lindo as vitórias valem vendas, as vendas valem dinheiro, e o dinheiro vale um porradão de coisas, pois se calhar .. o melhor é eu aceitar, deverá doer-me menos. Mas ainda assim, nada me impede de acreditar que o mar possa dar batatas e, quem sabe, o azar de uns possa ser a sorte, grande, de outros, neste caso de Fabio, decididamente um piloto assaz invulgar em sua maestria de gabarito. 

Valência, ou o seu ‘day after’ trará também dois mundos novos a dois pilotos que seguimos atentos este ano que ora finda. BB deixará de contar com preciosas indicações à box, por parte de Miguel, Oliveira chegará de novo a uma equipa satélite recém chegada à marca, e quem sabe poderá de novo brilhar ao emprestar àquele mundo novas e precisas equações.


E se Enea tentará ainda ‘tirar o pão da boca a Aleix’, se Marc Marquez tudo fará para dar saltos de champanhe na mão, a verdade verdadinha é que muitos de nós (atenção, eu não disse todos), muitos de nós suspirarão aliviados por ver Miguel partir em nova aventura, buscando novos mundos. 

Como o fizeram Vasco, Pedro, Bartolomeu, Gil, Pêro e por aí fora. Como o Falcão, gente de conquistas, portanto.

Venga Valência.

João Rebocho Pais

domingo, 23 de outubro de 2022

Antes pelo contrário

João Rebocho Pais (aka Jan Jan Pais) começa aqui uma colaboração regular com este ESCAPE, o vosso blogue de cultura moto. Aproveitem a leitura pois é escrita “classe Rainha”. Obrigado João!


Tem dias em que falar da corrida do Miguel é um pouco como tentarmos agarrar a própria sombra, sabemos que anda por ali, vamos pé ante pé e quando chegamos para caçá-la ela esvai-se num ápice, estava ali já não está. 

Em boa verdade, aquela sensação de nervoso miudinho que nos assalta quando embarcamos com o Falcão em busca de sua glória, dele e, por conseguinte, nossa também, pois essa coisa boa e inquietante não chegou a assomar-nos em nenhuma das três madrugadas de enfiada que, com gosto e afinco, devotámos à causa oliveirista. 

E se a FP1 com a P1 de Binder, chegou a insinuar cenário em que as KTM se safariam ali para os lados da Malásia, já as restantes sessões tratariam de nos afrouxar ambições, a todos fazendo descer à terra, com o extra nunca desejado de assistirmos a uma Q1 em que o nosso Falcão sofreria, de novo e em parte, aquele pesadelo em que o vemos ao fundo da sala, na última carteira, tipo aluno que se distraiu. 

Não cremos ser o caso, aliás apontamo-lo improvável. 
Lá está! 

Vemos proposto por vezes em alguns palpites, sem no entanto virem assinados e carimbados com um ‘jurar jurado’, a ideia de que por comparação a Brad ou a outros pilotos a questão das décimas que valem ‘degraus escada abaixo’ na situação do 88 se deve a um menor ‘conseguimento’, chamemos-lhe assim, por parte do nosso menino homem herói.

Ora se a perfeição nem na aritmética daqueles que compõe a grelha na MotoGP funciona, sabendo nós de ciência certa que para alguns predestinados a soma de dois mais dois será bem mais do que quatro e que, para outros, semelhante adição poderá inclusive equivaler a uma cruel subtracção, pois o que podemos dizer é que Miguel raramente se engana na correcta aplicação das incógnitas e variáveis que... dele dependam para dar o expectável e máximo uso à tecnologia que o leva para a pista. 

Já das outras, variantes e outras que tais, pois aí é que a porca torce.
O rabo. 

Posto isto, e olhando à corrida propriamente dita, após uma madrugada que começou pelas cinco da matina, com a habitual farândola trazida pelos meninos da Moto3, com os seis primeiros a terminarem dentro da mesma ‘metade de segundo’ vejam-me lá, seguida de uma corrida de Moto2 em que Ai Ogura guardou para a última curva ‘a precipitação de todo um campeonato’, prescindindo de ir à última cartada com manilha, rei, dama e valete de trunfo, ao invés almejando chegar desde logo vestido de Ás da mesa e arredores, já coroado Rei do Baralho, acabando por ser vítima dos deuses da crueldade, aqueles que ‘fazem perder a frente’ sem aviso prévio nem carta registada, necessitando, agora como nunca, que uma cimeira de conjugações conspirem contra Augusto Fernandez e lhe abananem os 9,5 pontos de vantagem com que se vai iniciar Valência. 


E pronto, só pela referência mais detalhada a estas duas corridas, já podem concluir que da principal e a que mais nos interessa, pouco me inspira o teclado.
Mas vamos lá.

Arranque a prometer água na boca do nosso Falcão, crença sólida de que a madrugada se coroaria em início matinal de êxito e motivos de sorriso, até ao momento inglório, e não virgem este ano, de vermos Miguel no elevador que desce, por oposição ao que lhe observávamos até então, secando toda e qualquer pretensão ao paladar que se nos apurava para um cafezinho comemorativo. 

Ah, é sempre a mesma coisa, parece que adivinho no éter que trazem as redes sociais... 
É.
E não é.

