A questão é recorrente. Em Évora? Porquê em Évora? Não
há motos em Lisboa? Vais tão longe? Por que raio vais a Évora comprar uma
mota…? – e, regra gera, não fica por aqu. Para os mais inquietos ou apressados eu respondo já: é
tudo uma questão de paixão!
Como qualquer motociclista sabe, a escolha de uma mota
nova não é tarefa fácil; quase tão difícil quanto essa escolha surge outra
associada: onde comprar a nova mota escolhida? Este post não quer saber de
responder à primeira questão. E à segunda vai responder da seguinte maneira.
Sábado, dia de Santo António, Feriado em Lisboa,
Sete-Rios, nove e meia da manhã. Não me recordo quando terá sido a última vez
que tinha andado num autocarro dito Expresso em Portugal. Expresso, e foi
mesmo. Onze em ponto, chegava a Évora; minutos depois o José Caniço Nunes,
decano motociclista apaixonado e um dos donos da Motodiana, dava-me boleia para
a Motodiana.
Fiquei por ali, o resto da manhã, a ver equipamento,
outras motas, espreitar relíquias na oficina, dar dois dedos de conversa com o
simpático Manuel Gaiato - responsável pela oficina - e com outros
motociclistas. Entretanto chegou a hora de almoço…, e não se vendem, muito
menos compram, motos com a barriga vazia, certo? Pezinhos de Coentrada,
feijoada e pão alentejano quentinho a sair do forno a lenha; migas, entrecosto
e um tinto alentejano jovem e frutado; sericaia e um suave digestivo…, sei lá…,
três horas de histórias de motas, motociclistas e motociclismo, histórias
antigas, outras mais recentes e depois…, então sim, estava pronto para comprar,
e o Caniço para vender, a CT DCT.
Depois…, depois o motociclista sabe (e se não sebe
devia saber) que não há nada melhor do que pegar numa mota nova e andar com ela
durante umas dezenas de quilómetros. Não cabe na cabeça de nenhum motociclista
possuir uma mota nova e…, guarda-la de imediato na garagem, certo? Comprar uma
moto em Évora tem ainda esta grandiosa vantagem: há que trazê-la para casa
sendo sempre possível optar pelo caminho mais longo dos possíveis. Foi o que
fiz, com uma passagem em casa de bons amigos setubalenses para um abraço e mais
uns brindes à nova máquina.
Que me perdoem os meus amigos “REVianos” mas…, se
calhar “fora da bolha” é isto…, se calhar “cultura motociclistica” é isto, ou,
vá lá, também é isto: amizade, paixão pelas motas e pelo motociclismo, uma boa
mesa, um rico petisco.
Cerca de vinte horas depois de Lisboa ter saído, regressava.
E a um par de quilómetros de casa, o céu desaba em pleno Junho. Choveu
copiosamente, a fazer adaptar o ditado: mota nova molhada, moto nova abençoada.
Numa palavra: por que raio vais a Évora comprar uma mota…? Repito, é tudo uma
questão de paixão!
Parabéns e muitos e bons kms com essa mota. Tenho muita pena que o mercado em Portugal e mesmo no resto do mundo não reconheça o passo em frente que é esse DCT. Eu se um dia voltar a ter uma Honda, será muito por conta do DCT! Vamo-nos vendo por aí. Abr
ResponderEliminarObrigado..., mais tarde ou mais cedo o mercado acabrá por reconhecer a excelência do DCT..., "Roma e Pavia não se fizeram num dia", já dizia a minha avó.. :)
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