Nas estradas cada vez mais sinuosas das
Redes Socias cruzo-me com este texto absolutamente delicioso. É um pedaço de
puro espirito motociclístico e mototurístico de antanho. Imagino…, tenho a
certeza para ser honesto, que cultura motociclista e “fora da bolha” é isto.
Muito isto – como agora se diz.
Os meus sinceros agradecimentos ao Nuno
Solla Lacerda (que em boa verdade nem sequer conheço) por ter, muito
simpaticamente, permitido aqui no Escape a sua publicação; bem como da fantástica
imagem, de uma apaixonante Jawa 350, que ilustra as suas magnificas palavras.
"Esta foi uma das minhas motas com o qual
fiz uns milhares de quilómetros, muitos deles com pendura e numa época em que
não havia assistência em viagem; em que os cabos de embraiagem partiam
consecutivamente; uns eram até presos com serra-cabos. Não havia Top Cases nem
assentos de gel e muito menos aquecidos. A bateria não era de Gel nem de 12v.
As luzes aproximava-se da luminosidade de uma candeia a petróleo e cintilavam ao ralenti.
Esta mota não tinha autolube (n.d.r. estamos, portanto, a falar de uma maquina a dois tempos); a mistura era feita por mim para ter a certeza da qualidade do óleo usado. Guardava o óleo debaixo do assento em pequenas garrafas de shampoo, que eram a medida certa para um depósito de dez litros.
Eramos obrigados a saber um pouco de mecânica, pois de outra forma não se “sobrevivia” na estrada. As velas encharcavam, havia platinados, apalpa-folgas e o escape pingava óleo mal queimado.
E à noite,
nas discotecas, roubavam os cachimbos, especialmente se fossem NGK. No meu
caso, para me proteger dos ladrões, muitos deles meus amigos, besuntava-o com
massa consistente; mas preventivamente tinha sempre um sobressalente."
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