segunda-feira, 30 de abril de 2018

Todos os dias são bons dias para… (VIII)

Amanhã não é um dia qualquer. É o Dia do Trabalhador! 

“Oito horas de trabalho, oito horas de lazer e oito horas de repouso”. Foi com esta reivindicação que a 1 de maio de 1886, em manifestação pacífica, milhares de trabalhadores do Estado de Chicago saíram às ruas. A polícia, sem aviso prévio, disparou sobre a multidão matando 10 pessoas fazendo dezenas de feridos. Os protestos terão continuado a 5 de maio de 1886. Os operários regressaram às ruas e registaram-se novamente feridos, com manifestantes a serem presos. 

Três anos mais tarde, no dia 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pela jornada de oito horas de trabalho. A data escolhida foi o primeiro dia de maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Já em 1890, os trabalhadores americanos viram a jornada de trabalho diária ser reduzida para oito horas.

Em Portugal, só a partir de maio de 1974, é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio, e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pela polícia. 

Todos os dias são bons dias para andar de mota. Celebremos. Está uma primavera um pouco estranha, fria. Mas amanhã não chove. Em homenagem a todos os que fizeram e fazem as nossas motas, adaptemos o slogan: “Oito horas de motociclismo, oito horas de lazer e oito horas de repouso”.

domingo, 29 de abril de 2018

Porquê o Cabo Norte?

Pois.., sim…, por que raio o Cabo Norte? 

O Cabo Norte faz parte do imaginário do motociclista português desde que me conheço como tal - motociclista português. 

O Pai da criança, como de muitas outras coisas no motociclismo português (deixo o juízo de valor para os meus leitores) é o Tó Manel. O Tó Manel fez a mítica viagem Cabo da Roca-Cabo Norte ainda nos anos oitenta de, penso eu, Honda ST 1100 Pan-European. Julgo que eu ainda não andava de mota à época e lembro-me muito vagamente de ler qualquer coisa nas velhinhas, idolatradas, Motojornal a preto e branco. 


Não querendo ser chato mas sendo muito chato mesmo, o Cabo Norte é um cabo na ilha de Magerøya no norte da Noruega, geralmente referido como o mais setentrional ponto da Europa. Todavia, o cabo vizinho de Knivskjellodden situa-se cerca de 1500 metros mais a norte. Além disso, ambos os pontos situam-se numa ilha, o que significa que o ponto mais a norte da Europa continental é o Cabo Nordkinn.

Vários motociclistas que eu conheço “fizeram” o ano passado o Cabo Norte. Acompanhei dois deles com mais atenção, o Arnaldo e o Gonçalo. E por poucos minutos não cruzámos as nossas viagens perto de Sanremo na Ligúria Italiana. 

Confesso, moí um bocado o juízo a ambos com o seu “louco” exercício de moto elástico, como carinhosamente lhe chamei. A verdade é que eles se divertiram à grande com a sua aventura. E isso é que importa!

E dessa aventura resultou um pequeno mas magnifico documentário que consumimos instantemente com um sorriso nos lábios. 

Verdadeiramente a não perder. Já o Cabo Norte…, bem…, vocês sabem…, está no fundo da minha lista de destinos para viajar de mota. Pode ser que sim…, um dia, pois ainda não encontrei a minha resposta à pergunta, “porquê Cabo Norte?”.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Limalhas de História #51 – 27 de Abril de 2003





2001, 2002, 2003, 2004, 2005. Honda, Honda, Honda, Yamaha, Yamaha. Foram os anos do pentacampeonato de Valentino Rossi. Pilotos que atingiram o auge durante este lustro (uma palavra em desuso que significa conjunto de cinco anos) tiveram de se contentar com breves momentos de glória. 

Faz hoje exactamente treze anos. Africa do Sul, Welkom, Phakisa Freeway, Arnette Africa’s Grand Prix. Gibernau, Rossi, Biaggi, Bayliss. Honda, Honda, Honda, Ducati. Luta tremenda. Vencida pelo Catalão. A sua segunda vitória na Classe Rainha, primeira em MotoGP. Com dedicatória emocionada ao seu falecido colega. O genial Daijiro Kato que tinha desaparecido dias antes.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Moto Talks #2

Já vos tinha dito que não está fácil acompanhar a cena motociclistica em Lisboa? Já, não já (link)! Hoje Repito. 


