segunda-feira, 29 de abril de 2019

Limalhas de História #73 – 24 de Abril de 1994

Nasceu em Tóquio. Cresceu nas minibikes mas viajou ainda muito jovem para a Califonia onde experimentou o dirt track. Cedo despertou a atenção de todos. Mas o carismático líder da HRC, Youichi Oguma, era da opinião que devia crescer primeiro em casa. Esta viria a sua primeira e única corrida numa Honda – no caso numa equipa satélite mas apoiada oficialmente pela marca. 


Faz hoje exactamente vinte e cinco anos e…, cinco dias. Marlboro Grand Prix of Japan, circuito de Suzuka. Norifumi Abe, apenas 18 anos, campeão japonês de 500cc, conquista um wild card para o seu Grande Prémio. E estreia-se de forma absolutamente insolente lutando ombro a ombro com lendas vivas como Kevin Schwantz e Mick Doohan, até cair. Mais tarde, na sua biografia, Valentino Rossi viria a escrever que esta estreia fulgurante viria a ser uma das suas grandes inspirações, vendo a repetição desta corrida numa velha cassete de VHS até a fita se destruir. Norick Abe deixou-nos em 2007, num acidente de estrada, de forma dramática.

domingo, 28 de abril de 2019

Tertúlia do Escape “Go Scrambling”

O ESCAPE está de regresso. Depois de cerca de duas semanas de ausência, dias estes passados numa viagem absolutamente épica por uma das regiões mais deslumbrantes do território Norte Americano, talvez de todo o planeta, é tempo de regressar a casa. 


E para não perder o “andamento” nada melhor do que voltar reunir a Tertúlia. As Tertúlias do Escape começam a dispensar a respetiva apresentação. Todavia, nunca será demais recordar que uma tertúlia é e sempre será, na sua essência, uma reunião de amigos, familiares ou simplesmente frequentadores de um local que se juntam de forma mais ou menos regular para discutir vários temas e assuntos. Nas Tertúlias do Escape pretende-se discutir motas, motociclismo e viagens. À maneira antiga. Longe dos teclados, cara a cara e com uma cafezada por companhia. 

É bom ainda recordar que a Triumph Motorcycles Portugal teve um papel fundamental e decisivo no crescimento e consolidação destes momentos. No ano passado, 2018, aqui (link) e aqui (link) tivemos a honra e o prazer de nos reunir em torno das novas Tiger 1200 e 800. 

Entretanto, a Tertúlia fez-se também ela à estrada e este ano  - para além de uma edição onde contamos com o “velho” Tó Manel (link) - já visitámos Évora (link) e o Porto (link). 

É então tempo, sublinho, de voltar a casa – a Rod’Aventura – e receber mais uma vez a Triumph Motorcycles Portugal e o seu Director de Vendas e Marketing, Vítor Sousa. Mas não “caminharemos” sozinhos. Connosco estará uma das motos que veio claramente para marcar a temporada: a novíssima atrevida e sedutora Scrambler 1200.

Estão todos convidados! Aproveitem o regresso do tempo seco e de noites mais amenas. No dia 2 de Maio, quinta-feira, venham de lá, à partir das 20h30, encher o Espaço Rod’aventura - Avenida da Quinta Grande nº10-A, 2610-159 Alfragide. Todos são bem-vindos!

segunda-feira, 8 de abril de 2019

O estranhíssimo caso da volta ao mundo aos bocadinhos de Francisco Sande e Castro com a sua Honda Crosstourer está de regresso

Maio de 2015. Dava este ESCAPE os seus primeiros rateres. Aqui (link), entre outras coisas mais, escrevia eu assim: sempre que oiço o nome Francisco Sande e Castro invariavelmente recordo-me de uma de três coisas. Dos seus fantásticos textos no Caderno 3 (ou Indy) - das melhores coisas que aconteceram no jornalismo português - do saudoso Independente; da sua épica participação num Dakar qualquer ao volante de um UMM sem assistência; da sua loucura corajosa ao fazer chumbar o Mercedes Classe A no teste do alce, no Rotações da RTP – lá num século muito distante… sim, chegou a haver Serviço Público de televisão. 


