segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

ESCAPE em modo Anuário

O calendário solar é um sistema de divisão do tempo cuja marcação é baseada nos movimentos do Sol. Utilizado pelos egípcios, pela primeira vez há cerca de 6000 anos, dividia o ano em doze meses, cada um destes formado por trinta dias. Para comemorar os aniversários dos deuses Osíris, Hórus, Ísis, Néftis e Seti eram adicionados cinco dias a mais ao final do ano, totalizando 365 dias. O calendário gregoriano é um bom exemplo de calendário solar. 


De origem europeia e utilizado oficialmente pela maioria dos países, o calendário gregoriano foi promulgado pelo Papa Gregório XIII a 24 de Fevereiro do ano 1582 por força da bula Inter Gravíssimas e veio substituir o calendário juliano implantado por Júlio César em 46 a.C. Na verdade o calendário gregoriano é adoptado para demarcar o ano civil no mundo inteiro, facilitando o relacionamento entre todos nós que neste ano de 2022 que agora finda já somos mais de oito mil milhões. 

As coisas que aprendemos a ler o ESCAPE :) De facto a população mundial ultrapassou, segundo a ONU, a 15 de Novembro a marca meramente simbólica dos oito mil milhões (link) de indivíduos. É um dos factos do ano. 

Todavia não tão importante como as 22 (vinte e duas!!!) motos testadas, ensaiadas, provadas por este escriba e fotografadas pelo Gonçalo Fabião. Foram praticamente duas motos por mês, em média. É um trabalho incrível. Um esforço hercúleo. Um prazer incalculável e inigualável. O primeiro e ENORME OBRIGADO tem de ir naturalmente para o Gonçalo. 

Tudo isto é muito bonito no entanto faz muito mais sentido convosco desse lado. Sem publicidade de qualquer género ou natureza. Sem banners aborrecidos. Sem pop-ups irritantes. Sem vos pedir rigorosamente nada em troca. É para vós. E para vós vai também o nosso OBRIGADO. Este blogue nunca seria o que é, sem vós. Os nossos leitores, amigos e seguidores. 

Com tanta coisinha boa que fizemos este ano, surgiu pois a ideia de fazer algo noutro formato para além do blogue. Ideias não nos faltam, felizmente. Trabalhamos uma delas e assim surgiu este ESCAPE em anuário (link), as motos que marcaram o ano. 

Aqui (link) vão encontrar um trabalho que, devo dizer por ser verdade, foi sobretudo do Gonçalo. É uma escolha de motos e não todas as motos que provamos. Como qualquer escolha é subjetiva e pode ser polémica. Ao contrário do blogue onde a escolha das imagens é minha, aqui (link) a escolha foi do Gonçalo. Logo é também um outro olhar. E isso é muito bom. Os textos não foram revistos. São pois os que podem encontrar aqui no blogue. Toda a paginação é também obra do Gonçalo Fabião. Enorme vénia! 

E assim encerramos 2022. Com um enorme OBRIGADO! Na esperança que usem e abusem deste anuário (link). É importante para nós. Já viram o link? É aqui (link) :) 

Que 2023 seja um ano cheio de saúde, motos, motociclismo, motociclistas e viagens de moto!

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Piaggio MP3 530 hpe Exclusive à prova

Alguns dizem que jornalismo é a actividade de recolha, investigação e análise de informações com o objectivo de produzir e distribuir relatórios que digam respeito a eventos, factos, ideias e pessoas que de alguma forma são notícia, isto é, afectam a sociedade em algum grau. Tal actividade aplica-se à ocupação (profissional ou não), aos métodos de recolha e sua organização. O jornalismo inclui, inegavelmente, a Internet. Hoje este texto é muito mais do que uma prova de mais uma moto. É um pedaço de jornalismo. O jornalismo que os profissionais teimam em se recusar a fazer. Só Deus saberá por que raio… 

Foto: Gonçalo Fabião

Pessoas da minha geração, que iniciaram a sua vida enquanto motociclistas algures no final dos anos oitenta, inicio dos noventa do século passado, suponham que, chegados aqui, ao fim do ano da graça de 2022, uma boa parte da população tinha facilmente entendido que a melhor forma de os indivíduos se deslocarem nas grandes cidades seria em veículos de duas rodas com motor. Para nós, tal era, à época, uma evidência. Nem sequer carecia de demonstração. Fácil… 

Foto: Gonçalo Fabião

Sucede que “já desconfiávamos e os dados confirmam: o trânsito em Lisboa e Porto está muito pior” (link). A notícia é do fim de Setembro, todavia muito interessante e perfeitamente actual. E é dada pela NiT que cita “O “Expresso”, que teve acesso aos dados do Waze” - a aplicação de navegação GPS que é propriedade da Google. 

Foto: Gonçalo Fabião

Ainda segundo a NiT este “aumento do tráfego reflecte-se no stress e na ansiedade de quem vive esses momentos e na qualidade do ar, prejudicada pela poluição que os carros emitem”. Sendo que segundo a mesma notícia “as soluções passam por criar novos corredores BUS, segundo as propostas debatidas no ciclo de conferências sobre os desafios da mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto”. É uma solução que nos agrada tendo em conta que hoje os motociclos podem circular nesses corredores supostamente privilegiados. Será suficiente? 

O ESCAPE foi investigar um pouco mais e encontrou esta (link) notícia bem recente da insuspeita RTP: “Aumenta o congestionamento de trânsito em Lisboa e no Porto”. Vejam a notícia em vídeo, por favor. Como aqui nesta Casa somos muito curiosos, temos muito tempo livre – segundo as más-línguas – e, vejam só, temos uma máquina de calcular à mão, fomos, com base na notícia da insuspeita RTP, sublinhamos, fazer algumas contas. 

