segunda-feira, 24 de maio de 2021

Ducati Scrambler Nightshift à prova

Uma moto é muito mais que um mero veículo. Para além de outras coisas mais é o reflexo e extensão da personalidade e estilo de vida de quem a possui. Uma declaração, no fundo. Nos últimos dias a Susana Pereira (She’s 2 Wheeled) deixou-se seduzir e até encantar pela nova Nightshift, Scrambler Ducati. A metAMORfose do crepúsculo é o resultado desse encontro com imagens (lindíssimas, digo eu que sou suspeito) do Gonçalo Fabião. Enjoy...

 
Sabem aquela sensação de descarga de adrenalina que percorre cada milímetro do nosso corpo quando ficamos excitados com algo? Aquele formigueiro inquietante que nos faz aumentar o ritmo cardíaco, que nos dilata as pupilas, nos faz suar e nos deixa de pêlos eriçados? A nova Ducati Scrambler Nightshift deixou-me assim! 


Esta é uma moto que tem carácter e personalidade, é deveras atraente e versátil, não passando despercebida em lado nenhum! É o tipo de moto que eu associo a pessoas confiantes, autênticas, poderosas, destemidas e até irreverentes! Ao conduzi-la, sinto que algo em mim se transforma, como se vivesse aprisionada no beco da dualidade, na armadilha dos opostos, à espera de algo que liberte esse outro eu, quase como se sofresse uma metamorfose em pleno crepúsculo. Assim começa o turno da noite, nesse momento coagulado entre o dia e a noite, envolto em sombras de mistério e possibilidades infinitas! Impressionante como algo material pode influenciar tanto o estado de espírito e até mesmo a nossa atitude! Uma moto é muito mais que um meio de transporte, podendo muito bem ser um reflexo e uma extensão da personalidade e estilo de vida de quem a possui. 


A italiana Ducati Scrambler tem sido um sucesso desde o seu lançamento em 2015, sobretudo nas suas versões 800cc. Para 2021, a Ducati apresenta este novo modelo Nightshift, disponível na cor Aviator Grey

QUANDO MENOS É MAIS 
Creio que podemos olhar uma moto como que se de uma mensagem se tratasse e quanto mais concisa for essa mensagem, mais facilmente a percebemos e nos lembramos dela. No caso da Ducati Scrambler, bastam apenas umas linhas e uns pequenos detalhes que lhe são muito próprios, para que essa magia aconteça, tornando esta moto numa moto com uma imagem icónica e até minimalista, confirmando a tão conhecida expressão less is more


Esta é uma moto urbana que funde vários estilos, possuindo vários pormenores que lhe dão personalidade, nomeadamente os espelhos que nos transportam para um estilo Cafè Racer, a placa numérica ao estilo Flat Track, as jantes raiadas combinadas de forma harmoniosa com os pneus Pirelli MT60 e o seu escape duplo, que apesar das restrições da norma Euro 5, ainda lhe oferece algum carácter. 


Tendo como base a Ducati Monster 796, o motor bicilíndrico L-twin refrigerado a ar, está também de acordo com as regulamentações Euro-5, bastante atraente e recetivo por sinal, aliado à leveza da embraiagem hidráulica e à suavidade da caixa de mudanças, tornando a condução da Scrambler Nightshift bastante agradável. 


Com um centro de gravidade baixo, que permite manter a aceleração nas curvas com confiança, um peso a seco de apenas 180kg, um assento bastante ergonómico e confortável, no qual chegamos com os pés ao chão sem problemas (798mm), facilmente acumulamos quilómetros nesta moto e ficamos com vontade de seguir noite dentro até ao amanhecer. Apesar de aparentemente ter uma posição de condução um pouco mais agressiva, em que o corpo se debruça mais sobre o chassis e o tanque de combustível, não deixa de ser uma posição bastante cómoda e que até convida a acelerar um pouco mais para fazer subir os níveis de adrenalina. 

