quinta-feira, 30 de abril de 2015

Cristãos-novos

Cristão-novo ou converso era a designação dada em Portugal, Espanha e Brasil aos judeus e muçulmanos convertidos ao cristianismo em contraposição aos cristãos-velhos, isto é, aqueles que compunham o segmento maioritário da população portuguesa e espanhola durante o denominado Antigo Regime. 

Vítor Sousa, decano motociclista e jornalista especializado, assina um artigo na REV 25 intitulado “o novo motociclista”. Para ele o novo motociclista “trata-se de uma geração formada nos fóruns da internet – essa grande fossa séptica da opinião – onde o lixo opinativo é debitado como ciência e a imbecilidade se torna verdade absoluta (…). Andam muito mal de moto e não sabem nada de motos, da sua história, nem da sua essência”. 

Confesso que ao ler o texto completo não gostei. Tenho (tinha) alguma simpatia por este género de cristãos-novos. Achei tudo manifestamente exacerbado. 

Mas, as palavras do Vítor andavam cá a remoer há algum tempo - mais a mais agora que ando muito mais atento devido a este blogue. Hoje (ontem), dois episódios – um real, nas ruas de Lisboa, outro virtual, nas autoestradas da Web – vieram desmoronar por completo o meu ceticismo e dar completa razão às palavras do meu antigo diretor na MOTOCICLISMO. 

Os dois episódios que vivi são tão ridículos que inenarráveis. O que o faltou dizer ao Vítor é que tudo isto é uma questão de Cultura, ou melhor de falta dela. Falta de Cultura motociclistica, falta de Cultura da vida em geral, falta de Cultura Social. Mais, muito mais, ainda: falta de Educação, uma das mais importantes manifestações de Cultura. 

Posto isto, como não aprecio generalizações, termino – por ser verdade - com a mesma nota do Vítor nesse texto: “Felizmente, a sensatez, a humildade e a inteligência não se sumiram e conheço muitos (alguns pessoalmente) que se preocupam, quotidianamente, em aprender e evoluir. E têm-no conseguido”.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Honda Forza 125

Vai ser o tema do dia durante os próximos dias. Seja nos pontos de paragem por essa Rede fora, seja nas tertúlias motociclisticas, em especial entre os “cristãos novos” – esses infiéis convertidos “por força da lei das 125cc”. 

A Santogal fez-me chegar um mail com uma breve apresentação daquela que a Honda pretende que seja o farol do semi-segmento das scooters GT de 125cc, de onde destaco as palavras do Chefe de Projecto da Forza 125: 

 “O objectivo da equipa para a Forza 125 foi produzir a derradeira scooter de 125 cm³, com o melhor de tudo. Esta scooter oferece performances fantásticas em vias rápidas para uma condução divertida e fácil nas deslocações do dia-a-dia e acelerações topo-de-classe para a cidade. E tudo com um estilo premium de classe e um foco muito acentuado na funcionalidade e no conforto.”

Duvidas? 

A Forza 125 foi apresentada há dias em Nice.., deixo-vos este pequneo filme com imagens em movimento.

 

Duas "vespas" pela Índia fora


O Jorge é um viajante e pêras..., um dia foi dar uma volta (link) e nunca mais quis voltar. A sua nova aventura não tem linha orientadora para além de ser uma viagem de mota pela Índia fora; dois meses, pelo menos. Pura e simples aventura...

terça-feira, 28 de abril de 2015

Uma manhã enlatado

Hoje tive de circular em Lisboa àquela hora que se convencionou chamar “de ponta”. Décadas habituado à mota enquanto meio de transporte diário, só me aprecebo ao que ia quando, ao ligar o radio da “lata”, fico a saber que “hoje o metro de lisboa só abre as suas portas às 10 horas”. 

Odeio conjugar o verbo odiar, e este momento, ficar preso no trânsito por um qualquer obrigação, é dos poucos na vida em que tal acontece. 

Mas havia uma missão a cumprir: buscar a minha mãe que está num hospital nos arredores de Lisboa, atravessa-la (Lisboa, não a minha mãe) para que ela (a minha mãe, não Lisboa) possa fazer análises num outro hospital nos antipodas do primeiro.

