segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

VOGE 350AC - Haverá amor como o primeiro?

Hábil, comprometida, apaixonada, inventiva, resiliente e resistente. Foi aqui e assim (link) que vos apresentamos a Miss Yoshimura. E hoje é ela que tem a palavra escrita. 


Quando foi a última vez que fizeste algo pela primeira vez? A primeira nunca se esquece, e esta foi a minha primeira experiência, enquanto motociclista! Partilhar experiências tem dois efeitos, reforça a nossa memória e encoraja outras pessoas, quem sabe, a fazer o mesmo! 

Chegou o dia em que, com a indescritível ajuda do Pedro, tive a primeira moto, que não a da escola de condução, para praticar e sentir a adrenalina de ter as mãos num guiador. Confesso que estava num misto de ansiedade e de medo, pois sabia que não iria ter o meu instrutor no ouvido, através de um auricular, e também não teria um colete amarelo fluorescente, que permitia os outros condutores verem que sou aprendiz. Na verdade, ainda sou aprendiz, pois até agora, e citando palavras do Pedro, estive a aprender a passar num exame de condução. Agora vou começar a aprender a andar de moto! 

Aqui está ela, a Voge 350AC! Segundo quem está familiarizado com este mundo do motociclismo, esta moto é a ideal para recém encartados, e foi isso que quisemos comprovar. Chegamos à garagem e ouço, prontamente, um “vá, toma! Está aqui a chave! Vai ao piso de baixo e volta”. Os meus olhos arregalarem-se logo e pensei “Como assim? Descer uma rampa de garagem? Conduzir uma moto que não é da escola de condução? À frente do Pedro? Já?” Ok, se é para fazer, faz-se! Esta sou eu. Reajo e vou! Subi e desci duas vezes, o piso da minha garagem. Wow! Está mesmo a acontecer. Note-se que, mesmo com três motos na garagem, enquanto não obtive a minha licença de condução, nunca me foi dada uma moto para as mãos. 

BABY STEPS 
O dia seguinte estava planeado de forma que eu tivesse momentos acompanha e momentos a sós. O plano foi seguir o Pedro até ao local de trabalho, cada um na sua moto, e depois ir, à minha vontade, para onde eu quisesse. “Fica tranquila que eu vou muito devagar. Só tens de seguir o pneu da minha moto e manteres-te o mais próxima de mim possível, dentro dos limites de segurança!”. A definição de devagar ficou logo ali esclarecida, nos primeiros dois quilómetros. Eu ia mesmo devagar. O meu cérebro estava a acordar para várias realidades num só instante: colocar as mudanças, perceber o peso da moto, saber onde são os piscas, lembrar do que fazer em cada situação. Eu já não tinha o Mário (maravilhoso instrutor de condução) no meu ouvido, para me dar feedback. 


O principal foi feito, manter a calma e não “panicar”. Estava a comportar-me muito bem. Tão bem que fui logo apelidada de “caracol”. Deixei o Pedro no trabalho, enfrentado um pouco da segunda circular e entrando no coração da cidade de Lisboa, às 8h da manhã. Uma vez sozinha, tinha de pensar no meu trajeto, sem GPS. Fui conhecendo melhor a moto, fui sentindo-me mais à vontade para seguir em frente, e até para perceber alguns aspetos que entendi serem um pouco estranhos, como por exemplo, os espelhos não se manterem estáveis. Enfim, seguindo rumo à marginal do rio, quis mesmo sentir a sensação de o ter, ao rio, mesmo ali ao lado, num belo dia de sol de quase inverno, como vejo muitos motociclistas fazerem. 


No período de tarde os planos voltaram a ser a dois. De novo “segue a minha roda e mantém-te o mais próxima possível de mim” continuou a ser o foco. Apenas foi acrescentado um “vê só se aceleras um pouco mais, pois estás a ir mesmo muito devagar!” eu sabia que estava mesmo a ir a passo de caracol e que tenho muito mais para dar, por isso, aproveitei o facto de estar em segurança, com o Pedro comigo, e entreguei-me ao instinto e ao que poderia ir melhorando, sempre. 

A LEVEZA DO VENTO 
Fomos até Bucelas, fazendo um pouco de Via rápida e entrando em estrada nacional, com algumas curvas desafiantes e piso algo diversificado ao nível da aderência. Atenta a todos os sinais que ia vendo, do Pedro, à minha frente, pude comprovar que a moto é, de facto, uma excelente surpresa. Entrega-nos facilidade de condução, conforto e uma agilidade muito boa no manuseamento da caixa de velocidades. A leveza da moto sente-se, e bem, ao ponto até de levar o meu tempo a perceber que não me vai fugir pelas pernas, nas vias mais rápidas. O meu olhar ia sobretudo na estrada, e nos espelhos, mas fundamentalmente em seguir a roda da moto do Pedro. 


Por falar nisso…, já que também ele fez umas largas dezenas de quilómetros nesta Voge 350AC, perguntei-lhe qual a sensação com que ficou da moto: pequena, leve, ágil, fácil, acessível, divertida e há quem diga até bonita. Honestamente, a Voge 350 AC foi uma excelente surpresa. Nós, motociclistas supostamente experientes, temos uma tendência algo natural para subvalorizar ou mesmo desvalorizar motos deste segmento. Sucede que como muitas outras coisas na vida, nada como experimentar e fazer o nosso próprio juízo. Não gostamos dos instrumentos que nalguns momentos do dia se tornam ilegíveis nem dos espelhos dificilmente ajustáveis e facilmente desajustáveis. Gostamos do comportamento. Da ciclistica muito afinada - como já é habitual na jovem marca do gigante Loncin. Do motor vivo e disponível. Da travagem mordaz e eficaz. Das dimensões anoréticas. A vida na cidade fica mais rápida e ainda mais instagramavel com esta 350 AC. Uma moto merecedora de pneus de qualidade

CONFIÁVEL 
Quero aqui salientar que ter alguém que nos encoraja, que tem paciência para uma recém encartada que, aos 47 anos, dá milhentos novos comandos ao cérebro e por isso está na fase de tartaruga, ajuda muito. Não tenho palavras para agradecer a motivação e indicações que tenho recebido, por parte do Pedro, sobre o que ir fazendo, nunca esquecendo de ir assinalando, com um “like” sempre que mostro melhoramentos. Dar indicações explicando os motivos delas ajuda imenso, e nisso, o Pedro está a ser absolutamente extraordinário e fundamental. 

O resto da semana foi toda feita de moto! Lá ia eu, devidamente equipada, a preparar mentalmente os meus percursos, dar as minhas voltas semanais. De dia para dia vou notando mais confiança, não só em mim, mas também na moto! É mesmo muito agradável, a Voge 350AC e só posso agradecer por ter sido a minha primeira moto a permitir-me fazer boa figura pois, dito por uma amiga com quem fui almoçar “ganda pinta, a moto. É mesmo gira, e fica-te muito bem!”. 

Quanto à grande questão que se coloca, “será esta Voge 350AC a moto ideal para recém encartados?”, tendo em conta a experiência que tenho, senti-me muito segura e, acima de tudo, confiante em ir dando um passo novo, cada vez que pegava na moto.

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