quinta-feira, 30 de março de 2023

KOVE a nova aposta da MB MOTOR PORTUGAL

O GRUPO MOTOS BORDOY chegou a acordo com a jovem marca de motos KOVE para a distribuição exclusiva dos seus produtos em Portugal e Espanha. 


A incorporação da KOVE pelo GRUPO MOTOS BORDOY faz parte do plano de expansão que está a ser executado pela empresa, tanto em termos de negócio, como operacional. 

Em Portugal será a sua sucursal, MB Motor Portugal, a implementar a marca e a desenvolver todo o plano comercial. Uma marca jovem, através da qual são ampliados o portfólio de produtos, e as opções de negócio, que a empresa oferece a toda a sua rede de Concessionários. De recordar que a MB MOTOR PORTUGAL é já o importador exclusivo, para Portugal, da QJ MOTOR e da Macbor. 


Com a chegada da KOVE, a MB MOTOR PORTUGAL acrescenta à sua oferta uma marca que não lhe é desconhecida. A COLOVE, proprietária da KOVE, é a empresa que tem estado a fabricar, sob a modalidade OEM, para a MACBOR (marca própria do GRUPO MOTOS BORDOY), as MACBOR Montana XR5, e as MACBOR Eight Mile 500 SCR e STR. Desde o lançamento da MACBOR MONTANA XR5, e prosseguindo com as EIGHT MILE 500 STR Y SCR, o GRUPO MOTOS BORDOY tem mantido uma colaboração muito próxima com o fabricante COLOVE no desenvolvimento e comercialização destes produtos. 

Agora, que a COLOVE se abriu aos mercados internacionais com a sua própria marca KOVE, o GRUPO MOTOS BORDOY decidiu prosseguir com esta estreita colaboração, e assinou um acordo de distribuição exclusiva para toda a península ibérica. Ainda que se trate de uma marca nova, os produtos da KOVE chegam a Portugal com muito boa fama e reputação, graças, também, aos excelentes resultados obtidos na passada edição do Rally DAKAR. 


As três motos, que representavam, pela primeira vez, a KOVE no rally raid mais exigente do mundo, conseguiram terminar a prova, e surpreenderam o mundo das motos. Uma carta de apresentação perfeita, para cumprir com as melhores expectativas comerciais antes da sua chegada ao mercado europeu. 

KOVE NOVIDADE E AMBIÇÃO 
A KOVE é a marca recém-criada da empresa COLOVE, que, por sua vez, faz parte do conglomerado Tibet New Summit Motor Co. KOVE. 


Até à data, a KOVE apenas foi comercializada no mercado doméstico, e, agora, prepara o seu desembarque na Europa, o qual teve início com a apresentação oficial no Salão Internacional da Moto de Milão 2022 (EICMA). 

Criada com o objectivo de oferecer experiências de condução únicas e emocionantes, a KOVE aposta numa clara filosofia de produto, que se encontra perfeitamente resumida no seu claim de marca “Focus on performance”. Deste modo, os seus produtos destacam-se tanto pela sua alta qualidade, como pelo seu excelente desempenho.


A gama de produtos a comercializar pela KOVE em Portugal ainda em 2023 será anunciada proximamente. Quando da sua entrada no mercado português, a Marca oferecerá modelos nos segmentos NAKED, CLASSIC, ADVENTURE, RALLY RAID e SPORT, e, para o ano de 2024, está previsto um alargamento da oferta, com mais modelos Off road e “R”. 


O elevado nível de competitividade dos segmentos de mercado aos quais é dirigida a sua oferta não foi um impedimento, mas, sim, um perfeito desafio para a KOVE: a total confiança nas suas possibilidades em termos de de I+D é a premissa fundamental para a ambição da marca, que confia em estrear-se com êxito no mercado europeu.
__

Notem que neste ESCAPE se cultivam valores.O que acabam agora de ler não é propriamente um post e sim um comunicado de imprensa, boletim de imprensa ou press release, como lhe quiserem chamar. Isto é, uma comunicação feita por um indivíduo ou organização visando divulgar uma notícia ou um acontecimento (ao qual tomei a liberdade de fazer o corte e costura que achei mais conveniente).

terça-feira, 28 de março de 2023

Um fim-de-semana para ‘no olvidar’

Visto por Jan Jan Pais. Bem junto ao asfalto de Portimão. Ao ler estas linhas quase podemos sentir o cheiro do carburante queimado e da borracha solta. Quase podemos sentir a vibração dos motores e dos escapes verdadeiramente roucos. É motociclismo. É paixão. É também amizade. E amor. 


Dois dias de tanta coisa, para já. 
Ponto prévio. 
Isto é um mundo. 
De emoções de gente, de campeões. 
De gente que ganha e que perde. 
De gente que dá bandeiras, que apanha motas, que ampara pilotos e dá o OK à Torre. 
Um universo laranja comandado à distância, via rádio, via TV, via motas que visitam os postos. 
E no final do dia, todos chegarão a casa e dirão: preciso de mais uma dose! 

Sexta-feira, madrugada ao género das da aviação, despertador a meio da noite, duche rápido, pequeno-almoço, café e uniforme laranja, rumamos ao Retail Park, aos autocarros, aos postos, aos briefings com o Chefe de Posto. 

Tenho um, chama-se Paulo Jorge Inácio, calmíssimo, ensina com tranquilidade, tudo indica que a curva 8 está bem de liderança e recomenda-se, a este vosso escriba juntam-se dois outros comissários de pista, Miguel Jorge, que me irá fazer percorrer a distância até Almeirim para me alambazar em gabaritado local de pasto e um outro laranjinha, Nuno, Nuno Cujo Nome Não se Pode Pronunciar, private joke, deixem lá, mas a verdade é que toda a acção em pista, todos os minutos de descanso ou reservados a pequena sombra, se fará para mim junto deste trio que tão bem me acolheu, e se não vos detalho conversa é porque ela é insana, feita de opiniões em torno de pilotos e de equipas, feita de um arrazoado de tiradas meio desconchavadas que constroem uma equipa, chega a haver incautos por ali que correm a fotografar-se junto de um Bagnaia ‘mais ou menos, é o que se pode arranjar’ para gáudio dos restantes que lhe dividem a loucura. 


Gosto do T8D, é a minha casa nestes três dias, temos por vizinhança o F8A e o T8B, e se vos falo neles é porque as gentes de lá são de sorrisos e simpatias, ofereceram-me um naco de presunto, obrigado João Inocêncio, mais ainda um pouco de chouriço, acamados em bom pão, tudo por ali respira em modo ‘gourmet, o posto tem vista para todo o lado, varanda com vista para o mar, para a montanha, para o campo, creio até que para o Central Park e a 5ª Avenida, isto é, dali vê-se o final da 1, a 2 e a 3, a chegada à 4, aprecia-se a 7, a 8 e a saída para a lomba que esconde a 9, Cristo anca cá abaixo ver isto, foste tu que concebeste semelhante paraíso para se estar de laranja vestido??? A pista enche-se de motas, de todas as cores, de feitios e tamanhos, cada uma com seu piloto, cada piloto com seu sonho, cada sonho com seu caminho. 

