Forza. Do italiano. Forza mais do que força significa poder. Poder é a capacidade de deliberar arbitrariamente, agir, mandar. Dependendo do contexto, poder é também a faculdade de exercer autoridade, a soberania, até o império. O nome que damos às coisas é de facto muito importante. Nunca simpatizei com o nome desta família, confesso. Sempre me fez lembrar jogo de computador; ou “pior”, detergente para limpar não-sei-bem-o-quê. Todavia a Honda não está para brincadeiras e esta é uma família já com nome no mercado. Nome que apresenta agora mais e melhores argumentos em busca da tal autoridade e soberania que o nome sugere.
Foto: Gonçalo Fabião |
A família Forza, oriunda da Ásia - onde surgiram há quase vinte anos as primeiras scooters com este apelido - foi lentamente “emigrando” para o espaço europeu. Em 2013, com a NSS 300 começa a cortar ligações com o oriente, e em 2015 com o lançamento da primeira 125, assume-se como uma jovem europeia dinâmica, arejada, requintada e cosmopolita. Foi então esta linha mais malandra, atrevida mesmo, que vingou, e em 2018 surge a nova Forza 300 que apesar de não ter deslumbrado este ESCAPE, cumpriu com distinção as tarefas que lhe foram dispensadas (link).
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Já há algum tempo que o mercado exigia à Honda uma scooter de dimensões e prestações superiores que pudesse ombrear com alguma concorrência. É assim que surge, de forma diríamos natural, esta evolução numa família que veio para ficar.
AQUI CONFORTO É PALAVRA-CHAVE
De linhas fluídas e envolventes, utilizando o conhecido motor biclíndrico paralelo de 750cc oriundo da reconhecida NC (58CV, 69Nm) – tirando partido da cada vez mais famosa tecnologia de dupla embraiagem DCT - montado num quadro tubular de aço, a Forza 750 é apresentada pela marca como uma megascooter GT de natureza desportiva. Como assim? Será esta quadratura do círculo, entre o prático e o hedonista possível?
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Na verdade, confesso, que a habituação à geometria e dimensões desta topo de gama não se assumiu como imediata. Contudo, rapidamente compreendi que seria um erro contrariar a natureza desta Forza 750. Os pés devem com naturalidade seguir as linhas do veículo e situarem-se para a frente e não para baixo como se de uma moto, digamos, convencional se tratasse. Feito este ajuste mental, rapidamente nos apercebemos de uma das características mais interessantes nesta moto: a protecção aerodinâmica é soberba e tendencialmente perfeita. Com a ajuda do deflectores laterais que são opcionais, todo o corpo fica defendido das agressões naturais numa espécie de bolha confortável mesmo nos dias absolutamente gelados em que tive o prazer de provar esta soberana.
Dinamicamente não contém, obviamente, com a agilidade e facilidade de utilização de uma 125. Os excelentes espelhos, para serem excelentes, tem de estar algo “saídos” do conjunto do veículo o que prejudica a progressão em momentos de trânsito apertado. Todavia, o que esta Forza 750 ama, é aquele espaço que medeia entre, por exemplo, casa e trabalho. Aquelas dezenas de quilómetros diárias que muitos têm de fazer nas suas deslocações, são por esta Forza interpretados como sinónimo de prazer. E sabem, confesso, foram estes pequenos pedaços de prazer que me fizeram há mais de trinta anos optar pela moto como veículo diário.
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É então aqui, nas práticas e confortáveis deslocações diárias que surge o desejo e ambição pelo Grande Turismo. A Forza 750 é dinâmica, divertida e ágil o suficiente, para nos fazer sonhar com um passeio para “fora de pé”. E se for essa a utilização que lhe desejam dar, podem contar com um conjunto de malas acessório Honda e até punhos aquecidos – também opcional.
DCT, A DUPLA EMBRAIAGEM COMO FACTOR DETERMINANTE
Numa estrada retorcida a Forza 750 continua a surpreender na busca da tal quadratura de círculo turístico-desportivo. Não contém com rapidez de movimento de uma para outra curva mas contem com uma travagem muito eficaz que vos vai fazer tirar total partido do modo de condução Sport, curvando de forma surpreendentemente solida e explorando toda a gama de rotação do motor como apenas um motor equipado com caixa DCT o sabe fazer bem.
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De notar que a tecnologia DCT da Honda - de que este ESCAPE é assumido fã - está agora no seu décimo primeiro ano de produção, tendo já sido vendidos na Europa mais de 140.000 veículos de duas rodas Honda equipados com DCT. Tal sistema oferece trocas de caixa consistentes e ininterruptas e a sua utilização rapidamente se torna muito natural. O sistema DCT oferece duas abordagens distintas à condução. Por um lado o modo Automático, com padrões de mudança pré-programados que lêem constantemente a velocidade do veículo, a mudança engrenada e a rotação do motor para decidir quando deve ser engrenada uma nova velocidade. Por outro, o modo Manual que permite ao condutor selecionar a mudança pretendida actuando sobre as patilhas das mudanças no punho esquerdo. O que muitos parecem esquecer é a possibilidade de combinar modo Automático e Manual. Sendo neste “modo Síntese”, entre máquina e piloto, que reside o segredo de utilização do DCT.
DETALHES DE LUXO EM NOME DA SEGURANÇA
A Honda Forza 750 conta ainda com alguns detalhes absolutamente luxuosos. Assim sendo não compreende este ESCAPE que a “sete e meio” não disponha de um para-brisas regulável electronicamente – como acontece com a “irmã 300”, nem venha equipada com um prático sistema de cruise control, clássico em todos os veiculos que se pretendem assumir como de e para Grande Turismo.
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Ainda assim, e falando em detalhes, destaque para o facto de os piscas traseiros da Forza 750 disporem de uma função de Sinal de Paragem de Emergência (ESS –Emergency Stop Signal). Segundo a marca, sendo “detectada uma aceleração negativa de 6,0 m/s2 a uma velocidade mínima de 53 km/h com qualquer um dos travões activados, as luzes ESS piscam para avisar os outros condutores que a Forza está a efectuar uma paragem de emergência. À mesma velocidade, o limiar é reduzido se o ABS for activado para uma aceleração negativa de, no mínimo, 2,5m/s2. Os piscas também têm função de cancelamento automático; em vez de um temporizador simples, o funcionamento é por comparação das diferenças de velocidade entre a roda dianteira e a roda traseira: é efectuado um cálculo do momento de cancelamento dos piscas em relação à situação de condução”.
EFICÁCIA E POLIVALÊNCIA
No fim do dia a Honda Forza 750 satisfaz bastante e deixa aquele desejo de, na próxima vez, o percurso “até aqui” ser um pouco maior. A Honda alcançou a sempre árdua quadratura de círculo, sendo com propriedade de que fala numa scooter GT desportiva. Esta moto é polivalente ao ponto de nos transportar diariamente com elevado nível de conforto e charme, ao mesmo tempo que nos faz sonhar com aquela viagem tantas vezes adiada, respondendo ainda de forma afirmativa e eficaz quando convidada a mergulhar de uma para outra curva numa estrada mais retorcida.
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Esta Jeans Blue Metallic - que também pode ser vendida limitada às especificações da carta A2 – reclamou 4,2 litros do tal líquido inflamável que adoramos por cem quilómetros de conforto e atrevimento. A Honda solicita um cheque de 11.500€ para levarem uma convosco - dispondo ainda a marca de um conjunto alargado de acessórios originais que pode enriquecer ainda mais a polivalência da vossa Forza 750.
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