Em Abril do ano passado, no “Vive la Moto” - o grande Salão da moto em Madrid - a Honda surpreendeu ao apresentar uma Forza 300 profundamente renovada e refinada. Fiquei imediatamente com vontade de a conhecer, desde logo porque o meu cavalo de batalha diário (Honda PCX 125 de 2013) não estando nem velho nem cansado começa a necessitar de algum sossego – em bom rigor não será bem assim, o “cavaleiro” é que gosta de ter opções…, ou como já dizia “O Magnânimo” D. João V: “nem sempre galinha nem sempre rainha”. Não sei se me faço entender… :)
JOVEM E ELEGANTE
A “nova” Forza 300 apresenta-se com um aspecto polido e cosmopolita mas ao mesmo tempo jovem e elegante, numa tentativa clara de sedução a um público ecléctico que não dispensa a ágil mobilidade urbana e suburbana mas também não está para fazer concessões ao conforto. Do motociclista experiente que deseja ter uma opção rápida e económica nas deslocações diárias, ao novo motociclista que anseia fazer a sua natural evolução e considera chegado o momento de abandonar a sua “cento e vinte e cinco”, todos contam para a Forza 300.
Os primeiros quilómetros revelam uma posição de condução que vai ao encontro da descontracção. E uma “habitabilidade” serena onde destaco três notas: a excelente protecção aerodinâmica potenciada por um ecrã operado electricamente que pode ser facilmente ajustado ao longo de um intervalo de 140 mm enquanto conduz; os instrumentos que fazem uma síntese quase perfeita entre a beleza do “analógico” e a eficácia do digital; um silêncio de todo o conjunto que chega a ser desconcertante – nota menos positiva para uns espelhos demasiado salientes de todo o conjunto e, pior ainda, pouco eficazes na sua função.
NA LOUCURA DO DIA-A-DIA
Mas não vale pena estar a enganar- me a mim nem muito menos aos leitores deste texto. Ao conduzir a Forza 300 durante os dias que a tive ao meu dispor, na minha cabeça esteve sempre presente a questão: pode esta “trezentos” da Honda responder com a mesma eficácia que uma “cento e vinte e cinco” ao desafio diário da economia e da facilidade de utilização”? Vamos por partes…
Na cidade, o que esta quase “terço de litro” perde para uma “oitavo de litro” em leveza e capacidade de perfuração do trafego ganha substancialmente em dinamismo graças à imediata resposta do motor às solicitações do punho direito. Notem que tal resposta concede-nos ainda doses surpreendentes de segurança para nos livrarmos daquelas situações típicas de cidade que nos podem deixar em maus lençóis. Aqui, potência é também segurança, aspecto fundamental em veículos desta natureza. Neste aspecto – desempenho da unidade motriz e todo o conjunto – o resultado que obtemos nas vias rápidas que limitam a cidade e na estrada é absolutamente incomparável com uma moto de 125cc.
Superado, embora com argumentos diferentes, o desafio da facilidade de utilização, vamos ao desafio da economia - tendo aqui como padrão os quase setenta mil quilómetros da minha PCX 125 de 2013, que me solicita cerca de dois litros e meio daquele ouro liquido inflamável e visita a oficina a cada 8000 quilómetros percorridos. A Honda Forza 300 terá de efectuar tal visita apenas a cada 12000 quilómetros percorridos e gastou (consumo geral de uma prova que foi muito idêntica ao meu dia a dia de moto por Lisboa e arredores) três litros e meio de combustível.
COMPETENTE E EFICAZ
Para além do cheque de 5.800€ que a Honda solicita para retirar esta “Cresent Blue Metalic” de um dos seus concessionários oficiais, podemos então contar com mais (coisa menos coisa) um litro de combustível gasto por cada cem quilómetros de dinamismo - caso o confronto do leitor seja, tal como o meu, face a uma 125cc.
Sem deslumbrar (possivelmente as minhas expectativas estavam muito altas e são credoras do devido reajuste) a Honda Forza 300 cumpre com elevada eficácia a tarefa para qual foi desenvolvida, assumindo-se como possível solução na cada vez mais árdua batalha diária da mobilidade urbana e suburbana
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