Foto: Gonçalo Fabião

Se um indivíduo perde, para além daquilo que seria normal, mais 2 (duas) horas por dia encarcerado no seu automóvel parado no trânsito, tal significa ao fim de uma semana 14 (catorze) horas de vida perdidas. Ao fim de um mês esse indivíduo terá perdido 60 (sessenta) horas de vida no trânsito. E ao fim de um ano esse mesmo indivíduo deitou ao lixo umas escandalosas 730 (setecentas e trinta) horas de vida o que perfaz quase de forma exacta 30 (trinta) dias perdidos para o stress. Trinta dias num ano! Um mês! Perdido! 

Leram bem. Eu repito. Duas horas perdidas por dia para o trânsito significam um mês de vida deitado ao lixo ao fim de um ano. Um escândalo? Nem por isso. Ainda há muita gente que julga que isto se chama vida. E é por esta razão que os chamados jornalistas de motociclismo deixaram de exercer a sua actividade e passaram a fazer outra coisa qualquer (entretenimento?). O jornalismo incomoda! E nem eles nem as pessoas no geral gostam de ser aborrecidas com a verdade. 

Foto: Gonçalo Fabião

Neste cenário a chegada da novíssima Piaggio MP3 530 hpe Exclusive só pode ser por todos saudada. E é com profunda tristeza que vejo motociclistas, alguns decanos, a zombar deste tipo de veículo que se assume como solução e se afasta do problema. É uma moto para automobilistas, dizem. Pois é. E isso é excelente. 

A TRÊS RODAS MAIS AVANÇADA DO MERCADO 
A Piaggio MP3 530 hpe Exclusive foi apresentada no passado verão em Paris e consubstancia-se como um passo em frente numa gama que já vendeu quase 250.000 unidades desde que nasceu, há cerca de década e meia. Mais do que uma renovação estamos perante uma evolução. Sobretudo tecnológica. 

Foto: Gonçalo Fabião

Com um desenho inspirado na indutaria automóvel, assume-se como a três rodas mais avançada do mercado, vindo equipada com o motor 530 cc Euro 5 High Performance Engine (44CV, 50 Nm) cruise control (muito, muito útil e bem vindo), marcha-atrás e câmara traseira. Contem ainda com iluminação full LED, sistema keyless, painel TFT a cores de 7 polegadas, uma porta USB num compartimento por cima do painel de instrumentos e o sistema Piaggio MIA que conecta o telefone esperto ao veículo para gerir navegação, chamadas telefónicas, mensagens e música. Há ainda controle de tração e três efetivos modos de condução que alteram a resposta do motor: Sport, Confort e ECO. Ufaaaaaa… 

Foto: Gonçalo Fabião

Todavia o grande “statement” tecnológico é, na opinião deste ESCAPE, o novo Sistema de Segurança ARAS (Advanced Rider Assistance System) e a sua tecnologia 4D Imaging Radar, com sublinhado no Sistema BLIS (BLind Spot Information System) para o alerta da presença de veículos no ângulo morto. Tal tecnologia informa-nos no painel de instrumentos - melhor seria nos espelhos retrovisores como acontece em motos de maior cilindrada - através de luminosos triângulos laranjas, sobrepostos à informação normal do painel de instrumentos, da presença de “estranhos” por perto. 

Foto: Gonçalo Fabião

De sublinhar ainda que a marcha-atrás pode ser accionada de forma muito simples através de um botão comutador (D/R) situado na parte de trás do “avental” de protecção. O comando é eléctrico e a marcha-atrás é usável através do botão do motor de arranque - todavia com uma resposta que se deseja mais suave em próximas versões. Accionada que esteja a marcha-atrás, no painel de instrumentos destaca-se um écran com as imagens da câmara traseira. Estranha-se. Todavia entranha-se com uma facilidade inacreditável. E acaba por ser bem útil se quisermos estacionar em locais apertados e zonas históricas de cidades que fervilham de gente e veículos. 

FLUIDEZ IMPONENTE 
A Piaggio MP3 530 hpe Exclusive assume dimensões generosas e possui um aspeto imponente. Apesar da cura de emagrecimento face à geração anterior, ainda se apresenta com uns significativos 280 Kg. Depois de investirmos algum tempo a conhecer toda a tecnologia da moto e como ela se expressa no generoso TFT, devemos abordar com alguma cautela os primeiros quilómetros. Notem: mesmo para quem está familiarizado com a gerigonça no eixo dianteiro.

Foto: Gonçalo Fabião

Contudo…, nada a temer. É só deixar fluir. Muito rapidamente compreendemos o funcionamento do conjunto. E num ápice começamos a desfrutar de todo o conforto e sobretudo da segurança generalizada. Desta vez até aprendi a tirar partido do bloqueio da suspensão dianteira que nos permite o equilibrio ao parar no semáforo sem ser necessário colocar os pés no chão. Por falar em amortecimento, o acerto na dianteira é algo seco e tal não compromete o conforto. A travagem combinada é eficaz e não gostamos do tacto algo duro das manetes, ao ponto de me ter habituado muito facilmente a usar o pedal de travagem combinada do lado direito da plataforma. Nota altíssima para a soberba protecção aerodinâmica do conjunto.

Foto: Gonçalo Fabião

Já o monocilíndrico é uma alegria. Fácil, suave e cheio em todos os momentos. Um verdadeiro gozo no modo Sport, para vencer a “batalha dos semáforos” e de uma bela e suave eficácia no consumo de combustível no modo ECO. O modo “Conforto” acaba por ser intermédio e o mais equilibrado. Todavia foi o que menos usei na prova.

