Noite de Santo António em Lisboa. A noite épica. A mais longa do ano em terreno alfacinha. E eu em casa profundamente deprimido (link). Opto pela cama. Acordar cedo, passar pelo ginásio e aproveitar o resto do feriado na praia. Tenho vontade de ler e passo por uma das poucas boas lojas, que se mantêm em Lisboa, onde podemos encontrar imprensa internacional. O objectivo era fazer update quanto ao Mundial de futebol que ai está. Mas a Paixão maior fez-me parar na estante “das motas”. Folheio a deliciosa francesa “Road Trip” e a gigante italiana “Motociclismo”. Mas foi a bem cheirosa portuguesa REV que trouxe, literalmente, debaixo do braço. Já vos tinha dito que adoro o cheiro da REV?
Tenho andado algo distante da bimestral. Acho que a revista perdeu alguma da sua identidade original e ainda não tinha tido oportunidade de dar atenção à #45, ainda em banca. Mas, na mão, aquela excelente imagem de capa comemorativa do oitavo aniversário é poderosa. Nem perdi mais um segundo e paguei a revista.
Tenho por hábito ler a REV de fio a pavio. E logo no editorial o Marcos dá me uma excelente novidade: o decano e icónico Alan “quando for grande quero saber escrever como ele” Cathcart passa a colaborar com a revista; maravilha. Excelente é também o texto do Vítor, “A Ressaca”. Quando quer, o Vítor tem aquela suave magia de conseguir colocar por palavras sucintas algo que sentimos, e por mais que desejemos não conseguimos verter num conjunto de letras. Também gostei das curiosas sugestões de cinema que a Dora nos oferece. Salto “testes e contactos” e mergulho na conversa do Hugo com o mítico Charley Boorman – senti-me lá, com eles, de copo na mão; acho que está tudo dito. Mais umas paginas saltadas e invisto longos minutos a deliciar-me com as imagens do Mestre Manel sacadas no Dusty Track. Antes de repousar, por longos minutossssssssssssssss…, os olhos na página 114…, ainda encontro tempo para me reencontrar com o velho Cathcart e o “Berço nórdico” da Husqvarna.
Esta que descrevo é a REV que me move; urgente e intemporal ao mesmo tempo. O resto será lido quando calhar. Compreendo, a publicidade não cai do céu e há que dar espaço a quem torna tudo isto possível. Mas o que eu queria mesmo dizer, e já disse ao meu querido amigo Marcos Leal, é que esta #45 está excelente. Lê-se com aquela sofreguidão do prazer.
Nunca é tarde. A REV #45, Maio/Junho 2018, ainda está em banca. Nela, com vai dito, encontramos momentos de verdadeira “motorcycle culture”. E isso só pode ser bom.
A REV tem magia, não apenas cheiro. E conta com gente que sabe escrever, contar histórias sem ser com base no cada vez mais comum Copy Paste.
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