Na realidade. Jorge Martin, ou Martinator, como já fez amiúde anteriormente, transformou uma liderança de prova em queda e tudo perdeu, se for disso que falam, aí sim…, parece repetir-se o padrão. Já Miguel, lutando por certo com algo em sua ‘demasiado bipolar KTM’, foi tratando de se manter à tona, garantindo um P13 que nos poderá parecer acinzentado mas que... acrescenta três pontos ao alforge, e que por sua vez significam a chegada a P9 na Geral, por troca com ... Martinator, isso mesmo, ess’outro montando uma Ducati daquelas que parecem reinar em terra de cegos. 

E, já que um pequeníssimo e momentâneo desânimo me levou a tergiversar por outras bandas que não as de Oliveira, algumas pequenas notas em torno do resto da turma. 


Quartararo. Inegavelmente o gajo que sai do bar e enfrenta o bando, sem medos e de punho cerrado, aviando umas biscas certeiras que lhe permitem chegar a Valência e sonhar que tudo vale a pena! 

Bastianini. Se, em corrida anterior, chegou e disse, tirou o chapéu e foi-se, já desta vez pôde apenas fazer como o golfinho, chegou ao topo, fez uma cabriola, e regressou à base a mando do treinador, na cabriola, entretanto, fez lembrar o reboque tipo ACP, passe a publicidade, tirou de aflições e levou para mais à frente o menino que o chefe mandava deixar liderar em paz e sossego… 

Bezzecchi. Mais um da esquadra Ducati, se batesse hoje Fabio na classificação poderia dar o título a Pecco. 
Pois. 
Se a minha avó tivesse rodas, era um camião, se tivesse barba era meu avô! 

Rins, para mal dos nossos pecados, renasceu nestas duas últimas corridas e vai roubando a P8 a Miguel, MM parece estar a dar os últimos retoques, em seu novo fato de pretendente ao que era dele, Binder não faz milagres, Aleix não acaba o seu milagre, e nem um milagre ensina Pol a pilotar uma Honda. 



Bagnaia, provável futuro campeão, inegavelmente um piloto extraordinário, o facto é que não se livrará deste manto de desconfiança, quando vemos sete pajens semeando-lhe flores em seu caminho. 

Um grande amigo meu, com quem aprendi o quase tudo do ‘pouco que sei’, em conversa que mantivemos no pós-bandeirada, defendeu-o, realçando-lhe o ‘arranque canhão’. 
Pois.
Se fosse essa a luta, Miguel e MM seriam talvez os reis de Navarone. 
Mas isto sou eu a dizer parvoíces. 

Y ahorita, venga Valência, por curiosidade em dia de meu aniversário. 
O que peço? 
Que Fabio peut gagner. 
E que vossências se mantenham por aí. 

:)

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Oliveira no exclusivo “clube dos dez mais”

A poucas horas do arranque do Grande Prémio da Austrália, no circuito de Phillip Island, vale bem a pena recordar ainda a vitória do piloto português Miguel Oliveira no Grande Premio da Tailândia, olhando para alguns números e factos que ficaram após mais essa conquista. 


O primeiro número mais relevante já o destaquei na pagina Facebook deste blogue. Com a vitória em Buriram Oliveira conquista a quinta vitória em MotoGP igualando assim Marco Melandri e Franco Uncini, ao mesmo tempo que ultrapassa pilotos absolutamente icónicos como é o caso de John Kocinski e Tadayuki Okada



“Não basta”, “queremos mais”, vociferaram alguns naquela rede social. Oliveira tem de ser comparado “com os melhores”, diziam. Pois bem…, fomos olhar com mais atenção para os números e encontramos diversas curiosidades. 


A maior e mais significativa conclusão a que chegamos é relevante e reveladora: com a vitória na Tailândia, Oliveira entra para um exclusivíssimo clube de apenas dez cavalheiros que consegue cinco ou mais vitórias em três categorias distintas - notem que aqui por categoria distinta consideramos MotoGP, 500cc, 350cc, Noto2, 250cc, Moto3, 125cc. Isto é, Oliveira passa a fazer companhia neste clube a Rossi, Marquez, Hailwood, Pedrosa, Read (recentemente falecido), Biaggi, Capirossi, Melandri e o menos conhecido Gary Hocking. Está bem assim? Mais…, Miguel Oliveira é o primeiro piloto que consegue este resultado (cinco ou mais vitorias) nas categorias de MotoGP, Moto2 e Moto3. Incrível, verdade? 


Miguel Oliveira passa ainda a ser o melhor piloto de sempre KTM no Mundial, isto porque é o primeiro a chegar às cinco vitoria com a marca austríaca na categoria rainha – empatando com Binder no número de vitória totais “ready to race”, desempatando porque tem mais na categoria que realmente conta. Miguel é ainda o primeiro a alcançar sete pódios com a KTM em MotoGP batendo assim Pol Espargaró. 


Miguel Oliveira já é uma lenda. Convençam-se disso que fica mais fácil. Por vezes basta aceitar a realidade para sermos felizes…

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

INTERMOT 2022 As Grandes Feiras estão de regresso

O clássico Bike Show de Outubro voltou! 

Estreias, inovações e eventos. Para os apaixonados do motociclismo e para o comércio especializado do mundo inteiro este é o primeiro grande certame do ano: INTERMOT, a Feira Internacional do motociclo, scooter e E-Bike, de 4 a 9 de Outubro de 2022 em Colónia na Alemanha, organizado pela Koelnmesse GmbH, e patrocinado pela Associação Alemã da Indústria de Motociclos (IVM) que tem sede em Essen. 

