Um lugar-comum é sempre um bom ponto de partida, confortável pelo menos: primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Neste caso o lugar-comum é mais do que isso. Uma Triumph estranha-se porque não é algo que se conduza amiúde, esta Tiger estranha-se devido à posição de condução, nomeadamente a colocação das mãos no guiador. Estes e outros pequenos pormenores a posição dos comandos, por exemplo, estranham-se mas, como veremos, não são algo que nos apoquente durante muito tempo.
Interessa destacar dois factores algo desagradáveis: um estático, a dureza do selector de caixa de velocidades – aspecto que como nos foi dito será corrigido no futuro pela própria fabrica; outro dinâmico, este é um tigre de asfalto, o pequeno contacto com outo tipo de piso não é impeditivo mas não deixa saudades.
Tudo o mais, e não é pouco, é muito, muito interessante. O motor, que já conhecia da soberba mas incompreendida Trophy é delicioso. A travagem é potente sem ser abrupta, suave, progressiva. A proteção aerodinâmica cumpre. O conforto em linha com tudo isto. O comportamento, aspeto essencial, surpreende, especialmente quando o asfalto torce e retorce, oferecendo-nos uma reta rápida e logo à frente um troço lento. Aqui a Tiger Explorer 1200 surpreende pela rapidíssima adaptação (do condutor) a circunstancias diversas de acção. O mesmo se pode ser dito quando carregamos “o animal” com passageiro: tudo se adapta fácil e rapidamente.
O mais justo que posso dizer desta mota, bem além do que ficou dito no lugar-comum supra é, no fundo, muito simples: entranha-se…, e dar-me-ia muito prazer se esta mota fosse minha.
[A fechar, um número: 5.8 l/100km. De combustível gasto durante uma manhã de sábado com pouca cidade, outro tanto de auto-estrada e muita estrada e estradinha ao redor de Lisboa]
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