UMA RESPOSTA VERDADEIRAMENTE EXCLUSIVA 
Sejamos honestos e claros. Esta Piaggio MP3 530 hpe Exclusive não é para nós motociclistas e sim para “eles” automobilistas. Enquanto ferramenta para diminuir o cada vez caótico trânsito citadino esta Piaggio não é uma moto, e sim uma bênção. Em mercados mais “open mind” com o são o francês e italiano – com destaque para as cidades de Paris e Roma – as MP3 há muito que são parte da paisagem urbana e uma verdadeira resposta. Infelizmente, por cá e de forma absolutamente incompreensível estas motos mantém a dificuldade de se assumir como solução. 

Foto: Gonçalo Fabião

A Piaggio MP3 530 hpe Exclusive é isso mesmo: exclusiva! Pedindo a marca uma transferência bancária de 13.200€ para que esta referência tecnológica te ajude a ti “enlatado” a ganhar autonomia e anos de vida. Cada um fará as contas ao tempo ganho e o juízo de valor que tal pode representar. Esta Blu Oxygen Matt reclamou cinco litros certos de líquido inflamável carregadinho de impostos por cada cem quilómetros de carisma esbanjado pelas ruas e avenidas da cidade de Lisboa.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Macbor Montana XR5 à prova

A língua é linda e deve ser utilizada para brincar. Quer a língua enquanto órgão móvel da cavidade bocal. Quer a língua enquanto sistema de comunicação comum a uma comunidade linguística. Vamos deixar em paz por agora o órgão muscular relacionado ao sentido do paladar e vamos tratar do português. Isto porque nos dias húmidos e chuvosos em que o ESCAPE provou a Macbor Montana XR5, tive aquela estranha sensação de ser o último: o último a conhecer a simpática Adventure de média cilindrada da marca espanhola. 

Foto: Gonçalo Fabião

Ora…, sendo certo que o último é aquele que vem ou está depois de todos, certo é que o último é também o mais recente, o mais novo, aquele que está em vigor, que precede imediatamente o momento presente. Numa palavra: o derradeiro. 

Foto: Gonçalo Fabião

Honestamente. É absolutamente inacreditável que em mais de dois anos de Macbor Montana XR5 ainda exista um manto de nebulosidade de como e onde nasce esta moto. Nebulosidade essa que é ainda mais adensada por quem tem responsabilidades na área da comunicação do motociclismo e vê a própria praça pública a corrigir os seus erros mais ou menos grosseiros. 

Foto: Gonçalo Fabião

Como este ESCAPE já tinha dito aqui (link) na prova à Eight Mile 500 SCR da mesma marca - moto que tem muito desta Montana na sua natureza - estes modelos são feitos na Ásia, mais concretamente na China pela Colove. 

O OVO OU A GALINHA? 
Curiosamente a Colove ficou bem no centro do alvo após o último Salão de Milão, muito por culpa da Kove, marca do universo Colove, considerada por muitos como tendo apresentado algumas das motos que se assumiram como “as rainhas do salão”. 

Foto: Gonçalo Fabião

Ora então se a Macbor é feita nas fábricas da Colove que também produz a Kove, de onde vem a Colove? A Colove ou Tibet Summit Colove Motorcycles Co, Ltd, integra o grupo Tibet New Everest Industrial Group, empresa que terá nascido em 1995, grupo com unidades industriais espalhadas hoje um pouco por toda a China. 


Sucede que este grupo, por via da sua empresa Tibet New Summit Motor Co, Ltd, produz uma moto exatamente igual à Macbor Montana XR5 – esteve exposta no último EICMA – que leva o nome de Kove 510X Hyper Adventure. Para adensar o enredo…, acontece que há quem entre nós especule - como podem ler aqui (link) - que a Kove pode ser no futuro importada e representada na península ibérica pelo mesmo Grupo e empresas que importam e comercializam as motos que levam a marca espanhola Macbor no depósito de combustível. O ESCAPE sabe que é bem provável que em Janeiro teremos novidades sobre este tema. Esclarecidos? 

JOVEM, LIVRE, LEVE E SOLTA 
Com todos sabem – ou deviam – a Montana XR5 é construída em torno do motor dois cilindros Loncin (471 cc, 47CV, 43Nm) que apresenta dois modos de condução, Safe e Sport, que todavia não apresentam relevantes alterações entre eles. O conjunto é leve e conta com diversas peças em alumínio como é o caso do guiador, triângulos de direcção, jantes, parafusos, braço oscilante, pousa pés, grelha traseira de carga, descanso lateral e protecção de cárter. 

Foto: Gonçalo Fabião

o quadro feito numa liga de um aço especial 15% mais leve e 40% mais resistente contribui para um peso a seco de 178 kg. As jantes de raios convidam aos maus caminhos tal como o conjunto de suspensões da KYB - totalmente ajustáveis na dianteira e na traseira - e as borrachas Metzeler Tourance Tubless de piso misto. Na travagem, a Montana conta com material Nissin e ABS desconectável. 

Foto: Gonçalo Fabião

A Macbor Montana XR5 apresenta uma imagem impactante e algo sobredimensionada. A moto passa facilmente por máquina de cilindrada maior. Todavia este ar vagamente musculado não é desproporcional, bem pelo contrário, pois o conjunto transpira harmonia. Para além do bom aspecto, outra nota de elevado destaque vai para uma posição de condução: apurada, cómoda, ergonómica. Apesar de alta, chegamos fácil com os pés ao chão e este é mais um momento de confiança

Foto: Gonçalo Fabião

A Montana XR5 pretende ser antes de tudo o mais uma ágil trail urbana, instrumento do dia a dia. A facilidade de utilização, a protecção aerodinâmica e o conforto concorrem para que esta primeira batalha seja ganha de forma inequívoca. A vida nas vias rápidas de acesso às grandes cidades é um espaço onde esta moto se sente bem, num misto de condução suave e descontraída que surpreende. 