Os números impressionam. São cerca de 500 empresas e marcas, de cerca de 29 países, incluindo muitos grandes nomes com vontade de apresentar as suas novidades. 

Além de motos e scooters, a oferta da INTERMOT também abrange acessórios, roupas, peças e customização, equipamentos de viagem e oficina. Contem, entre outros, com a presença da Benelli, BMW Group, Energica, Honda Deutschland, HOREX Motorcycles GmbH, Kawasaki Motors Europe NV, KTM, MSA com a marca Voge, o Grupo Piaggio com as marcas Aprilia, Moto Guzzi e Vespa, SUZUKI Deutschland GmbH, Triumph Motorrad Deutschland GmbH e ZERO Motos

Enquanto os dias 4 e 5 de Outubro de 2022 estão reservados para negócios e reuniões intensivas e discussões para o comércio, a partir de 6 de Outubro de 2022, o evento está aberto a todos os entusiastas do motociclismo para descobrir os destaques do mundo das duas rodas motorizadas. 

A Feira oferecerá ainda eventos especiais, espectáculos vários e teste de novos modelos. Uma festa. Fiquem atentos ao "som do" ESCAPE e das suas redes sociais!

domingo, 2 de janeiro de 2022

Ai está o Dakar

Feliz Ano Novo! E falar em Novo Ano é falar em Dakar. É o que vamos fazer desde já. Todavia, para começo de festa, peço-vos que fixem este nome: ADVHead. A seu tempo, durante o ano que agora começa, muito vão ouvir falar em ADVHead. A seu tempo. 


Para já, ADVHead é um grupo na rede social Facebook (link) animado pelo nosso conhecido Rad Raven. O Rad, tal como fez o ano passado, está com a paixão que o define e orienta a acompanhar ao minuto a 44ª edição da Maratona. E hoje cede ao ESCAPE o resumo do dia - por mim vagamente editado - naquela que foi uma jornada (depois do curto prologo de ontem) já bem a doer. 

O primeiro verdadeiro dia do Dakar e já estávamos na primeira parte, de uma Etapa Maratona…, só que o mau tempo chegou e trouxe inundações e assim, já não haverá Etapa Maratona… 



Mas tudo indica que o mau tempo passou ao lado de Daniel Sanders que manteve a mesma estratégia do Prólogo, para hoje. Punho trancado e deixar a concorrência para trás, parece que é tudo o que o jovem australiano tem em mente. “Chucky” percorreu os 338km, com várias secções técnicas, fazendo uma impressionante média de 90.9km/h, tendo em conta o terreno que enfrentava… não deixando assim, uma tarefa fácil aos seus adversários, melhorarem o seu tempo total de 3H 43’10”. 

Pablo Quintanilla também vem com a mesma atitude desde o prólogo, e de faca nos dentes, fez quase a mesma média (90.02 km/h), que ao final de 338km, fazia com que Pablo cortasse a meta 2’07” mais tarde que Sanders. A grande questão é: estará Pablo a controlar o andamento do australiano para o seguir de perto, ou não estará mesmo a conseguir acompanhá-lo?! 


Em terceiro lugar, vinha Matthias Walkner, o actual Campeão do Mundo de Cross Country Rally, fazendo mais 8’44” que Sanders, o que demonstra bem o ritmo que os dois pilotos da frente estão a impôr. Embora talvez mais cauteloso, o austríaco sobe 2 posições na geral, passando a ser 3º, o que demonstra bem as suas intenções. 


Mas a maior surpresa do dia foi ver o rookie Mason Klein, que depois de uma prestação mais cautelosa no prólogo, deve estar extasiado por se ver a chegar ao fim desta etapa em 4º lugar, e foi apenas por 13” que não ia fazendo o seu primeiro pódio, no Dakar. Isto é bem capaz de estar a deixar Bradley Cox um bocadinho nervoso, que perde assim a liderança dos Rookies, para Klein. 

Aproveito para falar um bocadinho sobre este Rookie que é outra das grandes promessas para este ano. Com um passado nas duas rodas desde criança Mason, descobriu os Cross Country Rally à relativamente pouco tempo, mas sai de 2021 com um 5º lugar no Sonora Rally, atrás de nomes como Ricky Brabec ou Najo Cornejo, e um 1º posto na categoria de Rally 2, no Rally de Marrocos. Mason diz que o seu forte é a navegação, e decidiu que a primeira metade da Etapa Maratona, seria a altura ideal para mostrar as suas garras. Assim, depois de uma prestação como esta, esperemos que os ventos do deserto soprem a seu favor, pois provavelmente voltaremos a ouvir falar dele. 

Lorenzo Santolino surgia hoje a fechar o Top 5, um resultado mais alinhado com 6º lugar que fez no ano passado. Ontem, com um ritmo bastante mais reservado, o Team Sherco fez 21º e 22º lugar do prólogo, mas hoje entrou na etapa completamente ao ataque, mesmo assim demorando mais 10’04” que Sanders, para completar os 338km da especial. Lorenzo sobe assim uns estrondosos catorze lugares na geral, não deixando margem para dúvidas que as Sherco estão à altura de competir pelos lugares da frente. 


Com apenas mais dois segundos de diferença para Santolini, Adrien Van Beveran confirma a sua boa forma e encontra-se em óptima posição, para continuar a fazer uma boa prova, e quem sabe alcançar os seus objectivos. 

