domingo, 23 de agosto de 2020

Onde estavas quando choraste com a primeira vitória do Miguel Oliveira em MotoGP?

Dia de puxar dos lenços. E dos galões também. Dia difícil. Porque não é fácil traduzir por palavras o que sentimos no curto espaço que medeia entre aquela última curva do circuito austríaco e a bandeirada de xadrez. 


Sim, gritei. Pulei. Bati na parede. E chorei. E voltei a emocionar-me com o a subida ao pódio e o hino. O hino de um país que despreza o motociclismo. O mesmo hino do país de um rapaz de Almada que tem passado toda a sua vida a trabalhar árdua e honestamente para momentos como o de hoje: vencer, vencer de bandeira portuguesa ao ombro. Que lição! 

Puxar dos galões. É inevitável. São pouquíssimos aqueles que como eu acompanham desde sempre a carreira do Miguel. 2005, aqui (link) já acompanhava a carreira do Miguel, tinha ele 10 anos. 2008, aqui (link) escrevi que Miguel Oliveira seria no futuro o primeiro português campeão mundial de MotoGP. Não foi hoje, é verdade. Duvidei muito que essas minhas palavras se efectivassem. Hoje fiz as pazes. Fizemos as pazes com tanta coisa. E é tão bom fazer as pazes.

Puxar dos lenços. Nas últimas voltas da épica corrida de hoje o Miguel tinha dois objectivos. Segurar aquilo que seria o seu primeiro pódio. E, acontecendo, aproveitar a luta pela vitória que se desenhava bem na sua frente caso acontecesse um erro. E tudo o Miguel levou. A palavra chave até já tinha sido por ele enunciada: inteligência. 

Foi em casa. Entre um mergulho matinal na eterna Caparica e um almoço rápido antes de ir para o trabalho - sim, trabalho, ao domingo não e só para o Miguel, o rapaz honesto– que gritei, pulei e chorei. 

Apaixonante. Emocionante. Inesquecível. Revendo a corrida com a frieza possível, sabemos que esta é uma vitória não do momento mas sim do trabalho, do esforço, da dedicação, da paixão. De anos e anos a fio. Uma vitória inteiramente justa. Uma vitória do melhor piloto em pista neste dia. Uma vitória que sabemos será repetida no futuro, Uma vitória que nos faz sonhar. Ousar o aparentemente impossível. Em 2008 como hoje, escrevo: Miguel Oliveira será o primeiro português campeão mundial de MotoGP. 

Parabéns Miguel. Mas como bem sabes o trabalho ainda só agora começou. Como Camões escreveu um dia no canto X dos Lusíadas: que nunca te “falte na vida honesto estudo”.

12 comentários:

  1. Não sou motard, em casa existe uma Vespa 50 de 1975, que está parada há 18 anos mas que funciona. sigo o MOTOGP desde que o Miguel chegou. Estava a ver a corrida a minha mãe entrou no eu quarto no momento em que o Miguel fez a ultrapassagem da ultima volta apanhou o susto da vida dela.

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  2. No cafe a gritar por ele..e claro que chorei quando vi cortar a linha da meta..ficou tudo a olhar para mim..caguei nisso..o orgulho que tenho por este puto vale tudo..👏❤

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  3. Eu o marido e os 3 gatos colados na TV do quarto✌️assim que ele conseguiu o 3ºlugar fiquei colada no ecrã e só dizia cuidado mantém a posição depois o Espargaro passou para 2º e eu gritava cuidado com esse C#@ que ainda te manda aí chão 😎 assim que ele os ratou por dentro gritei como quando vencemos o Europeu.
    Orgulho do Miguel Oliveira mais que merecida vitória.
    1ºPortugues e 1ºAlmadense ❤️

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  4. No café, a gritar feito louco!!! Grande Oliveira!!!

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  5. Tinha o meu restaurante cheio a essa hora, sai da cozinha e fiquei no meio da sala a ver as duas últimas voltas, o coração batia forte, estava completamente arrepiado, sentia que o Miguel podia chegar ao 1 lugar e na última curva para a reta da meta disse para mim mesmo ( dá-lhe Miguel)
    E o sonho tornou-se realidade, após ultrapassar de forma brilhante o Miller e o Espargaro comecei logo aos gritos em plena sala de refeições...MG88🍊🧡
    Dedico esta vitória aos que diziam que o Miguel nunca chegaria a vencer um MotoGP que a mota que tinha não tinha hipóteses com as nipónicas 🧡🧡🧡🍊🍊🍊

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