terça-feira, 22 de maio de 2018

Limalhas de História #53 – 20 de Maio de 1973

15:15. Quarta corrida do dia. A de 250cc, partida! O alemão Dieter Braun assume a liderança. Depois da recta da meta surgia o lendário Curvone, feito a fundo. Pasolini perde o controlo da moto. Bate nas protecções. A sua Harley Davidson volta à pista e colhe a Yamaha de Saarinen. Começa um incêndio e dá-se a queda de mais doze pilotos. Pasolini e Saarinen têm morte imediata. Walter Villa fica gravemente ferido. Jansson, Kanaya, Mortimer, Giasanti e Palomo saem feridos com menor gravidade.

Faz hoje exactamente quarenta e cinco anos e dois dias. A calamidade bate à porta do Grande Prémio das Nações em Monza, nos arredores de Milão, Itália. Num ápice o mundial de velocidade perde o campeão e vice-campeão do mundo de 250cc.

Saarinen foi “apenas” aquele que revolucionou o estilo de pilotagem, o primeiro piloto "moderno", com o joelho para fora e o domínio da moto com a roda traseira. Estilo importado dos anos nas corridas no gelo e que tanto impressionou Kenny Roberts. Pasolini não foi tão brilhante mas era ainda assim um piloto carismático, contemporâneo de Agostini, e amado pelos italianos. 

A “Tragédia de Monza”, como ficou tristemente conhecida, fez no passado domingo quarenta e cinco anos. Ora, no passado domingo correu-se em França, Le Mans. Não consta que quer organização quer comunicação social tenham gasto uma linha, uma palavra que fosse, a homenagear aqueles que tombaram para termos hoje uma velocidade cada vez mais segura. Muito mau!


Homenageamos nós! O Escape presta aqui a sua enorme vénia e respeito às vitimas da “Tragédia de Monza”.

O Escape hoje acordou assim… #20


Regresso aos pneus de estada no local do costume. Mais uma vez nota muito positiva para a Motocenter em Lisboa, onde é possível encontrar pessoas que em vez de se colocarem do lado problema estão sempre do lado da solução!

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Concentração de Gois 2018

O Gois Moto Clube revelou recentemente o programa das festas para mais uma clássica mototuristica na zona centro de Portugal.

Quando vi o programa sorri. Nunca imaginei ver um Cartaz onde os Alphaville - banda new wave, "muitáfrente", de quando era garoto – partilham o placo com o enormeeeeeee Quim Barreiros. Mas há mais. Numa das outras noites, o Rock escandinavo dos D-A-D divide a cena com a “martelada” de Yves Larock e Diego Miranda. E o que dizer dos Gipsy Kings a fechar a concentração? 

Só fui uma vez à concentração de Gois. Não me recordo se em 1994 ou 1995. Sei que tinha a Honda NTV. Recordo-me ainda que era a segunda edição. A do ano anterior tinha sido a estreia e só tinha tido cerca de cem participantes. A segunda, onde estive, fechou as inscrições rapidamente com “apenas” quinhentos participantes. 

Nesse ano fomos um grupo grande do Moto Clube de Lisboa. O Saci, o Mitra, o Sicasal, o Pégaso, o Jorge, a Ana do Sicasal, a Marina da Ana do Sicasal…, e muitos outros…, o Serginho, o Ruizinho…, acho. Estarei a esquecer muitos, seguramente. Desculpem. Foi, certamente, dos melhores dias das nossas vidas. Fomos cedo e viemos tarde. Passamos os dias em modo “free as a dog”; de mota pelas quietas serranias e de canoa pelo bucólico Ceira. À noite comíamos e bebíamos como selvagens. E dançávamos ao som de uma qualquer grupo de baile. São tempos que não voltam mais. E eu não voltei à concentração de Gois. 

Quem vai hoje a Gois nem sonha como esses dias foram épicos. O sossego desapareceu. No seu lugar, hoje encontramos milhares de motas, muitos milhares de seres humanos, milhões dc decibéis. Nada contra. Divirtam-se.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

LxMFF Warm Up Party


Num ambiente descontraído, repleto de motos e boa música, a equipa do LxMFF irá fazer uma pequena antevisão daquilo que se irá passar dentro e fora do Cinema São Jorge. 