Outro piloto que teve uma prestação muito discreta no prólogo (tal como mencionei ontem), Xavier de Soultrait entrou hoje também ao ataque, fazendo o 7º melhor tempo, mas mesmo assim a somar mais 12’01” de atraso. O Visconde de Soultrait sobe assim doze posições na geral, para estar agora na 8ª posição. 

Em 8º lugar desta etapa, chegava Sam Sunderlan, com a sua estratégia típica de ir atacando o suficiente, para não se distanciar muito dos lugares da frente. Acabou por perder mais 13’01”, mas mesmo assim, sobe 2 posições na geral para ocupar agora o 6º lugar. Já conta é quase 16’ de atraso, para Sanders. 


Skyler Howes que ontem quase nos deixava preocupados com o seu 26º lugar no prólogo, parece que iniciou a sua recuperação, subindo 16 lugares na geral, catapultando-se assim para dentro do Top 10, mas com uns já significativos 25’12” de atraso.

Ross Branch teve hoje alguns problemas de navegação, tendo que contentar-se com a 10ª posição, descendo 6 posições na geral, ocupando agora a 9º posição e está a 19’ 21” da frente. Pelo que ficámos a conhecer de Ross no ano passado, com certeza que iremos vê-lo ao ataque nos próximos dias, para abater o prejuízo. 

Por lapso, ontem esqueci-me de mencionar como Danillo Petrucci se vem a dar na sua estreia no Dakar, e depois de um 23º lugar, ontem no Prólogo, Petrucci fez hoje um excelente 13º lugar nesta especial, subindo uma dezena de posições, para se contar agora em 13º posição da geral. 

Logo de seguida em 14º lugar vem o nosso Major Maio (sim… parece que foi promovido, mesmo antes de arrancar para o Dakar…obrigado pela dica, Pedro Almeida). Maio aponta-se como um dos portugueses favoritos e vem ao Dakar, não só para chegar ao fim, mas também para melhorar o seu 27º de 2020. O Major sobe quinze posições na geral, passando a ocupar agora a 15ª posição. Este resultado deixa-nos bastante contentes, mas é um pau de dois bicos, pois Maio certamente que amanhã vai estar a arrancar numa posição pouco vantajosa. 

OS PORTUGUESES 
O segundo melhor Português foi Joaquim Rodrigues que sofreu do mesmo mal de muitos, tendo andado perdido, depois do primeiro ponto de abastecimento. JRod não conseguiu assim melhor que o 38º lugar, perdendo mais de 53 minutos, o que o empurra para 30º lugar da geral. 


Hoje, o terceiro melhor Português foi Alexandre Azinhais que andou a muito bom ritmo, chegando mesmo a ultrapassar alguns pilotos em pista, e embora também tenha caído no mesma “ratoeira” de navegação que JRod, andou muito menos tempo perdido. Terminou assim na 63º, subindo vinte posições no ranking, estando agora em 66º lugar da geral. Esperemos que continue assim! Paulo Oliveira (com a bandeira de Moçambique) era o próximo a aparecer na lista, que num dia atribulado como hoje, se pode considerar que fez um excelente 78º lugar e um pouco mais atrás em 81º chegava, Rui Gonçalves. Rui arrancou num ritmo animado, chegando a andar taco a taco com Nacho Cornejo e Skyler Howes durante um bom bocado, mas depois ficou parado durante largos minutos… presumo que por causa de algum problema técnico. Voltou a conseguir meter a sua moto em andamento e adotou um ritmo bastante forte, mas depois, cometeu o mesmo erro de navegação que JRod (e muitos outros pilotos, como poderão ver mais à frente), o que tudo junto, contribui para um desastroso prejuízo de 1H 41’21”. 

Rui, desce assim para 70º posição da geral e tem agora 2H 15’25” de atraso para o primeiro…, pois em cima de todo o azar, ainda levou com uma penalização de 15’ (desconhecemos a causa). Esperemos que tenha mais sorte nos próximos dias. Pedro Bianchi Prata apresentou um andamento muito regular e conseguiu a 79º posição, subindo 33 lugares na tabela, para agora ocupar o 80º lugar. Paulo Oliveira, fez o 82º lugar e Mário Patrão não conseguiu melhor que 110º, depois de andar perdidíssimo, no mesmo sítio onde parece que quase todos se perderam


Arunas Gelazninkas foi hoje o melhor dos Original by Motul, conseguindo um brilhante 18º lugar da geral. O vencedor dos Original no ano passado, fez uma etapa impecável, sem falhas na navegação, o que lhe permitiu assim ascender à liderança dos Malle Moto. 

Mirjan Pol foi a melhor das senhoras de hoje, fazendo a navegação mais limpa de todas as meninas, o que lhe permitiu ganhar praticamente 1 hora, sobre as suas adversárias nesta etapa, estando agora a liderar o ranking com 1H 26’41” de vantagem. A estreante Sandra Gomes apesar de também ter andado perdida no mesmo sítio que “toda a gente”, já imprimiu um ritmo mais condigno da sua reputação, chegando a ultrapassar alguns pilotos em pista e deixando outros tantos para trás, mas mesmo assim não conseguia melhor que o 98º lugar, da geral. Aurey Rossat chegava em 118º e Sarita que andou mesmo muito tempo perdida no “tal sítio”, fazia o 123º lugar, mas mantém-se na terceira posição, agora a 24’49” da sua compatriota. 