PURA DIVERSÃO, LÚCIDA AGILIDADE 
A suprema excelência está na simplicidade e nesta moto isso revela-se não só na sua condução, o que a torna uma excelente opção como primeira moto, mas também na sua tecnologia, nomeadamente no seu painel de instrumentos LCD, com uma aparência elegante e clássica, e ainda na sua iluminação e piscas em LED. Para quem faz questão de ter os seus vários dispositivos eletrónicos com carga suficiente, a Nightshift vem munida de uma entrada USB debaixo do banco.


No que respeita à travagem, a Scrambler Nightshift vem equipada com um disco de 330mm à frente e 245mm na traseira, associados ao Bosh Cornering ABS, introduzido em 2019, o qual permite regular a pressão do sistema de travagem, maximizando a segurança. Quanto ao consumo, a Ducati alega 5,2L/100km, para um tanque de combustível de 13,5L de capacidade. 


Facilmente relacionamos a identidade desta moto com o ethos da Ducati, The Land of Joy, de tão divertida e ágil que é a sua condução. Seduziu-me de tal forma que não me importava de ter uma como moto extra na minha garagem. A Ducati Scrambler Nightshift está disponível a partir de 11,145 €.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Ducati Multistrada V4 S à prova

Multistrada. Que é como quem diz em português, multi estrada. Multi vem do velho latim e exprime a noção de pluralidade, o maior número possível. Uma multidão, até. Estrada também deriva da velha língua morta e como bem sabemos é um caminho que atravessa determinada extensão territorial, ligando dois ou mais pontos, percursos através dos quais os veículos transitam. 

Foto: Gonçalo Fabião

Em 2003, faz agora precisamente dezoito anos, nasceu uma moto pensada, desenhada e construída com o objectivo de ligar o maior número de percursos possíveis. A infância até pode nem ter sido fácil, pois a “criança” apesar do apelido não terá nascido em berço de ouro. Já a educação foi de filigrana e a adolescência naturalmente irreverente. 

É verdade, o tempo passou e a Ducati Multistrada chega assim à maioridade, entrando na idade adulta, sendo esta a fase mais activa e produtiva da vida - pelo menos para nós seres humanos. Curiosamente, a nova Multistrada está consensualmente mais madura, sensual e até inteligente. Uma verdadeira Deusa: sedutora, enérgica, hedonista. 

Foto: Gonçalo Fabião

HARDWARE E SOFTWARE DE REFERÊNCIA 
Este ESCAPE não vai perder muito tempo com a forma e sim investir no conteúdo. A Multistrada da idade adulta é construída a partir de uma ideia de motor, o denominado V4 Granturismo - 170 cv e 125 Nm para cerca de 243 Kg com depósitos cheios. A electrónica tem um papel determinante e muitas soluções são inspiradas na competição de alto nível. Contem com modos de condução e com uma unidade de medição de inércia que auxilia na travagem em curva, controla o excessivo natural levantar inusitado da roda dianteira e ainda segura a moto em situações perversas activando o Vehicle Hold Control (VHC), oferecendo assim arranques mais fáceis, sobretudo em planos inclinados. 

Foto: Gonçalo Fabião

Até aqui nada de muito épico. Mas a Multistrada 2021 inscreve o seu nome a ouro na história do motociclismo ao se atrever a estrear, em motos de produção, o sistema de duplo radar (frontal e traseiro) que permite ao condutor desfrutar de ajudas fundamentais à condução como são os casos do cruise control adaptativo e da deteção do denominado “ângulo morto”. Confesso: fiquei rendido de forma instantânea a todo este admirável mundo novo. Princípios de segurança são sempre muito bem-vindos ao motociclismo. E neste caso serão – já estão, aliás – seguidos por outras marcas. Vamos pois ao que verdadeiramente importa, respondendo à questão, mas afinal ao que tudo isto sabe, oh ESCAPE? 