Amanhã correr-se-á o GP de Portimão, hoje o AIA inaugurou a nível mundial, universal e intemporal as Sprint Races nesta modalidade, pela primeira vez se correu de prego a fundo até ‘tocar para a saída’, cruzes que azáfama de sensações. Miguel dedilhou alguns dos acordes com que nos encanta, sacou uma P4 na grelha, no meio de mil tubarões ducatizados e frente a um MM renascido, que mais se assemelha a Duarte de Almeida, que nem decepado entregou a bandeira portuguesa na batalha de Toro. 


Miguel sorriu a um pódio, mas este não lhe sorriu de volta, uma pequeníssima ‘não era bem assim’ fez com que terminasse em P7 e todos nós, imagine-se, quase pensássemos que estávamos tristes, 
Não, não estamos que bom é ser Oliveirista e estar ali contigo. 
Mas, meus senhores, o que mais marcou o fim-de-semana foi talvez o momento em que parecemos colocar os pés na Terra e entender que voar assim é coisa de gente quase sobre-humana, e que nem sempre os deuses da velocidade tudo amparam. 
Numa das curvas, a 11, a geometria atirou Pol ao chão. 
O paddock susteve a respiração. 
Todos nós sustivemos a respiração. 
A vida continuou, mas aprendemos talvez a dar mais valor aos dias que trazem um sorriso. Recupera rápido Pol Espargaro. 

Parte segunda de um fim-de-semana para ‘no olvidar’ 
JODER, Marquez, que mais te podemos dizer? Um gajo anda ali toda uma semana, aliás um gajo não, um milhão deles e delas, ou mais ainda, andamos a esfregar as mãos por uma boa corrida, agora até ao sábado nos assalta a adrenalina, e vais tu, aliás, vens tu, e tomem lá bolachas, marcha tudo à carambola e por aqui m’avio????? 
É isso? 

Sério mesmo, Marquez? Ando aqui agora com esta dor de alma, isto é quase como uma dor de dentes, não passa nem deixa dormir, maldita cárie que nos saíste, vai a manhã de segunda feira lançada e a pessoa aqui a ver aquele destrambelho, aquilo nem quando jogávamos ao ‘lá vai alho’ na escola, chego a pensar se andas a falhar alguma medicação, por mais que que a malta entenda e mais não sei o quê, mas acabamos a desenrolar o filme e sai-nos a mais usada e genuína expressão portuguesa, foda-se ... mas o que é isto??? 


Termino agora de falar neste assunto, é melhor, senão isto escala-me o sistema nervoso e ainda chamo o Milhazes para te aconselhar, depois é só fazeres o que ele diz e vais ver que melhoras. Espera, antes ainda deixa-me dizer-te uma coisa, ganhaste oito título mundiais, por este andar poderias ganhar outros tantos e mais ainda, que o respeito do público nunca terás, nem de quem corre nas pistas contigo, preferem andar longe do moço do ‘pinball’, o mais certo é ficares conhecido pela tua arte de campeão no bowling do que na do asfalto. 

E pronto, assunto encerrado contigo, daqui para a frente, não te desejando mal algum, para mim és apenas um pino que se move perigosamente na pista, como se fosses uma armadilha num jogo da Playstation, li agora que não irás correr na Argentina, melhor assim, é uma preocupação a menos para quem faz orçamentos e reparações , ouvi também o Puig a defender a tua acção, pois bem, pior a amêndoa que o sainete, com amigos como ele nem precisas de investir muito mais em anti-corpos. 

Quanto ao restante de toda esta jornada ..foi TOP, na classe de Moto3, Daniel Holgado deu um recital de cirurgia, Diogo Moreira estreou o fatinho de pódio, o ‘rookie’ Jose Antonio Rueda mostrou que aprendeu bem a tabuada e que está prontíssimo para a régua dos algoritmos, entre o primeiro e o quinto classificado, 0,774 segundos, sejam bem-vindos ao reino da emoção. 

Nota solta, Romano Fenati, P19, lembram-se dele??? como um gesto tão estúpido e irreflectido inverteram o sentido de uma carreira. 

Segunda corrida do dia, ei-lo, a ele o futuro, ou pelo menos grande parte dele, Pedro Acosta chegou e disse, tirou o chapéu e foi-se, permitiu a companhia de Canet até ali ao lugar de ‘terra à vista’, e então pediu a conta e saiu rumo a um P1 sem espinhas. Nem caroços. 

Duas notas, o trepador Daryn, que subiu directo de Moto 3 à classe rainha, desceu agora um degrau rumo à realidade, fez P16, é hora de mostrar se a guitarra encontra por ali unhas, mas sem aquela vertente varredora de borda fora, que há dois anos assustavam qualquer um que nas voltas finais lhe cruzasse o caminho. 

A American Racing, que vai mantendo seu importante papel de trazer para estas lides os sempre bem-vindos pilotos americanos, suscitou um pequeno ‘bruáááá’ no paddock por ser patrocinada por uma APP de conteúdos para gente adulta, que é como quem diz uma aplicação com aqueles vídeos de se verem pela calada da noite, ora bem, isto num mundo que anda à porrada por tudo o que é lado e continente nem deveria ser assunto, mas enfim, seja como for, a sua dupla de jovens Kelly & Skinner ou andam a ver material do patrocinador e dormiram pouco, ou vão ter de dar ao pedal. Neste caso ao punho, e apenas para o rodar acelerando, cappicce? 


Regressando ao cartaz do dia, vamos lá parabenizar Pecco, está feito um homenzinho com bancada de fans e tudo, uma saudação às Aprilia, que vão alapadas nas Ducati para lhes cobiçarem o pedaço de saborosa glória, um grande ‘sim senhor’ a Jack, o mais folgazão e ‘boa onda’ de todo o plantel, um ‘cavalheiro de imperial na mão’, que sacou um coelhão na P2 e deixou mundo e meio apardalado, outro positivo franzir de sobrolho a Binder, um bicho de corrida, olhemos a Marquez, o certinho, a mostrar que se calhar não é tão ‘nelinho’ como se pensava, ‘attention Fabio’ que tens de fazer contas à vidinha, esta Yamaha para levar-te à glória é bem capaz de precisar do algo ao género do cinto mágico do Sinbad, senão não estou a ver como. 

Joan Mir andou ali aos papéis para se desembaraçar de Nakagami, o que não augura grande espingarda, afinal o japonês anda mais numa de fechar a porta e apagar a luz nas corridas, fazendo dupla em semelhante tarefa com Morbidelli, mas que raio se passa com este italo-brasileiro???, parece que em vez de asas para as suas mãozinhas lhe deram um carro de mão a gasóleo, aquilo deve ser uma tormenta para o antigo cabeludo que reinou em Moto2. 