Em Novembro passado, com o objectivo de dinamizar o panorama cultural de Lisboa, em especial as motos, mas também as artes, eventos e lazer, nasceu o Riders Social Club com “sede” no lindíssimo espaço da Officina Moto. Hoje, o Riders Social Club promove aquela que é já a segunda sessão do Moto Talks. 

O quê? Como? Quem? Quando?

Se no Moto Talks #1 tivemos a oportunidade de debater os temas que nos são queridos de uma perspectiva veiculada por alguns dos maiores nomes da imprensa especializada, desta feita, e para além das presenças do Moto Talks #1, teremos o privilégio de abordar as mesmas questões do ponto de vista político. Para tal, contamos com a presença dos motociclistas Miguel Tiago, Rodrigo Ribeiro e Carmona Rodrigues. A não perder!

É já hoje a partir das 18h.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Lisbon Motorcycle Film Fest 3ª edição


Não está fácil acompanhar a cena motociclistica em Lisboa. Os eventos sucedem-se e até os fins de tarde começam a ficar ocupados. Como alguém me dizia um dia destes…, estamos verdadeiramente necessitados de uma agenda cultural motociclistica. E isso só pode ser bom! 

A cultura motociclista volta pelo terceiro ano consecutivo à grande tela do Cinema São Jorge nos dias 1, 2 e 3 de Junho de 2018 e hoje temos a apresentação do programa do Lisbon Motorcycle Film Fest, a decorrer pelas 18h30 no O Purista Barbière - Rua Nova da Trindade 16C, 1200-303 Lisboa. 

Como ainda há uns dias disse na televisão - confesso, sempre quis escrever isto :) - motociclismo também é cultura e o Lisbon Motorcycle Film Fest é um excelente exemplo disso mesmo.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Honda GL 1800 Gold Wing 2018 à prova

teste ensaio review prova honda gl800 goldwing

Sejamos honestos. E claros, já agora. Este Escape não Testa nem Ensaia motas. Deixo esse trabalho para os meus queridos amigos profissionais da cena e para demais wannabes. O Escape Prova como se disse aqui (link). E se Prova então indaga por estabelecer a verdade de um facto. Sendo que aqui “verdade” significa a verdade do provador; isto é, a minha verdade sobre uma determinada mota. É subjectivo meus caros, ok? Recordada a advertência vamos ao que interessa… 

Antes de tudo, importava um cuidado exame visual à nova Gold Wing. E o que choca e espanta desde logo é aquela opção cromática. Amigos que decidem algures num canto de Kumamoto…, qual foi a ideia de apresentar esta moto lindíssima num solido mas monótono bloco em tons de cinza? Nunca saberemos… 

Questões cromáticas à parte, o exame visual revela também uma impressionante cura de emagrecimento face ao modelo anterior (redução total de quase 50Kg no peso comparativamente ao modelo anterior), a quinta geração, que já datava de 2001 (link). Fazemos votos que a “dieta” não tenha tido resultados prejudiciais…, se por um lado desagrada a quem está habituado a outras dimensões mais voluptuosas, por outro, cativa faixas etárias mais jovens em especial “as viúvas da Pan-European” entre as quais tristemente me incluo. Uma coisa é certa e um bocado parva também: não cabe um capacete integral nas malas laterais da nova GL! 

Vamos então passear! A música clássica e suave dos seis cilindros encanta desde a primeira nota debitada pelo boxer. Engatada a primeira e solta a embraiagem nova sensação de suavidade. Varias aliás. Tudo é fácil dinamicamente na Gold Wing 2018. Graças a um baixíssimo centro de gravidade, aqueles primeiros metros são negociados com a firmeza necessária para rapidamente nos esquecermos que estamos perante 365 Kg. em ordem de marcha. 