A estas três memórias, passei também a associar o nome do Francisco à sua apaixonante Volta ao Mundo por etapas que começou em Outubro de 2012 e chega agora ao seu momento final. Durante estes anos todos, a seguir atentamente o seu blogue, sinto que fui um pouco “à pendura” do Francisco por esse mundo fora. Não quero faltar à última etapa… 


Ficaram curiosos? Façam como eu, saltem para o lugar de trás da Crosstourer e vamos subir África com o Francisco (link).

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Lisbon Motorcycle Film Fest quase de regresso

Como terá dito Orson Welles, “o cinema não tem fronteiras nem limites, é um fluxo constante de sonho”. E uma vez mais a cultura motociclista na forma da arte ilimitada de fixar e de reproduzir imagens que suscitam impressão de movimento, volta a ter paragem marcada para Lisboa. 


A quarta (já?!?!) edição do Lisbon Motorcycle Film Fest realizar-se-á de 31 de maio a 2 de Junho de 2019 e promete invadir o Cinema São Jorge com filmes, conversas, exposições, “voltinha noturna” e corridas MotoGP em directo.

O cartaz desta edição já começou a ser desvendado. Os primeiros filmes anunciados são o clássico Easy Rider (link) - que celebra este ano 50 anos -, WAYNE (link) - a história da lenda viva da era dourada do mundial de velocidade Wayne Gardner, nascido em Wollongong, na australiana Nova Gales do Sul -, e Oil in The Blood (link) – para alguns o derradeiro filme documental que revela a cultura custom. Uaaauuuuu, não seria fácil encontrar melhor para "abertura" de Cartaz.

É seguir o evento nas redes sociais para descobrir as novidades que vão sendo preparadas. Façam como este ESCAPE e reservem as datas!

terça-feira, 2 de abril de 2019

O incrível recorde de 233 pódios de Valentino Rossi

31 de Março de 1996, Malásia, velho circuito de Shah Alam. Um jovem piloto italiano que tinha chamado a si a atenção nos campeonatos de iniciação por onde tinha passado, vai arrancar para a sua primeira prova no Mundial. Nascia uma lenda. Uma lenda viva. Uma lenda que passados vinte anos ainda luta por vitórias e campeonatos. 

valentino rossi márquez motogp mundial velocidade pista

31 de Março de 2019, Autódromo Termas de Río Hondo, Santiago del Estero. Grande Prémio Motul da República Argentina. Pela primeira vez depois dos 40 anos, Valentino Rossi consegue subir ao pódio. E de forma emocionante. Reforçando aquele que será, porventura, o recorde mais difícil de superar na história do motociclismo de velocidade 

Os 233 pódios que Rossi conquistou até agora distribuem-se por: 115 vitorias, 66 segundos lugares e 52 terceiros. Ou seja, quase metade (49,36%) dos pódios são vitórias. Impressionante! 

Se colocarmos o foco apenas na Classe Rainha, em 325 corridas, Valentino chegou ao pódio em 197 ocasiões, ou seja, em 60,62% das corridas disputadas. Comparando com alguns do seus rivais, vemos que Lorenzo chegou ao pódio em 60% das suas corridas, Viñales em 21,92% e Dovizioso em 26,77%. Apenas um piloto no activo bate Rossi neste registo. Sim…, adivinharam, Márquez. O espanhol conta com 71,82% de subidas ao pódio em todas as corridas disputadas. Entre Valentino e o jovem Marc existe, ao dia de hoje, uma diferença de 115 pódios e 14 anos de idade.  

Rossi apresenta-se assim, no início de mais uma temporada, motivado e focado. E o nosso desejo é tê-lo assim entre nós durante muitos anos mais.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

BMW R 1250 GS à prova


E que tal desta vez começar pelo fim? Querem muito saber já, já, se gostei ou não da nova 1250? Eu respondo. Mas prometem ler o resto do texto? Pronto…, ok, então eu respondo. Não gostei da BMW R 1250 GS. Simplesmente, amei! 

