O que terão Zarco, Binder, Pol, Lecuona, Marc e agora Fabio, em comum? Varrerem Miguel para fora da pista. Essa é que é essa. Esta semana foi este o “recuerdo” que saiu “da pena” de Jan Jan Pais. E muito, muito mais. Vénia a ele pela cedência de mais um texto de qualidade superior.
Ponto prévio, este meu espaço não é uma crónica acerca de MotoGP, para tal há por aí centos de escritos mais precisos e conhecedores, há podcasts de indiscutível qualidade, quem, sedento de conhecimento assim deseje, é ir ler outras paragens e escutar as vozes de quem sabe muito mais que eu possa querer saber!
Eu não escrevo sobre o fenómeno, podem até dizer que sou um dos tais ‘que vem da bola’, eu escrevo sobre o que vejo e sobre o que sinto e nada mais.
Nada mais mesmo.
Este ano, contrariamente à minha tradição recente, não fui à Andaluzia ver a corrida ao vivo, a logística forçou-me a ficar por casa, dispondo-me à emoção sentado no sofá, sozinho nessa bancada, pois cá por casa outros não há que se emocionem com tal mundo.
Manhã bem começada, a habitual centrifugação sensorial com a corrida de Moto3, aquilo é um fartar vilanagem de voltas e reviravoltas, segui depois com a justiça de ver Sam Lowes vencer, batendo um já muito maduro Pedro Acosta que, com o tempo certo, prepara a sua entrada num mundo em que pretende subir àquele degrau que apenas os eleitos alcançam, onde o seu nome será repetido vezes, vezes e vezes, isto sendo apenas um palpite, um palpite por parte de um mero curioso destas andanças, que sou eu.
E chegou então a hora, chegaram as quatorze horas, nem almocei antes, que nisto de apoiar o melhor é estar prontinho e seco, melhor se dominam os frios na barriga.
Mas, ‘noblesse oblige’, sejamos dos tempos novos, saltemos ali à véspera e sua estonteante novidade, a tal de ‘corrida num instante’, AKA (as known as) Sprint Race.
Começou bem, prometia casório, mas três baldeados na aurora do evento e tudo se baralhou e deu de novo, estaca zero, nova grelha, mais uma moeda, mais uma voltinha.
Regressemos ao domingo.
Semáforos com as luzes encarnadas apagadas e lá vão eles, Miguel sai por ali com a turma, na frente a coisa vai de faca na liga, nestas primeiras voltas há que redobrar cuidados em pista e dedos cruzados em casa, não é superstição, são os nervos mesmo, dá a sensação de vermos que o ‘holeshot’ dele, do nosso Oliveira, não se apresentou pontual, de fato e gravata, não segue disparado como na primeira véspera e na partida da Sprint, nova molhada a pedir mãozinhas na pista e preces na bancada e nisto quem chega, adivinhem lá quem nos entra tarde adentro, à bruta e sem aviso, foda-se que nem consigo acreditar...!
Quem, não convidada nem pedida, nos haveria de vir atazanar???
Ela, a malvada, a cabeluda da vassoura, a prima da bruxa de Portimão, c’um caralho, perdoem-me mas é que nem sei dizer de outro modo, não posso praguejar mais leve, que eu não acredito nelas, mas lá que elas existem, lá isso existem, desta vez será Quartararo a varrer o 88 para fora de prova uma vez mais, quando vemos tantas das saídas de pista darem em orçamentos para chapa e nada mais, pois ao nosso Falcão há de vir sempre mais qualquer coisinha, a mazela física, o impedimento de correr, pergunto-me se haverá palavrão feio que me desentupa este nó que me arrasa a alma, tento todos e fico na mesmo.. repito até à exaustão ditos e contraditos, amaldiçoo tão malfadada sorte.
Puta de malfadada cirurgia emocional, levaram-nos alma e coração desta corrida.
Quartararo, que apertado entre apertados empurrou Miguel fora, pois ele haveria de regressar à terceira largada, eis como irónico é o destino, nada contra o homem, se há piloto dotado ele é um deles.
Miguel não.
Eu também não, o resto olhei apenas de soslaio, tanto me doía não espreitar o 88 naquele quadro ali à esquerda no écran, onde se vê quem anda atrás de quem...!
E por isso, por falta de muita informação em torno do sabonete que Pecco daria a Brad, não posso, nem quero, dissertar sobre a longa, longuíssima, corrida que se seguiu.
Por isso e porque eu é mais bolos, como disse uma vez o Herman José e o País nunca mais esqueceu.
Em escritos passados, houve quem se atazanasse com opiniões minhas, direito deles, o de não me lerem como eu escrevo, eles sabedores seculares, eles não sendo’ pessoal da bola’, tudo isso e mais um par de botas, paciência, é a vidinha, eles com a sorte de não me lerem mais, eu com a sorte de pouco lhes ligar.
Esta semana é isto que me sai, de uma assentada recordo Zarco, Binder, Pol, Lecuona, Marc e agora Fabio, em comum varrerem Miguel para fora da pista.
Incidentes de corrida, dir-me-ão alguns.
Azar, mas um azar grande como a obra de arte que imortalizou as Caldas da Rainha, isto já acho eu!
E pronto, desculpem-me lá, esta semana não me sai nada de jeito.
Nem mais.....✌️
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