Mas afinal o é que tem Honda GL 1800 Gold Wing 2018? A palavra-chave já foi enunciada: suavidade. Aquela posição de condução por si só convida ao sossego com charme; e toda a dinâmica da mota acompanha esta ideia. Gostei muito de ter vários modos de condução ao dispor, em especial, curiosamente, do sport, onde tudo fica mais disponível e vibrante. 

Destaque para a novíssima suspensão dianteira de duplos braços sobrepostos que reduz, segundo a marca, em 30% o atrito originado pelas ondulações do pavimento. Só posso dizer que a achei muito eficaz e, correndo o risco de me repetir, suave. 

Mais uma nota a pensar nas “viúvas da Pan-European” – como eu, repito. A posição de condução está longe de ser algo parecido sequer àquele “diz que é uma espécie de sport tourer versátil” que podíamos encontrar nas ST. Aqui, na Honda GL 1800 Gold Wing 2018, vamos encontrar um “set up” de cruzador, navio almirante, para rasgar continentes de costa a costa. Esta continua a ser uma mota talhada para os grandes espaços e para os ritmos tranquilos. 

A Honda pede por esta verdadeira “Rainha da Suavidade” - versão de entrada no modelo GL 1800 Gold Wing, - uns quaisquer 25.200€, que me reclamou uns simpáticos 6,1 litros de gasolina por cem quilómetros de paisagem apreciada.

domingo, 22 de abril de 2018

Louco fim-de-semana de corridas

Uauuuuu!! Que fim-de-semana foi este?!? Durante a semana já tínhamos andado entretidos com as diferentes sessões de qualificação para a mítica clássica de Le Mans, mas tudo começou, verdadeiramente, com a vitória de Rea na corrida 1 do WSBK em Assen. Hoje o domínio Kawa manteve-se com a vitória de Sykes. Rea lidera o campeonato na frente das Ducati de Davies e Melandri. 


Pelo meio tivemos as sempre apaixonantes 24 Horas Motos em Le Mans. Doze anos depois a Honda regressa ao lugar mais alto no circuito Bugatti, igualando o palmarés da Suzuki com 12 vitórias, a apenas uma das 13 da Kawa. A Yamaha conta com 4 vitórias. Em 40 anos, só marcas japonesas vencem na mítica francesa. 

Mudando de continente…, se o dia começou com o signo da asa dourada assim se manteve no Texas. Moto3, vitória para o emergente miúdo Jorge Martín. Em Moto2 corrida avassaladora do nosso Miguel que arrancou da posição 12 para assaltar o pódio. E, enfim, recital do Rei de Austin com a Honda a fechar o dia como começou: a vencer! 

Mas, perdoem-me a nota pessoal. Para mim este fim-de-semana fica indelevelmente marcado pela presença no estúdio do Eurosport – honra e responsabilidade enormes – para “fazer umas voltinhas” ao Circuito Bugatti nas primeiras horas de corrida. O mundo é de facto redondo e chegou o dia em que deixei de chamar de palermas os comentadores de corridas de motas na TV, para passar a ser eu próprio o palerma. 

Bom…, a verdade é que simplesmente aammmmeeeeeeiiiiiiii a experiência. É um trabalho muito, muito difícil em especial para quem esta a fazer a narração da corrida. Para mim foi naturalmente problemático devido à desadaptação mas, confesso, a auto avaliação é muito positiva e o feedback também. Gostei muito de ver o “lado B” e de viver a corrida com a gigante responsabilidade de a comentar para quem a acompanha lá em casa. Todo isto num canal de desporto de absoluta referência. Senti me muito bem naquele papel e não nego que gostaria de repetir a experiência. Veremos se será possível.

sábado, 21 de abril de 2018

Dia de corrida


Lembrete: hoje, sábado, 14 horas, partida para a corrida que comemora quarenta anos de 24 Horas de Le Mans Motos. Uma boa parte destas podem ser acompanhadas no EUROSPORT2 em direto. A saber: Sábado das 13h45 às 14h30 e das 16h30 até às 00h00. Domingo das 6h00 às 9h00 e a parte final da corrida, das 12h30 às 14h15. 

E, como quase sempre, temos “drama” de última hora. O calor registado dos últimos dias daquela região de frança vai-se manter mas há o risco de trovoadas e alguns aguaceiros logo para a hora de partida. Isto é Endurance! 