Em destaque pela negativa, está Kevin Benavides que apesar de ter arrancado completamente ao ataque, não conseguiu fazer melhor que o 20º lugar, pois acabou por ter graves problemas de navegação que o fizeram andar para trás e para a frente, no “tal sítio”, caindo assim 10 lugares na geral, empurrando-o para a 14º posição, ficando a correr atrás de um prejuízo de 36’26”, para apanhar o primeiro… 

THIS IS JUST THE BEGINNING
Foram mesmo muitos os pilotos de ponta que tiveram problemas com a navegação, depois do primeiro abastecimento. No Live Tracking podemos observá-los a andarem em várias direcções, alguns com mais de 3 tentativas frustradas, até voltarem a conseguir encontrar o track. Podemos somar a essa lista: Joan Barreda - 23º, Andrew Short - 26º, Toby Price - 27º, Nacho Cornejo - 29º, Joaquim Rodrigues - 38º, Ricky Brabec - 39º Luciano Benavides - 40º e Martin Michek - 42º. 


Ainda faltam muitas etapas e muitos quilómetros, por isso, a única coisa que sabemos, é que os pilotos que vão mais à frente, arriscaram bastante logo desde o início, e já estão a colher os primeiros frutos! O grande mistério é saber, se não os colheram cedo demais… 

A dinâmica da prova alterou radicalmente, pois no ano passado não vimos ninguém a ganhar duas etapas de seguida, nem o segundo lugar, a manter-se no mesmo participante…, vamos ver se esta tendência se mantém com a etapa de amanhã, que já não é a segunda metade da “Etapa Maratona”, por ter sido cancelada pelo mau tempo, o que vai beneficiar quem atacou muito hoje e poderia já não ter os pneus, no melhor estado…



quarta-feira, 16 de junho de 2021

Cinco razões para falar de Miguel Oliveira

Em semana de regresso às pistas, desta vez no Sachsenring em Hohenstein- Ernstthal, para o Liqui Moly Motorrad Grand Prix Deutschland, nada como olhar de forma mais pausada para o que anda afinal Miguel Oliveira a fazer e já agora sonhar um pouco com o que poderá vir a fazer num futuro muito próximo.


No rescaldo da vitória na Catalunha o ESCAPE reagiu a quente na sua página de facebook e não se enganou. Foi uma “corrida absolutamente perfeita”, escrevi. E foi mesmo. As palavras são intensas e em bom rigor até pecam por escassas. Para além da perfeição aquela foi inequivocamente a melhor corrida de sempre de Oliveira. 

E não sou apenas eu que o digo. Num texto muito comentado na Rede, o jornalista Nacho Gonzáles da insuspeita MOTOCICLISMO Espanha explica as cinco razões pelas quais devemos falar em Miguel Oliveira. Não apenas aqui em Portugal. E sim por esse mundo fora. 

Primeira. E óbvia. O Miguel venceu uma corrida de MotoGp deixado todo o demais pelotão para trás. Nunca esquecer. Ganhar em motociclismo é isso mesmo: deixar toda a gente para traz. E o Miguel voltou a faze-lo. 

Segunda. Na verdade isto da vitória de Oliveira começa de facto a ser um hábito ou costume. Foi a terceira vez nas últimas dezassete corridas. Apenas Quartararo venceu mais, quatro em dezassete. 

Terceira. Oliveira somou uns impressionantes 45 pontos nas suas últimas duas corridas. Mais do que um resultado estamos claramente perante uma tendência. E como se diz em mercados financeiros: the trend is your friend. 

Quarta. Nas mãos de Miguel Oliveira a KTM rompeu aquela que aparentava ser uma divisão do poder e das vitórias entre os nipónicos da Yamaha e os italianos da Ducati. 

Quinta. E possivelmente a mais importante. Há que sublinhar uma vez mais a perfeição da vitória de Oliveira na Catalunha. Espaçadamente existiram pilotos mais rápidos é verdade. Mas ninguém conseguiu bater Miguel Oliveira. 

Aqui chegados só podemos estar super mega híper ansiosos pela próxima entrada em pista de Miguel Oliveira. É absolutamente histórico. Nunca tantos, cá e lá foram, estiveram de olho num motociclista português. Ah…, e já agora fica a partilha: vale a pena ler todo o texto do Nacho aqui (link).

sábado, 9 de janeiro de 2021

Dakar um balanço da primeira semana

“Um desafio para quem parte, um sonho para quem fica”. A célebre frase que Thierry Sabine terá dito um dia é já um lugar-comum. Mas é o que é. E a cada ano que passa por cada motociclista que decide aceitar o desafiar milhares ficam em casa a sonhar. 


Esta edição, a segunda na “pleasure room” de dimensões infinitas que responde pelo nome de Arábia Saudita, está a surpreender. Tem sido uma corrida insana e intensa. Imprevisível e apaixonante. Que nos agarra manhã cedo a dispositivos electrónicos e suas aplicações para viver a corrida o mais próximo possível de onde ela se disputa. É o sonho… 


Este ESCAPE tem hoje a sorte e o prazer de reproduzir o pequeno mas objectivo balanço desta louca primeira semana de prova cedido por João Carlos Costa, o jornalista que acompanha a épica Maratona para o canal internacional Eurosport, e enriquece com o seu comentário e analise as breves imagens que a ASO disponibiliza. Obrigado João, continuação de bom trabalho para segunda semana de prova. 