Jorge Martin, que continuo a ver como potencial vencedor de corridas, parece que ainda levou um ‘chega para lá’ do bilharista de Cervera, a verdade é que a seis voltas do fim viu-se fora de uma prova onde prometeu alguma coisinha, mas onde acabou por nem chegar à sobremesa. 

Deixo para o final o nosso 88, Oliveira, Miguel Oliveira. O Falcão. 
Novo formato em todo o fim-de-semana, com maior gestão disto e daquilo, corridas são duas, garras de fora para a Q2 é só em dois lances de escada ... muita informação a reacomodar. As P1 e P2 a trazerem alguma sombra nas bancadas sonhadoras, para mais tarde chegar à Q1 e puxar da manilha de trunfo, calma minha gente, oferecendo a Razlan Razali a segunda linha na grelha, melhor Aprilia, ah pois é, isto não é como começa, já vamos sabendo. Depois, sábado pelo início da tarde, um pequeno recital, mantendo-se no epicentro do assunto até à curva 11 da última volta, onde um nico de desconcentração o fez descer quatro posições, ainda assim P7, falhando o pódio por uma fatia de coisa nenhuma, custa um pouco, mas a malta segue em frente, é assim a vida dos pilotos. E a nossa, dos adeptos. 


Domingo, dia de sol. 
De bancadas cheias, 
De hino com o nosso Rui Veloso. 
Arranque ‘comme il faut’ e chega à liderança, o gáudio explode nas bancadas, um país acelera com ele, as ondas do mar ficam com uma espuma mais branca, as planícies enchem-se de flores e de cor, o céu torna-se azul como só ele sabe, é isto que um país entrega ao seu menino de oiro, paixão, emoção, apoio, aplauso e um amor de adepto. 

Bagnaia acaba por impor o poderio bélico das Ducati em aceleração, Miguel ajusta suas notas, irá segui-lo, dirão adeus ao bando, e no final logo se verá, prometem-se vinte voltas de coração aos pulos e unhas em processo de desbaste. 

No final da curva um, volta três, chega a enxurrada de disparates, o desvario de Marc. A tarde e o âmago da corrida terminaram nesse momento para nós, sem apelo nem agravo, foi-se ali a andorinha da nossa Primavera! Ficamos, honramos quem corre, buscamos notícias de Miguel, pouco depois chegam as boas novas, dorido, mas apto. 

Desmontámos a tenda das emoções e regressámos à vida. Antero de Quental escreveu um dia: 
‘E dentre a névoa e a sombra universais 
Só me chega um murmúrio, feito de ais... 
É a queixa, o profundíssimo gemido’ 


Já eu, não irei tão profundo, limito-me a perguntar-te: Marc, já te falei no Milhazes, certo? 

PS: acabamos de ficar a saber que Miguel não irá à Argentina, uishhhh, voltou a puta da dor de dentes, em força. JODER ao quadrado, ao cubo e por aí fora.

sábado, 25 de março de 2023

Oliveira sétimo em vitória de Bagnaia na primeira corrida sprint de sempre

O italiano Francesco Bagnaia em Ducati puxou do estatuto de campeão mundial na primeira corrida sprint da história do Mundial de MotoGP e venceu! Já Miguel Oliveira fechou as doze voltas a 2,940 segundos de Pecco, que deixou o espanhol Jorge Martin (Ducati), a 0,307 segundos, com o também espanhol Marc Márquez (Honda) em terceiro, a 1,517 segundos. 


Na verdade Oliveira teve um sábado emocionante no Grande Prémio de Portugal. O ídolo nacional, além de ter conseguido qualificar-se em P4, largando assim da segunda linha da grelha de partida, chegou a lutar por uma posição no pódio na primeira corrida Sprint.

Depois de uma sexta-feira desafiante e algumas contusões na sua perna e pé esquerdos após uma queda forte, Miguel Oliveira estava totalmente motivado para recuperar o terreno perdido no sábado no seu circuito local, o Autódromo Internacional do Algarve, e assim o fez. O piloto da Charneca de Caparica concretizou uma qualificação incrível, na Q1, para se classificar em P2 e garantir o último acesso para a Q2. Na Q2, foi também bem sucedido e registou o quarto tempo mais rápido.

Partindo da quarta posição, conseguiu manter-se entre os cinco primeiros por um bom tempo, e chegou até ao quarto lugar na quinta volta da corrida. Durante as três últimas voltas do curto sprint, travou uma forte batalha com Marc Marquez e Jack Miller e conseguiu posicionar-se em terceiro lugar na última volta. No entanto, um erro na travagem custou metros valiosos, e acabou por cruzar a bandeira de xadrez em sétimo lugar. 


"É claro que teria sido muito melhor estar em terceiro lugar, mas não é uma grande deceção, pois ainda temos uma corrida completa amanhã. Alarguei a trajetória na última volta, pois estava a travar um pouco demais no lugar errado, então saí da pista e não consegui fazer a curva com o vento dentro da moto. É uma pena, mas ainda são três pontos. Temos outra oportunidade amanhã, além de termos também a possibilidade de preparar a moto um pouco melhor para a corrida principal", referiu Miguel Oliveira. 

A corrida de domingo terá a primeira distância completa de corrida de 2023, com o piloto da CryptoDATA RNF MotoGP Team a preparar-se para as 25 voltas estipuladas, logo após o Warm Up que acontece às 09h45. A corrida inicia-se às 14h00.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Vai começar

Quem como nós está ansioso pelo início da temporada 2023 do Mundial de Velocidade, cruzou-se, ontem, com este texto de Miguel Assunção numa conhecida rede social. São palavras boas demais para se esfumarem num ápice de uma qualquer grelha de partida. Pedi autorização ao Miguel e ele acedeu. Com a devida vénia, elevamos assim o seu texto à categoria de post neste ESCAPE. 


Foi talvez a pré época mais longa que vivi, muitas expectativas, mudanças, sonhos renovados e pelo menos 15 candidatos à vitória no campeonato, mas vamos por partes... Ducati, a clara favorita aos títulos, tem o melhor pacote técnico, o campeão e bons pilotos, sobretudo Pecco e Martin, Bastianini tenho dúvidas, não me parece que se vá confirmar, Zarco é piloto de testes, Bezechi é bom, Marini consistente, Diggia será o último ano de Ducati e Alex quer provar qualquer coisa, mas tem de deixar de falar da Honda e do irmão... 

Honda, tenham atenção, isto é a HRC, tem o MM, o excelente Mir, não estão tão longe como parece nos testes, MM vai aparecer e com ele Mir, são animais de corrida, e talvez o Rins na LCR com menos pressão, também é muito bom ao Domingo, só o Taka parece à deriva neste momento... 

