O Grossglockner é uma majestosa montanha que separa a região da Caríntia e do Tirol sendo o ponto mais alto da Áustria. Tem 3797 m. de altitude e 2423 m. de proeminência topográfica. É a segunda montanha mais proeminente dos Alpes, depois do Monte Branco. A mais alta dos Alpes a leste do Brennerpass.
O Grossglockner é cruzado pela Grossglockner High Alpine Road. Esta é a mais alta estrada asfaltada da Áustria. Alguns dizem que ao agendar uma viagem de mota pelos Alpes, aquela é uma estrada de alta montanha a percorrer com caracter de obrigatoriedade, pois o asfalto enquadra-se na paisagem de forma absolutamente perfeita. A Grossglockner High Alpine Road é de facto notável pelo seu traçado curvilíneo mas também pala soberba qualidade do asfalto, sem dúvida um dos melhores “tapetes” da Europa.
Ao percorrer os primeiros quilómetros da Estrada Nacional 112 (N112) recordei-me das minhas passagens pela Grossglockner High Alpine Road. Cá no nosso rectângulo não temos montanhas da dimensão e dramatismo dos Alpes mas ainda vamos encontrando pedaços de asfalto que são verdadeiras jóias. E esta, a N112, é uma das que mais brilham na coroa das estradas portuguesas.
Há uns anos largos que não fazia esta verdadeira diagonal à região Centro de Portugal. E tinham-me alertado que vindo de Gois pela Nacional 2 (link), negociados que fossem os primeiros quilómetros até à Pampilhosa da Serra, a vontade seria a de parar, respirar e repetir tudo uma, e outra e outra vez.
Confirmado! Esta primeira secção da N112 merece ser visitada com o devido tempo para ser desfrutada mais do que uma vez. Será, sem dúvida, um dos mais estimulantes troços de estrada em Portugal.
Da Pampilhosa até Castelo Branco, atravessando o Zêzere em Cambas, a festa continua, ainda que em ritmo mais moderado. Festa que contudo não é mais colorida devido à verdadeira devastação – quase total – provocada pelo abandono destas paragens e consequentes incêndios florestais dos últimos anos. Uma lástima. Que transforma ainda uma das mais belas estradas de Portugal numa estrada sem qualquer tipo de fotogenia.
No fim, já em terras albicastrenses, apenas um desejo. O de voltar. De voltar rapidamente. E com mais tempo. Porque esta é uma das mais apetecíveis estradas portuguesas para a o mototurismo em modo sport.
___________________________________________________________
Quem, o quê, onde, como, quando e porquê – não necessariamente por esta ordem…
A Estrada Nacional 112, não é mas podia muito bem ser conhecida como a “Grossglockner Road portuguesa” (perdoem-me o parolismo) devido não à paisagem que cruza mas ao seu traçado de classe mundial e ao seu tapete de asfalto de elevada qualidade. Tem o seu inicio num local (nem é lugar, muito menos aldeia) denominado Portela do Vento, num cruzamento com a Nacional 2 (link) e acaba na Pampilhosa da Serra. Quer dizer…, em bom rigor termina apenas em Castelo Branco pois entre a Pampilhosa e Castelo Branco a estrada mantem-se tendo sido apenas regionalizada (mais uma tontice dos senhores políticos).
A N112 foi por este ESCAPE percorrida no início de Julho de 2019, aos comandos de uma Triumph Bonneville Speed Twin que gastou pouco menos de cinco litros de líquido inflamável do bom nos seus quase 100 quilómetros.
A N112 não é uma estrada qualquer e é credora do nosso respeito. Tal como vertido no Plano Rodoviário Nacional de 1945, o objectivo original desta estrada estruturante era o de unir as outras igualmente estruturantes N2 e N18, passando pelas Serras da Lousã e Oleiros, ligando rapidamente duas capitais de Distrito, Coimbra e Castelo Branco, usando ainda a Nacional 17 como auxiliar deste percurso muito sinuoso.
A N112 foi por este ESCAPE percorrida no início de Julho de 2019, aos comandos de uma Triumph Bonneville Speed Twin que gastou pouco menos de cinco litros de líquido inflamável do bom nos seus quase 100 quilómetros.
A N112 não é uma estrada qualquer e é credora do nosso respeito. Tal como vertido no Plano Rodoviário Nacional de 1945, o objectivo original desta estrada estruturante era o de unir as outras igualmente estruturantes N2 e N18, passando pelas Serras da Lousã e Oleiros, ligando rapidamente duas capitais de Distrito, Coimbra e Castelo Branco, usando ainda a Nacional 17 como auxiliar deste percurso muito sinuoso.
Sem comentários:
Enviar um comentário