segunda-feira, 3 de maio de 2021

Honda Forza 125 à prova

Este ESCAPE, há duas semanas, andou a provar a nova versão da Forza 125 da Honda, uma scooter distinta e com detalhes de moto superior. Eu, gostei tanto que decidi ser tempo de abandonar a PCX como “cavalo de batalha” urbano. Foram oito anos maravilhosos, duas motos, mas chegou o tempo de algo mais. Nem mais nem menos: cá na garagem já mora uma nova Honda Forza 125. Já a Susana Pereira (She’s 2 Wheeled), que assina esta prova com imagens de Gonçalo Fabião, revela um pouco mais de si mesma ao mesmo tempo que sente a nova Forza “pronta para os desafios da selva urbana”. 


Quando vim morar para Lisboa há uns anos atrás, uma das coisas que me fazia alguma confusão era o trânsito caótico, sobretudo em horas de ponta. Apesar de ter a carta de condução desde os 18 anos, só recentemente havia adquirido um carro e como tal, era muito “verdinha” a conduzir, por isso levei algum tempo a trazer o carro para a capital e a aventurar-me no trânsito citadino. Senti-me como que atirada aos leões; mas esta selva urbana acabou por ser uma excelente escola. Quando anos mais tarde resolvi concretizar o sonho de miúda de tirar a carta de motociclos e comprar uma moto, tive novamente os mesmos receios. A condução na cidade, com o seu tráfego intenso e muitas vezes complicado, consegue ser bastante desafiante, sobretudo de moto, uma vez que estamos mais expostos e vulneráveis. 

A SCOOTER COMO RESPOSTA EFICAZ AO DESAFIO DA MOBILIDADE
Os “enlatados”, como eu chamo aos condutores dos carros, vão tantas vezes completamente absorvidos na sua bolha que nem reparam nas motos, ainda meio que adormecidos em plena hora de ponta, ou distraídos pelos tantos dispositivos de que dispõem no seu cubículo. Se de carro é preciso ter atenção, de moto é preciso ter “sete olhos” para antecipar qualquer manobra repentina ou obstáculo. Sempre que conduzo na cidade de moto, dou por mim em completo modo fight or flight, no entanto, tem as suas vantagens, nomeadamente o ser mais fácil e rápido de chegarmos onde pretendemos.


A resposta ao congestionamento do tráfego urbano por esse mundo fora poderia muito bem passar pela criação de políticas de promoção do uso da moto em detrimento do carro. Um estudo levado a cabo pela consultora belga Transport & Mobility Leuven, concluiu que uma ligeira mudança na composição do tráfego dos carros para as motas, reduz significativamente tanto a questão do congestionamento, como a questão das emissões, sendo esta última bastante pertinente nos dias de hoje e que consta dos objectivos da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, bem como da norma europeia Euro5, em vigor desde o início de 2020 e pela qual todas as motos têm que ser homologadas. 


As scooters são sem sombra de dúvida uma excelente opção para enfrentar o trânsito na cidade e a nova Honda Forza 125 é um bom exemplo disso, graças à sua elevada performance, sendo líder na sua classe desde o seu lançamento em 2015. 

CONFORTO DE TOPO 
Uma das primeiras coisas de que me apercebi ao conduzir esta scooter GT desportiva da Honda, foi o conforto que proporciona, bem como a sua eficácia aerodinâmica, tendo sido (este novo modelo) alvo de alguns ajustes cosméticos no que respeita à carenagem frontal, aos painéis laterais e traseiros, passando pelos espelhos e a própria cobertura do motor. 


Este modelo vem equipado com um painel de instrumentos mais clássico e simétrico que combina o digital com o analógico, pormenor que eu apreciei bastante, mas que poderá não ser do agrado dos mais aficionados das modernidades digitais. Dispõe ainda de iluminação LED premium que assegura uma presença distinta e boa visibilidade nocturna. 