Yamaha, descobriu alguma coisa no último dia de testes, Quartararo faz a diferença, o motor é mais potente, não acho é que a Yamaha vá ter a consistência e evolução suficiente para serem campeões, mas vão aparecer com o Fábio, quanto a Morbidelli é um caso de estudo, simplesmente o que tenta não resulta, eu sei que está numa fábrica mas já devia ter saído, assim quando sair da Yamaha também sai do Motogp, com pena minha, gosto dele... 


KTM nunca irei dizer mal deles por dizer, tiveram o Miguel durante muitos anos e colocaram-no no Motogp, mas parece-me que mais uma vez, mexeram, mexeram e perderam-se de novo... A estabilidade técnica e diretiva é a base de uma equipa, não se pode mudar tanto de ano para ano e esperar milagres, eles acontecem, como aquela volta do Binder no último dia de testes, mas se analisarem os tempos, foram os piores de longe em tudo o resto, o que é preocupante para os pilotos... Binder é excelente, nós sabemos, mas até quando numa KTM? Pensei tal como ele que o pacote este ano seria melhor, muito melhor... Miller ainda tenta perceber como é que foi ali parar, ou pior, como vai fazer funcionar aquela mota... Pol regressa como o filho pródigo, o herói... Com zero vitórias na KTM, mas não parece, se ouvirmos o Pt... O melhor Rookie do ano e único, o Augusto, apenas foi aquecer o lugar para o Acosta... Eu só pergunto, quem vai sair 1o o Guidotti ou o Pit, aposto no Francesco... 

Aprilia, as nossas cores este ano, vamos a ver... O pacote da RS GP 23, parece já muito bom e perto da Ducati, Aleix parece bem e conhece aquela moto como ninguém e a equipa técnica e diretiva, muito estável e muito bem organizada a minha dúvida é o Maverick ,porque o Aleix vai lá estar, o Maverick não sei, ele é rápido, mas já leva ano e meio de Aprilia e ainda não ganhou, aliás acho que é isso que falta à Aprilia, começar a ganhar regularmente, o problema é que Maverick é mentalmente fraco e se as Aprilia satélite começarem a ficar na frente dele, irão começar a surgir os problemas na moto dele, e com isso poderá a Aprilia ter um problema em mãos... 

Deixei para o fim a RNF Aprilia e o Miguel... Antes disso temos a equipa, Razlan é um motivador, um congregador de homens, mas a chave da equipa é o Wilco, esse sim, antigo piloto, com muita experiência e que tem à sua volta gente muito boa, não são muitos mas serão os suficientes para levar a nau a bom porto, vejo até um ambiente similar ao segundo ano do Miguel da tech3, onde conseguiu excelentes resultados... Raul é um grande talento, lembro-me numa corrida ver o Miguel a discutir com o Miller o estilo do Raul, e que ele era rapidíssimo, pode ser um caso sério , vamos a ver... 

Quanto ao Miguel, está onde quer, parece-me tranquilo, tem de ver o que a equipa consegue fazer e dar-lhe sob pressão, que este ano vai ser muita dentro da garagem, ele próprio tem muito ainda por aprender e alterar naquela Aprilia, que já é excelente, mas vai ser melhor nas mãos dele... Mas é tempo de por os pés no chão, ele vem de 4 anos em cima de uma moto com uma filosofia completamente diferente, é a primeira vez que pilota com Ohlins e quadro de alumínio, não tem experiência ainda para melhor explorar tudo isso, tem um bom crew chief, que o pode ajudar bastante, um pódio nesta altura seria um milagre, mas até acredito que ele pode fazê-lo, mas temos de perceber que Maverick por exemplo, leva ano e meio de Aprilia e só agora é que diz que está perto de atingir o limite, creio que o plano é aprender, fazer boas corridas, ganhar algumas para chegar á equipa de fábrica e tentar o campeonato daqui por um ano ou dois, acredito que a equipa de fábrica vai ter de suar muito para bater a satélite e que se a Aprilia consiga apoiar como diz que o vai fazer, só tem a ganhar com isso... 

Gosto muito de o ver ganhar, mas gosto ainda mais de o ver tranquilo e com material que lhe permita lutar lá em cima, o resto ele sabe fazê-lo e virá por acréscimo... Força Miguel, Cryptodata RNF Motogp Team.

PS: Gosto muito das novas cores, fugiram do óbvio das cores garridas, para chamar a atenção numa equipa satélite, para uma decoração muito sóbria, equilibrada e diferente, parece-me que ao vivo e nas corridas ainda vai parecer melhora, mas é apenas a minha opinião

terça-feira, 21 de março de 2023

Moto Morini X-Cape 650 à prova

Fénix. Pássaro da mitologia grega que ao morrer entrava em auto-combustão. Todavia, aquele animal mitológico, passado algum tempo, ressurgia das próprias cinzas. Outra característica da fénix seria a sua força, que a capacitava com a faculdade de carregar cargas muito pesadas enquanto voava. A fénix teria penas brilhantes, douradas, e vermelho-arroxeadas e seria de tamanho igual ou maior do que uma águia. 

Foto: Gonçalo Fabião

Segundo alguns escritores gregos, a fénix viveria exactamente quinhentos anos. Outros autores acreditavam que o seu ciclo de vida seria de quase mil anos. No final de cada ciclo de vida a fénix imolava-se numa pira funerária. A longa vida da fénix e o seu absurdo renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual. STOP: já repararam no símbolo da Moto Morini? 

A aventura da Moto Morini inicia-se em 1937 em Bolonha. Antes, porém, Morini, fundara em 1924, juntamente com os empresários Massi, Mattei e Mazzetti a "Fabricca di Motobiciclette Brevetti MM di A. Mattei & Co.", MM abreviado. No início produziam 125cc e 175cc a dois tempos. Em 1930 começaram a produzir motos a quatro tempos. Após quase 15 anos de colaboração com Mazzetti, em Setembro de 1937 o senhor Morini abandona a empresa para iniciar o seu próprio negócio: a Moto Morini. 

Foto: Gonçalo Fabião

A história da Moto Morini é longa e distinta, plena de glória e drama – podendo ser conhecida em detalhe aqui (link). A título de exemplo, vale a pena sublinhar que nos anos oitenta do século passado a marca chega mesmo a pertencer à Cagiva que nesse tempo foi também dona da Ducati. Como em muitos outros momentos da vida da marca, também aí as coisas correram menos bem. 

Foto: Gonçalo Fabião

Contudo, qual fénix, a Morini teima em renascer das próprias cinzas. Actualmente, e desde Outubro de 2018, a empresa é uma subsidiária do Zhongneng Vehicle Gropu, normalmente conhecido como grupo ZNEN, que comprou a Moto Morini, segundo algumas fontes, por valor próximo aos dez milhões de euros. 

IMAGEM VINCADA 
Originalmente revelada em forma de protótipo no EICMA de 2019, a X-Cape 650 surge no mercado chinês no verão de 2021. Foi porém apresentada ao mundo no EICMA de 2021, local onde alguns a apelidaram de baby Africa Twin devido à escolha cromática da moto que aqui provamos. 

