terça-feira, 27 de julho de 2021

Tertúlia do ESCAPE em Góis

Terminou a longa espera. A notável Tertúlia do ESCAPE está de volta. E logo em Góis, uma das catedrais do motociclismo e do mototurismo em Portugal. Que maravilha. Este blogue não podia estar mais orgulhoso! 

Esta décima quinta edição da Tertúlia surge a convite do Góis Moto Clube e está inserida no Góis Moto Village

Este será um evento que decorrerá durante todo o mês de Agosto e pretende comemorar e assinalar a concentração de Góis, oferecendo assim um tributo à cultura motociclista. A célebre concentração não terá lugar este ano, todavia é preciso “não baixar os braços e reinventar-se, criando um novo conceito de complemento ao certame”, sublinha o Góis Moto Clube. 

Para além da Tertúlia do ESCAPE, o início das actividades está pois previsto já para o primeiro fim-de-semana de Agosto, com a exposição de fotografia Ponto de Fuga, de Tiago Miranda e textos de Ricardo Marques. 

Esta mostra pretende revelar a diversidade do imaginário motociclístico de Portugal. Além da exposição, durante o mês de Agosto, o Góis Moto Village que é ainda “dedicado aos filmes, destinados aos amantes das duas rodas e do cinema”, vai “reunir construtores e customizadores de motos, pilotos, artistas, realizadores e actores, que são protagonistas de filmes cuja temática é o universo motociclista”.

No programa de actividades, “estão ainda previstas conferências sobre diversos assuntos de interesse aos apaixonados pelas duas rodas e por Góis” como ‘workshops’ de segurança rodoviária e exposições de motos e de fotografia, em locais simbólicos da vila. E no dia 13 de agosto, será “assinado um protocolo de geminação entre o Clube Motard de Chaves, o Góis Moto Clube e o Moto Clube de Faro, com o objetivo de criar relações que permitam estabelecer laços de cooperação com o mote da EN2” (Estrada Nacional 2). 


Quanto à Tertúlia do ESCAPE, convém desde já recordar que Tertúlia é, na sua essência, uma reunião de amigos, familiares ou simplesmente frequentadores de um local, que se juntam de forma mais ou menos regular, para discutir vários temas e assuntos. Nas Tertúlias do Escape pretende-se discutir motos, motociclismo e viagens. À maneira antiga. Longe dos teclados, cara a cara e com uma cafezada por companhia. 

E é tão simplesmente isto mesmo que vamos fazer já no próximo sábado, 31 de Julho, pelas 18 horas, no parque do cerejal em Góis. Ao ar livre e com a aragem fresca do Rio Ceira por companhia: discutir motociclismo, viagens e comunicação.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Será esta a primeira praia motociclista em Portugal?

Confesso. É um sonho antigo. Para quem ama motos e praia de igual forma, não haveria nada melhor do que uma praia onde o motociclismo fosse Rei. Será esta? Será agora? 

Mas deixem-me iniciar este texto de forma diversa, começando não com uma declaração de interesses mas sim com uma declaração de desinteresses. Não tenho, enquanto autor deste blogue, qualquer motivação política. Ou seja, para que fique bem claro, o ESCAPE, é totalmente apolítico. Ficou mesmo claro? Espero que sim! Escrito isto, deixem-me elogiar Setúbal e os seus responsáveis políticos, por favor. 


Ao contrário de Lisboa, onde vivo, local onde o motociclismo e os motociclistas são desconsiderados pelos loucos econtontos que nos administram, Setúbal tem marcado pontos com uma política de mobilidade racional, onde o uso do motociclo enquanto alternativa ecológica é alvo de discriminação positiva.

Em Lisboa, local onde vivo, sublinho, as faixas de rodagem têm vindo a ser reduzidas na sua largura quando não totalmente obliteradas, provocando dificuldade na circulação e até o caos nalgumas artérias fundamentais, como é o caso do crime que foi levado a cabo na Avenida Almirante Reis – nem ambulâncias e outros veículos de socorro passam. 

Já em Setúbal, desse 2018, os únicos veículos motorizados que livremente durante o verão podem aceder às melhores praias da Arrábida - por alguns considerados as melhores da Europa - são os motociclos. Parece impossível, não é? Mas é verdade. As melhores praias da Europa estão mesmo em modo “motorcycle only”. 

