quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Alpes 2015 (IV)

(Tempo de regresso…) 

Adiante que tal como a maré não espera pelo surfista, o tempo não espera pelo motociclista. Neste dia ainda havia o Col du Grand-Saint-Bernard, parte do Vale de Aosta e finalmente o Col du Petit Saint-Bernard para desfrutar. Entre França e Itália, tudo em linha com altíssimo nível desta viagem. Aqui, honestamente, soube me a pouco. Se motivos faltassem para querer um dia regressar, a vontade de fazer o Grand-Saint-Bernard em sentido inverso – de Sul para Norte, ou seja de Itália para França – é mais um deles.

Último dia de alta montanha. Esta viagem estava a terminar. E terminaria como, quase quinze dias antes, tinha começado. Com uma enorme vénia do mototurista às mais altas estradas europeias. Passadas as populares estâncias de Tignes e Val-d'Isère, o menu “du jour” oferecia-nos o Col de l'Iseran, onde os 2770 m ficaram registados como o ponto mais elevado desta jornada. Depois…, era tempo de fechar esta viagem alpina com chave de ouro ascendendo primeiro ao suave mas muito bem asfaltado col du Télégraphe e depois, enfim, ao Col du Galibier um das mais icónicas passagens de montanha alpinas. 

De regresso fugaz a Itália, à noite em Torino, entre ricotas, mozarelas, crudo di parma, uma última diavola e um jovem tinto de Reggio Emilia as voluptuosas formas das estradas alpinas eram já uma miragem. Havia que ganhar fôlego para um regresso, em dois dias, à casa de partida. Sejamos claros, as ligações casa-Alpes-casa não são os trajetos mais agradáveis de se fazer. Mas, entre uma e outra garfada da única gastronomia italiana o pensamento é claro: tudo vale a pena quando a alma é motociclista!

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