Foto: Gonçalo Fabião

O aspecto da Moto Morini X-Cape 650 é de facto impactante, sendo que a sua linha vai claramente beber influência a diversas motos do segmento e até das maxi-trails. O seu ar atrevido e até agressivo chama a atenção de todos cujo coração se deixa tocar pelo motociclismo. A moto foi desenhada em Trivolzio, Pavia, Itália, nas instalações da Moto Morini. É parcialmente fabricada na china e enfim montada em solo italiano, lugar do mundo onde se faz ainda o seu controlo de qualidade. 

Foto: Gonçalo Fabião

A X-Cape 650 monta num quadro tubular em aço, uma espécie de treliça, um motor de origem CF Moto, bicilíndrico paralelo com 649 cc (60 cv às 8250 rpm e 54 Nm às 7000 rpm), cuja fonte inicial é o robusto e inquestionável bicilíndrico da Kawasaki ER-6. Nas suspensões contem com uma Forquilha invertida Marzochi totalmente ajustável e mono amortecedor KYB ajustável na pré-carga e extensão, no eixo traseiro. 

Foto: Gonçalo Fabião

Para parar o conjunto sirvam-se do material Brembo - disco duplo semiflutuante de 298 mm de diâmetro com pinças de dois pistões à frente e um disco simples de 255 mm atrás, equipado com ABS Bosch. As borrachas são as excelentes Pirelli Rally STR - 110/80 R19 na frente e 150/70 R17 na roda traseira. 

DEVORADORA DE ASFALTO 
Não existe uma segunda oportunidade de causar uma boa primeira impressão. A Moto Morini levou esta ideia a sério. Na verdade o primeiro contacto visual com a X-Cape 650 impressiona ao ponto de a desejarmos e questionarmos se estaremos perante uma moto de outro segmento. Sucede que o primeiro contacto físico não acompanha o primeiro contacto visual. 

O banco é anormalmente cavado para uma moto de estrada. Juntamente com um guiador proeminente e bastante largo, faz com que a moto nos ofereça uma posição de condução que requer habituação. Este desconforto inicial é sublinhado pelos primeiros quilómetros urbanos – e no nosso caso feitos à chuva e com piso muito encharcado. O conjunto pesa cerca de 230 Kg de depósitos cheios. Esse lastro juntamente com a peculiar posição de condução fazem com que a vida na cidade não se apresente como o terreno de eleição da Morini, o que nos surpreende. 

Foto: Gonçalo Fabião

O que também nos surpreende, todavia pela positiva, é a natureza estradista e até potencialmente turística da Moto Morini X-Cape 650. Fora da urbe a moto respira asfalto e devora-o com apetite. O motor, desinteressante a baixa rotação, ganha nova alma e bom desempenho algures depois da 4000 rpm. A partir daí tudo se transforma com a ciclística a apresentar solidez e as suspensões a oferecem um belo swing entre curva e contracurva. A travagem é inquestionável tal como a aderência oferecida pelo Rally STR. Usar o pára-brisas manualmente regulável apenas com uma mão é relativamente fácil. 

AVENTURA E TURISMO, NOTEM 
Quando o asfalto termina esta Morini não muda a sua natureza. Algo pesada e aborrecida a baixa velocidade e em pisos mais duros, acaba por encontrar um desempenho aceitável e equilibrado no fora de estrada suave. Sejamos claros: esta moto não foi feita para andar aos pulos e aos saltos. E pode faze-lo? Claro que sim. Só não foi feita para isso. O Adventouring proclamado nas tampas laterias deve ser corretamente interpretado: aventura e turismo

Foto: Gonçalo Fabião

Tal e qual. A X-Cape Red Passion – bonito nome - reclamou do bolso do ESCAPE o correspondente em euros a quatro litros e meio de sumo de dinossauro por cada cem quilómetros de estilo. A marca solícita uma transferência bancária de 7.699€ pela versão ensaiada de jantes de alumínio, estando disponível uma bonita versão de jantes de raios Gold Wheels Edition, cujo valor podem conhecer, por exemplo, na HM Motos, casa que foi inexcedível na paciência que teve para nos aturar no sentido de levar esta prova até vós.

segunda-feira, 20 de março de 2023

Miguel Oliveira: “Gosto muito da nova pintura!”

O MotoGP voltou! E a aguardada apresentação da nova equipa de Miguel Oliveira - CryptoDATA RNF MotoGP Team - aconteceu hoje em Portugal, revelando o novo DNA, cores e inovações da estrutura, que estabelecem o tom para uma temporada emocionante e ambiciosa. 


A inovação e a vontade de excelência são as palavras-chave para a nova equipa do Miguel em 2023, que inaugura uma nova era como a primeira equipa satélite da Aprilia Racing na história do Campeonato Mundial de Velocidade e uma parceria única entre a RNF Racing Ltd. e a CryptoDATA. O espírito da equipa é reflectido na combinação ousada das cores verde, azul, preto e ouro rosa, representando a transição da equipa anterior para a nova, bem como o seu compromisso com a excelência, a paixão pelo desporto e vontade para inovar e romper com o tradicional. 

“Gosto muito da nova pintura! As cores são diferentes e únicas, então vai ser muito bom estar na pista assim. Mal posso esperar pela primeira corrida no meu circuito de casa, representando a CryptoDATA RNF MotoGP Team aos comandos da minha Aprilia RS-GP. Em 2023, tenho um novo desafio em mãos, pelo que espero que nos possamos dar bem e alcançar os objectivos que definimos juntos durante esta temporada. A moto tem muito potencial e tenho a certeza de que agora, juntamente com a equipa, podemos adaptar tudo ainda mais ao meu estilo de pilotagem e começarmos a ser rápidos para sermos competitivos”, afirma Miguel Oliveira. 


Impulsionada por um espírito renovado combinado com uma forte dupla formada pelo herói nacional Miguel Oliveira e o jovem piloto Raul Fernandez, a equipa está ansiosa para competir na categoria MotoGP com as Aprilia RS-GPs. Com uma perspetiva positiva e promissora após testes bem-sucedidos em Valência, Sepang e Portimão, a colaboração entre Miguel, Raul e a Aprilia espera trazer sustentabilidade à pista, enquanto estabelece o tom para o crescimento contínuo.

Esta nova temporada está definida para ser uma jornada emocionante para a CryptoDATA RNF MotoGP Team, marcada pelo entusiasmo e energia partilhados por parceiros de longa data, como a Greenpower Generators, RCB e WRS, e novos parceiros, como Sterilgarda, Castrol, Estrella Galicia e Shark. Com o apoio da empresa de tecnologia inovadora CryptoDATA, a equipa está determinada a empurrar os limites do que é possível no MotoGP. Juntos, a CryptoDATA RNF MotoGP Team trará tecnologia de ponta para o desporto e uma experiência incomparável para os fãs, parceiros e patrocinadores. 