A AVENTURA É ONDE E QUANDO O MOTOCICLISTA QUISER
No entanto a Montana deve ser levada a respirar. A viagem está lhe no sangue. Não se intimida numa estrada mais retorcida e até pede por aventura quando o asfalto termina. Aceitamos o convite dos “maus caminhos” e sejamos honestos: até podemos ter moto para ir até ao fim do mundo, todavia esta moto prefere outros terrenos para se impor. 

Foto: Gonçalo Fabião

Sejamos claros, a Macbor Montana XR5 é essencialmente uma trail urbana que faz sonhar com os grandes espaços. O fora de estrada é bem-vindo, no entanto deve ser encarado sem exageros. Há um detalhe que aponta para este resultado de forma inequívoca. Os Metzeler Tourance são sem dúvida bons pneus mistos, todavia o seu sublinhado está no asfalto e não fora dele. Se em estradão e gravilha até dão uma resposta positiva, em terrenos mais moles facilmente estes pneus entram em stress. 

Foto: Gonçalo Fabião

Numa prova marcada por pisos muito molhados e escorregadios, sentimos que a travagem desta Montana tem espaço para melhorar. A suspensão totalmente regulável também é uma mais valia para quem gosta de explorar diferentes afinações para diferentes condições na busca da condução mais eficaz e segura. 

Foto: Gonçalo Fabião

Ainda assim, a grande nota de destaque desta moto para este ESCAPE é sem dúvida nenhuma a sua facilidade de utilização, conforto e economia, tendo a Macbor Montana XR5 solicitado uns ridículos três litros e meio de sumo de dinossauro por cada cem quilómetros de diversão da boa. A marca solicita uma transferência bancária de 7.199€ para que a simpática e competente XR5 seja vossa.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Brixton Crossfire 500 XC à prova

Escrevo. É uma manhã cinzenta e chuvosa de Novembro. É outono. Em bom rigor o inverno meteorológico já se instalou. Dias curtos, pouca luz natural, muita chuva e humidade. Nem sempre foi assim. E ainda há dias, quando apanhávamos em imagens esta Crossfire 500 junto ao Atlântico, lá onde a terra acaba e o mar começa, o suor escorria pelo corpo e os pulmões enchiam-se de clorofila. Como se estivéssemos no meio do oceano. Algures nos Açores? Sonho… 

Foto: Gonçalo Fabião

É o tempo que passa. Quando fazia o habitual direito na página Facebook que suporta este blogue (link) dizia que…, tínhamos tido aqui no ESCAPE a Brixton Crossfire 500 - modelo de onde parte esta urbana XC de inspiração scrambler – “recentemente”. Fui confirmar agora. Já lá vão praticamente dois anos desse momento (link). 

Foto: Gonçalo Fabião

Recordemos pois que a marca austríaca estava habituada a produzir motos de baixa cilindrada de inspiração mais ou menos clássica. Até ao momento que decidiu procurar outros segmentos de mercado. A expansão começou então por se fazer com a Crossfire 500, uma moto que parece ter sido desenvolvida para os dias que vivemos: descomplicada, divertida e que fica gira à brava nas imagens que publicamos nas nossas redes sociais. A Brixton não parou. E já tem em comercialização nalguns países europeus a muito aguardada Cromwell 1200. 

Foto: Gonçalo Fabião

A Brixton Crossfire 500 XC tem pois na sua génese o muito elogiado (fora de portas) motor Gaokin de 486 cc (47 CV, 42 Nm). As suspensões são KYB – forquilha invertida ajustável na dianteira – a travagem J.Juan assistida por sistema ABS Bosh, jantes raiadas 19’’-17’’ rematadas pela sempre bela e excelente borracha Pirelli Scorpion Rally STR. 

DETALHES E QUALIDADE 
Como todos notam, estamos perante uma urbana fotogénica. Despida e com o pé sempre a fugir para um passeio no campo. Uma festivaleira? Possivelmente…, tal a quantidade de detalhes cuidadosamente pensados. O caos ordenado, como se quer em qualquer momento de celebração. 

Foto: Gonçalo Fabião

A posição de condução é agradável graças ao guiador alto e proeminente. Todavia a moto é algo larga na zona do encontro do banco com o belo e clássico depósito de combustível. E tal pode ser incomodativo para os menos avantajados em altura. O acerto das suspensões é rijinho o que acaba por ser positivo para espremer um motor que se apresenta muito redondo e com uma caixa precisa e bem escalonada. Não admira que esta unidade motriz seja muito elogiada. 

Foto: Gonçalo Fabião

Nota muito positiva para a travagem. Mordacidade, progressividade, eficácia. Tudo impecável. Há um salto qualitativo gigante entre a Crossfire 500 e esta Crossfire 500 XC, o que prova o que dizemos amiúde: estas marcas novas que agora nos chegam aprendem depressa com os erros e achatam a cura da evolução qualitativa de forma muito rápida. 

Foto: Gonçalo Fabião

Sendo assim a moto é perfeita, oh ESACPE? Claro que não. Só no universo cor-de-rosa das publicações ditas da especialidade é que todas as motos do universo são tendencialmente perfeitas. Notas menos positivas para uns espelhos questionáveis em dimensão e eficácia, o lindo tampão de gasolina fica na mão no momento de abastecer e, tendo em conta que há algo ali na frente da moto para compor o desenho, esse algo podia perfeitamente ser trabalhado no futuro para conferir alguma protecção aerodinâmica. Tudo detalhes. 

