Há coisas que nunca se esquecem.
Argentina, 2007. Um dia, num passeio nas margens do sumptuoso Lago Argentino, perto do famoso glaciar Perito Moreno, conheci um velho casal de israelitas. Entre as muitas ideias que trocámos, confessei-lhes o meu desejo de um dia visitar Israel e, sobretudo Jerusalém. Disseram-me para não parar de sonhar.
Sem sonho, nunca o meu desejo se concretizaria. Agradável coincidência, volto a encontra-los uns dias depois, muito quilómetros a norte, na cidade de Bariloche. No fim do encontro repetiram as palavras. “Não pares de sonhar!”.
O ano passado tive a sorte desse sonho se concretizar, numa inesquecível viagem à Jordânia e a Israel. Países, sublinhe-se, pouco deliciosos para andar de moto – paisagens deslumbrantes, sim, mas estradas, digamos, normais.
O Touris Trophy (TT) na Ilha de Man é uma das minhas graves falhas curriculares enquanto motociclista mototurista. Tal como o Dutch TT na catedral de Assen ou o só-para-mototuristas-de-barba-riga Elefantentrffen – se não sabem o que é, evitem pesquisar…
Confessando, ao mesmo tempo, que nenhum destes se encontra, ao momento, no topo da minha longa e distinta lista de prioridades, resta-me sonhar. Até porque, até ver, o sonho ainda não paga IUC ou outro qualquer vil acto de confisco.
Sonhar…, sonhar…
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