Se desejam conhecer o cartaz final e os horários da terceira edição do Lisbon Motorcycle Film Fest 2018 que irá acontecer nos dias 1, 2 e 3 de Junho, é só aparecer.

A entrada é livre e é já amanhã na Officina Moto, ali perto do velhinho Poço do Bispo, a partir das 18h30 e durante o inicio da noite.

O ano passado foi assim...

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Triumph Tiger 800 XCa à Prova

Depois de em Fevereiro passado ter conhecido a surpreendentemente dócil e equilibrada XCa 1200 (link), foi agora tempo de explorar a irmã mais nova da mais recente ninhada britânica de felinos travessos. 

Vários motivos concorreram para que, desta vez, tenha ficado muito aquém dos quilómetros que gosto de fazer para conhecer uma mota. Ainda assim, não me posso queixar muito. Um fim de tarde, serra acima, serra abaixo, em Sintra, ao qual se juntou um dia de normal utilização diária da mota por Lisboa, deixaram claro que estamos na presença de uma mota com personalidade. Sim, mas que tipo de personalidade? 

Sejamos claros, esta XCa (“X” porque sim; “C” de campo e “a” de aventura) não esconde ao que vem: estamos perante uma pura trail substancialmente diversa da 800 XRx que tive o prazer de conhecer no ano passado (link). Este Tigre é afoito, foi desenhado para maus caminhos – desde logo na posição de condução elevada e na jante 21 polegadas na roda da frente - e quase que nos obriga a trilha-los. 

Confesso, deixei- me cair na tentação do Tigre sedutor e fui explorar o modo off-road (não provei o off-road pro que desliga todas as ajudas electrónicas) para onde dava mais jeito: os lindíssimos estradões da Serra de Sintra, aqueles onde toda a gente jura ser proibido circular mas onde aparentemente cada um faz o que bem entende… 

Sendo eu tão verdinho na condução fora de estrada como a paisagem de Sintra, não tive dificuldade de me colocar de pé, bem seguro nos largos poisa-pés, e tirar partido da excelente posição de condução e da elasticidade dos 95 CV e 79Nm do tricilindrico. Confesso que não morri de amores pela secura da suspensão dianteira (totalmente regulável) WP – pouco sensível quando o piso endurece - mas surpreendido positivamente quando foi necessário andar mais devagar ou manobrar a mota quase parada para “não ir por ali”. Os mistos Bridgestone Battle Wing também não me convenceram. 

Já na utilização diária da mota nada há a apontar. A nova Tiger 800 XCa (quatro modos de condução disponíveis para além do Off-Road e Off-Road Pro) é de facto competente e eficaz em tudo. Na cidade surpreende pela agilidade e na estrada torcida quase nos pede para curvarmos mais um bocadinho. 

Para retirar algumas dúvidas que tinham sido colocadas na noite tertuliana (link) decidi fazer algo que raramente faço: andar muito, muito depressa. Assim foi, a fundo na A5, em especial até ao “STOP” para pagamento em Carcavelos. Apesar de uma mota assim não ser desenhada e construída para estes “andamentos”, não notei quaisquer anormais vibrações. Muito pelo contrário, senti adrenalina num motor que em alto regime é verdadeiramente delicioso.

Admito, foi uma prova algo abusada. E no momento de reabastecimento na “ourivesaria” do precioso líquido inflamável, a factura saiu acima das expectativas. Pouco mais de cinco litros e meio por cem quilómetros de deliciosas travessuras felinas. Travessuras estas disponíveis em troca de um cheque no valor de 14.850€ que é o que a Triumph Portugal reclama por levarem para vossas casas este pequeno Tigre malandro.

domingo, 13 de maio de 2018

Do que falamos quando falamos de MV Agusta

Se dissermos que Cascina Costa é uma zona rural a poente de Samarate, comuna italiana da região da Lombardia, província de Varese, poucos mais visualizamos que os campos verdejantes e as suaves colinas que emolduram a paisagem desta lindíssima região italiana. 

Se, todavia, dissermos que Cascina Costa é uma zona rural a nascente do gigante aeroporto Milão-Malpensa, talvez alguns franzam o sobreolho e outros digam mesmo, “já lá andei por perto”. 


Assim, Cascina Costa aparece entalada, literalmente, entre a vedação de um dos maiores aeroportos da europa e campos agrícolas lendários povoados desde que o homem se sente como tal. 