Com a notícia da greve do metro e enquanto aprecio a longa e distinta fila de três vias de automóveis absolutamente parados no eixo norte-sul, entre a zona de Sete Rios e a saída da Ameixoeira (o Google maps indica-me agora que tal distancia corresponde a quase sete quilómetros) tento abstrair-me da “má onda” e imediatamente o CPU do GPS mental começa a trabalhar a todo o vapor. 

De forma relativamente fácil, rapidamente encontro alternativa na excelente rede viária da região de Lisboa - uma das melhores da europa e do mundo em torno de uma capital de um país.  Restava testar se aquilo a que se costuma chamar “uma volta maior”, aqui redundaria em sucesso. 

“Santo Deus tu conheces os caminhos todos, rapaz” dizia-me a minha mãe. Resultou, com mais meia dúzia de quilómetros, consigo fintar as filas e, rigorosamente sem parar em qualquer congestionamento, chegar ao meu destino. 

O regresso já não foi problema, a tal “hora de ponta” lá murchou e consegui cumprir com destinação minha missão.

Enquanto fazia a pequena viagem e ouvia da boca maternal o habitual rol de queixas, duas quesões não me saiam da cabeça. Por um lado, até quando vamos, todos nós, ter pachorra para aturar os grevistas-fascistas que destroem as empresas públicas (públicas, nossas, de todos nós) com a sua abusiva interpretação de uma Lei da Greve produzida para nos defender a todos enquanto comunidade; por outro, até quando vão “eles” perder horas e horas de salubridade numa fila de carros.

A conclusão a que chego é drmática..., se “eles”, os fundamentalista do enlatado, aqueles que continuam a ser uma esmagadora maioria, face a nós motociclistas…, se “eles” nem sequer são capazes de puxar pela cabeça para encontrar um caminho alternativo nos dias de trânsito congestionado, nunca, mas nunca, vão conseguir libertar-se da lata que os prende e lhes rouba diariamente a sanidade mental e, quem sabe, no limite, até a própria vida.

"Touch me touch me i want to feel your body"


Ducati Paso 750, Honda CBR 600 F, Kawasaki GPX 600 R, Moto Guzzi V 65 Lario, Suzuki GSX 600 F e Yamaha FZ 600. O adolescente dos saudosos anos 80 que não sonhou com uma, ou várias, destas motas que atire a primeira pedra. 

As desportivas de média cilindrada marcaram toda uma época. Vale a pena recordar um mundo onde as motas eram analógicas, as potências emergiam, as ciclísticas dificilmente acompanhavam aquelas e as hoje denominadas ajudas eletrónicas eram mera ficção cientifica.

Fica a sugestão de leitura (link).

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Uma moto para vencer o Paris-Roubaix

Chamam-lhe "ensaio" mas temos duvidas se será bem assim. Certezas, apenas que é um video bem dinâmico e uma forma agradável de apresentar uma mota.

Honda VFR1200X Crosstourer DCT à prova

Há dias assim. Em que somos triturados pela realidade. Eu aqui (link) a falar em estranhar e entranhar a propósito da Triumph Tiger Explorer 1200 e toma lá para as mãos uma Honda VFR1200X Crosstourer DCT, repito Double Clutch Transmission. 

Repito DCT, pois a transmissão de dupla embraiagem é o grande tema nesta mota. Já tinha experimentado esta pequena (enorme) revolução, aqui há uns anos na hibrida Integra. À época a sensação com que fiquei foi de que “a cena” era tipo Cola-Cao…, não era bom nem era mau. 

Mas…, lá está, uma coisa é ter um simples contacto com uma mota, leia-se “voltinha à rotunda um, dois e três”, coisa diversa é ter tempo para provar a mota durante o tempo suficiente para assimilar as suas verdadeiras características. 

Sobre o DCT o melhor que se pode dizer é muito simples: estou convencido que quem tem uma mota com esta peculiar transmissão, ao fim de algum tempo a única afirmação que produz é: “só estou arrependido de não ter uma mota assim há mais tempo!”. 