As BMW GS – recordar que GS significa Gelände/Straße, isto é off-road/road, fora de estrada/estrada - nunca foram motos propriamente redondas. Falo do desenho…, linhas esdrúxulas e dramáticas, arestas “afiadas” que continuam a ser merecedoras da devida atenção antes do primeiro toque no botão de “start”. Depois da devida contemplação, o toque no botão de “start” revela o segundo momento de prazer. É rouco o som do boxer mesmo a frio, mitigado por aquele cantar metálico clássico deste peculiar motor alemão. Foi um secreto prazer que cultivei nos dias em que tive a R 1250 GS ao meu dispor: é tão bom coloca-la a trabalhar… 

PRIMEIRO DESTAQUE: EQUILÍBRIO 
Mas a inicial grande surpresa surge quando engrenamos a primeira velocidade e soltamos lentamente a embraiagem. A nova 1250 revela de imediato uma posição de condução correta e um equilíbrio incrível – naturalmente nascido do baixo centro de gravidade oferecido pelo boxer – que faz parecer mentira que estamos a dominar uma moto com cerca de 250 Kg (deposito cheio). Aliás, tudo é tão fácil e mesmo familiar nos primeiros momentos – e curiosamente não é a primeira vez que sinto isto numa BMW – que fiquei com a nítida sensação que mesmo um motociclista de experiência, digamos, limitada, vai sentir alguma facilidade nos seus primeiros momentos de Gelände/Straße.

Mas a prova à BMW R 1250 GS não foi uma prova qualquer. Os dias em que tive a moto ao meu dispor coincidiram (acaso feliz) com o Roadmiles Alentejo (link). Este cenário juntamente com a minha utilização diária e umas tímidas investidas no “G” (Gelände – fora de estrada) constituíram o terreno perfeito para uma prova adequada. 

Sejamos honestos. O fora de estrada não é a minha praia nem é a praia da 1250 GS. Não me adaptei na primeira tentativa – ao ponto de imaginar que o “R” no traseiro A41 da Bridgestone fosse referência a pneu diferente – e na segunda (estradão largo) apesar da brutal eficácia da suspensão em modo Dynamic (ajusta automaticamente de acordo com a carga e aos diversos tipos de terreno e uso) também não me senti totalmente confiante. Notem, eu sinto que a BMW R 1250 GS tem potencial para o fora de estrada mas lá..., para rodar o punho e tirar partido de todo o soberbo conjunto, será preciso “unhas para tocar tal guitarra”. 

NA ROTA DA PERFEIÇÃO 
teste ensaio review prova bmw 1250 r1250gs bmwr1250gs asfalto estrada bmwmotorradVoltando ao meu terreno favorito, o asfalto - terreno de eleição desta moto -, a nova 1250 ofereceu-me algumas centenas de quilómetros de prazer com o desataque a ser partilhado por um motor cheio e disponível desde cedo (cortesia do novo comando variável de válvulas) e uma ciclística que parece colocar a moto num carril quando mergulhamos para uma curva por mais fechada que seja. Destaque ainda para aquelas suspensões electrónicas de que sou tão fã…, numa palavra: perfeitas! 

Se acham que estou a exagerar nas palavras é porque ainda não tiveram o prazer, como eu tive, de conhecer a nova BMW R 1250 GS. E digo mais. Não vale a pena inventar pontos negativos ou mesmo menos positivos. Há algo que não me agradou, sim. A dureza do selector de caixa obriga ao uso de calçado apropriado para a condução de motociclos. Mas a verdade é que os motociclos foram feitos para serem conduzidos com calçado adequado - e não para teimosos como eu que nem sempre andam equipados da forma mais rigorosa. 

CONSUMO E PREÇOS 
Estes dias de prova à BMW R 1250 GS terminaram assim cedo demais, tendo esta verdadeira referência do segmento gasto uns parcos 5,2 litros daquele liquido inflamável de que tanto gostamos por cada cem quilómetros de condução luxuriante. A BMW Motorrad Portugal reclama 17.746€ como preço base desta R 1250 GS. 

É longa a lista de extras e acessórios que equipavam a moto provada, a saber: Pack Comfort 570€, pack Touring 1.655€, pack Dynamic 1.050€, sistema de alarme anti-roubo 250 €, chamada de emergência 380€, style HP 725 €, kit de passageiro 275€, top-case vario, com encosto para o passageiro 646€, malas laterais vario, com chave codificada 821€, ponteira de escape Akrapovic 1.283€, sistema Navigator VI 799€, protecções de motor 372€, vidro escuro 305€. O valor total da unidade provada ascende assim a 26.877€ ao qual acresce ainda despesas de preparação e legalização no valor de 590€.
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