DETALHES QUE CONTAM 
A carenagem frontal, para além de oferecer uma melhor aerodinâmica, proporciona também uma excelente protecção do condutor, aliada ao renovado para-brisas eléctrico extensível, com 40mm extra, 180mm no total, que eu adorei, maximizando assim a protecção contra o vento, chuva e ruído, proporcionando mais estabilidade e conforto, sobretudo a maiores velocidades. 


A Forza 125, à semelhança de outros modelos da marca, vem com o sistema Smart Key que permite manter a chave guardada no bolso, enquanto se acciona o motor, abre o assento, ou se bloqueia e desbloqueia a Smart Top Box de 45L, esta opcional. No porta-luvas podemos encontrar uma entrada USB Tipo C para carregar dispositivos, pormenor que parece começar a ser quase que obrigatório, tal é a nossa dependência nos telemóveis e afins. Uma particularidade interessante neste pequeno espaço, é a possibilidade de se poder colocar uma pequena garrafa de água, que a meu ver dá imenso jeito, pois ando sempre com uma por perto. 


Apesar do seu aspecto mais desportivo e agressivo e do potente desempenho do seu motor, relativamente a outros modelos da Honda, a Forza 125 não deixa de ser elegante e cheia de charme, oferecendo uma posição de condução espaçosa e bastante confortável, mesmo para o pendura. Sendo uma scooter um pouco mais alta, os condutores mais baixos poderão não se sentir tão confiantes quando têm que parar. No meu caso, com os meus fantásticos 168cm, de cada vez que tinha que parar, ficava em pontas feita bailarina, o que não dá muita confiança. No entanto, é bastante fácil de manobrar à mão ao estacionar (162kg), aumentando também a sua agilidade e facilidade de utilização. É uma moto que responde facilmente ao rodar do acelerador e oferece confiança nos pisos mais degradados ou escorregadios, oferecendo uma boa tracção, com o benefício do ABS para um controlo de travagem extra, dando confiança até aos menos experientes. 

MAXIMIZADORA DE UTILIDADE 
Por baixo da sua nova roupagem, o chassi mantém-se inalterado, sendo que o motor de 15cv se adaptou à nova norma Euro5, tornando-o menos poluente e mais eficiente. A Forza 125 dispõe também do controlo de binário seleccionável da Honda (HSTC), a nova funcionalidade aplicada ao redesenhado e renovado motor eSP+ (enhanced Smart Power Plus) de 4 válvulas refrigerado a líquido, bem como o sistema de Idling Stop, que desliga o motor quando parado mais de 3 segundos, poupando combustível e reduzindo as emissões, bastando acelerar de novo para o motor regressar à vida, podendo ainda verificar-se o estado da carga da bateria. 


Na minha opinião, uma das mais-valias da nova Forza 125, é sem dúvida o espaço de armazenamento debaixo do assento, que me surpreendeu pela positiva, permitindo guardar o meu capacete e o meu saco do ginásio, ou até mesmo 2 capacetes integrais, incluindo uma pequena divisória para bolsas mais pequenas ou objectos soltos. 


ECONOMIA E AUTONOMIA SURPREENDENTES 
Outro dos pontos fortes é a sua autonomia que é bastante generosa, cerca de 480 quilómetros para cada depósito de 11,7L, graças à eficiência no consumo de combustível do motor que assegura um consumo de 2,3L/100KM. Durante os dias em que testei a Forza 125, os meus consumos rondaram os 1,9 litros, números bastante simpáticos. Engraçado pensar que apenas um depósito me levaria à minha terra no Douro, já o mesmo não posso dizer da minha moto. 


A Honda Forza 125 foi mais uma bela surpresa nesta minha exploração pelo universo scooter e partilha com as minhas anteriores experiências a comodidade, a funcionalidade e agilidade com que se conduz, combinando a performance, o estilo e conforto de uma Grand Touring com a natureza oferecida pelas motos mais pequenas, tanto a nível da facilidade na condução, como do seu manuseamento, proporcionando uma condução prazerosa e eficiente.

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