segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Voge 525DSX à prova

Início do mês de Janeiro, 16:30. Sei que na melhor das hipóteses terei mais uns sessenta minutos de luz, mais segundo menos segundo. Nas imediações do histórico autódromo do Estoril, está feito o trabalho com a Voge 525DSX. Fotografias realizadas pelo Gonçalo Fabião. O habitual desafiante live na página facebook deste ESCAPE está terminado. Daquele local as hipóteses de prazer configuram-se como múltiplas. Sei que o asfalto está algo húmido e escorregadio, molhado até. Todavia uma luz doirada e parva teima em penetrar as nuvens algo cinzentas. Não há previsão de chuva para a próxima hora e dali rumo pelo que resta da Estrada Nacional 9 (link). Sem destino. 


Um par de quilómetros para norte e aceito sem regatear o convite da sinalética e rumo a oeste pela Nacional 9-1. É a famosa “Estrada da Lagoa azul”, outrora paraíso do campeonato mundial de ralies. Hoje é apenas mais um troço de estrada infantilizado com barreiras várias, algumas delas até perigosa, supostamente para que o local fique mais civilizado e seguro. 


Antes mesmo de chegar à da Malveira da Serra rumo de novo de Norte. Abraço com carinho o coração da Serra de Sintra por uma estada sem número ou nome. Coisas nossas. Estou longe de me sentir perdido, na verdade. E quem me encontra mesmo é a denominada Estrada da Peninha que conduz ao suposto santuário com o mesmo nome. 


Cenas da eternamente misteriosa Sintra. Estive anos sem passar por aqui e aqui e agora é a segunda vez que cá passo em poucos dias. E a magia acontece. São quase cinco da tarde de um dia de inverno e sol já falece lá longe no horizonte. Paro a Voge 525DSX numa nesga de luz amarela que teima em romper o verde-escuro que domina a paisagem. E fico apenas ali. Absorvo a clorofila intensa de todas as maneiras que posso. Roubo um momento para uma fotografia. Uma imagem em movimento para o instagram, também. 


O tempo não para e conforme cheguei, parto. Já na Nacional 247 (link) engano o Cabo da Roca e rumo ao Guincho. Sigo. Há o Raso. O Cabo. E quando o sol se preparava para beijar o horizonte rumo ao seu (para nós) sono diário, nuvens massivas assaltam o momento e de forma abrupta apagam a luz que ainda me alumia. 

URBANA ATREVIDA 
São fatias de realidade assim que compõem o nosso bolo amassado de motociclismo. Uma hora, meia dúzia de parágrafos neste vosso blogue e uma memória que fica. E se deseja que fique até a eternidade, emoldurada por uns singelos quatrocentos e noventa e quatro centímetro cúbicos. 


A Voge 525DSX é uma trail urbana que monta num quadro perimetral em tubos de aço – com sub-quadro desmontável, um motor bicilindrico paralelo (48CV, 45Nm). Este esqueleto vem superiormente equipado com uma forquilha invertida Kayaba de 41 mm regulável em pré-carga e extensão com um curso de 150 mm. 


A Suspensão traseira conta com um monoamortecedor com articulação ajustável e curso total 145mm. A travagem é Nissin com ABS desconectável na roda traseira. Os pneus são Metzeler Tourance. Também existem dois modos de condução (Eco e Sport – pouca diferença entre ambos, notem), sendo ainda o controlo de tracção também ele desconectável. Este conjunto a seco pesa uns meros 190Kg. e em ordem de marcha contem com um peso a rondar os 205Kg


O desenho da 525 DSX é atrevido, elegante e muito respeitável. O acesso à moto é simples para o condutor médio. A moto parada move-se com elevado grau de facilidade. A habitabilidade é simpática com uma posição de condução correta. Esta é daquelas motos que podemos passar horas na busca de defeitos só porque sim todavia esta actividade é inútil: aqui não vão encontrar fragilidades. Já sabemos que as Voge são, regra geral, muito certinhas ao nível da ciclística. E aqui, apesar de não haver deslumbre com o comportamento do conjunto, há um elevado e surpreendente nível de maturidade numa moto de uma marca tão jovem, pelo menos para nós motociclista das Europa ocidental. 

EFICÁCIA E ECONOMIA 
Assim, contem com um motor bem cheio desde regimes mais baixos. Quadro simples todavia escorreito. Isto produz uma utilização muito fácil e até divertida de todo o conjunto, em especial em espaços apertados, locais onde esta moto vai brilhar. Gostei também da travagem. 


A utilização fora de estrada desta Voge foi bastante limitada. A facilidade de utilização a baixa velocidade voltou a surpreender. Todavia olhamos para esta moto muito mais como uma opção de mobilidade urbana do que aventura sem limites. O off road é sim possível, no entanto mesmo dentro da marca existem outra opções provavelmente mas interessantes como podem, aliás, conhecer aqui (link) e aqui (link). 



A Voge 525DSX, para além do para-brisas regulável manualmente em duas posições sem recurso a ferramentas que garante uma proteção razoável contra os elementos, conta ainda com a denominada iluminação Full LED e faróis auxiliares. Os instrumentos surgem num ecrã LCD de 7’’ a cores, onde se inclui monitorização da pressão dos pneus, com alertas por esvaziamento rápido ou sobreaquecimento. Há ainda conectividade Bluetooth com o telefone móvel e tomadas de corrente USB (5V) e de isqueiro (12V) em ambos os lados da carenagem. 


A 525DSX reclamou pouco menos de quatro litros de sumo doirado de dinossauro por cada cem quilómetros de mobilidade versátil. A marca solícita uma transferência bancaria de apenas 6.187€ para que a levem convosco onde mais vos for útil. Notem que está ainda em vigor até ao fim deste mês de Janeiro uma promoção do conjunto de malas e top case originais em alumínio por 650€ ou seja, cerca de 50% de desconto.

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