Razlan Razali, fundador e chefe da equipa CryptoDATA RNF MotoGP Team confessa: "Estou emocionado por finalmente começar a nova temporada com um espírito renovado e as nossas novas cores ousadas que refletem a nova equipa CryptoDATA RNF MotoGP Team. Como equipa, estamos dedicados a fazer mudanças e a sair da caixa e daquilo que é a norma no desporto. Fizemos uma parceria com a CryptoDATA para trazer tecnologia de ponta para a modalidade e ajudar-nos a permanecer na vanguarda da inovação. Mas além da nossa parceria, estamos focados em trazer a nossa abordagem única para corrida, com uma cultura de equipa que enfatiza a excelência, a determinação, a paixão e o desejo de ser diferente.” 

“Gostaria de expressar a minha gratidão a todos aqueles que fizeram parte dessa incrível jornada connosco. Em primeiro lugar, um sincero obrigado ao Sr. Carmelo Ezpeleta, Dorna, IRTA, Sr. Massimo Rivola, CEO da Aprilia Racing pelo forte suporte técnico da equipa de fábrica, aos nossos parceiros de longa data que estiveram ao nosso lado nos bons e maus momentos, como Greenpower Generators, RCB, WRS, BETA e muitos mais. E aos nossos novos parceiros que se juntam a nós nesta nova aventura, damos as boas-vindas a Sterilgarda, Shark, Estrella Galicia e Castrol. Estamos entusiasmados por ter todos a bordo e esperamos alcançar grande sucesso juntos no futuro.” 

“A equipa CryptoDATA RNF MotoGP Team representa um novo capítulo emocionante para a estrutura e para o desporto, e estamos ansiosos para ver onde o futuro nos leva. Em última análise, acreditamos que, tendo parceiros que partilham a mesma visão connosco, estamos bem posicionados para o sucesso e para deixar a nossa marca na modalidade. Agora, estamos focados na inovação e em ultrapassar os limites, com a certeza de que traremos nova emoção e energia ao mundo das corridas de moto nesta temporada”. 

Ovidiu Toma, CEO e fundador da CryptoDATA Tech, sublinhou que “a parceria com a RNF MotoGP Team e a MotoGP pode revolucionar a forma como pensamos sobre tecnologia e desporto. Ao alavancar a tecnologia de ponta, pretendemos oferecer rastreabilidade e métricas de desempenho incomparáveis, aprimorando a experiência do fã por meio de novos recursos entusiasmantes.” 

“Através da nossa colaboração, estamos a introduzir uma nova plataforma que irá acompanhar de forma abrangente todos os aspetos da experiência do MotoGP, desde o desempenho dos pilotos até ao envolvimento dos fãs. A plataforma fornecerá atualizações em tempo real, recursos interativos e conteúdo exclusivo para os fãs, além de oferecer aos patrocinadores informações valiosas, permitindo que estes entendam melhor o seu público e criem campanhas direcionadas que ressoam com os fãs, num nível mais profundo”. 

"No centro desta colaboração está um compromisso partilhado com a inovação, o desempenho e a excelência. Tanto a CryptoDATA como a RNF são apaixonadas por ultrapassar os limites do que é possível e acreditamos que esta parceria nos ajudará a alcançar os nossos objetivos em comum." 

Finalmente para Wilco Zeelenberg, Team Manager CryptoDATA RNF MotoGP Team “ter este momento de verdade, ter o lançamento da equipa como apresentação de 2023 enche-nos de orgulho. Nos bastidores, temos trabalhado duro para criar muitas coisas e materiais novos para termos uma aparência melhor, termos um desempenho melhor e competirmos basicamente uns contra os outros. Chegamos aqui com cerca de 35 pessoas e dois pilotos fantásticos, além desta nova pintura, que é uma grande conquista. Estamos contentes por ver que há mais duas Aprilia na grelha de partida do Campeonato do Mundo de MotoGP e estou muito curioso para esta primeira corrida em Portimão para ver como os nossos rapazes são capazes de se portar nesta tão forte categoria”. 

[Notem que neste ESCAPE se cultivam valores. O que acabam agora de ler não é propriamente um post e sim um comunicado de imprensa, boletim de imprensa ou press release, como lhe quiserem chamar. Isto é, uma comunicação feita por um indivíduo ou organização visando divulgar uma notícia ou um acontecimento (ao qual tomei a liberdade de fazer o corte e costura que achei mais conveniente)].

sexta-feira, 17 de março de 2023

Um olhar diferente ao teste de Portimão

O Jan Jan Pais esteve, um fim-de-semana inteiro, de sol a sol, a fazer aquilo que todos aqueles que amam o motociclismo deviam de fazer pelo menos uma vez na vida: estar presente para que uma corrida, neste caso uma sessão de testes, se possa efectuar na máxima segurança. Não é fácil. Já o fiz há muito anos. E o sentimento no fim do dia é este que o Jan Jan nos conta. Ora leiam… 


Testes, dois dias de um regresso ansiado 
Até que enfim, roupa laranja para dentro da mala de viagem, cadeira portátil, protector solar, luvas, chapéu e outra parafernália. 
É dia, senhores, é dia, eles vêm aí! 
Sexta-feira à noite chego ao destino que me acolhe nesta volta às lides, base de apoio de dois outros comissários, pai e filho, Nuno Ricardo e Diogo, eles que nos dão boleia e oferecem guarida, gente boa e solidária é o que é este mundo laranja. 
Vale da Parra, a casa onde pernoitamos é ali resvés à Rotunda do Burro. 
Assim sendo promete, tem burros que trazem bom agouro. 
Sábado pela fresca já estou no AIA, posto T4D, junto com o André Cruz, chefe de posto, bom dia, apresento-me, homem precavido, de tácticas de intervenção e de café, a conversa sai escorreita e boa, vamos desbravando a emoção do retorno. 
É dos Olivais, diz-me! 

Não vos falei que o burro trazia sortes? Trouxe um gajo da Cidade de Bolama a juntar ao da Bafatá, dois conterrâneos de um dos bairros mais bonitos que algum dia a natureza concebeu, juro-vos que assim será, perguntem ao burro da rotunda acaso tenham dúvidas. 
Passado um tempinho, curto diga-se, junta-se-nos o Rui, mototáxi, traz vontade para o café e dois dedos de conversa, é do Bairro Pontal, gente de durezas e atrevimentos, bem-vindo sejas, junto com estes dois tornaremos a vida de quem nos quer mal num inferno, essa é que é essa, venham agora as motas e uma maré de pressões, de emoções, de atenções e outras que tais, nada tememos, é gente de bairro, e os bairros são a terra de quem é das cidades! 
Rui quê, perguntei? ... Rui dos Reis, carrega de pendura os ídolos que se esbardalham, acode aos laranjas em seus postos, corre e não pára em sua scooter, homem duro, mas cuidai de não vos preocupardes, vem do Bairro. 
Do Bairro Pontal. 
Vi logo. 
E vieram então as horas a fio, fato laranja e olho vivo, namorando a RNF com o número 88, atentando em todos os que aceleravam desabridos, vindos da curva três e atacando a esquerda cega que é a quatro, ele é preciso uma boa dose de ciência e loucura, mais um par de chiolas, eu diria, e eles que sim, que as têm. 
Ambas as duas, como diria o outro. 