Claro que o sistema requer habituação, claro que durante quilómetros nos sentimos órfãos do selector de mudança de velocidade e da respectiva manete de embraiagem, todavia, neste admirável mundo novo, tudo começa a fazer sentido muito rapidamente. Uma boa dose de confiança nos engenheiros da Honda e na sua criação, ajudará a que esta adaptação seja mais rápida. 

Se o DCT fascina outros aspectos desiludiram. Desde logo, a iluminação proporcionada pelo farol dianteiro, quando dele verdadeiramente precisamos (de noite em estradas escuras). A mota provada também revelou, apesar de diferentes acertos na afinação as suspensões, algumas indesejáveis vibrações ao passageiro nomeadamente ao nível da pega. Este é um aspecto a não negligenciar para quem, como eu, deseja uma moto assim para palmilhar milhares de quilómetros 

No mais a Honda VFR1200X Crosstourer DCT é uma mota com excelente posição de condução, motor vivo e com um barulhar delicioso, travagem potente (até demasiado, requerendo habituação), confortável quanto baste e muito “handling” em modo curva contracurva. 

[A fechar alguns números: a Motodiana proporcionou-me mais de quinhentos quilómetros nesta DCT com uma média global de 6,6l./100Km. No regresso a Évora pela Ponte Vasco da Gama, N4 e N114 e num ritmo absolutamente normal de condução neste tipo de vias, a mota registou uns muito interessantes 5,5l./100Km.]

sábado, 25 de abril de 2015

Passatempo: descubra as diferenças

[provavelmente] O veículo de duas rodas com motor mais vendido em Abril de 1974
O veículo de duas rodas com motor mais vendido em Abril de 2015

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O Escape está (muito) triste

Só lhe apetece chorar. Sem exagero… 

Foram dezassete anos incríveis. De uma fidelidade incalculável. Grande companheira em longas jornadas, fez várias vezes jus ao nome atravessando essa Europa fora. Por vezes sob condições atmosféricas intratáveis. 

Portugal, Espanha, Andorra, França, Inglaterra e Escócia. Alemanha, Itália, Suíça e Áustria. Republica Checa, Eslováquia, Eslovénia, Croácia e até Bósnia-Herzegóvina. 

Mas esta não uma Pan-European qualquer; foi ainda, de certa forma uma Pan-Magrebian. Mostrou-me o Rife, o Alto Atlas e as dunas do Saara no Erg Chebi. Só não foi mais longe no Norte de Africa, ou, quem sabe, para além desse Norte que para nós é Sul, porque os homens as suas armas e suas desastrosas políticas não deixaram. 

É muito triste um motociclista ter de desfazer-se de uma companheira assim; ainda para mais por menos de “meia dúzia de tostões”. Motas destas deviam de nos conceder a honra e o prazer de envelhecer connosco, morrer connosco.

Infelizmente o Estado, a que alguns autistas teimam de apelidar de neoliberal - sabem lá eles do que estão a falar… - confisca o contribuinte anualmente em quase cento e trinta euros, apenas para ter um monumento assim na garagem; para olhar e dar aquela voltinha de vez em quando para matar saudades. A tal valor acresce o do seguro dito obrigatório e, enfim, a manutenção básica que uma preciosidade destas reclama. 

Um dia escrevi que esta seria a melhor mota que eu algum dia teria. Tenho a certeza absoluta da veracidade do que acabo de reafirmar. Mas tal como isto é verdade, verdade é que o mundo é composto de mudança; e o conservadorismo, enquanto traço característico do motociclista, não pode sobrepor-se ao devir tecnológico.

Recuso despedir-me de ti, querida Honda ST 1100. A minha Pan-European…

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Os dias da Motojornal

Algures em 1991 não era fácil comprar uma Motojornal. Não era fácil porque rapidamente esgotava. Ou se encomendava nos dias anteriores ou ficávamos sem ela. Garotos como éramos, nem dormíamos na véspera da saída semanal da revista. Ao fim do dia, regra geral, a revista estava devorada. Certos textos eram lidos e comentados com os amigos durante dias. O Tó-Manel era o nosso super-herói mototurista-revolucionário; quando fossemos grandes queríamos andar tanto como o Alan Cathcart e saber tanto de mecânica como o Pedrinho Martins. 