COMPROMETIDA COM O PRAZER 
No que verdadeiramente importa, a moto apresenta uma frente muito incisiva que facilita muito o negócio na cidade. No burgo, nada a declarar. Em estrada torcida a elasticidade do conjunto confere prazer e chega a ser entusiasmante

Foto: Gonçalo Fabião

Apesar da Crossfire 500 XC vir equipada com várias protecções - tampas laterais, farol dianteiro, radiador, depósito, motor e um pack de barras de protecção, bem como um guarda-lamas dianteiro de natureza Off-road – quando o asfalto termina temos moto para o quintal e para aquele passeio suave a um qualquer ermo jardim secreto da nossa vida. Não contem, obviamente, com uma aventureira para vos levar em jornadas infinitas por esse mundo fora. Vamos ser pragmáticos! 

Foto: Gonçalo Fabião

A Brixton Crossfire 500 XC reclamou quatro litros certos do tal líquido inflamável que tanto nos alegra por cem quilómetros de sorrisos e sabor a endless summer, solicitando a marca uma transferência bancária de 7.999€ para que os vossos dias fiquem mais luminosos.

domingo, 20 de novembro de 2022

Voge 300 Rally à prova

O Unicórnio é uma criatura mitológica, representada pela forma de um cavalo, normalmente alvo, puro e com um enorme chifre em espiral no centro da cabeça. Também conhecido por licórnio ou licorne, este ser fantástico é considerado um símbolo de pureza, castidade e força, aparecendo nas lendas medievais como um animal muito dócil e próximo das raparigas virgens. 


Impossível conhecer onde e quando a narrativa do unicórnio surgiu. Todavia certo é que a sua popularidade cresceu a partir do período medieval. A figura do unicórnio esteve também diretamente ligada à religião católica, por representar a virgindade da mãe de Jesus, além do milagre de encarnação de Deus através do ventre imaculado da Virgem Maria. 


O unicórnio alcançou também grande popularidade na China Antiga e na Europa, cavalgando o mito e estabelecendo-se como símbolo de boa sorte. De acordo com a mitologia, os unicórnios têm poderes mágicos e milagrosos, principalmente o seu chifre, considerado a parte mais importante de seu corpo. O putativo sangue de unicórnio também foi louvado. Ambos teriam dons curativos e regenerativos, capazes de prolongar a vida da pessoa por muitos anos, ou salvar alguém que esteja a beira do colapso. Esses animais fantásticos tinham o poder de purificar todas as coisas, trazendo vida e luz ao que era morte e trevas. Ainda de acordo com a lenda, os unicórnios alimentar-se-iam de nuvens e raios solares, principalmente os emitidos durante o nascer e pôr-do-sol. Isto porque essas seriam uma das poucas coisas verdadeiramente puras na natureza. 


Se, todavia, por acaso já terás ouvido dizer que os unicórnios existiram, tal pode mesmo ser verdade. De facto, julga-se que os "unicórnios" podem já ter existido, no entanto não da forma como as lendas e mitos fantásticos descrevem. Há aproximadamente 200 mil anos existia uma criatura chamada Elasmotherium sibiricum, também conhecida como unicórnio siberiano ou Elasmoterio. Este animal pré-histórico seria parente do rinoceronte e caracterizado por ter um enorme chifre na cabeça. O unicórnio siberiano foi extinto há milhares de anos, mas é muito provável que algumas criaturas da espécie tenham sobrevivido tempo suficiente para coexistir com seres humanos primitivos. Vamos sorrir? Consta que o animal pesaria cerca de quatro toneladas! 


Num determinado sector da comunidade motociclista portuguesa, ficou famosa nos últimos tempos a expressão unicórnio bem como a caça a esse putativo animal. Mas afinal que raio virá a ser um unicórnio quando estamos a falar de motos? O ESCAPE foi então falar com Tito da Costa, entre nós conhecido como Rad Raven, um dos culpados, provavelmente o maior culpado, disto tudo – como se costuma dizer. 

MILLION DOLAR QUESTION 
Não sei exactamente como, ou quando, comecei a adoptar o termo unicórnio. Todavia penso que terá sido por influências oriundas da terra dos cangurus, o que faz todo o sentido, pois os nossos amigos australianos têm, sem dúvida alguma, das melhores condições geográficas para tirar partido de tais criaturas mitológicas. Aliás, eles têm mesmo necessidade de ter um unicórnio, se não quiserem sofrer bastante pelo caminho. 


Um unicórnio na sua definição mais básica, é algo bastante simples. É uma moto que quando está fora de estrada quase nos faz lembrar uma enduro. Já quando temos que percorrer largas centenas de quilómetros de autoestrada de seguida, transporta-nos com um conforto minimamente aceitável. Um unicórnio tem também que ter intervalos de manutenção que não sejam medidos em horas e uma boa autonomia! 


As grandes marcas têm feito um esforço hercúleo para nos convencer que isso se chama Big Trail. Todavia só quem já se viu em apuros para lidar com uma mota com mais de 200kg fora de estrada (e não tem vergonha de o admitir) e quem já arrancou tacos dos pneus na autoestrada com o seu charuto de 200kg e mais de 100 CV, sabe que a história não é bem assim! 

Resta-me apenas acrescentar que todos os unicórnios são feitos à imagem dos caprichos dos seus donos por isso, são sempre únicos e normalmente têm um período de gestação prolongado, mas podem e devem ser utilizados durante esse período crucial da sua evolução! 


Após esta viagem absolutamente fantástica vamos então à pergunta do milhão de dólares: será a Voge 300 Rally o unicórnio que tantos procuram? 

LEVE TRAIL DE AVENTURA 
A pequena moto chinesa não apresenta segredos nenhuns. No quadro de duplo berço é montado o monocilíndrico Loncin cuja origem se encontra na saudosa Kawasaki KLX 300 (292cc, 29 CV, 25 Nm). Jantes 21”/18”, suspensões de longo curso e travagem espartana ajudam a caracterizar o conjunto. É uma moto analógica e a electrónica resume-se a um ABS de dois canais podendo ser este desligado na roda traseira de forma muito simples. Peso? Apenas 158 Kg em ordem de marcha com o generoso depósito de 11 litros atestado – cheguei a meter mais meio litro para além dos onze que a marca indica. 


