terça-feira, 22 de agosto de 2017

O que é que sentiu?

Em meados dos anos noventa do século passado chegava enfim a televisão privada a Portugal. Com ela chegaram também novos estilos, formas e conteúdos. Desde então passaram alguns portugueses a responder à pergunta “o que é sentiu?” e muitos mais a ouvir a resposta à mesma. Primeiro estranha-se… 

Com o advento dos canais de informação (ou será entretenimento?) por cabo, tal pergunta e demais respostas vulgarizaram-se. Se primeiro estranhámos, depois entranhámos. Hoje todos queremos saber o que alguém sentiu…, menos que isso é nada. 

O que é que isto tema ver com a MOTOCICLISMO de Agosto? Tudo! Vejamos.

Uma primeira nota muito positiva. Há mais de dois anos, escrevi aqui (link) o seguinte; quando era garoto sonhava que quando fosse grande “queria andar de mota tanto como o Alan Cathcart”. Mais de vinte anos passaram e eu continuo a andar de mota.., enfim…, razoavelmente…, e continuo a perseguir o mesmo objetivo, a saber: “andar de mota tanto como o Alan Cathcart”. Trazendo a MOTOCICLISMO uma entrevista com o ”meu profeta”, só me restava comprar a revista, como sempre faço, e engolir a entrevista. Confesso…, li quando peguei na revista ainda antes de comprar, li imediatamente depois de comprar, voltei a ler quando cheguei a casa e já a li mais algumas vezes (até porque a entrevista é manifestamente curta). Verdade! Eu ouvia Cathcart falar durante dias. Porquê? Porque ali, como sempre, Cathcart conta-nos de forma ímpar o que sente a fazer a sua (nossa) paixão: andar de mota. Tao simples… 

Uma segunda nota menos positiva. Leio com curiosidade o Teste às novas Honda CB650F/CBR650F. Passando ao lado do facto de um Teste não trazer uma única medida quantitativa (como por exemplo um simples consumo), o que me deixou insatisfeito foi a pergunta que fiz a mim próprio no final da leitura: “mas afinal o que sentiste, Francisco?”. Fui ler de novo…, e lá reparei que o meu amigo Francisco, naquele seu jeito limpinho e escorreito de escrever, sentiu “suavidade” no motor, “conforto” nas suspensões e “eficácia” na travagem. 

Espero que este texto não seja interpretado como “bota-abaixo e que o Francisco entenda que o pretendido é fazer (ou pelo menos tentar) uma crítica construtiva. Alan Cathcart só há um mas…, o que nós leitores de revistas desejamos é menos descrição técnica das máquinas (para isso já lá está a devida Ficha) e mais paixão. Mais amor, ódio, ternura, compaixão. Mais alegria, medo, divertimento, atrevimento. Mais sentidos despertos. Mais vida. Saber ao que a mota sabe. Ao que a mota cheira. Ao que mota soa. 

Ao longo destes anos, com Alan Cathcart, senti-me aos comandos de inúmeras motas de estrada e de corrida. Vá, rapazes novos. Toca a aprender com o velhinho. Expliquem-me, a mim e a todos os que vos leem: o que é que sentiram ao testar essa mota?

1 comentário:

  1. é difícil agradar a todos! no meu caso, interessa-e as questões técnicas apreciadas de forma objetiva, p ex interessa saber o peso, altura do assento, potencia relação das mudanças entre outras.. ato as emoções eu imagino-as bem c esses dados!

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