Primeiro dia, ali desde as oito, quase nove, até às quatro, quase cinco da tarde, nada a registar por aquelas bandas, a não ser o sol que abrasava e a fome que apertava, andávamos amorfos na acção e eis senão quando Eneas, em seu alazão cor de sangue dispara deslizando pela gravilha adentro, chove-nos a adrenalina, extintor na mão de um, barra e cinta na do outro, piloto sai pelo seu pé, foi hora então de tratar de tirar aquela centena e meia de quilos de potência e tecnologia dali para fora, naquele momento tudo faz sentido no mundo laranja, sabemos que temos a torre, os pilotos, os outros laranjas, tudo à espera do ‘OK’ para a pista, ó diacho, é como estar em palco, de cronómetro a marcar, se te demoras o público vai patear, desta feita não pateou! 
I love this game, dizem na NBA, nós, laranjas, dizemos o mesmo. 

Chegou o dia dois, em boa verdade a curva quatro esteve anormalmente sossegada, por outros lados caíam e levantavam-se, este é o fim-de-semana onde a gravilha é o nosso terreno, para uns, a consola que manda avisos acesos para a pista é ocupação de outros, ali ao nosso lado a Jessica seguia atenta, uma quase enfermeira, que ali é doutora a enviar led’s e a dar bandeiras. 


Ah, e os pilotos, as equipas, como foi?.. perguntam .. pois disso sei pouco ... mas vamos lá tentar um resumo da coisa. 
Primeira bola a sair do saco: Ducati, Ducati, Ducati. Três bolas, aliás sete, como viria a verificar-se. Depois .. nous avons Quartararo, ce garçon é mesmo bom, já sabíamos. Binder também, é bom e isso é um facto, a gente já não quer saber dele, mas ele ainda quer saber de nós e não nos larga. Mais à frente, quem é este Marquez ali em P7? Alex! Voilà, a Ducati é um bom elevador. E as Aprilia, homem, as Aprilia
Então cá vão .. P10,11 e 12, tipo trigémeos, Miguel a 0,015 segs de Aleix e com 0,094 de avanço a Maverick, com o (agora) nosso Raul a fazer P16, a três décimas do seu colega de escritório. 
É bom? É mau? É o ‘kaká’ como diriam os nossos irmãos brasileiros. 


As Honda a perceberem que a escalada vai ser dura, Joan e Marc com muita tabuada por aplicar, noutra garagem a austríaca, Pol e Augusto a demonstrarem porque fugiu Miguel daquela cruz chamada GASGAS, Rins coçando a cabeça, perguntando-se que raio de mota será aquela??.. Nakagami seguindo seu tranquilo passeio pelos últimos tempos nesta classe rainha, acho eu, Miller a concluir que não abrirá muitas grades de minis para festejar pódios e Morbidelli, que continuo a considerar grande piloto, a insistir em sua atrapalhação em desembrulhar aquela Yamaha, mas será que lha entregaram sem instruções de montagem? 

E pronto, se do assunto MotoGP não espero que desatem a estar de acordo comigo, até porque eu é mais bolos, já quanto à sensação única de chegar ao AIA, depois de uns meses longe, cumprimentar e ser recebido por uma mancha laranja que nos sorri sempre, que está lá para nos ajudar em qualquer altura e que se despede com um abraço de ‘até amanhã’, mesmo que o amanhã leve duas semanas, pois nesse aspecto espero ter-vos deixado bem claro: WE LOVE THIS GAME.

terça-feira, 7 de março de 2023

Oliveira em Portimão para nova jornada de testes oficias MotoGP

É já este sábado e domingo, 11 e 12 de Março, que Miguel Oliveira, bem como toda a caravana MotoGP, ruma ao Autódromo Internacional do Algarve (AIA) para uma nova ronda de testes, fias antes do arranque oficial do campeonato Mundial. 


Miguel Oliveira chega à “montanha-russa” algarvia, mantendo o seu objectivo de conhecer e adaptar-se à sua nova moto, para estar o máximo preparado para os 21 Grandes Prémios do ano, que em 2023 adquirem um novo formato ao incluírem além da corrida principal do evento (que se mantém aos domingos), as “sprint races” (aos sábados). 

Estou muito entusiasmado, estou a contar os dias para ser sincero. Quero começar com força e com bastante velocidade. É o que eu espero e é esta a vontade que tenho: fazer um excelente resultado perante o público português, refere o piloto da Charneca de Caparica que, recorde-se, foi o primeiro piloto na história do MotoGP a vencer em Portimão. 


O circuito português vai, como é sabido, receber a abertura do campeonato. A estreia em Portugal da primeira corrida do ano está agendada para o fim-de-semana de 24 a 26 de Março e está envolta em alguma expectativa, sobretudo num circuito muito apreciado internacionalmente e numa temporada em que o piloto Miguel Oliveira abraça a nova estrutura RNF Aprilia MotoGP Team, aos comandos de uma Aprilia RS-GP, com a qual fará oficialmente o seu primeiro Grande Prémio em ‘casa’. 

Antes desta prova inaugural, o Autódromo Internacional do Algarve vai receber então toda a acção no próximo fim-de-semana de 11 e 12 de Março, com sessões de testes diários de oito horas, entre as 10h00 e as 18h00, sendo possível assistir gratuitamente às sessões para quem for detentor de entrada para o GP Portugal. Para quem não tiver ainda garantida a sua presença no Grande Prémio português, poderá assistir aos testes pelo valor de 10€ (bilheteira AIA).

[Notem que neste ESCAPE se cultivam valores. O que acabam agora de ler não é propriamente um post e sim um comunicado de imprensa, boletim de imprensa ou press release, como lhe quiserem chamar. Isto é, uma comunicação feita por um indivíduo ou organização visando divulgar uma notícia ou um acontecimento (ao qual tomei a liberdade de fazer o corte e costura que achei mais conveniente)].

segunda-feira, 6 de março de 2023

Vespa GTS Super 300 Sport à prova

Setembro de 1945. Apesar da inexistência de consenso acerca da data precisa do fim da Segunda Guerra Mundial, é aquele o momento que geralmente se aponta como o fim do conflito militar global mais abrangente da história. Para o tema que nos interessa agora, sabemos que a indústria e a economia da Itália pós Guerra - assim como de muitos outros países da Europa e do mundo - estava absolutamente destruída. Tal como a maioria das estradas do país. 