A moto é delgada, algo alta sem ser perturbadora e com uma posição de condução correta. A protecção aerodinâmica surpreende pela positiva. Não gostamos de um painel de instrumentos onde falta alguma informação simples como o nível de combustível, relógio e temperatura de motor. 


O motor é vivo e sempre presente. Ainda na cidade a adesão a esta pequena Voge é imediata. Gostamos do acerto das suspensões e lamentamos uma travagem com pouco feeling e que exige habituação - aspecto claramente a melhorar. Ficamos com a certeza que esta moto é muito mais do que uma liliputiana aventureira. Sendo também uma solução de mobilidade urbana. A estrada leva ao campo e aqui percebemos que se as naturais vibrações em regimes médios são aceitáveis, as velocidades máximas são de evitar. A auto-estrada não é aqui a nossa praia. 

PASSEAR NO CAMPO 
Onde a Voge 300 Rally ama esticar as perninhas é no campo. Não atravessamos o país fora de estrada todavia foram muitos e bons os momentos em terra, lama e até areia. Na companhia de Rui Lucas Godinho passamos uma jornada no próximo Alentejo onde encontramos todo o tipo de terrenos numa viagem de quase trezentos quilómetros com partida e chegada a Lisboa – notem que cerca de dois terços deste percurso foi efectuado fora do asfalto. 


A posição de condução apeada não sendo perfeita é perfeitamente aceitável. Ali, por maus caminhos, a travagem parece ter o seu melhor acerto e a qualidade da ciclística ajuda a colocar a moto onde desejamos, mesmo quando o caminho é uma perfeita incógnita, como foi o caso. A diversão apenas não é maior porque os pneus Tsimun apenas cumprem. Melhores borrachas adquiridas devem ser. 

O DIVERTIMENTO COMO UNIDADE DE MEDIDA 
É pois tempo de tentar responder à pergunta do milhão de dólares. Foi encontrado o unicórnio tal como definido pelo nosso apaixonado amigo Rad Raven? A questão é que esta terá de ser uma análise subjectiva. Cada cabeça, sua sentença. Se querem a opinião deste ESCAPE, honestamente julgo que se não encontramos já o animal, estaremos muito perto de o fazer. Demos certamente passos decisivos. Contudo a caça não terminou aqui. Não pode terminar. Desde logo porque…, qual seria a piada se a festa terminasse já? 


Na verdade, a medida aqui não pode ser a eficácia e sim o divertimento. E neste aspecto a Voge 300 Rally é uma absoluta campeã. Uma moto humilde que tem a virtude de nos perdoar a ignorância e a sabedoria de nos ensinar o caminho. Tudo isto por uns inacreditáveis 4.795€, tendo a simpática Rally solicitado três litros e meio do conhecido líquido inflamável indispensável à nossa salubridade por cem quilómetros daquele sorriso que define as nossas paixões. 


AGRADECIMENTO. A prova à Voge 300 Rally e consequentemente o que leem e veem aqui, contou com a colaboração de um rol incrível de convidados especiais. Para além do espantoso Elasmotherium sibiricum e do não menos espantoso todavia residente Gonçalo Fabião nas imagens, tivemos o Rad Raven no texto, o Rui Lucas Godinho a iluminar o caminho e um agente secreto que assim que viu a moto agarrou a oportunidade de fazer a Voge voar, como podem ver nas imagens. A todos o ESCAPE agradece e deixa a sua vénia.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Tracer 9 GT+ a nova sport touring da Yamaha

Uma das vantagens de escrever sobre motociclismo neste formato leve e descomprometido de blogue é a liberdade. Sou livre de escrever e dizer o que quero, quando quero, nas quantidades que quero. Aqui no ESCAPE não devemos rigorosamente nada a ninguém. 


Uma das falacias dos últimos tempos tem sido a narrativa de que nós, os motociclistas, deixamos de procurar motos do segmento sport turismo. Com o devido respeito por todos, eu não concordo com quem afirma tal e tenho o dito amiúde. Simplesmente, não se vendem mais sport tourer porque as marcas deixaram de investir e apostar nesse incontornável segmento de mercado. A procura diminui, é certo. Todavia a oferta também encolheu. Encolheu…, encolheu…, e quase desapareceu. E se ninguém oferece, naturalmente ninguém compra. 

Serve pois este texto para um momento raro aqui no ESCAPE. Aplaudir a Yamaha! E a incontornável marca nipónica merece os nossos parabéns pois acaba de anunciar a sua nova Tracer 9 GT+. Segue infra texto (editado) da responsabilidade da marca.


A Yamaha está preparada para levar o conceito TRACER para uma nova dimensão com a Sport Tourer mais sofisticada alguma vez fabricada pela empresa. Partindo dos pontos fortes dos modelos existentes, a nova TRACER 9 GT+ é fornecida com toda uma gama de tecnologia de topo que foi concebida para transformar cada viagem, fornecendo um grau de versatilidade e controlo anteriormente impensável. 