Pelo menos no Centro e Sul de Portugal, parece estar um dia perfeito para ficar no sofá…

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Alan Kempster o gigante meio-homem

Era um ídolo de ídolos. A lenda viva Alan Kempster, piloto notado por correr apenas com um braço e uma perna, faleceu em casa (na Austrália), aos 56 anos, em circunstâncias ainda pouco conhecidas. 


Kempster, um exemplo para todos nós, e uma fonte de inspiração, nunca deu na sua vida uma batalha por perdida. Tendo ficado sem o braço esquerdo e perna esquerda num terrível acidente com um camionista alcoolizado, referia-se a si mesmo, com fleuma e bom humor, como um “crash test dummy” ou “half man”. O seu número nas pistas era o ½. Fantástico! 


Este “meio homem”, que conduzia motas modificadas onde acelerador, embraiagem e travão dianteiro eram controlados pela sua mão esquerda, apenas não conseguiu realizar um sonho: competir no mítico TT na Ilha de Man. Alan, ride in peace…

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Saca #37

Se é quarta-feira é wheeliewednesday. Já em modo 24 Horas de Le Mans Moto com a Kawa do suíço Michael Savaray na edição de 2016.

terça-feira, 17 de abril de 2018

24 Horas de Le Mans Moto em directo no Eurosport 2

Para além da anunciada “batalha de Austin”, haverá muitas mais motos em pista para ver na televisão durante o fim-de-semana que se aproxima. 

No próximo sábado e domingo corre-se a edição 41 da clássica francesa no circuito Bugatti. 


Este ano a expectativa é altíssima com cinco construtores, Yamaha (que defende a vitória do ano passado e domina a lista de inscritos com dezoito motas), Suzuki, Kawasaki (marca que conta com mais vitórias num total de catorze), Honda e BMW e três marcas de pneus (Dunlop, Pirelli e Bridgestone) a lutar pela importante vitória, que, regra geral, garante no mercado francês um incremento dos números de vendas. 

Outro dado importante é a meteorologia. É esperado tempo (anormalmente) quente e seco, inclusive com temperaturas bem elevadas tendo em conta a média para esta época do ano. Tal irá certamente potenciar uma edição em “modo sprint” e baralhar a estratégia de algumas equipas. 

Estas 24 Horas de Le Mans Moto estão inseridas no EWC 2017-18 que começou em Setembro passado com o não menos clássico Bol d’Or e culminará, depois de passagens pela Eslováquia e Áustria, com as míticas 8 Horas de Suzuka. 

Quanto ao programa. As hostilidades iniciam-se já depois de amanhã, quinta-feira, com treinos livres de cento e vinte minutos logo pelas 9 horas; segue a Qualificação 1 de cento e dez minutos pelas 14h40 e o Treino Nocturno de hora e meia pelas 19h30. Sexta-feira teremos Qualificação 2 (cento e dez minutos) pelas 9h10. Já no sábado contem com Warm-up de quarenta e cinco minutos pelas 9h05 e corrida, com partida ao velho estilo Le Mans, às 14h00 (todo este horário, hora de Portugal continental). 

Uma boa parte destas 24 Horas de Le Mans Moto podem ser acompanhadas no EUROSPORT2 em directo. A saber: Sábado das 13h45 às 14h30 e das 16h30 até às 00h00. Domingo das 6h00 às 9h00 e a parte final da corrida, das 12h30 às 14h15. 

 Rigorosamente a não perder!

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Mas vais a Évora fazer a revisão da mota porquê?

Já vos tinha contado aqui (link) o porquê da escolha de ir Évora comprar uma mota. E também aqui (link) já agora. Mas…, ir a Évora fazer uma revisão?