O lugar onde olhamos o mundo pela primeira vez importa. E Cascina Costa é o berço da MV Agusta. Perdão, Meccanica Verghera Agusta. E com estas pequenas linhas se começa a entender muita coisa 

Fundada em 1923 pelo Conde Giovanni Agusta – que se diz ter construído o seu primeiro avião em 1907 - a empresa começa por se dedicar à aeronáutica. Depois de muitas voltas do planeta ao sol, a Agusta do conde Giovanni, faz hoje parte do gigante construtor de helicópteros AugustaWestland. 

Giovanni morre em 1927 deixando a empresa à sua mulher e filhos Domenico, Vincenzo, Mario y Corrado. 

Recuando ao fim da segunda guerra mundial, Domenico e Vincenzo criam a MV Agusta, como meio de salvar postos de trabalho. E a fábrica decide, e muito bem, dedicar-se ao motociclismo. O primeiro protótipo data de 1945 e denominou-se “Vespa 98”. 

Nas décadas de 50, 60 e início de 70, ao mesmo tempo que produzia motas de pequena e media cilindrada, a MV Agusta granjeou fama e glória no mundial de velocidade. As suas motas venceram seis títulos de 125cc, quatro de 250cc, dez de 350cc e uns incríveis dezoito (18!!) títulos na classe rainha de 500cc.


Com a morte do Conde Domenico Agusta em 1971, a empresa entrou em decadência e a partir de 1980 deixou mesmo de produzir. Já em 1991, a Cagiva adquire a marca registada MV Agusta e em 1998 ressuscita-a, apresentando a F4, desenhada pela pena do mago Massimo Tamburini e do seu CRC (Cagiva Research Center).

Os anos seguintes foram de incerteza. Fusões e aquisições várias fizeram a marca passar por mãos tão distintas como Proton e Harley Davidson com BMW, Husqvarna e até Mercedes “ao barulho”. Em meados de 2010 o empresário Giovanni Castiglioni assume o controlo da empresa e aparentemente o complexo processo de restruturação financeira e estratégica está enfim concluído. 

É de todo este lendário percurso de que falamos quando falamos de MV Agusta. E se pensam que este post traz “gasolina nos zeros e uns”, é porque provavelmente traz mesmo. Fiquem atentos ao Escape…

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Quarta Tertúlia do Escape


A Tertúlia do Escape chegou ontem à quarta edição. Cresceu, mas fico contente por mantermos os Valores da primeira edição. Em Setembro passado tivemos uma noite “surpreendentemente ecléctica que juntou velhos amigos companheiros de estrada, a malta nova que mal conheço” (link). Ontem o Espirito dessa noite fundadora manteve-se. E a partilha foi uma constante. 

Tal como em Fevereiro passado (link), na Tertúlia de Inverno, voltámos a contar com a honrosa colaboração da Triumph Portugal, que disponibilizou não uma mas duas Tiger 800 2018: uma XRT mais “asfáltica” e uma XCA de inspiração claramente “terrícola” – esta última a merecer Prova no Escape para breve. 

As jovens felinas britânicas serviram de ”desbloqueador” de uma conversa que começou nas raízes da indústria motociclistica europeia e acabou (para os mais resilientes) já perto da meia-noite nos gloriosos anos das brutais “quinhentos” a dois tempos e dos seus pilotos, heróis da nossa juventude. 

Não há muito mais a dizer a não ser: obrigado. Obrigado ao Paulo e ao João por nos receberem tão bem a todos, ao Vitor pela disponibilidade e partilha e obrigado, muito obrigado mesmo, a todos os que estiveram ontem connosco na Rod’Aventura.

A Tertúlia do Escape voltará, em princípio, lá mais para o verão.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Limalhas de História #52 – 8 de Maio de 1994

Só para variar. Hoje o foco afasta-se dos homens e concentra-se nas máquinas. Numa delas em particular. E muito particular. 1994, 1995, 1996, 1997. Pausa. 1999 e 2000. Foi o tempo de vida de uma mota, ao tempo muito desejada, mas que garantiu pouca fama e nenhuma glória. 