Com um sistema electrónico de tecnologia de ponta totalmente integrado, incluindo um radar de ondas milimétricas, controlo de velocidade de cruzeiro adaptativo, sistema de travagem unificado ligado por radar, suspensão electrónica e modos de condução inteligentes – bem como um painel de instrumentos TFT conectado e a navegação Garmin totalmente integrada – a nova TRACER 9 GT+ está pronta para inaugurar uma nova era de controlo que elevará a experiência Sport Touring a um novo patamar

CONTROLO DE VELOCIDADE DE CRUZEIRO ADAPTATIVO (ACC) 
A TRACER 9 GT+ é a primeira Yamaha que está equipada com Controlo de velocidade de cruzeiro adaptativo (ACC, Adaptive Cruise Control). Este novo sistema avançado oferece todas as vantagens do controlo da velocidade de cruzeiro, juntamente com a capacidade de manter automaticamente uma distância fixa do veículo que circula à frente. Com o novo sistema ACC, um radar de ondas milimétricas incorporado mede constantemente a distância do veículo imediatamente à frente da TRACER 9 GT+. O ACC controla automaticamente a velocidade de cruzeiro, a desaceleração e a aceleração para se adaptar às condições da estrada à medida que esta vai mudando. 


O ACC também está integrado com o motor e a suspensão eléctrica e, para manter a distância pré-selecionada do veículo à frente, a travagem do motor e os travões são accionados (pela ordem indicada) para abrandar a moto. Ao mesmo tempo, a força de amortecimento da suspensão eletrónica é ajustada para reduzir o excesso de afundamento ao utilizar os travões para manter a estabilidade do chassis. 

Com a sua capacidade de intervir automaticamente e ajustar os níveis de velocidade, a abertura do acelerador, a travagem do motor, os travões e a suspensão quando vai atrás de um veículo, bem como nas curvas e ultrapassagens, o sofisticado ACC oferece uma experiência de condução natural e fluída. Esta tecnologia eletrónica topo de gama, que foi utilizada pela primeira vez numa Yamaha, eleva o conforto em autoestrada a um nível completamente novo. 


O ACC é fácil de utilizar, reduz o esforço mental e físico do condutor e proporciona um maior conforto e comodidade para uma qualidade de condução inigualável, tornando a TRACER 9 GT+ a Sport Tourer definitiva da Yamaha. 

SISTEMA DE TRAVAGEM UNIFICADO 
Como modelo do topo da gama Sport Touring da Yamaha, a TRACER 9 GT+ foi escolhida para estrear uma gama de novas tecnologias inovadoras, incluindo o primeiro Sistema de travagem unificado (UBS, Unified Brake System) ligado ao radar. 


O novo sistema é um design ativo que proporciona um maior controlo ao utilizar os dados do radar de ondas milimétricas e da IMU de 6 eixos (unidade de medição da inércia) para ajudar e regular as forças de travagem dianteira e traseira através da unidade hidráulica Bosch que otimiza o controlo e o equilíbrio entre a dianteira e a traseira do sistema de travagem. 

O Sistema de travagem unificado é constituído por três elementos principais que funcionam apenas quando o controlo de travagem (BC, Brake Control) está ativado. Primeiro, o assistente de travagem intervém quando o sistema deteta que uma colisão está iminente. Segundo, a assistência de travagem dianteira/traseira ajusta as forças de travagem em ambas as rodas para uma desaceleração estável. E terceiro, o controlo da travagem nas curvas ajusta automaticamente a força de travagem para evitar a derrapagem dos pneus quando a máquina está inclinada. 


O Sistema de travagem unificado ligado ao radar analisa constantemente os dados da distância a partir do radar das ondas milimétricas. Se os cálculos do sistema concluírem que as solicitações de travagem do motociclista são insuficientes para evitar uma colisão com o veículo à frente, irá aumentar a pressão do travão nas rodas dianteira e traseira para ajudar a abrandar a TRACER 9GT+.O sistema oferece assistência adicional na travagem e apenas intervém quando o BC está ativado e o condutor está a travar: não se trata de um sistema para evitar colisões. 

O segundo elemento é o Sistema de travagem unificado com assistência dianteira/traseira, que ajusta a distribuição da força de travagem dianteira/traseira. Quando o condutor utiliza apenas o travão dianteiro, a unidade hidráulica aplica automaticamente a força de travagem na roda traseira, com o grau de intervenção calculado utilizando dados da IMU relacionados com alterações na aceleração e no ângulo de inclinação. Quando apenas é utilizado o travão traseiro, por vezes, o sistema aplica uma força de travagem adicional na roda dianteira através da unidade hidráulica, consoante a força exercida no pedal do travão e os dados da IMU relacionados com o comportamento da moto. 


O terceiro elemento é o controlo da travagem nas curvas. Trata-se de um sistema de "controlo da travagem nas curvas" que utiliza os dados de funcionamento da moto da IMU e regula instantaneamente as forças de travagem do condutor para evitar a derrapagem dos pneus. O Sistema de travagem unificado ligado ao radar está ligado à suspensão eletrónica e, além de assistir e regular as forças de travagem dianteira e traseira, também ajusta o amortecimento da suspensão dianteira e traseira para manter a estabilidade do chassis. O ABS funciona sempre que o BC esteja ativado ou desativado. 

RADAR DE ONDAS MILIMETRICAS 
Tanto o novo Controlo de velocidade de cruzeiro adaptativo como o Sistema de travagem unificado ligado ao radar utilizam dados do novo radar de ondas milimétricas que deteta a distância do veículo que circula imediatamente à frente da moto. Com apenas 200 g, esta unidade de radar compacta e integrada está situada atrás de uma nova tampa de proteção na parte da frente da TRACER 9 GT.


Esta nova e vanguardista Sport Tourer é a primeira moto da Yamaha a ser equipada com o quickshifter de terceira geração que oferece um leque ainda mais amplo de funcionalidades, ao permitir mudanças mais baixas ao acelerar e mudanças mais altas ao desacelerar sem recurso à embraiagem. 