CIRCULATURA DO QUADRADO 
A Ducati Multistrada V4 S apresenta desde o primeiro momento uma leveza surpreendente. Parada, move-se com ligeireza e isso induz confiança imediata. A posição de condução é neutra, o que amamos. Na cidade em modo “urban” a moto flui surpreendentemente como se de uma média cilindrada se tratasse. Na estrada o modo “Touring” – aquele que mais usamos – revela afirmação e personalidade para as longas tiradas. Quando a estrada torce accionamos o apimentado modo “Sport” e aqui tudo acontece: a Multistrada revela toda a sua natureza de apaixonante super desportiva de referência apesar da sua arquitectura ser de Maxi Trail. E quando o asfalto termina? A tal pluralidade de caminhos de que vos falamos no início deste texto, e que está patente na nomenclatura desta Ducati, revela todo o seu esplendor. Ou seja, a tal super desportiva de aspectos trialeiro também se afirma em modo "Enduro" numa eficaz moto de qualidades “camperas”. 

Foto: Gonçalo Fabião

Obviamente motor e respectiva electrónica não vivem sós. Tudo aquilo é suportado por um sólido mas leve quadro em alumínio, suspensões semi-ativas Marzocchi orientadas pelo sistema Ducati Skyhook Suspension (DSS), travagem Brembo Stylema - com o disco traseiro a funcionar com uma eficácia soberba o que muito agradou este vosso “patudo” ESCAPE. 

SONHO ALPINO 
O terreno desta Ducati Multistrada V4 S é sem dúvida a aventura, em sentido lato. Uma aventura ecléctica e global. Nesta prova ficámos a sonhar levar esta moto por essa europa fora até encontrar uma entrada alpina. E aí ficar dias a fio a subir, descer e subir e descer uma e outra vez cols, passos e afins. É essa, a alta montanha em modo sport turismo, a derradeira fronteira desta avassaladora italiana. 

Foto: Gonçalo Fabião

Mas notem que o prazer tem um preço. Objectivamente não conseguimos aqui encontrar aspectos menos positivos e mesmo a jante dianteira 19’, não sendo consensual é, para nós, muitíssimo satisfatória. 

Já quanto ao consumo não podemos dizer o mesmo sendo mesmo communis opinio doctorum – já há muito tempo que não vos oferecia uma latinada – pela comunicação social europeia que os sete litros do combustível - feitos a partir do sumo do dinossauro - gastos são uma factura a ter em conta. 

Foto: Gonçalo Fabião

Há quem defenda que esta Ducati Multistrada V4 S é a melhor moto de estrada de sempre, sendo, neste momento, a derradeira moto sport-turismo. Não sabemos. Não conhecemos todas. Sabemos sim que estamos perante mais do que uma alternativa absolutamente credível quando o foco do motociclista é a viagem e o prazer. 

A nova Multistrada vem para desafiar e até bater os pontos cardeais do mercado, pedindo a marca italiana uma transferência de 22.195€ para que levem uma versão destas por esse mundo fora. 

Foto: Gonçalo Fabião

NOTA DO ESCAPE 
Como todos sabem, faleceu recentemente o nosso querido amigo Paulo Moniz, conhecido por ser a vida do Espaço Rod’aventura. Tive o privilégio de viver cerca de trinta anos com o Paulo sempre por perto. A tristeza é profunda. Se queremos honrar o Paulo só temos de viver o tempo que nos resta como ele sempre o fez: honestidade, paixão e motociclismo. Nesta prova envergo de forma orgulhosa o Scott Prority GTX em GORE-TEX laminado, equipamento pessoal do meu querido Paulo Moniz, que tanto teria adorado conhecer esta moto. Ride in Peace, Meu Querido…

quarta-feira, 12 de maio de 2021

BMW R nineT à prova

“Personalidade verdadeiramente artesanal” para que “cada curva te faça sentir mais vivo”. É assim, em bom português sem papas na língua, que a BMW Motorrad apresenta a sua roadster clássica. Minimal, avassaladora e apaixonante, acrescenta este ESCAPE. 

Como todos sabem a R nineT nasce em 2014. Nasce despida, clássica moderna, alma de petrolhead, corpo musculado e definido pelo ar dos tempos. Coração boxer, pulsante e pleno de personalidade. Hoje a R nineT é apenas um olhar de uma visão mais alargada da marca germânica: a gama Heritage. Motos avançadas tecnologicamente e que piscam o olho a um passado glorioso. Conhecer o passado para compreender o presente e perspectivar o futuro. Parecendo difícil não é nada fácil. 

