quinta-feira, 14 de agosto de 2025

O que aconteceu a Miguel Oliveira?

Para 2025, Miguel Oliveira assinou por duas temporadas com a Prima Pramac Yamaha, equipa satélite da Yamaha Factory, com motas idênticas às da equipa oficial – dizem alguns com as mesmas especificações técnicas da M1 de Quartararo e Rins. Tal mudança sucede após dois anos na Aprilia Trackhouse Racing, onde Miguel não conseguiu extrair desempenho consistente da RS-GP. A expectativa era obvia: o ambiente mais estruturado da Yamaha Pramac e o apoio direto da marca iam colocar novamente Oliveira num alto nível


Na Sprint do GP da Argentina (15 de março de 2025), Miguel Oliveira foi abalroado por Fermín Aldeguer (Gresini Ducati), sofrendo uma luxação da articulação esterno clavicular com rotura de ligamentos, além de um hematoma nas costelas. Não houve fraturas, mas a lesão impediu a sua participação em várias etapas todas obviamente importantes. 

Fruto dessa lesão, Oliveira ficou fora dos Grandes Prémios das Américas (Austin), do Qatar e de Espanha (Jerez), sendo substituído em todas elas pelo piloto de testes da Yamaha, Augusto Fernández. A recuperação exigiu semanas de imobilização e reabilitação gradual: “When you start thinking about the luck, you will lose control” – afirmou Oliveira, que evitou voltar prematuramente à competição. 


No GP de França (Le Mans), em início de maio, regressou à pista após cerca de dois meses parado e apenas tinha somado pontos na primeira prova da temporada (Tailândia), com 2 pontos. Assim, até ao momento da lesão, Oliveira apenas participara no GP da Tailândia, conseguindo pontuar com um 12.º lugar (2 pontos). Depois do regresso, ainda não alcançou nenhum pódio, vitória, ou mesmo um top 10 consistente. Na classificação provisória está longe do topo (25º, com somente 6 grandes prémios realizados). 

FÃS E CRITICAS ON LINE 
Há uma frustração crescente nas redes sociais: muitos adeptos consideram que a performance atual está longe do que esperam, lamentando a falta de ritmo e algumas decisões de corrida. Um comentário típico diz que ele “está sem ritmo e é sempre último”. Outros adeptos focam nas dificuldades técnicas: dizem que o piloto não se adaptou bem à Aprilia GP24 (na temporada anterior) e que a equipa (Trackhouse) não dispôs dos dados ou estrutura adequados para tirar o melhor dele – embora agora esteja na Pramac Yamaha, com esperança de melhorias. Lá fora há quem sublinhe a sua falta de sorte crónica: “He literally can’t catch a break… unluckiest rider” – especialmente após múltiplos acidentes em que foi apanhado por outros pilotos. 


Como único piloto português na classe rainha e com histórico de 5 vitórias e 7 pódios em MotoGP (na KTM), muitos esperam que Miguel Oliveira mantenha esse nível de performance (link). Os fãs portugueses são apaixonados e exigentes — querem ver o piloto lutar por pódios e vitórias, especialmente agora que está numa estrutura Yamaha, que teoricamente lhe ofereceria mais competitividade. 

POR QUE RAIO OS ADEPTOS EXIGEM TANTO?!?
Quando se sente que há contrato novo (como o com a Pramac Yamaha para 2025 26) e se esperam resultados, qualquer mau momento ou lesão torna-se foco de crítica. A ausência prolongada e resultados fracos reforçam o sentimento de desalento: muitos fãs protestam e expressam indignação nas redes sociais — exigem explicações, vitórias, ou ao menos uma evolução clara. 


Depois há a cultura de competição moderna. No MotoGP actual, os fãs querem ver ação rápida, vitórias, pódios — e desejam que até mesmo os pilotos medianos pressionem o seu equipamento e performance ao máximo. Hoje há pouca tolerância para fases de reconstrução, especialmente para pilotos com histórico de sucesso. Ser “suplente” ou ter resultados discretos durante tempo excessivo gera impaciência. 

ALTAS EXPETATIVAS E PAIXÃO NACIONAL 
Miguel Oliveira chegou a 2025 com um contrato sólido, novas motas e motivação renovada. Era a resposta ao adeus de Aprilia, a esperança de recuperação e afirmação. Mas a realidade foi dura: uma lesão grave no início da temporada estragou o ritmo, atrasou o desenvolvimento e tornou o regresso mais difícil do que a promessa que veio somar.

Se os primeiros Grandes Prémios foram apagados pela ausência, os seguintes têm sido marcados pela pressão de pontuar, de provar que ainda merece estar na linha da frente. A pressão vai muito além da corrida — passa pela sua integridade no campeonato, pela visão de futuro na box, pelo tal encaixe no projeto Yamaha que se esperava fosse imediato. 


A questão não é falta de talento. É falta de circunstâncias que o permitam florescer. A M1 é potencialmente competitiva, mas é preciso tempo, ritmo, dados e confiança — tudo coisas que o tempo fora das pistas fragilizou. Agora, resta-lhe recuperar cada ponto até ao verão e mostrar que está vivo, tecnicamente perspicaz e merecedor da continuidade. 

Miguel Oliveira tem vivido uma temporada marcada por azar, lesões e expectativas frustradas. A gravidade da lesão e a necessidade de repouso impediram a participação em três Grandes Prémios. Ao regressar, ainda não voltou a mostrar ritmo suficiente para estar entre os pilotos da frente. As críticas nas redes sociais refletem o descontentamento dos adeptos — que esperavam mais de um piloto nacional com currículo em MotoGP. 


Todavia é importante lembrar: a sua recuperação foi cautelosa e baseada em critérios médicos e de segurança; a exigência dos fãs, ainda que compreensível, desconsidera o lado humano: reabilitar uma lesão séria não é linear; a esperança, na verdade, fundamentou-se na transição para a estrutura Pramac Yamaha. Em suma: com mais estabilidade, melhor moto e experiência acumulada, mantemos a esperança que poderá haver reviravolta na segunda parte da temporada.

2 comentários:

  1. Certo em tudo. Mas a falta de competividade é evidente. Por muita pena. Julgo que vai ser a última temporada no moto gp. Espero estar enganado

    ResponderEliminar

Site Meter