segunda-feira, 24 de junho de 2019

Royal Enfield Himalayan Adventure à prova


“Nunca voltes ao lugar onde já foste feliz”, dizem. Mas…, por que raio? Lá, nesse lugar, não voltarei a ser feliz? Serão só recordações e reclamações? Não poderei ser ainda mais feliz? Não compro a tese. Se assim fosse não voltaria a tanto lugar. E se substituirmos um lugar por uma moto? Nunca voltes a uma moto onde já foste feliz. Não faz sentido… 


É muito fácil escrever sobre a Royal Enfield Himalayan Adventure. “Easy like a sunday morning”. Uma moto com a qual já fui muito feliz, como podem conhecer ou recordar aqui (link) e (link). Mas aquele longínquo dia de Janeiro, cheio de motociclismo, passado com muito frio nos ossos mas com um gigante sorriso nos lábios, deixou-me com apetite de conhecer ainda melhor a pequena maravilha indiana, cuja fábrica não tem pejo em afirmar ser esta Himalayan “the only motorcycle you will ever need”. Será? 

UM CHARME MUITO SEU 
O visual espartano e clássico com que a Himalayan se apresenta tem a beleza e sedução das coisas simples. E pude comprovar isso mesmo logo no fim de tarde em que a fui buscar, naquilo a podemos apelidar de “teste do semáforo”. Duas pessoas, desconhecidas, um automobilista e outro motociclista como nós, sorriram e meteram conversa comigo apenas porque eu conduzia aquele charme. 

A pouca altura ao solo do banco, o baixo centro de gravidade e a posição correta do guiador, fazem qualquer motociclista sentir-se em casa logo nos primeiros metros de condução da Royal. E o que eu suspeitava quanto à condução citadina foi facilmente comprovável. A Himalayan conquista o caos do trânsito de Lisboa com mesma facilidade com um Sherpa conquista uma qualquer das mais altas montanhas do mundo.


Mas a “boa onda” que esta pequena indiana suscita, instiga a “nadar para fora de pé”. Estando nós junto ao solístico de verão, os dias “ficam mais compridos”. É este o momento do ano ideal para trocar o conforto do sofá pelo pó da estrada rumo a um qualquer por do sol. Dois amigos provocados e ai fomos nós para este pequeno luxo que é atravessar a ponte rumo ao sul próximo com o sol ainda alto, redescobrir caminhos que ali sempre estiveram mas aos quais teimamos em passar ao lado, arrumando enfim o dia na gaveta das boas memórias com uma Sagres fresquinha por companhia 

BOA NA ESTRADA MELHOR NA CARTEIRA
Com excepção de alguma falta de precisão da caixa, quando submetida a propositado stress, a tudo a Royal Enfield Himalayan Adventure respondeu afirmativamente, mesmo quando subtraída à sua zona de conforto. 

Na Índia os números de vendas da Royal Enfield são absolutamente “pornográficos”: 800 mil motos por ano! Tanto como o gigantesco mercado brasileiro inteiro. Para além de ser revelar boa por bons e maus caminhos a Himalayan Adventure revela-se melhor ainda na carteira, tendo reclamando uns “miseráveis” três litros e meio daquele líquido inflamável de que tanto precisamos para ajudar à nossa felicidade por cada cem quilómetros de boa disposição oferecida, sendo necessário efectuar uma transferência bancaria de 5.683€ se quisermos a moto já com malas e protecções de motor ou de 5.082€ sem tais acessórios.

[Imagens: Armando Polónia]

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