quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Limalhas de História #39 – 31 de Agosto de 1997







São muito poucos os desportistas que defrontam (e batem) três gerações – a anterior à sua, a sua e a que se lhe segue. São a referência, portanto. Fácil. Demasiado fácil a pequena limalha de hoje.

Faz hoje exactamente vinte anosNa sua segunda temporada completa, Valentino conquistava o seu primeiro, de nove títulos mundiais. O mais espantoso: passadas que estão duas décadas, o eterno jovem de Urbino, continua na busca de mais um título mundial. Fantástico!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Limalhas de História #38 – 29 de Agosto de 1982

Didier de Radigues. Boooom! Há limalhas assim, perfeitamente volatilizadas. Sempre que oiço o nome do piloto belga, recordo me do clássico capacete Bieffe do final dos anos oitenta, replica do usado pelo piloto e muito popular entre os jovens “cinquentinhas” da época.

Faz hoje exactamente trinta e cinco anos. Último Grande Prémio disputado no antigo circuito de Brno. Didier de Radigues leva a sua francesa Chevallier à vitória na corrida de 350cc (que na ausência de corrida de 500cc, era neste dia classe rainha) e fica a um passo de conquistar o título. Esse passo não seria dado e Anton Mang rouba na corrida seguinte o título para a Kawasaki. Didier de Radigues não sabia, mas apesar de mais nove temporadas nos Grandes Prémio esta foi a vez que mais perto ficou de conseguir a glória de um título mundial.

domingo, 27 de agosto de 2017

Pela “Route des Grandes Alpes” (IV)

Uma das vantagens do airbnb é esta: recolher junto dos anfitriões elementos preciosos para enriquecer ainda mais a viagem. Foi o caso, com a aldeia de Yvoire. 

Yvoire, aldeia francesa medieval fortificada, iria passar totalmente ao lado desta viagem (quer dizer, em bom rigor eu é que passaria ao lado dela) e acabou por se tornar no melhor ponto de partida possível para um dia a bordejar o fresco lago Léman.

Dali, foi tempo de marchar às margens ocidental e norte do lago, já na Suiça. Genebra e Nyon, rapidamente ficaram para trás. O destaque deste dia vai para as perfumadas vinhas de Lavaux. 

A região vinícola de Lavaux, situada no cantão suíço de Vaud, tem vinhas centenárias e assumem-se desde 2007 como património mundial da UNESCO. Virada a nascente, o Sol reflecte-se no lago e os muros de pedra concentram o calor. Com uma grande variedade de solos e microclimas, a região produz uma rica variedade de vinhos mas o destaque vai para a pouco conhecida entre nós casta Chasselas. O Chasselas é um vinho fresco e frutado. Os aromas mais associados aos vinhos produzidos com essa variedade são frutas cítricas, maçã verde e pêssego. Com o envelhecimento ganha notas de mel e nozes, bem como um tom mais dourado. 

Foi então tempo de um passeio a pé pelas vinhas - a beleza ombreia com o nosso belo Douro apesar da dimensão ser bem menor - petiscar algo e beberricar um copo de branco fresco. Tudo entremeado com um mergulho no lago, em Rivaz. 

O regresso a Thonon-les-Bains fez-se pela margem oriental do lago com mais um revigorante mergulho junto à celebre Évian-les-Bains. 

No regresso ao meu airbnb, tinha saborosos queijos regionais e vinho local à minha espera, cortesia da minha anfitriã. Bem melhor que ir para o hotel, não? 

Sono profundo…, que os próximos dois dias prometiam. Não…, eu não arrancaria já para a descida da “Route des Grandes Alpes”. É irresistível estar tão perto da Suíça Central e não me empanturrar com as melhores e mais deliciosas estradas europeias…

terça-feira, 22 de agosto de 2017

O que é que sentiu?

Em meados dos anos noventa do século passado chegava enfim a televisão privada a Portugal. Com ela chegaram também novos estilos, formas e conteúdos. Desde então passaram alguns portugueses a responder à pergunta “o que é sentiu?” e muitos mais a ouvir a resposta à mesma. Primeiro estranha-se… 

Com o advento dos canais de informação (ou será entretenimento?) por cabo, tal pergunta e demais respostas vulgarizaram-se. Se primeiro estranhámos, depois entranhámos. Hoje todos queremos saber o que alguém sentiu…, menos que isso é nada. 

O que é que isto tema ver com a MOTOCICLISMO de Agosto? Tudo! Vejamos.

