Sempre segui a carreira daquele miúdo. Um miúdo que a cada fim-de-semana da sua vida superava o seu destino. Apesar de ter idade para ser pai dele, para mim era (é, na verdade) um ídolo.
Fez há dias um ano. Chegava enfim o momento de nos cruzarmos, durante uma sessão de autógrafos na loja de um amigo de sempre. Alimentei a esperança de falar – um minuto que fosse – com o meu ídolo. A esperança deu lugar à expectativa quando expus o meu desejo a quem da sua comunicação tratava. Foi-me dito para esperar o meu momento. E quando o momento chegou…, chegou também a desilusão. Aquele minuto, que tão bem tinha preparado com um par de perguntas simpáticas para partilhar as respostas com os seguidores do blogue…, afinal não ia acontecer. Fiquei triste, muito triste. Chateado, mesmo. Não desisti e contactei por escrito a tal pessoa que da comunicação dizia tratar. O diálogo, primeiro por mensagem de correio eletrónico depois por telefone, também não correu bem. Acabei a sorrir – o que gerou ira – quando me disseram: “Pedro, você diz-se amador mas é mais duro que os profissionais”. A tal pessoa que devia tratar da comunicação de um piloto prestes a chegar à elite, na ânsia de me magoar mais um pouco, acabava assim por, sem querer, elogiar-me. Fraco consolo. Todos perdemos.
Hoje, num mundo de ruido, a comunicação é muito mais do que um processo que envolve a troca de informações entre dois ou mais interlocutores. Comunicar hoje é a arte da sedução. Mais. Comunicar hoje é a arte da influência.
Todos aqueles a quem cabe comunicar - ou a tal tarefa se expõem - no liliputiano meio do motociclismo em Portugal, devem pois esforçar-se no sentido da sedução. Mais, de influenciarem. Do topo das principais marcas ao “zequinha-youtuber-das-motos” que tem um canal com vídeos que só ele assiste, todos, todos, sem excepção, devem ter por objectivo seduzir e influenciar. Em especial aqueles que com tal actividade vendem, logo, lucram.
Estranho é – muito estranho mesmo – quando nos cruzamos com pessoas do grupo citado que parece que se esforçam, precisamente, no sentido contrário. Isto é, tudo fazem (ou parece) para ignorar, afastar, magoar até, os destinatários daquela que devia ser a sua mensagem. Como é possível?
Assim chegamos então ao objectivo deste texto algo diferente e peculiar que pretende fazer uma sugestão de leitura: “Fale Menos Influencie Mais”, um livro de Carla Rocha.
Até ao momento em que tive o contacto com este livro nunca tinha ouvido falar da autora. Não conhecia o seu trabalho. Não conhecia o seu percurso académico. Nem a sua Academia de comunicação que serve algumas das maiores e melhores empresas portuguesas e até o Comité Olímpico de Portugal.
Notem. Não me estou a colocar fora do barco que navega em águas agitadas – talvez pelo bom momento do mercado (um paradoxo?!?). Temos todos de tentar comunicar melhor. Seduzir melhor. Influenciar mais. Só dessa forma, no mundo da Sociedade da Informação e da Comunicação, o motociclismo vingará. Ser melhor todos os dias deve ser o desafio.
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