Riiiiiinnngg! Riiiiiinnngg! Riiiiiinnngg! Despertador às sete e meia da manhã de um sábado? Hãããã? Ahhhh! É verdade, hoje é dia de saltar da cama. Aquilo que poderia ser feito por obrigação – a quase sempre aborrecida deslocação à oficina para a necessária manutenção da mota – acaba por ser feito com prazer. Querem ler? Prometo ser rápido… 

Brooommmm…, num instante, despacho-me e já cruzo a Vasco da Gama rumo ao agora verdejante Alentejo. Com o cuidado devido para tentar não ser surpreendido pelos habituais radares da “prevenção rodoviária”, bem escondidos na N4 e na N114, chego à MOTODIANA onde me espera o José Caniço Nunes, e o seu eficiente pessoal, com uma bela cafezada. Ainda mal a CRF tinha feito o check in…, já me estavam a passar para a mão a chave daquela que seria hoje a minha “mota de substituição”. Boooommmm! Nada mais, nada menos do que a novíssima Honda GL1800 Gold Wing. 

Cerca de duas horas e meia depois, onde me entretive a descobrir a “Rainha da Suavidade” pelas margens do Alqueva – para ler em breve aqui no Escape – estava de regresso. Não para me ir embora mas sim para almoçar, àquele ritmo alentejano de que tanto gostamos, com o Caniço e outros motociclistas. Aproveitamos para por a conversa em torno das motas e das viagens em dia… 

Algures a meio da tarde seria tempo de regressar a Lisboa. Ou não. Aproveitando a presença de alguma família em Cabrela, uma fantástica aldeia alentejana onde quase ninguém vai, ali algures entre Montemor-o-Novo e Alcácer do Sal, juntei me para umas bochechas de porco estufadas, dois copos de tinto e outros tantos dedos de conversa pela noite dentro.

Mas vais a Évora fazer a revisão da mota porquê? Acho que ficou claro. Andei na minha mota, trataram dela com carinho, tive o enorme prazer de ser um dos primeiros motociclistas em Portugal - comunicação social inclusive - a conhecer a novíssima Honda GL1800 Gold Wing, petisquei, coloquei a conversa em dia e ainda estive com parte da família. Fácil! 

O regresso foi lento…, o dia tinha sido cheio!

domingo, 15 de abril de 2018

Honda GL quarenta e quatro anos de asa dourada (IV e V)

A Honda GL 1800 2018 é apenas o sexto modelo Gold Wing em quarenta e quatro anos. Motivo mais do que suficiente para, na opinião deste Escape, dedicar algum tempo ao fundo do baú, como já fizemos aqui (link) e aqui (link). 


Quatro. 1988. GL 1500. A da, digamos, minha geração. A única que conduzi (e adorei!) até hoje. Apresentada no Salão de Colonia de 1987, a GL apresenta-se totalmente redesenhada por uma nova equipa na Honda, que trabalhou incansavelmente durante cerca de quatro anos no projecto. Destaque para um novo motor, muito mais suave, de seis cilindros alimentados por carburadores de 36mm; 1520cc a debitar 100cv e 150Nm; nova caixa que inclui marcha atrás, a primeira mota de produção em massiva com tal característica. 


Cinco. 2001. GL1800. O novo século trazia consigo novas exigências. Treze anos tinham passado e foi necessário partir de uma folha em branco…, uma vez mais. O resultado foi uma mota excepcional fruto de um trabalho interdisciplinar tendo, por exemplo, o quadro sido premiado internacionalmente devido à sua originalidade. No coração 1832cc a produzir 125 cv e 170Nm. E…, um ABS de última geração para ajudar a deter em segurança os mais de 350Kg.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Honda GL quarenta e quatro anos de asa dourada (II e III)

A Honda GL 1800 2018 é apenas o sexto modelo Gold Wing em quarenta e quatro anos. Motivo mais do que suficiente para, na opinião deste Escape, dedicar algum tempo ao fundo do baú… 

Um, para ler aqui (link).


Dois. 1980. GL 1100. A segunda geração GL aparece bem mais composta, assumindo-se como a primeira turística totalmente vestida de origem nipónica Protecção aerodinâmica, plástico com fartura, malas laterais e uns impressionantes 305 Kg propulsionados por 1085cc que debitavam uns parcos (aos nossos olhos do século XXI) 81cv e 88Nm. A ignição electrónica, suspensão pneumática e pneus tubeless fizeram as delícias da imprensa da época a nível mundial, que teceu enormes elogios a esta nova touring para os anos 80. Mas, na verdade, a Gold Wing tal como tinha sido idealizada só agora ia para a estrada. 