Uma primeira nota muito positiva. Há mais de dois anos, escrevi aqui (link) o seguinte; quando era garoto sonhava que quando fosse grande “queria andar de mota tanto como o Alan Cathcart”. Mais de vinte anos passaram e eu continuo a andar de mota.., enfim…, razoavelmente…, e continuo a perseguir o mesmo objetivo, a saber: “andar de mota tanto como o Alan Cathcart”. Trazendo a MOTOCICLISMO uma entrevista com o ”meu profeta”, só me restava comprar a revista, como sempre faço, e engolir a entrevista. Confesso…, li quando peguei na revista ainda antes de comprar, li imediatamente depois de comprar, voltei a ler quando cheguei a casa e já a li mais algumas vezes (até porque a entrevista é manifestamente curta). Verdade! Eu ouvia Cathcart falar durante dias. Porquê? Porque ali, como sempre, Cathcart conta-nos de forma ímpar o que sente a fazer a sua (nossa) paixão: andar de mota. Tao simples… 

Uma segunda nota menos positiva. Leio com curiosidade o Teste às novas Honda CB650F/CBR650F. Passando ao lado do facto de um Teste não trazer uma única medida quantitativa (como por exemplo um simples consumo), o que me deixou insatisfeito foi a pergunta que fiz a mim próprio no final da leitura: “mas afinal o que sentiste, Francisco?”. Fui ler de novo…, e lá reparei que o meu amigo Francisco, naquele seu jeito limpinho e escorreito de escrever, sentiu “suavidade” no motor, “conforto” nas suspensões e “eficácia” na travagem. 

Espero que este texto não seja interpretado como “bota-abaixo e que o Francisco entenda que o pretendido é fazer (ou pelo menos tentar) uma crítica construtiva. Alan Cathcart só há um mas…, o que nós leitores de revistas desejamos é menos descrição técnica das máquinas (para isso já lá está a devida Ficha) e mais paixão. Mais amor, ódio, ternura, compaixão. Mais alegria, medo, divertimento, atrevimento. Mais sentidos despertos. Mais vida. Saber ao que a mota sabe. Ao que a mota cheira. Ao que mota soa. 

Ao longo destes anos, com Alan Cathcart, senti-me aos comandos de inúmeras motas de estrada e de corrida. Vá, rapazes novos. Toca a aprender com o velhinho. Expliquem-me, a mim e a todos os que vos leem: o que é que sentiram ao testar essa mota?

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Triumph Street Twin em versão A2

A Triumph continua com vontade de "apanhar" mais mercado.

Concebida para os condutores que possuem uma carta de condução limitada, de modo a usufruírem plenamente do carácter clássico Bonneville com estilo arejado e divertido, a Street Twin dispõe de ABS, controlo de tração e Ride-by-Wire de origem, assumindo-se como uma excelente porta de entrada para a gama Bonneville e apresentando-se como uma moto de muito fácil acesso e adaptação.  


A Street Twin é ainda personalizável com mais de 150 acessórios da marca, todos homologados e segundo a marca “quando estiverem reunidas as condições exigidas por Lei para a condução de motociclos sem limite de potência será possível reconfigurar as características técnicas para a potência máxima, através de uma intervenção simples num concessionário oficial Triumph”. Interessante...

domingo, 20 de agosto de 2017

Pela “Route des Grandes Alpes” (III)

Um dia irei compreender por que diabo uma viagem desta sumptuosidade não encontra espaço (mesmo que “vendida” a preço de saldo) numa qualquer publicação em papel da especialidade, nomeadamente na MOTOCICLISMO, onde colaboro pontualmente há décadas. Ou então não irei compreender nunca. Desde logo porque não sou eu o director da mesma e não conheço, obviamente, todas as dificuldades e especificidades do sector. 

Sem stress. Copo meio cheio. Desta vez vou escrever o que quero, como desejo, sem estar preocupado com a chancela editorial. É para mim, para minha recordação e simples prazer da escrita que o faço. E, naturalmente, para vocês, amigos e leitores do Escape. 

Agora parece estar em crescente moda uma nova modalidade de mototurismo, onde a mota é enviada numa palete para junto do destino e o motociclista vai fresquinho no ar condicionado do avião ter com ela. É o chamado mototurismo cocoon ou de casulo. Alerta…, nada contra! Eu próprio espero vir um dia a recorrer a tal expediente. Obrigado…, mas este ainda não é o momento para tal. 

