Todavia, foi com espanto que encontrei o seu “marco zero”, ou o que resta dele; perdido num canteiro de ervas daninhas junto à Estrada Nacional 1(link). É nesse ponto que começa então aquele que um dia foi ou quis ser o “Eixo do Centro de Portugal”.
Assim que começa, a N113 mergulha na “número um” para uns metros mais adiante ter um gigante crise de identidade e se transformar num mutante com perfil de auto-estrada denominada A8-1, também conhecida como “Variante dos Pousos”. Leiria – é onde estamos – deixou de ser aquela pacata e até pitoresca vila que atravessávamos nos longínquos anos 70 e inico de 80 do século passado rumo ao Norte, para se metamorfosear numa horrorosa cidade rica (?!?) emoldurada por betão e asfalto – é o progresso, dizem…
Mas a ruralidade não anda longe, surgindo por volta do quilómetro nove. Pelos campos, ora abandonados ora mal-amanhados, a estrada segue sem história nem gloria até Ourem, situada a cerca de vinte cinco quilómetros da casa da partida – o que significa aqui meio caminho.

Dali segue a nossa N113, agora ainda mais pobre e mais abandonada, competindo neste sector com o neófito e aborrecido IC9 até a gloriosa Tomar, outrora “Capital” dos Templários e hoje tomada pelo turismo pois o Convento de Cristo, principal Monumento da cidade, foi considerado Património Mundial pela UNESCO em 1983.
De facto, Tomar, depois de conquistada aos mouros pelo Rei Afonso Henriques, foi doada como feudo à Ordem dos Templários. Dali, estes governavam vastas possessões do centro do Reino de Portugal, que estavam obrigados a defender dos ataques vindos dos estados islâmicos a sul.
No momento da visita deste ESCAPE, Tomar celebrava a espetacular Festa dos Tabuleiros. Realizada de 4 em 4 anos no princípio do mês de julho. Esta é uma das tradições mais antigas de Portugal, estando a sua origem nas festas de colheita à deusa Ceres. Neste ano o ponto alto das Festas juntou, segundo a comunicação social, cerca de meio milhão de pessoas.
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Quem, o quê, onde, como, quando e porquê – não necessariamente por esta ordem…
A Estrada Nacional 113, não é mas podia muito bem ser conhecida como “diz que é uma espécie de Eixo do Centro de Portugal”. A N113 é uma via estruturante com inicio em Leiria, na também estruturante Nacional 1 (link), e términus em Tomar na importante Nacional 110. Foi por este ESCAPE percorrida no início de Julho de 2019 aos comandos de uma Honda CB500X que fez um consumo de PCX, tendo gasto de combustível o equivalente a uma garrafinha daquelas de litro e meio de água, nos seus cerca de cinquenta quilómetros.
A N113 não é uma estrada qualquer e é credora do nosso respeito. Apesar de relativamente abandonada, continua a desempenhar importante papel para a vida e desenvolvimento das populações (essencialmente rurais) que dela se servem, bem como do Santuário de Fátima e dos seus fevrosos peregrinos.