quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Peugeot Metropolis SW à prova

Friedrich Anton Christian Lang, conhecido como Fritz Lang foi um cineasta, realizador, argumentista e produtor nascido na Áustria (1890) e que dividiu o seu trabalho entre a Alemanha e Hollywood. Ainda hoje é considerado um dos maiores vultos do cinema alemão, apesar de em 1934, depois de se recusar a colaborar com o regime nacional-socialista, ter emigrado para os Estados Unidos, onde morreu em 1976 com 85 anos. 

Foto: Gonçalo Fabião

A obra-prima de Lang é Metropolis, na época a mais cara produção até então filmada na Europa, sendo este filme considerado por muitos como um dos grandes expoentes do expressionismo alemão. Foi ainda um filme muito à frente do seu tempo, podendo de certa forma se afirmar ainda hoje como contemporâneo. À época, Metropolis foi considerado uma obra difícil e controversa, fazendo com que os seus resultados em bilheteira fossem um autêntico desastre. 

Foto: Gonçalo Fabião

O argumento, baseado num romance de Thea von Harbou – ao tempo casada com Fritz Lang - foi escrito por ela em parceria com o realizador. O filme que se assume como a primeira distopia do cinema, revela um ano de 2026 (100 anos após a produção do filme) onde ricos industriais governam a grande cidade de Metrópolis a partir de arranha-céus, enquanto trabalhadores subterrâneos labutam constantemente para operar as máquinas que fornecem energia à cidade. Ou seja, a elite que vive na superfície controla e explora os operários, sufocados no subterrâneo. Numa palavra, luta de classes no seu melhor. 

Foto: Gonçalo Fabião

Na lista de filmes de ficção científica mais marcantes já realizados não faltam obras como Blade Runner, 2001 Odisseia no Espaço, Alien, Star Wars e Matrix. Todavia, para muitos, o filme de ficção científica mais influente de todos os tempos é Metropolis. A influência da obra é múltipla e interdisplinar. Uma das mais reconhecidas influências na cultura pop é o vídeo clip de Radio Ga Ga (1984), da icónica banda britânica Queen. É precisamente neste cenário de distopia face ao motociclismo clássico e ao mesmo tempo de incompreensão, pela esmagadora maioria dos utilizadores das duas e das quatro rodas, que se move a Peugeot Metropolis SW.

   


TRÈS CHIC 
A Peugeot, produtora de veículos automóveis há cerca de 120 anos, apresenta nesta nova Metropolis 400, um veículo totalmente redesenhado, com um ar de família absolutamente inspirado nos “quatro rodas” da centenária marca francesa

Podendo ser conduzida com carta de automóvel (categoria B) é destaque nesta versão, desde logo, o sistema i-Connect, que permite ligar via bluetooth um smartphone ao painel de instrumentos em TFT a cores de 5 polegadas e tirar partido de, entre outras funcionalidades, de um sistema de navegação por GPS. Sublinhamos também a generosa top case integrada, que oferece uns incríveis 76 litros de capacidade de arrumação (juntamente com o espaço debaixo do assento), permitindo o transporte confortável e seguro dos objectos da vida diária, piscando ainda o olho a uma viagem para lá do suburbano. 

Foto: Gonçalo Fabião

Notem que travão de estacionamento eléctrico, iluminação automática (é uma maravilha o grupo óptico dianteiro), ignição sem chave, pára-brisas regulável em altura (manual), abertura eléctrica da mala, e apenas 780mm de altura do assento, concorrem como argumentos de peso que visam descomplicar a vida do (agora) motociclista. 

QUALIDADE E SEGURANÇA 
O primeiro contacto com a moto revelou rapidamente as duas palavras-chave desta prova: qualidade e segurança. A qualidade dos materiais empregues e de todo o conjunto é superior e a posição de condução neutra e muito correta desvenda desde cedo um “habitáculo” com excelente protecção aerodinâmica e onde não há qualquer ruído parasita ou mera vibração que incomode o condutor. Aqui, o único aspecto negativo e claramente a receber no futuro actualização é um peso algo excessivo de todo o conjunto que ronda os 270 quilos em ordem de marcha. 

Foto: Gonçalo Fabião

A segurança enquanto característica dominante desta Metropolis, surge desde logo no motor monocilíndrico de 400cc (36 cv, 38 Nm), que apesar da suavidade na subida de rotação e consequente entrega de potência responde de forma eficaz a uma utilização dinâmica do conjunto. 

EM BUSCA DE “CRISTÃOS NOVOS” 
Por falar em dinamismo, o sistema de duplo rodado, de forma quase mágica, “desaparece” assim que começamos a rodar com a moto o que pode ter duas consequências: ao motociclista experiente sabe bem sentir que “aquela roda a mais” não se mostra (de certa forma) presente, enquanto que ao cristão novo aproveita toda a eficácia de um sistema de duplo rodado dianteiro que absorve todos os erros possíveis em bom ou mau piso, podendo este ser ainda molhado ou irregular que a Metropolis não quer saber disso para nada. 

Foto: Gonçalo Fabião

Qualidade e segurança vamos ainda encontrar na eficácia da travagem; bem como na suave suspensão desta Smoky Quartz Satin, conferindo um conforto de referência que nos faz desejar ir bem mais longe do que a utilização diária. 

Foto: Gonçalo Fabião

Nesta prova o consumo do “doirado” sumo do dinossauro foi ligeiramente superior a quatro litros por cem quilómetros de mobilidade inteligente oferecida por Metroplis SW, pedindo a marca uma transferência de 10.600€, valor que não estando em causa face à natureza, digamos, Premium deste veículo, pode ser um fator penalizante na disseminação desta forma de modernidade pelas nossas urbes.

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