Em dois dias, até Thonon-les-Bains, Portugal, Espanha e França foram assim atravessados sem grande dificuldade (como se costuma dizer “ia para a festa”, notem) pela Honda CRF 1000L Africa Twin DCT. 

Quase dois mil quilómetros partilhados entre o cinza escuro do asfalto e o azul do céu. Temperaturas amenas, em especial em França, também facilitaram a viagem. A escala foi feita em Dax no Ibis Budget – não conhecia a cadeia e fiquei imediatamente fá (facilidade, limpeza, sossego e economia). 

A chegada a Thonon foi feita bem a tempo de tomar um banho fresquinho no primeiro agradável e económico airbnb da viagem, pesquisar no TripAdvisor a melhor Pizza da terra e confirmar com a minha anfitriã essa mesma informação. O caminho foi feito a pé para relaxar os músculos de tantas horas sentado, com ajuda do Google Maps.

Viajar de mota na era da conectividade é isto: só faz estranhas e erradas escolhas quem não sabem utilizar as ferramentas que estão ao dispor na Rede 

No dia seguinte haveria passeio em redor do lindíssimo lago Léman. Um pequeno sonho antigo estava prestes a realizar-se…

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Limalhas de História #37 – 17 de Agosto de 1997






Vitória, vitória, segundo lugar. Vitória, vitória, vitória, vitória, vitória, vitória, vitória, vitória, vitória, vitória, segundo lugar. Na última corrida, enfim, uma desistência. 340 (trezentos e quarenta) pontos 

Faz hoje exactamente vinte anos. Donington park, North West Leicestershire. Faltando ainda quarto etapas para o fim do mundial, Mick Doohan festeja efusivamente com a HRC o seu tetracampeonato. Foi um ano glorioso para o australiano mas também para a Honda. Doohan primeiro, Okada segundo, Nobuatsu Aoki terceiro, Crivillé quarto e Takuma Aoki quinto. Arrasador!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Limalhas de História #36 – 14 de Agosto de 2017

Marco Simoncelli (Cattolica, 20 de Janeiro de 1987 - Kuala Lumpur, 23 de Outubro de 2011). Como não ficar emocionado sempre que se recorda o simpático italiano? 

Faz hoje exactamente seis anos. Brno. Só deu Honda nesse domingo. Stoner, Dovizioso e Simoncelli. Marco Simoncelli alcança o seu primeiro pódio em MotoGP. Primeiro, de apenas dois na classe rainha. A este, junta-se um segundo lugar na sua última corrida completa, na Austrália. Race in peace, Marco…

domingo, 13 de agosto de 2017

Pela “Route des Grandes Alpes” (II)

Antes, durante e depois. Os três momentos chave da Viagem. 

Foi aqui. Agosto de 2016. Quando vi e comprei a excelente Road Trip (#37) – “Les Carnets de Voyage Motos”. O “antes” começou a desenhar-se com cerca de um ano de antecedência. 

Alpes. Outra vez Alpes? Sim, Alpes. Para sempre Alpes! Já havia mote. Descobrir e percorrer a “Route des Grandes Alpes”. Parte dela já conhecida, outra parte novidade. Tudo seria olhando com outros olhos, percorrido com outros sorrisos. O asfalto a ser “surfado” por outras borrachas, propulsionadas por cavalos diferentes dos da última vez.

Mas que raio vem a ser isso da “Route des Grandes Alpes”? 

Invenção humana, é um itinerário turístico composto por diversas estradas ou trechos de estradas. Cerca de 720 quilómetros que riscam os Alpes franceses de norte a sul. Lá pelo meio vamos encontrar dezassete cols (passagens de montanha), seis deles acima dos 2000 metros de altitude. Partindo de Thonon-les-Bains, nas margens do charmoso lago Léman, conduz o viajante a beijar o Mediterrânico em Nice – num acumulado de 17000 metros de desnível.

Relançada no final do seculo XX, a “Route des Grandes Alpes” está hoje aberta na sua totalidade sensivelmente de Junho a Setembro, dependendo do degelo sazonal. Ainda no primeiro momento da viagem, o “antes”, compus o itinerário para que algumas capelas do gigantesco tempo alpino (link) não ficassem sem a respectiva visita e “digníssima oração”. 

Feita a viagem, na segunda quinzena de Julho passada, chegamos pois ao momento do “depois”. Relanço o repto: venham comigo pela “Route des Grandes Alpes”.
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