Foto: Gonçalo Fabião

No fim da Guerra, a Piaggio - construtora de navios e principal construtora de aviões italiana - estava como tudo em Itália: na miséria. A empresa abandonou então a aeronáutica e decide entrar na indústria dos veículos de massas, um pouco inspirada na ideia de Henry Ford, isto é, fabricar veículos utilitários e baratos que chegassem ao maior número de potenciais compradores. 

A primeira tentativa de Enrico Piaggio, baseada numa pequena moto utilizada por paraquedistas, foi um modelo de moto conhecido como “MP5” e apelidada de ”Paperino” (o nome italiano do Pato Donald) devido ao seu desenho peculiar. Não estando totalmente satisfeito com o resultado final, Piaggio terá pedido a Corradino D’Ascanio para criar um veículo simples, robusto e barato. A moto deveria ser fácil de conduzir tanto para homens como mulheres, ser capaz de transportar um passageiro e – muito importante - não deixar as roupas de quem nela andavam sujas. 


Todavia D’Ascanio, um engenheiro aeronáutico responsável pela criação e construção do primeiro helicóptero moderno fabricado pela Agusta, não tinha grande interesse por motos, considerando-as mal cheirosas, barulhentas, desconfortáveis e pouco práticas. Corradino D’Ascanio acaba por aplicar a sua paixão aeronáutica ao motociclismo. A sua moto teria de ser uma espécie de pequeno avião. Para reduzir o barulho e a sujidade colocou o motor junto à roda traseira. E com a ajuda de Mario D’Este, acaba por criar o primeiro projecto de Vespa que viria a ser fabricada na nova reinaugurada fábrica da Piaggio em Pontedera em abril de 1946. 

A Vespa é enfim apresentada ao mundo na primavera de 1946, no Golf Club de Roma. Os jornalistas que foram ao evento dividiram-se perante uma “moto que se assemelhava a um brinquedo”: uns fascinados, outros céticos. Na feira de Milão desse ano venderam-se as primeiras 50 unidades e a partir daí as estradas de todo o mundo nunca mais seriam as mesmas. Em dez anos, mais de um milhão de unidades da scooter foram produzidas. Incrível? Até a língua italiana ganhou mais uma palavra, “Vespare”, que significa "ir a algum lugar de Vespa".


Para esta inacreditável história de sucesso muito contribui um momento singular. Sendo um veículo destinado às massas a Vespa nunca deixou de tentar conquistar as elites. A partir dos anos 50 Hollywood veio dar uma ajuda absolutamente determinante. 

Em 1953 – precisamente há 70 anos -, Gregory Peck e Audrey Hepburn surgem montados numa Vespa, no filme “Férias em Roma”, de William Wyler, a provocar um simpático caos nas ruas da Cidade Eterna. Com este momento que aos olhos de hoje até pode ser considerado algo ingénuo ou mesmo apalermado, a popularidade da Vespa deu um salto considerável, nomeadamente no estrangeiro, tendo as suas vendas disparado. Na verdade, após estas imagens, a Vespa conquistou uma aura de facilidade de utilização mixada com glamour e cosmopolitismo que nunca mais viria a perder. 

 

Quatro anos após o lançamento da última versão, esta nova gama Vespa GTS vem cheinha de detalhes clássicos e deliciosos que dá gosto descobrir lentamente e inclui quatro versões, cada qual com o seu espirito próprio: a clássica e elegante Vespa GTS, a contemporânea GTS Super, a desportiva GTS Super Sport, e a tecnológica Vespa GTS Super Tech, todas propulsionadas pelo motor mono EURO 5 300 HPE (23 CV, 26Nm) de quatro válvulas. O quadro pouco mudou. Como sempre foi o caso ao longo da história da Vespa é feito estritamente de aço, um material sustentável porque é 100% reciclável. Notem que de que este chassi continua a ser, de certa forma, um exclusivo mundial Vespa. 

UMA LARANJA RICA EM VITAMINA 
Mas afinal quantas vezes já andaste de Vespa? Quantos quilómetros já terás feito numa lenda viva assim? Pois…, foi já aos comandos desta laranja mecânica que me apercebi que esta era uma linha importante em falta no meu extenso e glorioso curriculum motocilistico. 

Foto: Gonçalo Fabião

A versão aqui provada foi a Vespa GTS Super 300 Sport. E rapidamente me apercebi que não tinham sido assim tantas as vezes de Vespa e os quilómetros de Vespa na minha vida. E não há lugar para dúvidas. Assim que nos sentamos na moto, muito rapidamente compreendemos que estamos perante um veículo único. Pelo seu desenho e sobretudo pelo seu comportamento. 

Foto: Gonçalo Fabião

Arrumar e desarrumar a Vespa do estacionamento é a coisa mais fácil de todos os tempos. E para todos: menino ou menina, adolescente ou velhinho. A posição de condução é proeminente face à moto. Quero eu dizer com isto que vamos sentados de uma forma diferente face a outras moto da mesma tipologia o que todavia nos permite que estejamos sempre prontos para espetar o ferrão desta GTS Super 300 Sport na primeira fila de automóveis que encontramos pelo caminho. 

Foto: Gonçalo Fabião

A dinâmica fluída e única da Vespa faz-nos ainda sentir que estamos muito perto do asfalto, numa permanente corrida com todos os outros utilizadores das ruas da cidade ou mesmo das estradas dos arredores. 

Foto: Gonçalo Fabião

As novas suspensões - o clássico monobraço dianteiro com monoamortecedor e um duplo amortecedor traseiro com ajuste de pré-carga - em conjunto com a soberba rigidez do quadro em ferro, provocam um sentimento de conforto, segurança e eficácia desconcertantes, ao ponto de questionarmos: estamos mesmo a conduzir uma scooter com pequenas rodas de 12 polegadas? 

DIAS FELIZES
Julgamos que tudo isto aproveita a todos na sua diária vida urbana, no entanto caso a Vespa GTS Super 300 Sport nos sussurrar a pedir um passeio por uma qualquer bonita praia ou montanha da região é de dizer que sim, obviamente. 

Foto: Gonçalo Fabião

Temos motor, desempenho e conforto. Só não temos protecção aerodinâmica e essa aqui é mesmo a natureza das coisas. A vocação turística e até itinerante que as Vespas de grandes porte sempre encarnaram contínua intacta tendo mesmo sido incrementada com um banco surpreendente confortável. 

Foto: Gonçalo Fabião

Os dias em que tive comigo esta “Laranja Impulsivo” foram dias divertidos. Dias em que a Vespa GTS Super 300 Sport coloriu a cidade, as estradas dos arredores e sobretudo coloriu a minha vida com sorrisos e boa disposição enquanto provocava com a sua fluidez os cinzentos e aborrecidos automobilistas. O Vespão reclamou pouco mais de três litros e meio de líquido inflamável por cada cem quilómetros de esbanjamento de estilo, solicitando a marcar uma transferência bancária de 7.600€ para que este veículo icónico transforme os vossos dias em dias muito mais felizes.
Site Meter