Dava para um mês de textos neste blogue, tantos os sonhos e aventuras vividas na simples leitura de uma revisa. Lá chegaremos, ou não… 

Abril de 2015 [semana passada]. Em três pontos de venda em redor do local de trabalho, no centro da capital da República, voltei a não conseguir comprar a Motojornal. Não porque estivesse esgotada. Então por que raio? “Não mandaram”, “deixei de pedir porque não se vendia”, “já não mandam há alguns meses e eu também não tenho pedido”, disseram-me. 

Neste post não há heróis. Também eu deixei há muito de comprar regulamente a revista dos nossos sonhos de adolescente. O Tó-Manel afinal é um gajo como nós e nunca conseguiremos andar como o “velhinho” Alan Cathcart ainda hoje anda; e, na verdade, já não queremos saber tanto de mecânica como o Pedrinho Martins. 

A Motojornal é uma instituição do motociclismo português. Sem o múltiplo papel que teve o motociclismo português seria, por certo, bem diferente. Todos sabemos que o tempo não está fácil para a comunicação social escrita em suporte físico mas…, para poder vender há uma condição fundamental: é preciso estar disponível. Bem pode haver procura…, faltando a oferta nunca haverá mercado. Vejam lá isso, rapazes…

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Triumph Tiger Explorer 1200 à prova

Um lugar-comum é sempre um bom ponto de partida, confortável pelo menos: primeiro estranha-se, depois entranha-se. 

Neste caso o lugar-comum é mais do que isso. Uma Triumph estranha-se porque não é algo que se conduza amiúde, esta Tiger estranha-se devido à posição de condução, nomeadamente a colocação das mãos no guiador. Estes e outros pequenos pormenores a posição dos comandos, por exemplo, estranham-se mas, como veremos, não são algo que nos apoquente durante muito tempo. 
Interessa destacar dois factores algo desagradáveis: um estático, a dureza do selector de caixa de velocidades – aspecto que como nos foi dito será corrigido no futuro pela própria fabrica; outro dinâmico, este é um tigre de asfalto, o pequeno contacto com outo tipo de piso não é impeditivo mas não deixa saudades. 

Tudo o mais, e não é pouco, é muito, muito interessante. O motor, que já conhecia da soberba mas incompreendida Trophy é delicioso. A travagem é potente sem ser abrupta, suave, progressiva. A proteção aerodinâmica cumpre. O conforto em linha com tudo isto. O comportamento, aspeto essencial, surpreende, especialmente quando o asfalto torce e retorce, oferecendo-nos uma reta rápida e logo à frente um troço lento. Aqui a Tiger Explorer 1200 surpreende pela rapidíssima adaptação (do condutor) a circunstancias diversas de acção. O mesmo se pode ser dito quando carregamos “o animal” com passageiro: tudo se adapta fácil e rapidamente. 

O mais justo que posso dizer desta mota, bem além do que ficou dito no lugar-comum supra é, no fundo, muito simples: entranha-se…, e dar-me-ia muito prazer se esta mota fosse minha. 

[A fechar, um número: 5.8 l/100km. De combustível gasto durante uma manhã de sábado com pouca cidade, outro tanto de auto-estrada e muita estrada e estradinha ao redor de Lisboa]

O Escape agradece

O Escape agradece a todos os que por aqui têm passado ao longo desta primeira semana de vida. Agradece ainda a todos o que têm visitado e “gostado” da sua pagina (dele, do Escape) no Facebook. 

Mas o Escape agradece, sobretudo, ao João Carlos Oliveira, fotografo da revista MOTOCICLISMO e ao seu director Luís Carlos Sousa, “rider” na imagem, por ilustrarem o seu (dele, do Escape) cabeçalho e por terem aceitado este “desafio” sem reservas. 

Mais fotos do João Carlos podem ser encontradas aqui (link); já o trabalho do Luís Carlos, sabem bem onde pode ser encontrado. Sem eles este Escape não seria a mesma coisa. 

