quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Temos tantas saudades Miguel

O sol das últimas semanas fez-nos mesmo bem a todos. Para além das motos, as letras também estão de regresso ao ESCAPE. Hoje é a cronica de João Rebocho Pais (aka Jan Jan Pais) que sai da hibernação invernal. O texto não é original, pois já foi publicado nas redes sociais do Jan Jan. E não faz mal. Pois é muito bonito e passional. Merece a vossa atenção e leitura. 


Os dias vão passando. 
Às vezes parece que não, mas sim, vão! 
Dá-me até a sensação que, olhando ao fundo, já as vejo. 
Elas, as tabelas de tempos. 
Sei que não chegarão sós, bem logo de seguida, é garantido que darei de frente com os treinos livres. 
E de enfiada os cronometrados.
Pelo sim, pelo não, vou armazenar café e uns pães da véspera, são bons para as torradas. 
O sofá, apronta-se, quer aninhar-se também em frente à emoção. 
Quando chegar o fim-de-semana, aquele, o tal, ainda por cima na nossa Portimão, vai ser um ‘deus m’acuda’, o destrambelho, o desassossego, as palpitações cardíacas, os passeios a correr escada acima e abaixo, porque nem consigo olhar, quero mas faltam-me as forças, tremo, de tão bem que quero que vá correr, de tão bem que sei que vai correr. 
Desde Novembro que andamos nisto, nesta secura de lágrimas felizes, neste deserto de sábados e domingos sem ti, nosso 88. 
Agora sabemos que está quase, quase, para não dizer que já começou, já andas por aí, por esses sítios onde a magia se deita em velozes curvas de um menino homem grande.
Prometo que este ano saberei ser mais calmo.
Ou que pelo menos tentarei sê-lo. 
Ou ao menos que tentarei prometer. Sectores a laranja, sectores a vermelho, a Q2 direta, a Aprilia mais linda de todo o mundo, eis que chegam voando dois algarismos redondos, um oito e outro ao lado, credo, esse é o mundo que queremos. 
Temos tantas saudades Miguel. 
Se fosse como os tempos do antigamente, teríamos ido mil vezes à caixa de correio, ao fundo do jardim, na esperança de novas tuas. 
Hoje, neste mundo que corre tão rápido, mas tão rápido que parece um Falcão, nem conseguimos vagar para sacudir a saudade e deixar de nos lembrarmos de como é lindo quando sorris no fim de uma corrida. 
Vou fazer café. 
E sentar-me no sofá. 
Não faz mal, eu espero mais um bocado.

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