Nunca estive no Nepal. E, honestamente, nunca foi meu destino desejo. Pelo menos prioritário. Claro que não desdenharia fazer trekking no espantoso sopé dos himalaias, experimentar as agruras da montanha e da altitude, adormecer à sombra das mais longas sombra do mundo…, mas tal nunca constituiu uma prioridade na longa lista de “locais a ir…”.
Nunca estive no Nepal nem na India nem no Butão. A região não só não me fascina por ai além, como tenho alguma dificuldade em compreender aqueles que se apaixonam loucamente por ela. Mais ainda, aqueles que nela optam por viajar de moto. Todavia, bem sei que possivelmente não compreendo porque não conheço, apenas.
O viajante tem algumas ideias estranhas. Quando o viajante regressa julga ser de alguma forma seu o lugar que deixou para trás e onde foi feliz. Eu, por exemplo, quando vejo, nas imagens que a televisão insiste em nos meter dentro de casa, um local distante, que um dia amei, destruído por uma qualquer calamidade natural ou humana, fico com o coração - se não com a alma também - partido em mil bocadinhos.
Penso imaginar o que terão sentido todos aqueles que um dia tiveram de deixar o Nepal para trás tendo perdido nessa fuga um pouco da sua alma, como recente devastador terramoto.
Neste sentido, a homenagem que o José Bragança Pinheiro decidiu fazer ao Nepal e que aqui reproduzo é absolutamente espantosa. “Nepal: é ainda difícil para mim ver como ficou o país depois do terramoto. Esta reportagem pessoal é uma espécie de tributo. Espero que gostem e não desistam de viajar até lá. Agora, mais do que nunca, o Nepal precisa.”, escreve.
Sugiro que ganhem algum tempo da vossa vida, parem, descansem e deliciem-se com estes excelentes textos e com as imagens belas que quase cortam a respiração.
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