A todos: o Escape promete continuar a roncar; esta primeira semana foi só o inicio…

domingo, 19 de abril de 2015

Contacto, teste, ensaio e prova

Contacto: estado dos corpos que tocam uns nos outros. 

Teste: embora também possa significar a averiguação do funcionamento de algo, significa, sobretudo, prova para averiguação do saber ou inteligência. 

Ensaio: acto de ensaiar.

 Prova: o que serve para estabelecer a verdade de um facto. 

O contacto é algo simples, básico, corriqueiro; em “motociclês” será a denominada “voltinha ao quarteirão”; o teste exige prosseguir o conhecimento ou as capacidades intelectuais, características ausentes num objecto como a mota – apesar do actual estado da arte tecnológico; já o ensaio é um acto de experimentação que exige, naturalmente, maquinas ou instrumentos de medida, das (e dos) quais não sou possuidor. 

Obviamente, sempre que aqui seja uma mota apresentada, estarão perante uma prova. Indagarei por estabelecer a verdade de um facto (por exemplo: a mota é boa ou má, anda muito ou pouco, trava bem ou mal, tem bom ou mau desempenho em mau piso). Advertência: a verdade aqui significa, a verdade do provador; isto é, a minha verdade sobre uma determinada mota. 

[…, o resultado da primeira prova será publicada neste Escape já amanhã] 

Nunca vos tinham dito que a verdade - pelo menos na prova de uma mota - é um conceito subjetivo?

Emilia Romagna crossover & street food

Emilia Romagna é uma região no Norte de Itália. Terra de motores e encostas suaves, mas sobretudo terra de bom vinho novo, de queijo de classe mundial, de ervas frescas e de uma das melhores gastronomias da já se si sumptuosa gastronomia italiana. Ah, e de grandes estradas, pois claro. 

Se um dia puderem passar por lá não hesitem. A título de exemplo Imola, onde se situa o icónico circuito de velocidade, fica apenas a cerca de 2300 Km de Lisboa, coisa pouca… Emilia Romagna é hoje aqui chamada pelo Escape à coação, porque a excelente MOTOCICLISMO italiana oferece-nos um Comparativo com este nome que até faz salivar: “Emilia Romagna crossover & street food”. 

Ducati Hyperstrada, Honda Crossrunner, Kawasaki Versys 1000, KTM 1050 Adventure, MV Augusta Stradale, Suzuki V-Storm 1000, Triumph Tiger XRx e Yamaha MT-09 Tracer foram degustadas durante cerca de uma semana pelos nossos amigos italianos. Alguns dizem que é assim que se faz um Comparativo como “manda a lei”… 

Se não forem andar de mota no que resta deste domingo, deixo-vos aqui (link) a sugestão de leitura.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Campeonato Nacional de Velocidade 2015

Laranjeira e Baptista lutam palmo a palmo por mais uma vitória..., mas isto foi há muito, muito tempo (foto roubada à pagina de FB de Alexandre Laranjeira)

Pedro Batista, Alexandre Laranjeira, Telmo Peeira, Felisberto Teixeira, Jorge Dias, Gilson Scudeler, João Ramada…, assim de repente, “de cabeça” e sem visitar a excelente geração que por esses anos se iniciava nos troféus monomarca. Equipas poderosas, estruturas portuguesas de classe mundial com ilustres presenças internacionais.

Foi assim, há cerca de duas décadas, o Campeonato Nacional de Velocidade. Vibrámos com as corridas no Estoril em Braga e…, na Ota, sim na Ota – onde cheguei a ser um “diz que é uma espécie de comissario de pista”. Mas vibrámos a serio, emocionávamos com as titânicas lutas em pista.

Ontem liguei a um amigo que lá pelo meio da conversa me disse que o Nacional de Velocidade se inicia este fim-de-semana. Desconhecia. Fui à procura, por essa Rede fora de mais informação. Quase nada descobri – para não ser desagradável e dizer que nada encontrei.