Três. 1984. GL1200. “Picada” por alguma concorrência (entre ela a pouco conhecida entre nós Yamaha Venture XVZ 1200), aproveitando a comemoração da primeira década, a Honda revê e actualiza a sua Deusa alada. O motor mantinha os quatro cilindros opostos, montados horizontalmente, mas as suas dimensões foram levadas ao limite subido para 1182cc; nova injecção, nova suspensão traseira auto ajustável, cruise control e um luxuoso dolby stereo fizeram as delicias dos mototuristas da época.

Três anos de Escape

A 13 de Abril de 2015 era lançada a “primeira pedra” (link). Depois, aqui (link) e no dia seguinte aqui (link) o Escape anunciava ao que vinha. Passados três anos, entre outras coisas mais, estou surpreendido e orgulhoso. 

Surpreendido porque a vida da comunicação em blogue é volátil, sabemos como e onde partimos nunca sabemos onde chegaremos ou sequer se chegaremos a algum lado. E na verdade o Escape já leva “muita estrada” percorrida e “muita curva” negociada. 

Orgulhoso porque parecendo difícil não é nada fácil e…, pelo menos até aqui o Escape chegou. A estrada tem sido retorcida, por vezes traiçoeira, outras tantas deliciosa. Mas se o caminho se faz andando, a estrada faz-se escapando, sendo o erro apenas um privilégio dos activos.

Orgulhoso ainda porque sei que o Escape trouxe ao liliputiano meio da comunicação motociclistica em Portugal uma “gazada” quente e sonora. Os entendidos, entenderão… 

A cabeça, essa, não pára. É assim quando estamos apaixonados, e assim é quando fazemos algo com comprometimento. Muito vai ficando por fazer, pequenos projectos na gaveta da memória, outros em esboço espalhados lá por casa. Porque o Escape é uma realidade pessoal e assim deve continuar a ser. No blogue, como na vida, não faz sentido dar passos maiores do que “a roda” e o cérebro convive melhor com aquela idílica ideia de que a estrada permanentemente “chama por mim”. 

Olha…, feliz aniversário querido blogue. És o maior! Tu e todos os que por aqui e pela tua página de facebook (link) e instagram (link) vão passando. Obrigado a ti, mas também um forte agradecimento a todos os que te seguem!

Bora… 

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Honda GL quarenta e quatro anos de asa dourada (I)

Não se zanguem comigo mas, como é possível que os meus queridos amigos que fazem as revistas da especialidade – papel e digital - (quase) ignorem olimpicamente o lançamento de uma nova versão deste mito alado em duas rodas? 

Como é possível que quando não a ignoram se limitem ao essencial ou aquilo que lhes é oferecido pela marca? 

Com é possível que não haja um único texto, ou mesmo conjunto de textos, mais prolongado que indague das origens e evolução do modelo?

Como é possível que não se faça um pouco, poucochinho vá, de história? 

Ah…, está tudo na net…, é perda de tempo, dirão alguns. Então não se queixem que os leitores deixem de consumir os títulos da especialidade e se fiquem pela Rede. 

Um, dois, três, quatro, cinco. Seis, finalmente. A Honda GL 1800 2018 é apenas o sexto modelo Gold Wing em quarenta e quatro anos. Motivo mais do que suficiente para passar umas horas, dias até, a escrever apaixonadamente sobre a Asa Dourada. Não tenho vida para isso…, gostava, adorava, mas não é possível. Ainda assim… 

Um. 1974, Salão de Colonia. A primeira GL vê a luz do dia e é pomposamente anunciada como a mais sofisticada mota do mundo. O “Projecto 371” dá origem a uma moto solida com um motor arrefecido a líquido e 999cc. Quatro cilindros opostos, montados horizontalmente, que pretendiam inventar um novo segmento de mercado, as turísticas. E, sabemos hoje, inventaram mesmo…