BOXER COMO PRINCÍPIO E FIM 
No capítulo R nineT, a BMW hoje oferece para além da original, a Scrambler, a Pure e a Urban G/S. 

A este ESCAPE coube a sorte de conhecer a R nineT original nesta deslumbrante decoração que o instagram tanto amou. 

Esta Option 719 é na sua essência uma café racer minimalista e com enorme potencial de personalização, desenvolvida e fabricada, por um lado para ser vista e, por outro, para conferir prazer de utilização e condução superior ao seu ufano proprietário. 

Toda esta moto parece ter nascido em torno do clássico boxer - revisto para cumprir a norma Euro 5 - refrigerado por ar/óleo, aqui com 1170cc (109 cv, 116 Nm). 

O pequeno e sólido quadro, estrutura tubular em aço pintado a vermelho vivo, confere deslumbre ao conjunto ao mesmo tempo que o torna leve (apenas 222 kg com depósitos cheios). Numa palavra, estamos perante um objecto hedonista com um centro de gravidade muito baixo e fácil de entender

DETALHES DELICIOSOS 
Depois de admirada - aquelas jantes raíadas até podem não ser "pure" mas ficam lindas que doem e potenciam a harmonia do conjunto - os primeiros quilómetros revelam uma posição de condução clássica e confortável, apesar deste ESCAPE não ter morrido de amores por um guiador que me pareceu um pouco largo. 

A solidez do conjunto cedo se sente e não contem aqui com um conforto sublime. Esta é uma moto física pela sua natureza.

Viajamos com os elementos e amamos que assim seja. É a nossa escolha e estamos felizes. Bastante, mesmo

Mas as coisinhas boas que esta moto nos oferece não ficam por aqui. Tomem nota. Forquilha dianteira invertida totalmente ajustável - herdada da desportiva S1000RR - que torna o conjunto de uma agilidade e eficácia que nos faz sonhar com um ambiente controlado, uma pista, quero na verdade dizer. Travagem à elevada altura de todo o conjunto, auxiliada electronicamente pelo ABS Pro DBC, com controlo em curva monitorizado pela unidade de medição inercial. Por falar em electrónica, aqui podem contar contar com três modos de condução (Dyna, Road e Rain). 

E podem ainda contar com uma transmissão final por veio, que no fundo faz parte do sistema Paralever, que torna o eixo traseiro sublime e mostra ao mundo como é possível produzir uma moto soberba e de elevado prazer sem essa excrescência do século XIX chamada transmissão final por corrente. 


BECAUSE I´M HAPPY 
Nota final para um painel de instrumentos adorável: um velocímetro e um conta- rotações, separados, ambos redondos, pautados por um pequeno mostrador de cristais líquidos sóbrio e objectivo. 

Esta BMW R ninteT Option 719 encheu-me a alma de alegria, o corpo de sorrisos e o instagram de likes - o único aqui no ESCAPE que ficou triste foi o Gonçalo que, por razões de saúde, não a pode conhecer nem fotografar – tendo solicitado pouco menos de seis litros daquele líquido inflamável absolutamente vital à nossa salubridade por cem quilómetros de paixão. 

A BMW Motorrad solicita pela luxuosa versão provada um valor de 22.000€.

domingo, 9 de maio de 2021

Experiência Honda NC750X 2021

A Honda convocou os media especializados para dar a conhecer as novidades e alterações a uma das suas bandeiras: a popularíssima NC750X. E este vosso blogue de cultura motociclistica também esteve presente. 


Foi apenas a segunda vez que o ESCAPE teve a sorte de estar presente num evento desta natureza. A primeira vez tinha sido aqui (link) no Porto, já lá vão uns anos, a propósito da terceira geração de outra popular moto da marca nipónica, a Honda PCX. 