Com exceção de pilotos, equipas e mecânicos, comissários de pista e demais organização, (quase) mais ninguém em Portugal saberá que o Campeonato Nacional se inicia já no domingo. São este tipo de coisas que entre nós, motociclistas, nos deviam fazer parar para pensar; e discutir.

Fica o calendário para esta época.

19 Abril Estoril I Motor Clube do Estoril
24 Maio Estoril II Motor Clube do Estoril
28 Junho Braga I Clube Automóvel do Minho
19 Julho Portimão AIA Motor Clube
30 Agosto Braga II Clube Automóvel do Minho
20 Setembro Estoril III Motor Clube do Estoril
04 Outubro Braga III Clube Automóvel do Minho  

Nova BMW K 1600 GTL

A MOTOCICLISMO replica umas fotos espia publicadas hoje por um site holandês. Estaremos perante a nova geração da BMW K 1600 GTL?


Twins & Fins - 2ª edição - teaser

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Este post não é mais um ensaio à Honda PCX

A minha Honda PCX: até no escuro brilha...
Anguillidae (as enguias) é uma família de peixes actinopterígeos pertencentes à ordem Anguilliformes; O corpo é alongado, subcilíndrico, com escamas diminutas ou embebidas na pele. Têm barbatanas peitorais bem desenvolvidas, mas não possuem barbatanas pélvicas; a dorsal e a caudal juntam-se à anal. 

O que acabo de copiar da wikipédia conduz-nos, imediatamente, para um quadro de horror. Resta-me acrescentar duas coisas; primeiro: há quem as ache um petisco e seja grande fã delas fritas ou de caldeirada; segundo, quem se lembrou deste animal para caracterizar a Honda PCX estaria inebriado e deveria regressar no momento imediatamente seguinte a casa. 

Mas…, não há dia que não pense entre um e outro semáforo: “bolas, esta motinha parece mesmo uma enguia”. 

Jurei que este post não seria mais um ensaio à Honda PCX. Vou cumprir. Mas há algo a acrescentar às diferentes análises feitas à campeã de vendas (ora cá está uma expressão típica das revistas de motociclos). Algo tão óbvio mas tão óbvio que nunca vi escrito em lado nenhum. 

O que distingue a Honda PCX das demais motas em mercado, repito, das demais motas em mercado são três condições de verificação cumulativa: a) economia; b) facilidade de utilização; c) garantia de qualidade Honda. 

Facilmente se encontra a) mais b); também é comum encontrar a) mais c) ou b) mais c). Mas à equação “a+b+c=y” apenas cabe uma resposta: y é igual a Honda PCX.

Esperar sempre o inesperado

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Era uma vez uma Ducati 888

Tempo para falar um pouco do Lisboa MotoShow, tal como tinha sugerido aqui (link).

Missão: Pingüínos. Mil novecentos e noventa e três. Ou seria mil novecentos e noventa e quatro? Não me recordo. Sei que era Janeiro estava frio e tinha dormido, mais ou menos, ao relento nas ultimas três ou quatro noites. Repito, não me recordo… 

Mas recordo-me bem de quando o Miguel me passou os comandos da luminosa Ducati 888 para as mãos, algures perto da espanhola Ciudad Rodrigo. De repente parecia que tinha novamente oito ou nove anos e era noite de Véspera de Natal, ou de Dia de Reis já que estávamos no país do lado. 

De Ciudad Rodrigo arranquei num ápice até à fronteira portuguesa. À época terão sido os vinte ou trinta quilómetros mais felizes da minha curta vida de motociclista. A posição de condução estupidamente agressiva contrastava com a aborrecida quietude da minha Yamaha XV 250 Virago; o ronco poderosíssimo do V-twin desmodrómico esmagava o som de chaleira do meu “V2zinho” japonês. O violento mas preciso safanão daquela transmissão italiana ridicularizava a desafinação da corrente do meu “piano”. Não era um sonho de adolescente. Não, eu abria gás até onde podia e sabia num míssil italiano vestido de vermelho garrido. 

Depois dessa viagem raramente vi o Miguel. Reencontrei-o no surpreendente Moto Show lisboeta por duas vezes. Nas duas vezes que lá fui, na passada quinta e sexta-feira. 