Saca #36


terça-feira, 10 de abril de 2018

Limalhas de História #50 – 10 de Abril de 2005


Coincidência do caraças! Coincidência é o acto de coincidir ou a simultaneidade de diversos acontecimentos. Do caraças é algo muito grande, admirável, espectacular ou sensacional. Coincidência do caraças pode ser então um conjunto de acontecimentos simultâneos sensacionais. É isso mesmo que temos hoje para festejar a meia centena de limalhas - com tanta limalha à solta um destes dias temos um cilindro inteiro… 

Faz hoje exactamente treze anos. Abertura de temporada. Gran Premio Marlboro de España, em Jerez, pois claro. Na caminhada insolente para o seu sétimo título (quinto na classe rainha) Valentino Rossi bate (literalmente!) na última curva da pista andaluza a Honda de Sete Gibernau. É ver as imagens…, nem que seja para avivar a memória…

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Contacto, paixão, polémica e caos

O Mundial de Velocidade, hoje conhecido por MotoGP, sempre foi uma modalidade de contacto. Para além disso sempre foi um espaço de paixão. De polémica, também. E de alguma desorganização.

Contacto, paixão, polémica e caos. Foi assim este fim-de-semana na Argentina. Como vivemos no Tempo do “já”, “agora”, “em directo”, no Tempo dos julgamentos sem possibilidade de recurso nas Redes Socias, eu cá acho que estas horas após a Batalha das Termas de Rio Hondo são das melhores de sempre que o Mundial de Velocidade já conheceu.


Estou à vontade. Por exemplo, adoro o Rossi por tudo o que já nos deu. Adoro o Márquez pelo seu talento. Adoro o Pedrosa pela sua classe. Adoro o Zarco pela sua energia. Crutchlow, Zarco e Rins, amo este pódio. 

Contacto! E no final houve uma tentativa de pedido de desculpas, em directo, lá está. Mais tarde veio Valentino dizer que tem medo e que Márquez estará a destruir o desporto […, solto uma gargalhada…, duas perante a ingenuidade de alguns]. 

Paixão! Os fãs, esses digladiam-se na Rede…, em especial nos vários “cantinhos” do Facebook dedicados ao tema. Os fãs digladiam-se, baixando - ou elevando, consoante a perspectiva - o conteúdo do discurso ao nível da tasca e a forma ao nível “da bola”. Que maravilha! Quem como eu o acompanha há décadas, sabe que nunca antes houve tanta letra escrita e dita…, tanta paixão exacerbada em torno do Mundial de Velocidade. 

Polémica e caos! A gasolina e outros combustíveis do mesmo teor, quando usados para apagar incêndios, tendem a produzir o efeito contrário. É isso mesmo que se deseja. E o circo em chamas segue para Austin, USA. 

Ah…, e…, cereja no topo do bolo…, ainda temos o nosso Miguel Oliveira a afinar a sua melhor forma e com expectativas reais de lutar pelo titulo na classe intermédia. Já disse…, que maravilha?

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Nova Honda PCX 125 2018 apresentada hoje em Madrid

Foram hoje conhecidos os retoques que a Honda fez à popular PCX. A comunicação social confere eco disso mesmo mas não refere tudo. Passem pelo sítio do Espirito Honda (link) se são tão fãs como este Escape da ágil scooter nipónica. Ou…, fiquem com os destaques do Escape em modo sms – e já agora em itálico, assim manda a boa educação quando se copia comunicados de imprensa… 


Novo quadro duplex tipo berço de tubos de aço, novas jantes e pneus, e uma suspensão traseira melhorada. Agora, os travões têm ABS e o motor produz mais potência. Nova caixa do filtro do ar e também às novas alterações na admissão e no escape, mas sem nunca sacrificar a gama de baixa rotação. 

Mais liberdade para o condutor se movimentar, maior capacidade de arrumação debaixo do banco e instrumentação nítida com iluminação de LEDs, complementando a iluminação também de LEDs à frente e atrás. 

A capacidade interna do compartimento de arrumação debaixo do banco aumentou 1 litro e tem agora 28 l, mas sem necessidade de aumentar a largura da scooter, albergando facilmente um capacete integral. O manual de instruções da scooter e o kit de ferramentas estão agora localizados na parte de baixo do banco. 