Faz hoje exactamente vinte e quatro anos. Spanish motorcycle Grand Prix, Jerez de la Frontera, no agora rebaptizado Circuito de Jerez-Ángel Nieto. A enorme expectativa terminava e, com apenas 410cc, nascia a primeira Aprilia de Classe Rainha. A RSW-2 500 era mais leve e ágil do que as enormeeeeeesss “quinhentos” da Honda, Yamaha, Suzuki e Cagiva que dominavam a Classe. Loris Reggiani, obteve um auspicioso nono lugar no debute. Mas a máquina de Noale não voltaria a terminar uma corrida sequer nessa temporada. Nas demais, se não estou erro, contou apenas três subidas ao pódio e sempre no lugar mais baixo.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Honda CB125R à prova

“Outra?” questionou o vizinho Agostinho. “muito bem, que motão!”, sublinhou. O vizinho Agostinho já está reformado. Era da “tropa”, comando ou outra coisa qualquer. Não sei bem. E também não interessa para o caso. O ano passado comprou uma PCX só porque sim. Agora está rendido à jeitosa best seller da Honda. Nem o frio do inverno ou as chuvas primaveris o assustaram. E já olha para diferentes cilindradas. 

teste ensaio review prova honda cb125r “Oh vizinho, mas pode conduzir esta com a sua carta, é uma 125cc”. O Agostinho não queria acreditar. Mas foi assim que lhe foi revelado o conceito “Honda Neo Sports Café” que a Honda plasmou em três motorizações bem distintas, 1000cc, 300cc e esta 125cc. 

O corpo aparentemente musculado e bem definido da “Black” é a primeira nota de destaque. Logo acompanhado pela qualidade de construção geral que esta 125cc transpira. O arranque é simples embora quem esteja habituado a mais potência se sinta momentaneamente desadaptado. 

Para o motociclista experiente, há que afinar o set up mental durante alguns quilómetros para entender o que está em causa. E o que está em causa é uma 125cc pontuda, com potência e binários máximos a surgirem para lá das 8000 rpm, uma caixa desinteressante – primeira demasiado curta, sexta demasiado longa – uma ciclista irrepreensível, posição de condução muito agradável, conforto surpreendente, suspensões e travões que são um mimo, tudo num “pacote” geral que ganha de goleada a batalha urbana (em certos momentos mais dinâmica mesmo que uma simples scooter), naturalmente o terreno de eleição desta nova miúda cá do bairro. 

Já o disse em outras ocasiões e voltei a afirma-lo, de forma subentendida, aqui (link) no post que lançava esta Prova. As novas gerações de motociclistas são bafejadas com uma sorte do caraças. Há quase trinta anos, os putos de dezasseis, dezassete anos da época iam amar uma mota assim. Resta saber onde andam os putos de hoje em dia… (enfiados num qualquer quarto a jogar uma patética consola….?!?!).

Como todos saberão, a qualidade paga-se, e os 4.390€ pedidos para meter esta Honda CB125R “debaixo do braço” pode não ser um valor convidativo. Ao contrário do consumo. Apenas três litros de líquido inflamável por cem quilómetros de cidade e arredores que num ápice são ultrapassados.

domingo, 6 de maio de 2018

Tertúlia do Escape – Edição Primavera

Tertúlia. É, na sua essência, uma reunião de amigos, familiares ou simplesmente frequentadores de um local, que se juntam de forma mais ou menos regular, para discutir vários temas e assuntos. 

Nas Tertúlias do Escape pretende-se discutir motas, motociclismo e viagens. À maneira antiga. Longe dos teclados, cara a cara e com uma cafezada por companhia. 

A primeira Tertúlia do Escape, aconteceu no fim do Verão passado (link). Já no Outono tivemos uma segunda edição (link). De forma algo surpreendente o salto qualitativo e quantitativo deu-se já em pleno inverno (link). Quase meia centena de tetulianos deram-nos o prazer da sua visita e aproveitaram para conhecer a nova Triumph Tiger 1200. 

Na altura novo encontro ficou prometido para a primavera. O prometido é devido e fechamos assim o ciclo das estações. A quarta Tertúlia do Escape vai acontecer já na próxima quarta-feira dia 9 de Maio, a partir das 20h30 no Espaço Rod’aventura, Avenida da Quinta Grande nº10-A, 2610-159 Alfragide - uma loja de acessórios de excelência e referência na Grande Lisboa, mas também um Espaço onde os motociclistas se podem reunir confortavelmente. 