Estes são momentos intensos. Uma experiência é um ensaio ou uma simples tentativa. O acto de experimentar é ainda um momento de receber, sentir, ter. Nas esperanças que existam mais momentos como o de hoje (quinta feira da semana passada), estes passam a ser denominados neste ESCAPE como “experiência”. Na verdade, se passado algum tempo até nos olvidamos de determinada moto, nunca mais nos esquecemos destes dias. Pelo carinho, estrada, paisagem, cheiros, sabores e demais sensações vividas. 


Para além disso o ESCAPE conta ter a neófita NC em breve para uma prova mais sossegada e cuidada. Assim, fiquem apenas, para já, com o sentimento de um dia assim. Um dia de motociclismo tão glorioso como o céu azul que as imagens do Manuel Portugal revelam, dia marcado pelo ar limpo e o intenso odor a Atlântico que nos inebria os sentidos. 

UM DIA GLORIOSO
Começou então o momento numa unidade hoteleira entre Sintra e Cascais com um o pequeno-almoço que se impõem nos dias intensos. Após um breve briefing sobre a moto em causa, saímos para a estrada. Curvas da Lagoa Azul, Sintra, até à Malveira da Serra, seguindo-se a primeira paragem para recolha de imagens, no eterno Guincho. Dali até Cascais foi um salto. Para mais recolha de imagens. Depois, a não menos eterna Estrada Nacional 6 (link), a Marginal, linda, vestida de azul infinito. Lisboa ribeirinha, menina e moça e a travessia para a margem sul até Sesimbra, onde rumámos à clássica Arrábida. Lá de cima a vista é incrível: dos montes do Oeste e Montejunto até à linha de costa a perder de vista. Par o interior até ficamos com a sensação de vislumbrar Espanha: dia épico! 


Recolhidas mais imagens, almoçamos em Setúbal. E uma surpresa: uma visita a um muito especial museu Honda onde repousam centenas de motos da marca nipónica. Um conteúdo que merece um novo espaço mais amplo e um tratamento científico e museológico. 

ACTUALIZADA PARA CONTINUAR A LIDERAR 
Dia intenso, como podem ler. Tal como a nova NC750X. Um dos modelos versáteis favoritos de portugueses e europeus, recebeu uma renovação total: motor com cerca de cinco por cento de mais mais potência, sistema de acelerador eletrónico (TBW – Throttle By Wire), três modos de condução e sistema HSTC de controlo de binário melhorado e alargado. Este é equipamento de origem, tanto na versão de caixa manual, como na versão DCT da NC750X, oferendo agora uma operação mais suave e um controlo refinado, pois permite gerir o binário da roda traseira, graças ao sistema TBW, em 3 níveis, em vez de só 2.


A economia de combustível mantém se ou até talvez tenha melhorado e o conjunto apresenta menos 6 kg no peso total. O quadro foi redesenhado permitindo um desenho e estilo mais apurados. O compartimento frontal é agora maior e a altura do banco de menos 30 mm face ao modelo anterior. A Transmissão de Dupla Embraiagem continua a oferecer a tecnologia exclusiva da Honda para veículos de duas rodas. Encontramos ainda um novo para-brisas. A iluminação LED e os instrumentos LCD completam as actualizações feitas para manter a liderança no seu segmento. 


Mas afinal a que tudo isto sabe, oh ESCAPE? A Nova NC, “New Concept” é uma moto fácil de conhecer e fácil de entender. A habitabilidade é simples mas eficaz. Os primeiros metros revelam um conjunto leve, suave e dócil que satisfaz o comum motociclista dos tempos que correm. Aquele que precisa de se desenrascar no trânsito citadino durante os seus afazeres no dia a dia. 

EFICÁCIA E ECONOMIA QUE SURPREENDEM 
A viagem revela também uma moto suficientemente divertida para um passeio longe de casa. Fiquei com a sensação que o conforto pode ainda melhorar, apesar da boa protecção aerodinâmica. A moto revela um comportamento algo rijo; naquele local onde o rabo assenta a sensação podia ser mais fofinha, digamos. O motor é alegre, o DCT está cada vez mais competente. A travagem é também ela positiva. E os consumos são absolutamente maravilhosos. Não gastamos neste dia intenso muito para além do que a marca revela, ou seja pouco mais de três litros e meio do tal líquido inflamável que tanto adoramos. 


