segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Honda CRF1000L Africa Twin Adventure Sports à prova

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“Pela boca morre o peixe”, diz-se. Pois é…, eu que passo a vida a aborrecer os meus queridos amigos da comunicação social espacializada, por recorrentemente escreverem textos sobre a moto X com referência à moto Y – algo que na minha opinião só pode ser um erro logico – venho por este meio falecer. Quer dizer, falar da Adventure Sports 2018 por referência à minha CRF 1000L 2016 - acho que desta vez é compreensível [smile, smile, smile]. 

Esta versão mais aventureira daquela a que os seus donos apelidam apaixonadamente por “Rainha”, traz, entre outros miminhos, mais autonomia, mais altura ao solo, mais curso de suspensão, novo painel de instrumentos plano e em LCD (muito mais eficaz) novo guiador (32,5mm mais acima e 6,5mm mais perto do condutor), nova forquilha invertida Showa e novo acelerador eletrónico (“throttle by wire”) com 3 modos de motor (Tour, Urban, Gravel). A proteção aerodinâmica também foi melhorada com recurso a um ecrã mais elevado e, coroa no cimo da cabeça, um novo escape com uma sonoridade absolutamente delicooooooooooooooosssaaaa... 

São detalhes, pensei eu durante um ano - a moto foi apresentada em Milão no ano passado. Pois, estava profundamente enganado e não tenho problema algum em reconhecer o erro. 

Mas afinal em que é que tudo isto se traduz? Para mim, que conheço bem a nova Africa Twin, a resposta é simples: estamos perante uma moto substancialmente (para não dizer totalmente) diferente da versão dita normal. 

Curiosamente, a primeira impressão nem sequer é a mais agradável. A Adventure Sports é alta, enorme mesmo, e o meu metro e quase oitenta deixa me apenas as pontas dos pés no chão. Mas conforme se estranha, rapidamente se começa a entranhar. A posição de condução é muito mais agradável e há maior envolvimento com todo o conjunto, o que proporciona confiança e atrevimento. Passados alguns, poucos, quilómetros, sabemos que estamos perante um conjunto melhor conseguido, mais afinado, que produz um comportamento mais dinâmico e até mais seguro. Sobretudo mais divertido! 

Esta unidade provada apresentava caixa manual mas auxiliada por um “quickshifter” irrepreensível que quase me fez esquecer o DCT de que tanto gosto. Surpresa ainda pelo amplo conforto e pelos excelentes pneus mistos Bridgestone Batllax Adventure A41, desde logo soberbos no asfalto - melhor resposta da direção e maior confiança na entrada em curva; já fora do asfalto, nunca tinha tido uma experiência tão rica com pneus que não são específicos para esse fim, ajudando a compensar os meus erros nas brincadeiras fora de estrada que fui realizando ao longo dos dias em que tive a moto comigo. 

E o mais fascinante nesta versão revista e aumentada é que a diversão é diretamente proporcional ao risco. Por um lado, quando as curvas asfálticas retorcem, a ciclística responde com a eficácia de uma moto com a arquitetura de uma “sport” turística. Por outro, quando o fora de estrada chama por nós, o equilíbrio do conjunto – também produto da eletrónica precisa – faz nos sentir estar perante uma leve “adventure”. No fim do dia, apenas lamentamos que o sol tenha desaparecido tão cedo no horizonte, pois a vontade seria a de acabar com a gasolina nos postos de venda de combustível. 

Apesar de na minha opinião ficar a faltar melhor iluminação, blocos de comandos de comutação retro-iluminados e o belo do “cruise control”, não sei dizer isto de outra forma: simplesmente amei esta Honda CRF1000L Africa Twin Adventure Sports, que sorveu uns simpáticos 5,3 litros, daquele líquido inflamável carregadinho de impostos, por cem quilómetros de puro gozo de condução. A Honda pede 15.200€ para que possam levar esta Peral Glare White Tricolour a passear por esse mundo fora.

2 comentários:

  1. Sem dúvida uma moto fantástica! Tenho a mesma....por isso sou suspeito!

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    1. A nossa moto é sempre a melhor do mundo..., mas esta é de facto uma maravilha... :)

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