SUSPENSÃO SEMIATIVA 
A TRACER 9 GT+ está equipada com a mais avançada tecnologia de controlo eletrónico disponibilizada em qualquer moto da Yamaha de produção, o que sublinha o compromisso da Yamaha com a categoria Sport Touring. O sistema de suspensão de controlo eletrónico KADS (KYB Actimatic Damper System) de nova geração foi desenvolvido em conjunto com a KYB e concebido para proporcionar um desempenho desportivo aliciante com uma condução extremamente confortável. 

Este sistema de suspensão dianteira e traseira totalmente integrado é acompanhado pela IMU de 6 eixos, que monitoriza vários sensores e ajusta automaticamente as forças de amortecimento através da Unidade hidráulica (HU) e da Unidade de controlo da suspensão (SCU). O KADS pode ser definido para o modo Sport ou Comfort e pode adaptar-se a uma ampla gama de estilos de condução ao ajustar constantemente as forças de amortecimento para se adaptar às condições de condução prevalecentes. Ao analisar os dados da IMU, incluindo o ângulo de inclinação e a aceleração da moto, este sofisticado sistema de suspensão proporciona uma condução de alta qualidade aliada a sensações inigualáveis e aderência à estrada, oferecendo níveis de confiança que confirmam a TRACER 9 GT+ como a derradeira Sport Tourer da Yamaha. 


À semelhança de qualquer outro sistema eletrónico presente nesta moto de elevada capacidade, a suspensão KYB está totalmente integrada para assegurar sempre uma condução estável e funciona em conjunto com o ACC, com o Sistema de travagem unificado com assistência dianteira/traseira, bem como com o Sistema de travagem unificado ligado aos radares e com o controlo de travagem. 

As características de manobrabilidade da suspensão de controlo electrónico também são afectadas pela selecção dos modos de condução integrados e as definições de amortecimento são ajustadas instantaneamente através de um solenoide para obter uma condução suave e confortável em diversas condições de carga e condução. 

MODOS DE CONDUÇÃO INTEGRADOS 
A TRACER 9 GT+ beneficia de um D-Mode (função de selecção do carácter do motor) melhorado que agora está totalmente integrado com a IMU de 6 eixos da máquina e com o amplo conjunto de ajudas à condução sensíveis à inclinação. Anteriormente, o D-Mode (a função de seleção do cárter do motor) funcionava de forma totalmente independente das várias ajudas de controlo eletrónico, o que exigia um ajuste individual. 

Este novo sistema é mais intuitivo, sendo muito mais fácil de compreender e utilizar no momento. O condutor pode selecionar uma das quatro opções de modos de condução integrados: Os modos "Sport", "Street", "Rain" ou "Custom" funcionam agora em conjunto com a selecção do carácter do motor (D-mode), o controlo de tração, o controlo de deslizamento, o controlo da elevação da roda dianteira e o controlo de amortecimento da suspensão electrónica para assegurar uma maior manobrabilidade numa grande variedade de situações de condução. 


As opções seleccionáveis "Sport", "Street" e "Rain" possuem definições de fábrica integradas com diferentes níveis de intervenção para se adaptarem a diferentes condições. Estes modos predefinidos foram desenvolvidos pelos engenheiros da Yamaha utilizando o feedback de pilotos de testes. A quarta opção "Custom" permite que o condutor seleccione manualmente assuas próprias definições de intervenção para as várias ajudas à condução de controlo eletrónico e as guarde como o seu modo personalizado. 

MOTOR CP3 EU5 E QUADRO EM ALUMÍNIO 
A TRACER 9 GT+ está equipada com o reconhecido motor CP3 EU5 de 890 cc da Yamaha capaz de produzir um binário forte e linear, o que faz com que esta emblemática Sport Tourer tenha um desempenho notável, quer ao viajar pelos Alpes quer nas deslocações para o escritório. Dotada de um punho com sensor de posição do acelerador (APSG) e do Sistema electrónico de controlo do acelerador Yamaha (YCC-T), este equipamento leve elimina a necessidade de cabos e polias e oferece uma resposta magnífica com uma sensação natural. 

A TRACER 9 GT+ conta com uma ampla gama de tecnologia exclusiva da Yamaha, incluindo o quadro principal em alumínio fundido que foi fabricado com o exclusivo sistema CF (ControlledFilling) da empresa. Este sistema especial permite construir quadros extremamente leves e fortes com espessuras da parede variadas, o que proporciona um equilíbrio de rigidez optimizado para um desempenho de condução superior. 


O peso não suspenso é minimizado graças à utilização de um braço oscilante de alumínio leve e as jantes SpinForged, também fabricadas com a tecnologia exclusiva da Yamaha, ajudam não só a melhorar a ação da suspensão, como também reduzem o momento de inércia, dando um contributo significativo para a leveza e agilidade de condução da moto. 

LED, CONFORTO E MAIS SEGURANÇA 
A iluminação é um sistema totalmente LED e as sofisticadas luzes direccionais da Yamaha são incluídas de série na TRACER 9 GT+. Quando a máquina se desloca a 5 km/h ou mais rapidamente o ângulo de inclinação ultrapassa 7 graus, as luzes direcionais iluminam automaticamente o interior da curva, quer sejam utilizados os máximos ou mínimos, o que lhe dá uma área de estrada iluminada mais ampla. 


A Sport Tourer premium da Yamaha foi concebida para os motociclistas que costumam fazer viagens durante todo o ano e gostam de fazer todo o tipo de condução, independentemente do local e da hora. A TRACER 9 GT+ foi pensada para proporcionar uma condução confortável em qualquer altura do ano e está equipada com um grande para-brisas ajustável em 10 níveis, bem como aquecedores de punhos ajustáveis em 10 fases, que tornam as longas viagens muito mais agradáveis. A Yamaha também oferece um banco Comfort aquecido como Acessório genuíno, também com 10 níveis de temperatura selecionáveis.
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