E agora Setúbal foi mais longe. As queixas no que toca à segurança das motos parqueadas junto das praias da região, pode mesmo ter encontrado um fim. Tudo por culpa deste parque de estacionamento, literalmente na praia, onde as motos ficam ao alcance do olhar, e se nos distraímos está por ali um segurança que pode ser útil. Alí cabem seguramente, pelo menos, umas cinquenta motos. 

É de aproveitar este raro sintoma de racionalidade dos nossos políticos. O Portinho da Arrábida, mais concretamente a Praia do Creiro, pode assim ser a primeira praia motociclista em Portugal. Usem-na com educação e respeito. Não tirando nada e deixando apenas as vossas pegadas. Obrigado!! 

Aqui no ESCAPE não somos ingénuos e sabemos que estamos em tempo de eleições autárquicas, já no fim de Setembro. Sabemos que a responsável autárquica de Setúbal concorre agora a Almada, aqui junto a Lisboa. E honestamente, que vença e continue o bom trabalho em prole dos interessa dos motociclistas e do motociclismo, a única coisa que interessa politicamente a este blogue.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Suzuki GSX 1300R Hayabusa à prova

“Então Pedro, gostaste do falcão peregrino?”. 

Eh pah, oh Zé…, faz nos um favor. Cala-te lá com a lengalenga do “falcão peregrino” da “casa de Hamamatsu”. Para onde quer nos viremos, é sempre a mesma cantiga. Até parece que me estás a perguntar qual é o melhor local no Algarve para comer “frangos da Guia”. E se julgas, Zé, que a nova Hayabusa é uma moto perfeita só porque é a forma mais barata de chegar dos zero aos trezentos km/h, estás muito enganado…

Foto: Gonçalo Fabião

A LENDA VIVE 
31 de Dezembro de 2018. Choque e espanto. A Suzuki GSX 1300R Hayabusa deixava de ser comercializada na Europa. Os ecotontos não poupam nada nem ninguém. E a entrada em vigor da norma Euro 4 em 2016 - havia uma espécie de moratória de dois anos para os modelos já em comercialização - obrigou a Suzuki a colocar um ponto final ao reinado da Hayabusa naquela data. 

Foto: Gonçalo Fabião

Apesar de para alguns se apresentar mais feia do que um besugo com três dias de praça, a Suzuki GSX 1300 R Hayabusa tinha sido a primeira mota de produção na história a superar a lendária barreira dos 300 km/h. Na verdade, superar os 300 km/h exigiu não só um esforço para apresentar um motor potente e uma ciclística à prova de bala, mas também uma aerodinâmica absolutamente competente. A engenharia da Suzuki defendeu-se quanto ao aspecto de peixe fedorento: “é uma moto esculpida pelo vento”. 

HYPER SPORT TOURER? 
Certo é que a Hayabusa recolheu uma enorme legião de fãs. Foram quase duas centenas de milhar de unidades fabricadas e vendidas por esse mundo fora desde 1999 – e não desde 1994 como erradamente referi no “live” que fiz na pagina de facebook deste blogue (link). Há mesmo muitos fãs do modelo com duas na garagem. Uma da original classe de 99 e outra da classe de 2008 (redesenho e introdução de ABS). Agora podem adicionar-lhes a classe de 2021: uma terceira geração da Hayabusa que se equipa com as mais recentes inovações tecnológicas no sentido de oferecer uma moto contemporânea, com substanciais doses de controlo, conforto, segurança e confiança. A derradeira Hyper Sport, diz-se. 

Foto: Gonçalo Fabião

Hyper quê? Pois…, aqui este vosso ESCAPE, partilha da opinião daqueles que colocam esta moto no enorme saco das sport-turismo e não no segmento das híper-mega-ulta-coiso-desportivas. E é a realidade que assim o exige. Há quem atravesse o continente europeu de Hayabusa. Não é que tal não seja possível de super-desportiva. Mas a forma como uma boa parte dos seus proprietários dá uso à GSX 1300R leva-nos a considerá-la uma verdadeira sport-tourer. Ainda que…, no limite da matriz, obviamente do lado das desportivas e não das turísticas. 

