quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O eleito

Sabem.., eu sigo o Miguel Oliveira desde 2005, há treze anos, ano em que se sagrou Campeão do Mundo de MiniGP com uma Metrakit 70cc. É por isso me custa tanto certas coisas que não vou agora aqui enunciar. Adiante…

Miguel venceu na sua despedida em Moto2, fez capas de jornal, andou nas bocas do mundo e, como sempre nestas coisas, muitos ficaram a sonhar com a sua estreia na Classe Rainha. Acontece que o sucesso dá uma trabalheira do arco-da-velha. É assim para o Miguel há cerca década e meia, será assim para sempre.


Hoje, Rui Belmonte – entre outras coisas jornalista da Sport TV na área do motociclismo -, que segue o Miguel há tanto ou mais tempo do que eu, escreve numa rede social o ser em si deste primeiro contacto a serio com a “realidade dos astronautas”. O texto infra é do Rui (ligeiramente adaptado) e devo-lhe a devida vénia pela lucidez e pela cedência do mesmo a este humilde blogue. Obrigado Rui! 

Esta manhã…, depois da viagem desde Valência até Lisboa com chegada a casa às 3 da manhã, resolvi olhar de forma mais objetiva para os dois dias de testes do Miguel Oliveira com a nova KTM RC16. Como sabem ou deviam de saber, o melhor tempo do Miguel (para muitos uma desilusão diga-se...) foi de 1m33.798s, com uma moto nova para ele e especialmente para a equipa, que pela primeira vez “tocou” na RC16 depois de muitos anos de Yamaha. 

Como sabem também, o Miguel fez 79 (setenta e nove) voltas neste primeiro teste, sem cair, sem errar, sem se assustar e sempre a melhorar saída após saída. Mas depois de ler sobre a “desilusão” que foi para muitos a estreia do Miguel, voltei atrás no tempo e fui ver o que fizeram alguns pilotos no seu teste de estreia, na sua “primeira vez” e…, Francesco Bagnaia, aquele que venceu o Mundial Moto2, no seu primeiro teste com uma moto de MotoGP - no dia 15 de Novembro de 2016 e não ontem e no dia anterior - fez na sua melhor volta com 1m36.940 e Alex Rins com 1m32.711s caindo de forma violenta no dia seguinte. Já primeiro teste de Maverick Viñales, no final de 2014, valeu na sua melhor volta 1m33.216s, ele que nos dois últimos dias foi o mais rápido. 

Ou seja, o Miguel não está fora do que é comum aos “rookies” fazerem, tudo isto com uma moto totalmente nova para ele e para a sua equipa. O trabalho começou agora e uma coisa é certa: competir aos comandos destas motos é algo que está reservado apenas aos eleitos. É como ser astronauta, não basta ter a cabeça na lua, é preciso ter a lua na cabeça. 

Olhar para uma folha de tempos não pode servir para tirar conclusões e fazer comparações. Venha Jerez!

6 comentários:

  1. Roma e Pavia não se fizeram num dia.
    Gostava de ver certos meninos a acelerar desalmadamente, logo após tirarem a carta.
    Vamos ser pacientes, o Miguel pelo que já demonstrou, merece que lhe dêem tempo de margem para progredir.
    Eu acredito que o 1º ano é para ele e a equipa se ambientarem ao conjunto, depois sim vamos ver o Miguel agora 88, a fazer mais do que outros com as mesmas condições.
    Para terminar, os agora maiores detractores, serão os mais efusivos depois, é típico do desporto Português.
    FORÇA MIG 2X44 #88.

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  2. Equipa nova, mota nova para ele e para a equipa. Está numa equipa fantástica, com um chefe de equipa fantástico, com um dono de equipa que só lhe teceu dos melhores comentários. Para mim já é um sonho tornado realidade ter um português no mais alto patamar do motociclismo de velocidade, pena é não haver uma corrida em Portugal. Não tenho a mais pequena dúvida que o Miguel ainda nos vai dar muitos motivos de orgulho! Força Mig44 v2.0

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  3. Os que falaram mal dele, são os campeões da Playstation e nunca pegaram numa mota na vida.
    Num país em que não ha investimento no motociclismo, ter um Português na categoria máxima é bem mais meritório do que ter o melhor jogador de futebol do mundo.
    Se investissem o dinheiro que se paga por um jogador de futebol de um dos 3 grandes, e claro que fosse bem gerido, por uma FMP séria, poderiamos ter mais Miguel's
    Foi com muito orgulho que o vi a subir para aquela KTM na terça feira, e não perco a esperança de o ver um dia a bandeira portuguesa no podium

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