Não tenho dúvida que estamos a viver um Dakar de "outro mundo". Um líder diferente todos os dias, ainda que Toby Price tenha passado duas vezes pelo comando (Etapas 1 e 6). Mas, mais impressionante, é efeito yo-yo no Top 12 da geral: até agora só três pilotos conseguiram manter a posição de um dia para outro - os dois Benavides e Howes, mas nunca três dias seguidos. Temos os sete primeiros em 6m25s, quarto e quintos empatados ao segundo e há treze pilotos em menos de vinte minutos. 

Sem etapas de partida em linha também na segunda semana, esta montanha-russa de quem parte na frente para a pista acaba por perder tempo, será para manter. Muito possivelmente serão os pneus a ter uma grande palavra a dizer, pois há apenas seis pneumáticos posteriores para todos os pilotos Elite. E vamos ver se surgem ordens de equipa. 

A Honda, dirigida pelo português Rúben Faria, tem os seus pilotos de fábrica em 2º / 3º / 7º / 13º, enquanto os da KTM estão em 1º / 6º / 24º, mas a marca austríaca dispõe de dois "jokers" em Howes (9º) e Sanders (12º). Já os Yamaha Boys ocupam a 4ª / 15ª / 16ª posições, vindo os da Husqvarna em 10º / 11º, mas com o semi-oficial De Soultrait em 5º. A Sherco tem o 8º posto e Rui Gonçalves em 28º. As marcas oficiais estão todas representadas no top 10, menos a Hero e a Gas Gas

 Melhor? Só de encomenda...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Mercado mantém sinais positivos

Com o ano a terminar, ficando apenas em falta os números deste mês que corre, Dezembro, é tempo de fazer um novo “resumo da matéria dada” no que à venda de motociclos novos diz respeito. 

Apesar da situação sanitária por todos conhecida, estamos a ter um ano de sinais positivos e encorajantes. Os números que tivemos acesso, números que sublinhamos desde já são números oficiais ACAP, Associação Automóvel de Portugal, apontam para uma queda de apenas 5,3% no mercado global, ou seja, ciclomotores, motociclos, triciclos e quadriciclos, com o passado mês de Novembro a regista uma surpreendente evolução favorável de 19,6 por cento. 

Todavia, na opinião deste ESCAPE, os números a reter e discutir são os números que dizem respeito aos motociclos tal como nós os conhecemos, isto é, veículos acima dos 125cc. Aqui em Novembro o mercado subiu quase 14% face a igual período do ano anterior, 2019. Este sinal positivo ajuda a amenizar o resultado do catastrófico confinamento registado no segundo trimestre deste ano, onde marcas houve que durante semanas a fio não venderam um único motociclo. 



De Janeiro a Novembro o mercado de motociclos regista então uma queda de pouco mais de sete por cento. Ainda assim, sublinhamos, queda bem menos acentuada do que poderíamos esperar no primeiro semestre deste estranho 2020. 

Olhando para as marcas…, a Honda apesar de ter um ano de evolução negativa mantém uma liderança solida – fica com bem mais de um quarto do total das vendas – mas vê Yamaha e BMW acrescerem na quota de mercado com destaque para a marca germânica que está a ter um ano glorioso, a crescer quase 20%. 

Nos lugares secundários, as marcas de uma forma geral seguem a tendência geral de mercado. Com sinal positivo vale a pena destacar a chinesa Zontes, a manter um lugar no top ten, e o mês excelente da Triumph onde coloca quase o dobro dos veículos no mercado face a igual mês de Novembro de 2019. Sinal menos para Kawasaki e H-D com quebras anuais de cerca de um terço nas vendas. 

Uma das lições deste 2020 é a de que há espaço, muito espaço, para crescer. Seria importante encontrar estratégias e tácitas que potenciassem esse crescimento. Face ao esforço que se fez noutros países europeus pelo uso da moto, campanhas como aquela que a ACAP promoveu este ano denominada “Vai de Moto” dá dó e mesmo vergonha alheia, de tão paupérrima que é. Não nos podemos contentar com o “é melhor que nada” e o “poucachinho”. Sejamos ambiciosos. E apaixonados pelo que fazemos. Todos!

domingo, 4 de outubro de 2020

Novidades Trail 2021- Aprilia, Benelli, Ducati e Honda

Ducati. “Quatro é mais leve do que dois. Também pode ser mais compacto. 15 de Outubro. Estejam prontos para mudar o paradigma“. Não é preciso ser bruxo. Tudo indica que a Multistrada V4 vai ser revelada já no próximo dia 15. De recordar que o V4 fez a sua estreia na superdesportiva Panigale dando depois origem à Streetfighter V4 – aqui (link) recentemente provada por este ESCAPE. Claudio Domenicali nunca escondeu que o foco seria a Multistrada receber este motor. Alguns dizem que estaremos perante uma moto praticamente nova e não apenas uma versão revista e ampliada da actual Multistrada. Úúúééépáááhhhhh…, a especulação por essa Rede fora aponta para um motor a debitar 180 cavalos, ou até um pouco mais. Desejamos tanto, mas tanto que tudo isto seja verdade. Dia 15 <3  



Aprilia. Tuareg, o modelo lendário da Aprilia parece estar de regresso. Já lá vai cerca de um quarto de século desde que em Noale se produziu a última Tuareg. Nesse dia começou a espera. E a espera parece estar a chegar ao fim. Ainda em testes, as imagens vindas a público sugerem jantes de raios de 21 e 18 polegadas, suspensões de longo curso, motor bicilindrico paralelo 660cc que já equipa a RS e a Tuono (100Cv?) e electrónica contemporânea tudo adicionado num conjunto que visa ombrear com Yamaha Tenere 700, BMW F 750 GS, KTM 790 Adventure R e, quem sabe uma possível Honda Africa Twin 800cc. Alguns dizem que aqui a espera pode ainda demorar. Ninguém sabe se a versão final a comercializar estará disponível já em 2021 ou apenas no ano seguinte. 



