quinta-feira, 23 de maio de 2019

Décima segunda Tertúlia do Escape

Num tempo em ainda havia jornalismo, na primeira metade dos anos 80 do século passado, surge, entre tantas outras, uma rádio “pirata”, cujo slogan se eternizou na minha memória: “a rádio a cores”.

Aquela pequena frase dizia tudo. Estávamos perante um novo meio de comunicação, que utilizando a velha telegrafia sem fios (a que todos chamamos rádio) não fazia por menos e desejava trazer tanta emoção ao ouvinte que prometia ser como a televisão, a nova televisão, que abandonava o cinzento do preto e branco e nos oferecia o prazer do arco-íris. Numa palavra: a arte do impossível. 


A arte do impossível foi o que tentámos fazer ontem em mais uma feliz edição da Tertúlia do Escape. E a julgar pela casa absolutamente cheia – os últimos a chegar não tiveram lugar na sala – pelos sorrisos rasgados e pelas duas ovações no final: conseguimos! 

À boleia da bem usada Honda Crosstourer, que percorreu mais de cento e quarenta mil quilómetros conduzida pelo Francisco, emocionamo-nos com a hospitalidade de uma família iraniana. Cheirámos a fusão de odores da outrora portuguesa Malaca, na Malásia. Acordámos com a brisa do pacífico na cara na suave Gold Coast Australiana. Tememos pela vida numa descida noturna de barco pelo rio amazonas. Encontrámos a saída matreira do Salar de Uyuni na Bolivia. Saboreamos uma banana fresca acabada de colher junto a uma picada na costa ocidental africana. E “demos cabo das costas” a ajudar o Francisco a levantar a moto naquele pedaço de pista que tinha areia mais solta. Enfim, chegámos a bom porto. Felizes! 

No fim, uma surpresa. Quem veio ter connosco, teve oportunidade de levar para casa um dos primeiros exemplares do primeiro volume do livro que conta a épica volta ao mundo do Francisco. Numa improvisada sessão de autógrafos os primeiros cinquenta livros voaram num ápice. Sortudos! 

Honestamente. É um prazer. Uma honra mesmo, impulsionar e dinamizar noites como esta. Noites onde viajamos, partilhamos e regressamos a casa a sonhar com uma aventura assim. Obrigado Paulo Moniz por nos receberes. Obrigado Francisco pela partilha. Obrigado a todos aqueles que vieram ter connosco: a Tertúlia do Escape é vossa. 

O Francisco volta a falar da sua viagem já no próximo dia 2 de Junho no Lisbon Motorcycle Film Fest (link). 

A Tertúlia do Escape volta já na próxima semana com muito mais emoções. Fiquem atentos. Amanhã teremos novidades!

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