domingo, 13 de maio de 2018

Do que falamos quando falamos de MV Agusta

Se dissermos que Cascina Costa é uma zona rural a poente de Samarate, comuna italiana da região da Lombardia, província de Varese, poucos mais visualizamos que os campos verdejantes e as suaves colinas que emolduram a paisagem desta lindíssima região italiana. 

Se, todavia, dissermos que Cascina Costa é uma zona rural a nascente do gigante aeroporto Milão-Malpensa, talvez alguns franzam o sobreolho e outros digam mesmo, “já lá andei por perto”. 


Assim, Cascina Costa aparece entalada, literalmente, entre a vedação de um dos maiores aeroportos da europa e campos agrícolas lendários povoados desde que o homem se sente como tal. 

O lugar onde olhamos o mundo pela primeira vez importa. E Cascina Costa é o berço da MV Agusta. Perdão, Meccanica Verghera Agusta. E com estas pequenas linhas se começa a entender muita coisa 

Fundada em 1923 pelo Conde Giovanni Agusta – que se diz ter construído o seu primeiro avião em 1907 - a empresa começa por se dedicar à aeronáutica. Depois de muitas voltas do planeta ao sol, a Agusta do conde Giovanni, faz hoje parte do gigante construtor de helicópteros AugustaWestland. 

Giovanni morre em 1927 deixando a empresa à sua mulher e filhos Domenico, Vincenzo, Mario y Corrado. 

Recuando ao fim da segunda guerra mundial, Domenico e Vincenzo criam a MV Agusta, como meio de salvar postos de trabalho. E a fábrica decide, e muito bem, dedicar-se ao motociclismo. O primeiro protótipo data de 1945 e denominou-se “Vespa 98”. 

Nas décadas de 50, 60 e início de 70, ao mesmo tempo que produzia motas de pequena e media cilindrada, a MV Agusta granjeou fama e glória no mundial de velocidade. As suas motas venceram seis títulos de 125cc, quatro de 250cc, dez de 350cc e uns incríveis dezoito (18!!) títulos na classe rainha de 500cc.


Com a morte do Conde Domenico Agusta em 1971, a empresa entrou em decadência e a partir de 1980 deixou mesmo de produzir. Já em 1991, a Cagiva adquire a marca registada MV Agusta e em 1998 ressuscita-a, apresentando a F4, desenhada pela pena do mago Massimo Tamburini e do seu CRC (Cagiva Research Center).

Os anos seguintes foram de incerteza. Fusões e aquisições várias fizeram a marca passar por mãos tão distintas como Proton e Harley Davidson com BMW, Husqvarna e até Mercedes “ao barulho”. Em meados de 2010 o empresário Giovanni Castiglioni assume o controlo da empresa e aparentemente o complexo processo de restruturação financeira e estratégica está enfim concluído. 

É de todo este lendário percurso de que falamos quando falamos de MV Agusta. E se pensam que este post traz “gasolina nos zeros e uns”, é porque provavelmente traz mesmo. Fiquem atentos ao Escape…

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