E voltará a haver novidades. Para além da hospitalidade da Rod’aventura, a Tertúlia do Escape volta a ter a honra de contar com a colaboração da Triumph Portugal e do seu Director de Vendas e Marketing, Vítor Sousa. Desta feita não teremos uma mas sim três novíssimas e sedutoras Tiger 800 que serviram de mote a um belo serão de Motociclismo. 

Estão todos convidados. Aproveitem o regresso do tempo seco e de noites mais amenas. No dia 9 de Maio venham de lá encher o Espaço Rod’aventura. Todos são bem-vindos!

quinta-feira, 3 de maio de 2018

A propósito da Prova à Honda CB125R

Vou contar uma pequena história. Prometo ser breve. 

Nasci em 1972. E até meados dos anos oitenta nunca liguei muito a motas. A paixão pelo motociclismo não nasceu comigo, confesso. E lá em casa era mesmo altamente desaconselhada. Mas sempre gostei de motores, o gene de “petrolhead” estava presente. Só quando alguns amigos do liceu começaram a aparecer coma as Yamaha DT, RZ. Super Sport…, com a Honda NSR, comecei a sonhar com motas. E aquela segunda metade dos anos oitenta acabou por se tornar nos maravilhosos anos das “cinquentinhas”. 


Com muita dificuldade, esses mesmos amigos, lá me convenceram a ficar com a “mota do David”. Uma Confersil Cross Especial, mais ou menos destruída, que montava um motor Casal com caixa de cinco velocidade, forquilha dianteira Tabor, e um escape tipo megafone que à noite acordava meia Mouraria. 

Juro: foi um pesadelo aprender a andar de mota naquilo! Eu passava a vida no chão e a mota na oficina. Um dia encostei-a. Esteve nove meses parada, ao tempo. Quase desisti. Graças à inflação da época e a alguma “esperteza saloia” vendi-a pelos mesmos cinquenta contos que a tinha comprado. Foi dos dias mais felizes da minha vida. 

Não sei precisar quando foi esse dia, mas foi algures na primavera de 1991, faz agora vinte e sete aninhos. E nesse tempo, fins de oitentas, início de noventas, miúdos como eu não tinham cá acesso a “Neo Sports Café” de quadro tubular, forquilha invertida de 41mm, iluminação LED, instrumentos LCD, injecção electrónica e travões de disco com ABS de dois canais. Nem nos meus, nossos, melhores sonhos podia surgir algo parecido à nova Honda CB125R…

terça-feira, 1 de maio de 2018

Vadiagem da boa…


“À minha espera tenho o Manfred e uma Transalp 600 de 86 com 226.310 quilómetros pronta a enfrentar as estradas de Madagáscar. Pronta…, ou quase” (link).

Já lá vamos. Um dia escrevi aqui (link) que a nossa blogosfera motociclistica é um pouco como aquelas Estações de Serviço perdidas lá em nenhures onde já ninguém vai, onde já ninguém passa. Abandonada! 

Um desses pontos de abastecimento perdido nas Estradas da Rede reabriu recentemente. Necessita de obras, uma limpeza, vá. Mas voltou, pelo menos, a ter combustível para nos abastecermos. 

“Londres sempre foi uma caixinha de surpresas e desta vez não foi diferente. Afinal não é todos os dias que se acaba num quarto com cinco mulheres, uma das quais profissional de dança de varão”. Shockkkkk!! Assim começam, com um murro bem dado, os textos do Carlos Azevedo autor do Vadios Ilimitada. Aquele (link), por exemplo, onde entre outras coisas se conta uma fugaz visita ao famoso Ace Café londrino. 

O Vadios Ilimitada (link) tem treze anos, o que contraria a tese de que não existe uma blogosfera motociclistica; todavia só lá encontramos pouco mais de uma centena de textos, o que confirma a minha tese de que essa tal blogos existe mas que se assemelha a um velho posto de abastecimento de uma qualquer Route 66 agora parcialmente deserta. 

Pelo sim pelo não, antes que o letreiro “ESGOTADO” volte a figurar naquele estabelecimento o Escape recomenda vivamente uma visita. E se não conhecem a Estação de Serviço, percam-se nela.
Site Meter