REFINADA 
A novíssima Suzuki GSX 1300R Hayabusa monta um renovado tetracilindrico de 1340cc capaz de fazer girar o centro da terra (150Nm, 190 cv), num novo quadro de dupla trave em alumínio. A electrónica é rainha e, entre outros mimos, contem com o sistema inteligente de condução Suzuki denominado Suzuki Intelligent Ride System (S.I.R.S.) que oferece o selector de modo de condução ALPHA (SDMS-α) com três modos de fábrica (A-Ativo B-Básico C-Conforto) e mais 3 modos totalmente parametrizáveis. Contem também com sistema de controlo de tração (10 modos mais o modo OFF), mapas de potência (3 modos), quick shift bidireccional (2 modos mais OFF), controlo de elevação da roda frontal (10 modos mais OFF) e ainda o sistema de controlo de travagem de motor (3 modos mais OFF). Uffffff…. 


O primeiro contacto com esta terceira geração da icónica “Busa” é revelador. A moto é encorpada, musculada, imponente, soberba e avassaladora. E se calhar mais coisas ainda que não me estou a recordar agora. Tocar, sentir, cheirar, sentar…, despertar os sentidos, colocar a trabalhar e soltar lentamente a embraiagem para sentir pela primeira vez esta lenda viva do motociclismo é daquelas sensações que nos ficam na memória…, “uma Hayabusa, mãe, é uma Hayabusa”…, estou a conduzir uma Hayabusa. É mesmo verdade! 

Foto: Gonçalo Fabião

Só que…, rapidamente o tráfego urbano e suburbano conduz-nos ao pragmatismo da realidade. A moto é comprida e tem peso substancial, apesar de distribuído de forma perfeita (50/50) pela unidade. O excesso de latas nas vias rápidas da capital pede de imediato para refrearmos os desejos e optar pelo modo de condução C (conforto), onde a besta fica dócil e dominada; ou por outras palavras o míssil passa a contar com boas maneiras. Já a posição de condução, bem, enfim…, apesar de ter sido optimizada nesta nova geração em função do conforto, continua a exigir disponibilidade física por parte do condutor – nem podia ser de outra maneira… 

A DERRADEIRA
A nova Suzuki GSX 1300R Hayabusa marca a paisagem. E no par de dias em que com ela rodei chamou a atenção de tudo e de todos, atraindo ainda alguns idiotas úteis sempre dispostos a um momento de putativa afirmação: a eles a Busa apenas deve responder com insolente desprezo, rumo à estrada o mais aberta possível.

Foto: Gonçalo Fabião

É pois ai, nos grandes espaços, que esta moto encontra o seu natural habitat e demonstra toda a sua qualidade de referência incontornável: motor sublime suportado por uma ciclística inatacável tudo sustentado por travagem e suspensões que só dignificam a obra de arte nipónica. 

Sim! A GSX 1300R Hayabusa é para motocilistas experientes, corajosos e hedonistas. Jovens o suficiente e aptos fisicamente para suportarem o desafio de uma longa tirada por essas estradas fora lá até onde a conta bancária possa pagar o consumo de combustível, que se revelou nesta prova um pouco abaixo do anunciado pela fábrica - sorvendo apenas pouco mais de seis litros, daquele liquido inflamável composto em mais de dois terços por aquela inevitabilidade pornográfica a que chamam de impostos.

Foto: Gonçalo Fabião

A lenda está de facto de volta. Solicitando a marca uma transferência bancária de 19.800€ para que possam ter esta jóia Glass Sparkle Black/Candy Burnt Gold convosco. É de aproveitar seus “petrolheads” amamentes da velocidade. Pois esta - devido à loucura dos ecotontos que está, como um vírus mortal, a infectar a vida tal como a conhecemos - é muito provavelmente a derradeira Hayabusa. No verdadeiro sentido da palavra: de-rra-dei-ra!

segunda-feira, 12 de julho de 2021

SYM MAXSYM 400 à prova

Máximo. Enorme. Que é o maior de todos. Há nomes felizes. E se o nome da marca já exprime em português afirmação e consentimento, o nome da moto aponta para o mais alto grau possível. Verdade ou consequência? 