Benelli. A QJ Motor, marca chinesa com a qual a Zhejiang Qianjiang, proprietária da Benelli vende algumas das suas motos, tem estado muito ativa nas últimas semanas. Uma das novidades é a QJMotor SRB750 que ao que tudo indica será muito mais do que a base da tão aguardada nova Benelli TRK 800. Esta deverá partilhar quadro e motor da irmã QJ. Podem contar com inspiração no desenho da bem sucedida TRK 502, suspensões de longo curso seguramente de origem Marzocchi e um motor bicilindrico a debitar cerca de oitenta cavalos. 


Honda. Young Machine é a publicação que todos consultam e ninguém, consegue ler. Porque é escrita em…, japonês. Há dias os nipónicos levantaram o rumor que a Honda estava a trabalhar numa versão 250cc da Africa Twin. Os caçadores de cliques não perderam nem um segundo e partiram rapidamente para a clássica “invenção”. Faz parte. E até é divertido, no fundo. O que sabemos, porque o passado nos ensina, é que em tempos tivemos uma (saudosa) Honda NX 250 que era uma verdadeira pequena africana e mais recentemente assistimos até a uma Honda XL 125 Varadero. O Rumor de uma CRF em versão 800cc mantém-se também activo – até neste texto. Mas nada se sabe para além da mera especulação. 

Nota final para dar conta do cancelamento do Salão de Tóquio agendado para Março de 2021 devido a atual crise sanitária.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

A vitória de Oliveira vista lá fora

Domingo brilhou na pista austríaca. Ontem e hoje brilha nos cintilantes ecrãs dos aparelhos que nos ligam ao mundo. São palavras cheias, bonitas e inteiramente merecidas para quem tem dedicado uma vida inteira a um só ambicioso objectivo: vencer ao mais alto nível no motociclismo de velocidade. 


Vale desde logo a pena ler o influente jornalista Nacho Gonzaléz que escreve assim na MOTOCICLISMO espanhola (link): Fue una victoria más que merecida. Una carrera es lo que pasa desde que se apaga el semáforo hasta que cae la bandera ajedrezada, no hasta la última curva. Y en ese lapso de tiempo Oliveira tardó menos tiempo que nadie en base a una sencilla fórmula: fue tan rápido como los que más y cometió menos errores, una actuación perfecta que rubricó con una última curva magistral para dejar boquiabiertos a Miller, Espargaró y todo el mundo. No fue solo una victoria merecida, fue más que eso. Fue el triunfo de la humildad, del trabajo, de la dedicación de un tipo que procede de un país sin tradición en las dos ruedas, que carga sobre sí mismo el peso de una bandera y que ha pasado por momentos realmente duros en su trayectoria

Já o decano Mat Oxley escreve no MotorSport aquele que para alguns é o mais rasgado elogio feito até agora por parte da comunicação social estrangeira (link). Oxley explica aos menos atentos que Oliveira “não caiu do céu”. São muitos anos de trabalho, esforço e empenho. De Miguel e do seu pai Paulo. E remata: The 25-year-old is the new Andrea Dovizioso: highly intelligent, very thoughtful and cool, calm and collected. This is the attitude you need to succeed in MotoGP. And just like Dovizioso, he crashes very rarely – collisions excluded – because he knows when it’s worth taking risks and when it’s better to stay healthy and wait for better times.

Em países com cultura desportiva para além do futebol, os heróis são tratados assim. Este ESCAPE recomenda a leitura completa e atenta dos textos originais. 

domingo, 23 de agosto de 2020

Onde estavas quando choraste com a primeira vitória do Miguel Oliveira em MotoGP?

Dia de puxar dos lenços. E dos galões também. Dia difícil. Porque não é fácil traduzir por palavras o que sentimos no curto espaço que medeia entre aquela última curva do circuito austríaco e a bandeirada de xadrez. 


Sim, gritei. Pulei. Bati na parede. E chorei. E voltei a emocionar-me com o a subida ao pódio e o hino. O hino de um país que despreza o motociclismo. O mesmo hino do país de um rapaz de Almada que tem passado toda a sua vida a trabalhar árdua e honestamente para momentos como o de hoje: vencer, vencer de bandeira portuguesa ao ombro. Que lição! 

Puxar dos galões. É inevitável. São pouquíssimos aqueles que como eu acompanham desde sempre a carreira do Miguel. 2005, aqui (link) já acompanhava a carreira do Miguel, tinha ele 10 anos. 2008, aqui (link) escrevi que Miguel Oliveira seria no futuro o primeiro português campeão mundial de MotoGP. Não foi hoje, é verdade. Duvidei muito que essas minhas palavras se efectivassem. Hoje fiz as pazes. Fizemos as pazes com tanta coisa. E é tão bom fazer as pazes.

