Tabu. Palavra de origem obscura, ou seja, origem pouco clara ou mesmo confusa. Entre outras coisas mais que não nos dizem respeito, tabu é um medo ou proibição de natureza que pode ser religiosa. Um assunto que não se pode ou não deve falar, interdito, proibido. Falar de scooters entre motociclistas é um verdadeiro tabu. É, não é?
Foto: Gonçalo Fabião |
Se por um lado há cada vez mais motociclistas experientes que escolhem a scooter como veiculo diário urbano e até extra-urbano, por outro, muitos ainda vilipendiam esta maravilha do motociclismo. Os primeiros, os sábios a quem a experiência oferece a scooter como solução, evitam falar da sua racional escolha. Os segundos, os ignorantes, são apenas isso, fanfarrões de conhecimento e formação insuficiente. Uma coisa tem em comum: evitar falar de scooters.
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Este ESCAPE não gosta de scooters. Este ESCAPE adoraaaaaaaaaa scooters. Pela sua simpatia, pela sua ligeireza, pela sua facilidade de utilização, pela sua beleza, pela sua economia. Bolas. Quantos argumentos são precisos para amarmos estes doces veículos.
SEDUTORA DE CLASSE
Rinaldo Piaggio fundou a sua companhia de locomotivas e vagões – seja lá o que isso for – em 1884. Em 137 anos a Piaggio, de aviões a funiculares, já construiu um pouco de tudo. Curiosamente é a eterna Vespa o veículo mais conhecido da muito italiana Piaggio. A mesma Piaggio que nos oferece esta contemporânea Beverly, que vai ao novo mundo, arredores de Los Angels, buscar o seu nome.
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A Beverly não é propriamente uma novidade. Todavia, face à norma EURO 5, o gigante italiano decidiu atualizar profundamente uma scooter de enorme relevância no mercado europeu. Se na Europa das scooters Portugal é uma particularidade - por optar pelas scooters de 125cc e roda de menores dimensões - Portugal é também uma oportunidade, pois há muita margem de evolução para estes veículos em termos de mercado. Quebrar tabus é ou não é uma delícia?
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A nova Piaggio Beverly 300 é sedutora. Linhas envolventes, a nascer de uma secção dianteira a flertar com a história da marca e que terminam numa traseira urbana e agressiva que remete para um quadro de futurismo. O primeiro olhar revela detalhes de pura classe como o banco luxuoso e bem acabado e os instrumentos, num painel LCD de cinco polegadas e meia objectivo e pragmático.
POTÊNCIA E SEGURANÇA
O motor é um monocilíndrico de quatro válvulas (300cc, 26cv e 26NM) da família HPE já conhecido deste ESCAPE da peculiar da MP3 (link). Toda a engenharia - notem a baixa disposição do depósito de combustível - pensou num conjunto com baixo centro de gravidade e ligeiro, cerca de 185Kg. Aspecto absolutamente determinante é a dimensão das suas rodas. Com jante de 16’ na dianteira e 14’ no eixo traseiro, temos assim um conjunto pronto a dominar a cidade e os seus múltiplos obstáculos.
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Sucede, que a Beverly 300 impõem-se pela sua natureza como um veículo bem mais ecléctico. Gosta de sair dos centros urbanos e apresenta uma condução deliciosa, eficaz, e acima de tudo prazerosa nas estradas que envolvem as colinas dos arredores da cidade. O motor é vivo e surpreende na subida de rotação, ao ponto de quando entramos naquela via rápida do dia-a-dia, a moto nos enviar para velocidades bem acima do limite legal. A travagem também surpreende pela sua suavidade e as suspensões Showa tornam o conjunto confortável.
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Cereja no topo do bolo da segurança é o controlo de tracção que tem duas funções. A primeira é garantir que algum excesso em mau piso não resulta em prejuízo. A segunda função é a pura diversão. Ou seja, podendo esse controlo de tracção ser desligado, podem os mais atrevidos fazer umas brincadeiras com o belo binário que o motor HPE nos oferece.
DESCOMPLICADA E INTENSA
Nota muito positiva para dois destaques. O espaço debaixo do assento é generoso, cabendo dois capacetes abertos ou uma daquelas mochilas cheias de tralha para um dia de trabalho, ginásio e afazeres vários. Já o sistema Keyless, permite fazer todas as operações necessárias sempre com a chave no bolso, facilitando muito os dias stressantes - onde temos de andar de um lado para o outro, parar a moto aqui e acolá - evitando assim que nos preocupemos um segundo com trancar malas ou direcção. Uma delícia absoluta.
A prova a esta novíssima Piaggio Beverly foi extensa e intensa.
Foto: Gonçalo Fabião |
Há sempre a tentação de apontar defeitos apenas por apontar. Não havendo motos perfeitas, ao contrário do que alguns afirmam, tenho dificuldade em vislumbrar sequer aspectos menos bons nesta bela italiana. Talvez o consumo pudesse ser mais simpático. A Beverly reclamou quatro litros redondos do tal líquido inflamável que faz a nossa felicidade por cem quilómetros de sorriso nos lábios. A Piaggio solicita uma transferência bancaria de 6.300€ para quebrarem o vosso tabu. Com classe!
Gosto da escrita, mas acima de tudo aprecio a forma como o prazer é relatado.
ResponderEliminarUma lista de especificações não me dizem nada se não forem acompanhados da dose de prazer que proporcionam. infelizmente não conheço uma métrica para classificar o grau de satisfação que uma mota proporciona.
Obrigado pelos textos que nos são apresentados, elas fotos e acima de tudo por nos contar aquelas pequenas coisas que nos fazem sorrir de prazer.
Abraço,
Paulo Benito
Muito obrigado...
EliminarAntes de mais parabéns pelo excelente trabalho e pela "contínua" não desistência do blog, dada a propagação de outras redes sociais. (isto por si só daria uma tertúlia bastante longa).
ResponderEliminarJá é tempo, aliás já passou demasiado tempo destes preconceitos/estereótipos sobre os veículos terminar. Cada duas rodas tem um propósito e cada proprietário também. Que se usufrua de cada um, sejam scooter, triciclos, quads e por aí fora.
Que o veículo cumpra a função para qual foi escolhido, que proporcione divertimento, prazer e que não seja uma extensão ou demonstração do pipi de cada um.
Forte abraço
Obrigado pelas simpáticas palavras. Abraço
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