segunda-feira, 15 de maio de 2023

Ducati Diavel V4 à prova

Quando foi a última vez que fizeste algo pela primeira vez? Não tenho feito outra coisa nas últimas semanas. Ou seja: fazer coisas pela primeira vez. Uma delas foi esta mesmo: conhecer enfim a notória e notável Ducati Diavel. Agora dotada do soberbo e cuidado motor V4 Granturismo (1158cc, 168 CV). 

Foto: Gonçalo Fabião

Anunciada ao mundo no EICMA de 2010, a Diavel nasceu comercialmente em 2011. E esta V4 inaugura a sua terceira geração. Vamos sair de estrada? Quem ainda está na mesma geração - anos 80 do século XX - é a generalidade da comunicação do motociclismo em Portugal. Um dia alguém disse “é assim que escreves sobre motos”. Quase cinquenta anos depois…, continua tudo igual. 

Foto: Gonçalo Fabião

Alguns, estão uns atrevidos nas redes sociais. Atá já fazem storys no “instacoiso”. Vão enfim entendendo que o telefone que carregam no bolso do casaco serve para algo mais do que fazer chamadas. E quando não és original? Imitas. E como sai? Um horror! Serve esta enésima chamada de atenção para o pântano no sentido de enviar mais uma pedrada. Aqui, no ESCAPE, colocamos um ponto final agora mesmo nas fichas técnicas elaboradas em prosa. Com esta prova à Diavel V4 tudo vai ficar mais curto, preciso e conciso. 


Curto, preciso e conciso, todavia rico e maravilhoso. Sabiam por exemplo que a Diavel não é a primeira crusier da Ducati? A primeira cruiser da Ducati é esta Indiana que aqui vos mostramos e foi fabricada no tal tempo onde ficou congelada a comunicação social especializada de Portugal (1986-1990). Foi há tanto, tanto tempo que por esses dias a Ducati era propriedade da Cagiva. A Indiana é linda e rara. Há quem diga que só se produziram pouco mais de 500 unidades. 

ORGULHOSA E EXUBERANTE 
Linda e rara é também esta nova Diavel. Apresentada mundialmente muito recentemente em Jebel Hafeet, montanha nos Emirados Árabes na cidade de Al Ain no Emirado de Abu Dhabi, a Diavel é um elogio à abundância: despida, musculada, definida, tonificada, sensual. Numa palavra: arrebatadora. E ainda nem sequer lhe tocamos! 

Foto: Gonçalo Fabião

Quando lhe tocamos sentimos aquele formigueiro na barriga clássico dos momentos inesquecíveis. Depois de venerada e compreendida na sua electrónica avançada que também a define - equipada de série com modos de condução, cornering ABS, Ducati Traction Control, Ducati Wheelie Control, Daytime Running Light, Ducati Brake Light, Quick Shift, Ducati Power Launch, cruise control, e ainda comutadores retro iluminados, iluminação Full-LE e piscas dinâmicos - tentamos negociar os primeiros quilómetros no modo “Touring”. Respeitinho é bonito e a Diavel precisa de ser compreendia antes de ser explorada. 

Foto: Gonçalo Fabião

Num primeiro contacto que deve durar alguns quilómetros, para além do modo “Touring” escolhemos o modo de condução urbano. E espantamo-nos com a possibilidade de uma moto assim ser tão meiga e dócil na condução citadina, apesar de toda a sua definição desportiva, da sua interminável distancia entre eixos e do gordinho pneu traseiro, um exuberante 240/45 que marca de forma indelével a personalidade desta Ducati. 

Foto: Gonçalo Fabião

Todavia é em estrada aberta e já em modo desportivo que acabamos por descobrir uma superbike com uma posição de condução diferente, muito mais inclusiva e sem qualquer centelha de protecção aerodinâmica. O comportamento é irrepreensível. As toneladas de binário e de potência desejam arrancar pedaços de asfalto, ao mesmo tempo que nos deliciamos com uma travagem sempre na medida certa para parar este pedaço de engenharia tremendamente diabólico. 

Foto: Gonçalo Fabião

INTENSO APELO AOS SENTIDOS 
Excesso e paixão é ao que sabe a nova Ducati Diavel V4. Nem mais, nem menos. Resta saber a quem aproveita uma moto assim. Aproveita a quem não quer passar despercebido na sua presença diária na cidade. Sim, sem duvida. Por estranho que vos possa parecer esta moto é acima de tudo uma moto para viver na cidade e na sua malha de vias rápidas. 

Foto: Gonçalo Fabião

É ainda uma moto para aqueles que também desejam um passeio apimentado ao fim de semana. Uma moto que eventualmente servirá também, pelo seu surpreendente conforto, para uma viagem curta de fim de semana, com a “roupa do corpo” ou aquela mochila leve com meia dúzia de objectos pessoais, e sempre com o sabor da brisa no rosto – algo que quase ninguém faz por cá com uma moto desta natureza e que, todavia, é habitual encontrar em países da Europa central. 

Foto: Gonçalo Fabião

A Diavel V4 - cuja ficha técnica pode ser encontrada aqui (link) na pagina da marca - ofereceu-me dias intensos e memoráveis de sensualidade moto. Reclamou pouco mais de seis litros de sumo de dinossauro por cada cem quilómetros de personalidade vincada, pedindo a marca por ela um valor digno da sua nobreza para que possam diariamente deleitar-se com a sua quente companhia: 26.795€ .

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