Verdade, fui lá por duas vezes. Reencontrei, entre outros, o Miguel, o Tó, o Marcos, o Paulo, o Luís, o Rui, o José. Com tanta conversa para colocar em dia, não tive tempo para ver mais do que duas ou três motas.

Foi, sem dúvida, o melhor Salão de motociclístico que Lisboa me proporcionou até hoje.

Ducati Multistrada 2015

Cento e sessenta cavalos (160 CV), cento e trinta e seis newton-metro (136 Nm); pelos números as motos da pós-modernidade impressionam.

Suspensões inteligentes, múltiplos modos de condução, soluções várias que tendem a colocar a borracha (mais e mais e mais) grudada ao chão seja em aceleração ou em travagem; as motos da pós-modernidade impressionam pela electrónica.

Tudo isto porque estive a ler ontem o que o Bruno Gomes escreveu na MOTOCICLISMO deste mês, sobre a nova Multistrada da Ducati, recentemente apresentada em Lanzarote.

Gostei tanto do que li que hoje tive de ir à procura de mais – desde logo imagens em movimento. E do mais que encontrei por essa Rede fora, deixo aqui este “full review” do sítio britânico Bike World que me parece ilustrar bem o que se terá passado lá na ilha espanhola.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Exposição de motivos

Considerando quase duas décadas e meia de diária circulação de mota. 

Considerando que desde o nascimento da Blogosfera esta ideia andava por aqui a me importunar, como uma estrada retorcida e vazia numa limpa manhã de domingo de verão.

Considerando que, apesar do advento das demais redes sociais, a Blogos “é uma arma”. 

Considerando as vastas dezenas de milhares de quilómetros ao sabor do vento, da chuva, do pó e de outros, mais ou menos, estranhos elementos.

Considerando a manifesta ausência de massa (cinzenta) critica que paira sobre os diferentes meios motociclisticos cá no nosso retângulo.

Considerando este país brutalmente abençoado, no que ao clima diz respeito, para o prazer da condução em duas rodas com motor a vários tempos. 

Considerando que o prazer de conduzir uma mota já me proporcionou tanto mas tanto que tenho como dever moral retribuir de alguma forma. 

Considerando que a escrita é um prazer tantas vezes negligenciado. 

Considerando tantos outros fatores que nunca mais passaria do prefácio deste blogue. 

Considerando ainda o sol, as estrelas, a lua, as ondas e as marés. 

Considerando que me apetece. 

Assim se dá pela primeira vez (quarta, em bom rigor) ao “kick start” desta máquina.


Uma beleza de Salão…


Na passada semana e durante quatro dias algo colocou a cena motociclistica, principalmente a lisboeta, em alvoroço. O Lisboa MotoShow foi um inegável sucesso e quem trabalhou para apostar numa presença forte certamente não se terá arrependido [a foto veio aqui parar surripiada da página de Facebook da Triumph Motorcycles Portugal].

Estranhamente, apesar de lá ter passado duas noites não consegiu ver mais do que duas ou três motas. Tenho de tentar explicar isto melhor, mais tarde…

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Blogue pessoal (e passional) em modo curva contracurva

Blogue: do inglês “web” e “log”; “rede” e “registo de dados”; “registo de dados na Rede”, “diário da Rede”. Nada disto seria necessário…, hoje todos sabemos o que é um blogue.

Pessoal: que é próprio de cada pessoa. Subjectivo, portanto.

Passional: do latim “passionalis”; susceptível de paixão – sendo esta um afecto violento. 

Modo: maneira de ser.

Curva: realidade semelhante a uma linha mas não necessariamente recta.

Contracurva: curva que termina em arco, tomando direcção oposta à deste.

Blogue pessoal (e passional) em modo curva contracurva. Ou seja: registo de dados na Rede, subjectivo e com enorme afecto, elaborado em linhas que seguem num determinado sentido e outras noutro.

Confuso? Nada confuso: vamos falar de motas, motociclistas, motociclismo. Só isso!

Road under construction...

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