Os pneus são mais largos, 100/80-14 à frente e 120/70-14 atrás (antes, 90/90-14 e 100/90-14, respectivamente) o que, em combinação com as novas jantes, assegura uma maneabilidade mais leve e contribui para a redução dos consumos, graças à menor deflexão dos pneus. 

Amortecedores traseiros recolocados no quadro, estando agora mais para trás; as suas molas têm constante tripla (em vez de dupla) permitindo uma condução é mais suave, seja nas irregularidades das estradas da cidade ou nas vias rápidas. 

O sistema travagem é assegurado por um disco de 220mm na frente e tambor de 130mm na traseira. O ABS de um canal actua ao travão dianteiro. 

O motor eSP SOHC de 125 cm³, duas válvulas e arrefecimento por líquido da PCX125 com mais potência a alta rotação e melhor nas performances na gama de alta velocidade – mas sem perdas de binário a baixa rotação. Agora, o pico de potência aumentou 0,3 kW, para 8,99 kW às 8.500 rpm, com pico de binário de 11,8 N•m a aparecer às 5.000 rpm. 

A caixa do filtro do ar tem agora mais 1 litro de volume em relação ao design anterior (isto foi conseguido pelo deslocamento para trás dos amortecedores traseiros). A admissão está posicionada à esquerda e as revisões ao nível da localização e do perfil dos componentes internos permitiu encontrar o trajecto de admissão o mais suave possível. 

O sistema Idling Stop consegue "ler" o estado de carga da bateria e desactiva-se automaticamente para evitar descarregá-la em demasia. A bateria é uma unidade YTZ8V de longa duração. 

A PCX125 de 2018 vai estar disponível em quatro opções de cor: Branco - Pearl Cool White; preto - Pearl Nightstar Black; cinza Mate - Matt Carbonium Grey Metallic e vermelho - Pearl Splendor Red.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Limalhas de História #49 – 4 de Abril de 1993

Beattie. Daryl Beattie. Quem? Já lá vamos…, pois vai ser necessário começar pelo fim, pela última limalha (link). Mil novecentos e noventa e três. Vinte e cinco anos, portanto. Um quarto de seculo, vá. Vinte e cinco anos, pah! É verdade. 


Faz hoje exactamente vinte e cinco anos. Curiosamente, este é um dia que já tinha sido recordado aqui (link), o ano passado. Malasian Motorcycle Grand Prix, Shah Alam Circuit, também conhecido por Batu Tiga Speddway Circuit. Daryl Beattie, Charleville, Queensland, Austrália, consegue “entalar” a sua Rothmans Honda na segunda posição entre a Marlboro Yamaha de Rainey e a Lucky Strike Suzuki de Schwantz. 

Beattie chegou ao Mundial depois de ter brilhado, em 1992, no campeonato japonês de 500cc e nas míticas 8 Horas de Suzuka. Cinquenta e nove Grandes Prémios depois – catorze pódios e três vitórias - abandonou no final da temporada de 1997, com sequelas de varias quedas. Segundo o MCN (link) tornou-se comentador de televisão e teve problemas com o álcool em 2010, ficando mesmo banido da condução durante um ano inteiro. Hoje, dirige ainda uma empresa de viagens de mota pelo Outback Australiano, a Daryll Beattie Adventures (link).

terça-feira, 3 de abril de 2018

Mercado mantem tendência de alta


Os dois primeiros meses deste ano confirmam a tendência. A venda de motas novas está em alta. Hoje trago-vos os números de vendas ”motociclos novos +50cc” e são inequívocos: o mercado sobe mais de 25% face ao ano passado! 


Destaques positivos para a líder Honda, para a Yamaha que a precede mas, sobretudo, para a cada vez mais surpreendente Benelli que neste quadro assume já o quarto lugar, com um crescimento absolutamente explosivo. Também a KTM e Husqvarna crescem assinalavelmente, com quase o dobro das matriculas face a igual período do ano passado. 

Nota negativa para Suzuki e Triumph. Embora não apareçam neste quadro, ambas as “históricas” estão a matricular um pouco menos do que em Janeiro e Fevereiro de 2017.
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