domingo, 18 de abril de 2021

Honda PCX 125 2021 à prova

Susana Pereira é She’s 2 Wheeled. Foi apresentada aqui (link) neste ESCAPE. É agora tempo de assumir que este blogue de cultura motociclistica está cada vez menos pessoal e cada vez mais passional. À colaboração ímpar do Gonçalo na imagem, juntamos agora a colaboração da Susana na escrita. Apesar do seu sorriso bonito, a Susana não está cá por esse motivo, ou pelo menos apenas por esse motivo. Está cá porque adora motos, motociclismo e viagens e, acima de tudo, porque escreve bem e de forma comprometida com o motociclismo. 

Ora leiam lá a sua visão da novíssima versão de uma das motos mais marcantes da última década no mercado português. Chave no bolso e GOOOooo!!! Com fotos de Gonçalo Fabião. 


Curiosa, entusiasmada e expectante, assim fiquei quando recebi o desafio para ir experimentar a tão popular Honda PCX 125, isto porque ela está para as scooters como o Taj Mahal para a Índia. Desde o seu lançamento em 2010, a Honda vendeu mais de 140 000 exemplares deste modelo na Europa, um número que impressiona. Que privilégio! Não é todos os dias que temos a oportunidade de passear com uma celebridade. Queria saber quais as razões de tanto sucesso! Desafio aceite! Capacete, check! Luvas, check! Nervoso miudinho, check! Vamos a isso! 

FACILIDADE COMO PALAVRA-CHAVE 
É a minha segunda vez numa scooter e confesso que continuo a sentir a mesma estranheza assim que me sento e arranco. Estranheza na leveza, estranheza na fácil manobrabilidade, estranheza no baixo centro de gravidade, estranheza no facto de não ter que me preocupar com pontos de embraiagem ou mudanças, estranheza na facilidade com que se conduz. Mas como diz o slogan do poeta Fernando Pessoa, “Primeiro estranha-se, depois entranha-se!” E assim foi! Não tardei a andar de sorriso rasgado de tão deliciosa e fluída que é a condução da Honda PCX 125


Muita gente parece ter uma espécie de aversão às scooters, eu própria nunca me senti seduzida por elas, confesso. No entanto, dou o braço a torcer, e admito que este género de moto é sem dúvida ideal para a condução na cidade. Extremamente leve – 130kg - e fácil de manobrar à mão, mesmo para uma miúda como eu, e muito prática para se chegar a qualquer lado nas nossas rotinas do dia-a-dia citadino, conseguindo sempre um lugarzinho para a estacionar, tal é a facilidade de a enfiar literalmente em qualquer cantinho, mesmo para mim que sou muito esquisita nos lugares onde estaciono. 

UM JOGO DE ADAPTAÇÃO, AGILIDADE E DIVERSÃO 
A Honda PCX 125 é realmente um regalo de conduzir e facilmente a pessoa se adapta. Detentora de uma estética urbana e dinâmica, com linhas futuristas que se evidenciam no design dos seus faróis e piscas LED, os quais proporcionam uma boa iluminação nocturna, esta mota tem tanto de ágil como de divertida. Tem uma posição de condução bastante confortável e relaxada, possibilitando esticar as pernas, quase parecendo que nos estamos a sentar confortavelmente no sofá lá de casa para ver um filme, só que neste caso, nós estamos a viver o filme e somos os protagonistas. 


O facto de possuir pneus de medida superior também permite mais segurança e conforto na condução. Esta é uma mota em que facilmente se chega com os pés ao chão, dando confiança aos menos experientes e proporcionando uma condução agradável e segura.


São de realçar algumas características interessantes, nomeadamente o sistema Idling Stop, pioneiro desde 2010, e que permite uma redução simpática no consumo de combustível, respondendo depois muito bem ao toque do acelerador quando arrancamos, mesmo em subidas inclinadas

TECNOLOGIA ÚTIL 
Esta nova Honda PCX125 dispõe ainda de sistema contactless ‘Smart Key’, em que apenas necessitamos de andar com a chave no bolso e não temos que nos preocupar mais com ela, quer queiramos accionar a ignição como para aceder ao espaço de arrumação existente por baixo do banco, que é fabuloso - 30,4L - permitindo arrumar o meu capacete modular, sobrando ainda espaço para muito mais. No entanto, uma dica importante. Nunca colocar a chave na mala e de seguida colocar a mesma debaixo do banco, apesar de óbvio pode bem acontecer aos mais distraídos e será uma chatice.


Este modelo conta também com uma tomada USB, incorporada no porta-luvas, para permitir carregar dispositivos, o que nos dias de hoje dá sempre muito jeito. Dispõe também pela primeira vez neste modelo, do sistema HSTC (Honda Selectable Torque Control), ou seja o sistema de controlo de tracção seleccionável da Honda. Outro pormenor que achei bastante engraçado e muito prático, foi a existência de um pequeno suporte para a tampa do depósito de combustível, assim não corremos o risco de não sabermos muito bem onde o colocar, bem como o risco de o perder. 


Como aspectos menos positivos, tenho a apontar o facto de se sentir tanto os buracos como as lombas, sobretudo como é óbvio, se a velocidade for maior e também achei que poderia oferecer uma maior protecção contra o vento. 

UMA MOTO QUE DESEMPENHA UM PAPEL ACTIVO NA SOCIEDADE 
De facto, posso dizer que fiquei rendida à Honda PCX 125, tanto em termos da sua estética como da sua condução e praticabilidade. A sua fama de facto a precede! Permitam-me até que faça uma analogia acerca da popularidade deste modelo. O escritor, filósofo e dramaturgo francês Jean-Paul Sartre, maior expoente da filosofia existencialista, parte do princípio que a existência precede a essência. 


Com isso, quero dizer que primeiro a Honda PCX 125 existe no mundo e só depois se define e realiza pela sua performance no dia-a-dia e pelas respostas aos desafios que lhe são propostos, aos quais tão bem responde. Assim, posso afirmar que o balanço a este desafio de a experimentar é bastante positivo.

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