Esta Honda NC750X já esta em comercialização e pode ser levantada em troca de uma transferência bancária de 8.300€, versão caixa manual, ou 9.200€ na versão DCT que seria claramente a escolha deste ESCAPE

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Honda Forza 125 à prova

Este ESCAPE, há duas semanas, andou a provar a nova versão da Forza 125 da Honda, uma scooter distinta e com detalhes de moto superior. Eu, gostei tanto que decidi ser tempo de abandonar a PCX como “cavalo de batalha” urbano. Foram oito anos maravilhosos, duas motos, mas chegou o tempo de algo mais. Nem mais nem menos: cá na garagem já mora uma nova Honda Forza 125. Já a Susana Pereira (She’s 2 Wheeled), que assina esta prova com imagens de Gonçalo Fabião, revela um pouco mais de si mesma ao mesmo tempo que sente a nova Forza “pronta para os desafios da selva urbana”. 


Quando vim morar para Lisboa há uns anos atrás, uma das coisas que me fazia alguma confusão era o trânsito caótico, sobretudo em horas de ponta. Apesar de ter a carta de condução desde os 18 anos, só recentemente havia adquirido um carro e como tal, era muito “verdinha” a conduzir, por isso levei algum tempo a trazer o carro para a capital e a aventurar-me no trânsito citadino. Senti-me como que atirada aos leões; mas esta selva urbana acabou por ser uma excelente escola. Quando anos mais tarde resolvi concretizar o sonho de miúda de tirar a carta de motociclos e comprar uma moto, tive novamente os mesmos receios. A condução na cidade, com o seu tráfego intenso e muitas vezes complicado, consegue ser bastante desafiante, sobretudo de moto, uma vez que estamos mais expostos e vulneráveis. 

A SCOOTER COMO RESPOSTA EFICAZ AO DESAFIO DA MOBILIDADE
Os “enlatados”, como eu chamo aos condutores dos carros, vão tantas vezes completamente absorvidos na sua bolha que nem reparam nas motos, ainda meio que adormecidos em plena hora de ponta, ou distraídos pelos tantos dispositivos de que dispõem no seu cubículo. Se de carro é preciso ter atenção, de moto é preciso ter “sete olhos” para antecipar qualquer manobra repentina ou obstáculo. Sempre que conduzo na cidade de moto, dou por mim em completo modo fight or flight, no entanto, tem as suas vantagens, nomeadamente o ser mais fácil e rápido de chegarmos onde pretendemos.


A resposta ao congestionamento do tráfego urbano por esse mundo fora poderia muito bem passar pela criação de políticas de promoção do uso da moto em detrimento do carro. Um estudo levado a cabo pela consultora belga Transport & Mobility Leuven, concluiu que uma ligeira mudança na composição do tráfego dos carros para as motas, reduz significativamente tanto a questão do congestionamento, como a questão das emissões, sendo esta última bastante pertinente nos dias de hoje e que consta dos objectivos da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, bem como da norma europeia Euro5, em vigor desde o início de 2020 e pela qual todas as motos têm que ser homologadas. 


As scooters são sem sombra de dúvida uma excelente opção para enfrentar o trânsito na cidade e a nova Honda Forza 125 é um bom exemplo disso, graças à sua elevada performance, sendo líder na sua classe desde o seu lançamento em 2015. 

CONFORTO DE TOPO 
Uma das primeiras coisas de que me apercebi ao conduzir esta scooter GT desportiva da Honda, foi o conforto que proporciona, bem como a sua eficácia aerodinâmica, tendo sido (este novo modelo) alvo de alguns ajustes cosméticos no que respeita à carenagem frontal, aos painéis laterais e traseiros, passando pelos espelhos e a própria cobertura do motor. 


Este modelo vem equipado com um painel de instrumentos mais clássico e simétrico que combina o digital com o analógico, pormenor que eu apreciei bastante, mas que poderá não ser do agrado dos mais aficionados das modernidades digitais. Dispõe ainda de iluminação LED premium que assegura uma presença distinta e boa visibilidade nocturna. 

