Vamos lá ver uma coisa. Clássicas modernas ou modernas clássicas? Fácil...
Moça bonita ou bonita moça? A Moça é a substância; a beleza é uma qualidade que a moça tem. Moça, substantivo, bonita, adjectivo. Com as motas é tudo igual…, são clássicas pela substância e para além disso possuem a qualidade de serem modernas. Clássicas modernas, estamos entendidos?
De entre as clássicas modernas vamos encontrar as Bobber. Quem? Isso, querem ler?
A Honda, por exemplo, anuncia a sua CMX500 Rebel como “uma moto compacta, estilo “Bobber, que alia o estilo tradicional e autêntico à tecnologia moderna”; cá está substância autêntica com atributos (qualidades) modernos.
Já a Triumph defende que a sua “nova Bonneville Bobber (…) sintetiza perfeitamente os princípios de estilo minimalista e a postura musculada de intencionalidade de construção de uma Bobber autêntica”.
Notem, Honda e Triumph reclamam em uníssono: autenticidade!
Pois muito bem, mas de que é feito essa autenticidade, ou, por outras palavras, qual o ser em si, a ontologia de uma Bobber?
Nascida nos Estados Unidos da América, ainda antes da Segunda Guerra Mundial, a Bobber, originalmente denominada “bob-job”, é uma mota customizadas (modificada, adaptada, personalizada) e surge da necessidade que os motociclistas tinham de se ver livres do peso supérfluo em corridas de “dirt track” e “hill climbing”. Este era, à época, o único processo possível que o motociclista comum tinha de incrementar velocidade e performance à sua máquina.
Ao falar em “Original Bobbers” temos de, por um lado, recuar aos eventos motociclisticos dos anos 30, 40 e 50 do século passado e, por outro (este bem mais fácil), ver o clássico “The Wild One”, O Selvagem, filmado em 1953 e protagonizado por um jovem Marlon Brando (Johnny) e Lee Marvin (Chino). Ali, Brando conduz a sua Triumph Thunderbird 650 importada e Marvin uma Harley Panhead modificada, segundo alguns, a verdadeira “Oldschool Bobber”.
Pois bem, resta saber se Honda e Triumph conseguem com a CMX500 Rebel e a Bonneville Bobber fazer-nos recuar, ainda que actualizados tecnologicamente, ao espirito selvagem e livre de uma mota com personalidade, simples, leve, rápida e que se destaque esteticamente das demais.
Sim, adivinharam. Nos próximos dias vamos ter motas diferentes aqui pelo Escape. E isso é mesmo muito bom!
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