Vou contar uma pequena história. Prometo ser breve.
Nasci em 1972. E até meados dos anos oitenta nunca liguei muito a motas. A paixão pelo motociclismo não nasceu comigo, confesso. E lá em casa era mesmo altamente desaconselhada. Mas sempre gostei de motores, o gene de “petrolhead” estava presente. Só quando alguns amigos do liceu começaram a aparecer coma as Yamaha DT, RZ. Super Sport…, com a Honda NSR, comecei a sonhar com motas. E aquela segunda metade dos anos oitenta acabou por se tornar nos maravilhosos anos das “cinquentinhas”.
Com muita dificuldade, esses mesmos amigos, lá me convenceram a ficar com a “mota do David”. Uma Confersil Cross Especial, mais ou menos destruída, que montava um motor Casal com caixa de cinco velocidade, forquilha dianteira Tabor, e um escape tipo megafone que à noite acordava meia Mouraria.
Juro: foi um pesadelo aprender a andar de mota naquilo! Eu passava a vida no chão e a mota na oficina. Um dia encostei-a. Esteve nove meses parada, ao tempo. Quase desisti. Graças à inflação da época e a alguma “esperteza saloia” vendi-a pelos mesmos cinquenta contos que a tinha comprado. Foi dos dias mais felizes da minha vida.
Não sei precisar quando foi esse dia, mas foi algures na primavera de 1991, faz agora vinte e sete aninhos. E nesse tempo, fins de oitentas, início de noventas, miúdos como eu não tinham cá acesso a “Neo Sports Café” de quadro tubular, forquilha invertida de 41mm, iluminação LED, instrumentos LCD, injecção electrónica e travões de disco com ABS de dois canais. Nem nos meus, nossos, melhores sonhos podia surgir algo parecido à nova Honda CB125R…
Aprendi a andar de mota numa mota destas.
ResponderEliminarEra a mota do meu pai!
que saudades dela!