DETALHES QUE CONTAM 
A carenagem frontal, para além de oferecer uma melhor aerodinâmica, proporciona também uma excelente protecção do condutor, aliada ao renovado para-brisas eléctrico extensível, com 40mm extra, 180mm no total, que eu adorei, maximizando assim a protecção contra o vento, chuva e ruído, proporcionando mais estabilidade e conforto, sobretudo a maiores velocidades. 


A Forza 125, à semelhança de outros modelos da marca, vem com o sistema Smart Key que permite manter a chave guardada no bolso, enquanto se acciona o motor, abre o assento, ou se bloqueia e desbloqueia a Smart Top Box de 45L, esta opcional. No porta-luvas podemos encontrar uma entrada USB Tipo C para carregar dispositivos, pormenor que parece começar a ser quase que obrigatório, tal é a nossa dependência nos telemóveis e afins. Uma particularidade interessante neste pequeno espaço, é a possibilidade de se poder colocar uma pequena garrafa de água, que a meu ver dá imenso jeito, pois ando sempre com uma por perto. 


Apesar do seu aspecto mais desportivo e agressivo e do potente desempenho do seu motor, relativamente a outros modelos da Honda, a Forza 125 não deixa de ser elegante e cheia de charme, oferecendo uma posição de condução espaçosa e bastante confortável, mesmo para o pendura. Sendo uma scooter um pouco mais alta, os condutores mais baixos poderão não se sentir tão confiantes quando têm que parar. No meu caso, com os meus fantásticos 168cm, de cada vez que tinha que parar, ficava em pontas feita bailarina, o que não dá muita confiança. No entanto, é bastante fácil de manobrar à mão ao estacionar (162kg), aumentando também a sua agilidade e facilidade de utilização. É uma moto que responde facilmente ao rodar do acelerador e oferece confiança nos pisos mais degradados ou escorregadios, oferecendo uma boa tracção, com o benefício do ABS para um controlo de travagem extra, dando confiança até aos menos experientes. 

MAXIMIZADORA DE UTILIDADE 
Por baixo da sua nova roupagem, o chassi mantém-se inalterado, sendo que o motor de 15cv se adaptou à nova norma Euro5, tornando-o menos poluente e mais eficiente. A Forza 125 dispõe também do controlo de binário seleccionável da Honda (HSTC), a nova funcionalidade aplicada ao redesenhado e renovado motor eSP+ (enhanced Smart Power Plus) de 4 válvulas refrigerado a líquido, bem como o sistema de Idling Stop, que desliga o motor quando parado mais de 3 segundos, poupando combustível e reduzindo as emissões, bastando acelerar de novo para o motor regressar à vida, podendo ainda verificar-se o estado da carga da bateria. 


Na minha opinião, uma das mais-valias da nova Forza 125, é sem dúvida o espaço de armazenamento debaixo do assento, que me surpreendeu pela positiva, permitindo guardar o meu capacete e o meu saco do ginásio, ou até mesmo 2 capacetes integrais, incluindo uma pequena divisória para bolsas mais pequenas ou objectos soltos. 


ECONOMIA E AUTONOMIA SURPREENDENTES 
Outro dos pontos fortes é a sua autonomia que é bastante generosa, cerca de 480 quilómetros para cada depósito de 11,7L, graças à eficiência no consumo de combustível do motor que assegura um consumo de 2,3L/100KM. Durante os dias em que testei a Forza 125, os meus consumos rondaram os 1,9 litros, números bastante simpáticos. Engraçado pensar que apenas um depósito me levaria à minha terra no Douro, já o mesmo não posso dizer da minha moto. 


A Honda Forza 125 foi mais uma bela surpresa nesta minha exploração pelo universo scooter e partilha com as minhas anteriores experiências a comodidade, a funcionalidade e agilidade com que se conduz, combinando a performance, o estilo e conforto de uma Grand Touring com a natureza oferecida pelas motos mais pequenas, tanto a nível da facilidade na condução, como do seu manuseamento, proporcionando uma condução prazerosa e eficiente.
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