segunda-feira, 27 de abril de 2015

Honda VFR1200X Crosstourer DCT à prova

Há dias assim. Em que somos triturados pela realidade. Eu aqui (link) a falar em estranhar e entranhar a propósito da Triumph Tiger Explorer 1200 e toma lá para as mãos uma Honda VFR1200X Crosstourer DCT, repito Double Clutch Transmission. 

Repito DCT, pois a transmissão de dupla embraiagem é o grande tema nesta mota. Já tinha experimentado esta pequena (enorme) revolução, aqui há uns anos na hibrida Integra. À época a sensação com que fiquei foi de que “a cena” era tipo Cola-Cao…, não era bom nem era mau. 

Mas…, lá está, uma coisa é ter um simples contacto com uma mota, leia-se “voltinha à rotunda um, dois e três”, coisa diversa é ter tempo para provar a mota durante o tempo suficiente para assimilar as suas verdadeiras características. 

Sobre o DCT o melhor que se pode dizer é muito simples: estou convencido que quem tem uma mota com esta peculiar transmissão, ao fim de algum tempo a única afirmação que produz é: “só estou arrependido de não ter uma mota assim há mais tempo!”. 

Claro que o sistema requer habituação, claro que durante quilómetros nos sentimos órfãos do selector de mudança de velocidade e da respectiva manete de embraiagem, todavia, neste admirável mundo novo, tudo começa a fazer sentido muito rapidamente. Uma boa dose de confiança nos engenheiros da Honda e na sua criação, ajudará a que esta adaptação seja mais rápida. 

Se o DCT fascina outros aspectos desiludiram. Desde logo, a iluminação proporcionada pelo farol dianteiro, quando dele verdadeiramente precisamos (de noite em estradas escuras). A mota provada também revelou, apesar de diferentes acertos na afinação as suspensões, algumas indesejáveis vibrações ao passageiro nomeadamente ao nível da pega. Este é um aspecto a não negligenciar para quem, como eu, deseja uma moto assim para palmilhar milhares de quilómetros 

No mais a Honda VFR1200X Crosstourer DCT é uma mota com excelente posição de condução, motor vivo e com um barulhar delicioso, travagem potente (até demasiado, requerendo habituação), confortável quanto baste e muito “handling” em modo curva contracurva. 

[A fechar alguns números: a Motodiana proporcionou-me mais de quinhentos quilómetros nesta DCT com uma média global de 6,6l./100Km. No regresso a Évora pela Ponte Vasco da Gama, N4 e N114 e num ritmo absolutamente normal de condução neste tipo de vias, a mota registou uns muito interessantes 5,5l./100Km.]

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