Apesar de ser a “dois” os números impressionam. Os seus cerca de 738 quilómetros cruzam onze distritos outros tantos rios, trinta e quatro municípios e…, zero pórticos de portagem. É a mais longa estrada portuguesa, rivalizando mesmo em comprimento com muitas e belas estradas por esse mundo fora. Mas é também a estrada da moda.
Comecei a viajar de mota em 1992. E não me recordo, nesses tempos, que ligássemos qualquer tipo de importância especial à N2. Mais tarde, no virar do século e do milénio, aparece o Trofeu Nacional de Moto Ralis Turísticos. E também não me recordo que existisse um foco especial nessa estrada. Não consigo pois identificar o tempo em que nasceu a “febre N2”.
Ao longo da vida já me cruzei inúmeras vezes com a N2, muitas delas sem saber que era dela que se tratava. Como sou um ser social e curioso, não sou imune a “febres” e “folclores”. Tinha de encontrar uma bela desculpa para calcorrear a “mítica Estrada”, como lhe chamam os “vendilhões do Templo”. Este (link) possível best-off de Portugal Continental, das suas estradas, montanhas, planícies e praias, pareceu-me o momento adequado. Estava encontrada a desculpa.
Hoje não é difícil encontrar roteiros mais ou menos pormenorizados sobre a N2. Há quem consiga escrever centenas de páginas sobre o tema, livros inteiros. E há até quem se disponibilize a fazer “visitas guiadas”, agências de viagem, imaginem. Sorrio…, infelizmente não tenho tempo para passar mais de dois dias a percorrer o interior do país. Ele há tanto caminho a percorrer por esse mundo fora. E o tempo, já sabemos, é o maior dos luxos. Uma coisa vos garanto: não é aqui, no ESCAPE, que vão encontrar a derradeira e imperdível história da “espantosa e espectacular” “épica”, “colossal”, “divinal” e “imperdível” N2-Route-66-portuguesa.

Mas a N2 é também neste momento uma oportunidade perdida. Desde logo uma oportunidade perdida no plano da exploração turística. Neste sentido tudo está por fazer, nomeadamente recuperá-la e embrulhá-la no papel de “Estrada Histórica” que é, como tão bem fazem os países anglo-saxónicos – sempre sem esquecer que está lá, em primeira linha, para servir as populações e o seu bom desenvolvimento económico e social.
Apenas adorei fazer a N2, percorrendo de fio a pavio o interior de Portugal. Tão bom. Quero voltar. E quero já!
_______________________________________
Quem, o quê, onde, como, quando e porquê – não necessariamente por esta ordem…
A Estrada Nacional 2 (N2), também conhecida como “A Estrada Mais Longa”, apesar de alguns “génios” da nossa Administração a terem reclassificado, desclassificado e até retalhado nalguns sectores, “rasga” Portugal pelo interior, de Norte a Sul, de Chaves a Faro durante cerca de 738 quilómetros. Foi pelo ESCAPE percorrida no final de Julho de 2018, aos comandos de uma Honda CRF1000L DCT que gastou 5,5 litros de “ouro inflamável” por cada cem quilómetros de absoluta experiência. A N2 é credora do nosso respeito, especialmente do Estado, devido ao seu valor histórico – as suas mais antigas raízes datam de tempos imemoriais – mas também devido ao seu elevado potencial turístico que conduzirá ao desenvolvimento económico das populações de algumas regiões interiores do país, tradicionalmente olvidas pelo clássico e latente centralismo lisboeta.
Sem comentários:
Enviar um comentário