Puxar dos lenços. Nas últimas voltas da épica corrida de hoje o Miguel tinha dois objectivos. Segurar aquilo que seria o seu primeiro pódio. E, acontecendo, aproveitar a luta pela vitória que se desenhava bem na sua frente caso acontecesse um erro. E tudo o Miguel levou. A palavra chave até já tinha sido por ele enunciada: inteligência. 

Foi em casa. Entre um mergulho matinal na eterna Caparica e um almoço rápido antes de ir para o trabalho - sim, trabalho, ao domingo não e só para o Miguel, o rapaz honesto– que gritei, pulei e chorei. 

Apaixonante. Emocionante. Inesquecível. Revendo a corrida com a frieza possível, sabemos que esta é uma vitória não do momento mas sim do trabalho, do esforço, da dedicação, da paixão. De anos e anos a fio. Uma vitória inteiramente justa. Uma vitória do melhor piloto em pista neste dia. Uma vitória que sabemos será repetida no futuro, Uma vitória que nos faz sonhar. Ousar o aparentemente impossível. Em 2008 como hoje, escrevo: Miguel Oliveira será o primeiro português campeão mundial de MotoGP. 

Parabéns Miguel. Mas como bem sabes o trabalho ainda só agora começou. Como Camões escreveu um dia no canto X dos Lusíadas: que nunca te “falte na vida honesto estudo”.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

CFMoto 650MT Adventure à prova

O JP Cruz tinha uma Suzuki Gs 500. Tal como o Mano Mitra. O Markulinio uma Yamaha XJ 600S Diversion. E o Moniz a versão anterior, XJ 600 que com a sua semi-carnagem e farol quadrado…, parecia saída de um dos episódios da saga Mad Max. A minha primeira vez numa moto de verdade foi inesquecível, à pendura de uma Kawa GPz 550. E mais tarde tive uma Honda NTV 650.

Foto: Gonçalo Fabião

Motos como estas, médias cilindradas honestas, fáceis de utilizar e económicas, fizeram de nós e de toda uma geração belos motociclistas. Gente mais nova que nós teve oportunidade de conhecer e amar a Honda CB 500. Muitas ainda por ai andam, diariamente, em entregas e outros trabalhos. Uma passou por mim hoje de gás aberto a fazer inveja… 

Foto: Gonçalo Fabião

Não gostando de produzir este tipo de afirmações, pois cada um de si melhor saberá, desta feita o ESCAPE arrisca: comprar, desfrutar, viajar até, numa moto de média cilindrada boa e barata é um passo absolutamente fundamental para o ser em si de todo o motociclista. Notem: têm aqui uma bela e honesta oportunidade de o fazer. É pois para todos aqueles que um dia desejam ser motociclistas que a marca chinesa produz e comercializa esta bonita CFMoto 650, aqui provada na versão que ambiciona ser o mais abrangente possível. 

PRAGMATISMO RUMO AO FUTURO 
Antes de continuar, convém elucidar os menos atentos que a CFMoto tem cerca de três décadas de experiência no desenvolvimento de soluções de mobilidade de duas e quatro rodas designadamente naqueles estranhos veículos denominados de ATV e SSV, segmento onde proclama a liderança no mercado europeu. No mais, a CFMoto estabeleceu um largo acordo de parceria estratégica com a austríaca KTM, permitindo às duas gigantes, europeia e chinesa, crescerem de mãos dadas. O Mercado começará a conhecer os resultados desta surpreendente Joint Venture ainda este ano e…, preparem-se amigos: 2021 promete revelar uma pequena revolução a partir do trabalho conjunto entre estes dois colossos. 

Foto: Gonçalo Fabião

Mas…, e há sempre um mas…, tem de haver sempre um ponto de partida para o caminho ser realizado. Esta 650MT agora provada tem de ser interpretada como um passo necessário rumo a um Admirável Mundo Novo. Desenhada pela famosa casa austríaca Kiska Design, a CFMoto 650MT Adventure mostra roupagens modernas e evoluídas rumo ao futuro. Por baixo do manto e nalguns detalhes vamos, todavia, encontrar soluções já com alguns anos como é o motor de origem Kawasaki – Versys 650 – bem como o quadro que o suporta

Foto: Gonçalo Fabião

ESCOLA DE MOTOCICLISMO 
Com uma posição de condução demasiado conservadora (guiador pouco largo), o conforto de um banco demasiado estreito e de uma suspensão algo seca penaliza o comportamento agradável do conjunto onde a nota muito positiva vai para um bicilindrico sempre disponível e alegre - com injecção parametrizada pela Bosch, o motor oferece uns belos 70 cv às 8.750 rpm, e 62 Nm às 7.000 rpm - bem como para uma surpreendentemente precisa transmissão inicial e final. Já a protecção aerodinâmica é ineficaz e ruidosa e a travagem apenas cumpre. Como aspectos amplamente positivos, para além do motor e caixa, encontramos um grupo óptico que faz inveja a muita moto de classe e uma economia que é uma delícia

Foto: Gonçalo Fabião

Esta bela escola de motociclismo chamada CFMoto 650MT, solicitou apenas 4,3 litros daquele líquido inflamável que tanto adoramos por cem quilómetros de honestidade. A marca pede uma transferência bancária de apenas 6.990€ para levar esta sonhadora estrada fora nas aventuras do dia-a-dia, quem sabe até umas pequenas férias fora do país, como eu fiz a minha primeira aventura fora de Portugal, de NTV 650, em 1997, pelos belos Picos da Europa das Astúrias e Cantábria.
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