Foto: Gonçalo Fabião

A nova SYM MAXSYM 400 ABS EURO5 começa desde logo por ser um belo exercício de estética. Ainda parada, a moto da marca de Taiwan já seduz pelas linhas contemporâneas e envolventes. O generoso ecrã que nos protege dos elementos pode ser ajustado em duas posições de forma manual, o que virá a revelar-se muito útil quando abandonamos a cidade rumo aos subúrbios ou a um qualquer passeio para ver o mar. Na verdade esta MAXSYM 400 ambiciona ser isso mesmo; uma scooter versátil que responda afirmativamente ao prazer na sua utilização diária

FOCO NA SOLUÇÃO
Tecnologicamente avançada, esta SYM monta no seu novo quadro – cerca de 20% mais leve que no modelo anterior – um cilindro único arrefecido a líquido (399cc, 40Nm, 34cv). Outros destaques vão para a travagem de disco duplo na roda dianteira bem como a suspensão traseira ajustável em cinco posições. 

Foto: Gonçalo Fabião

Contem ainda com controlo de tração, iluminação totalmente em LED e o prático sistema de ignição sem necessidade de introdução da chave de que este ESCAPE está cada vez mais fã, devido à facilidade de utilização que oferece no dia-a-dia. Apenas mais uma nota curiosa para o accionamento automático de um travão de estacionamento quando colocamos a moto no descanso lateral: uma maravilha. 

Foto: Gonçalo Fabião

Mas afinal ao que sabe esta scooter que se direcciona ao topo? A habitabilidade é desde logo um ponto que se sente e destaca. Tudo está bem dimensionado e há espaço correto para o corpo. Apenas lamentamos que a protecção contra os elementos não seja ainda melhor e a informação fornecida pelo espartano painel de instrumentos não seja mais completa e de eficaz. 

Foto: Gonçalo Fabião

COMPORTAMENTO E EQUILÍBRIO DE REFERÊNCIA 
O melhor desta MAXSYM 400 é mesmo o que interessa numa moto desta natureza, isto é, a sua dinâmica e comportamento. Na cidade o equilíbrio é tão grande que ficamos com a sensação que podíamos levar esta moto para aquele grupo de amigos que gosta de fazer a tradicional “corrida dos lentos”. Provavelmente sairíamos vencedores tal a subtileza do arranque e a agilidade a baixa velocidade para contornar os obstáculos citadinos. 

Foto: Gonçalo Fabião

Destaque ainda para um motor vivo e agradável que cumpre plenamente com os objectivos de uma moto deste segmento: transportar o seu proprietário do ponto A para o ponto B em agilidade e segurança. A potência e binários surgem sempre disponíveis, fazendo o condutor escapar daquelas sempre complicadas situações de trânsito citadinas, onde por vezes nos colocamos ou nos coloca o simples fluir do tráfego. 

Foto: Gonçalo Fabião

Tomem nota à entrada nas vias rápidas: se forem entusiastas do modo “enrolar o punho” subitamente vão cruzar velocidades para lá do limite legal. É que a SYM MAXSYM 400 pode chegar num sopro a velocidades proibidíssimas. Considerem-se alertados! 

DETALHES QUE CONTAM 
Uma última nota muito positiva para a natural capacidade de carga desta simpática scooter. Para além de dois “porta-trecos” na secção frontal - como simpaticamente se diz do lado de lá do atlântico - o banco que abre a cerca de 45 graus, permitindo assim um correto acesso ao “porta-bagagens”, oferece um baú de generosas dimensões. São quase cinquenta litros onde cabe muita tralha, ou em opção dois capacetes integrais e mais alguns itens como um fato de chuva ou um leve e útil blusão de verão que nos proteja nos dias mais quentes. 

Foto: Gonçalo Fabião

Esta cinzenta mas simpática MAXSYM 400 solicitou pouco mais de três litros e meio daquele oiro líquido inflamável - cujo preço é inflacionado por dois terços de impostos que serve para alimentar os gastos faraónicos de um Estado desmiolado e descontrolado – por cem quilómetros de agradável vida urbana e suburbana. Notem que o depósito oferece uma capacidade de treze litros, limitando assim o tempo perdido em idas ao abastecimento. A marca solicita uma transferência bancária de 7.000€ para que a vossa garagem fique mais rica.
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